Discurso durante a 219ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro da realização, no Amapá, ontem, do Seminário Desenvolvimento do Turismo na Amazônia, para debater o conjunto do potencial turístico na região, e S.Exa. ressalta as qualidades do Amapá, como um forte pólo turístico. Apelo em favor da conclusão do Aeroporto de Macapá.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TURISMO. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Registro da realização, no Amapá, ontem, do Seminário Desenvolvimento do Turismo na Amazônia, para debater o conjunto do potencial turístico na região, e S.Exa. ressalta as qualidades do Amapá, como um forte pólo turístico. Apelo em favor da conclusão do Aeroporto de Macapá.
Publicação
Publicação no DSF de 25/11/2009 - Página 61438
Assunto
Outros > TURISMO. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, REALIZAÇÃO, ESTADO DO AMAPA (AP), SEMINARIO, ANALISE, RIQUEZAS, TURISMO, REGIÃO AMAZONICA, DEBATE, PROJETO, REESTRUTURAÇÃO, AEROPORTO, MELHORIA, HOTEL, QUALIFICAÇÃO, MÃO DE OBRA, SETOR, IMPORTANCIA, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA.
  • SOLICITAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA AEROPORTUARIA (INFRAERO), AGILIZAÇÃO, CONCLUSÃO, AEROPORTO, MUNICIPIO, MACAPA (AP), ESTADO DO AMAPA (AP).
  • DETALHAMENTO, RIQUEZAS, TURISMO, ESTADO DO AMAPA (AP), PRIORIDADE, PRESERVAÇÃO, MEIO AMBIENTE, QUALIDADE DE VIDA, POPULAÇÃO, INCENTIVO, ECONOMIA, AMBITO REGIONAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mão Santa, Srªs e Srs. Senadores, desde há muitos anos que os países dotados de belos recursos naturais e equivalentes obras do gênio humano sabem que a indústria do turismo é uma das mais rentáveis fontes de recursos financeiros. E isso pelas duas pontas: a entrada de divisas com os turistas externos e a geração de empregos para os nativos. Além disso, as áreas e cidades inseridas no circuito turístico beneficiam-se com a melhoria de sua infraestrutura urbana, do transporte local e interurbano e do comércio local. Enfim, fazer turismo, ou melhor, produzir turismo é hoje um dos mais rentáveis negócios do mundo.

            No Brasil, Sr. Presidente, não é diferente, com a vantagem de que temos simultaneamente a natureza e a criação do homem como elementos abundantes para motivar turismo em todos os recantos do País.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Estado do Amapá foi palco, no dia de ontem, do seminário estadual Desenvolvimento do Turismo na Amazônia, evento proposto pela nobre Deputada Federal Fátima Pelaes. Esse seminário foi importante para analisar o conjunto do potencial turístico da região amazônica e debater projetos específicos como a reestruturação aeroportuária, a melhoria da rede hoteleira e a capacitação de mão de obra ligada ao turismo. Tudo isso levando sempre em consideração a preservação ambiental, característica singular do meu Estado.

            Eu quero aqui, Sr. Presidente, fazer uma referência a essa questão aeroportuária, mais especificamente à questão ligada ao Aeroporto de Macapá. Eu solicito encarecidamente ao Sr. Presidente da Infraero e quero a boa leitura do Senhor Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva para que vejam o Amapá com o respeito que ele merece, porque a situação em que se encontra o Aeroporto de Macapá, uma obra parada há cerca de três anos, Sr. Presidente, com dinheiro público sendo ali deteriorado, jogado fora, é uma tristeza muito grande para nós.

            Aí, Sr. Presidente, é que vemos o quanto o Norte do nosso País, principalmente os pequenos Estados, que têm uma composição de forças políticas menor do que os grandes Estados na âmbito da Câmara Federal, é desprezado, é menos atendido, é menos olhado.

            Temos um aeroporto, Senadora Serys, que está parado há três anos. É uma obra grande, toda a infraestrutura de concreto já está pronta, mas, em função da corrupção que houve naquela questão ligada a uma determinada construtora, resolveram parar a obra. O Tribunal de Contas deu um parecer e a obra está parada, não temos notícia do andamento dessa obra.

            Isso é um prejuízo enorme para a Nação. Tenho certeza absoluta de que, se o Senhor Presidente da República tomar conhecimento da realidade em que se encontra o aeroporto de Macapá, ele vai resolver essa questão, até por dó dos amapaenses. Realmente não conseguimos entender, Senador Mozarildo, como a Infraero, com toda essa força que tem, com todo esse poder que tem para fazer reformas e mais reformas, tornando os aeroportos das grandes cidades altamente luxuosos, não pode fazer a conclusão do nosso aeroporto, que é um aeroporto pequeno, simples, deixando-o jogado às traças e às baratas, com as críticas em cima de todos nós. E, mais ainda, nós passarmos, não digo, especificamente, o vexame, mas o constrangimento de vermos, a cada dia, nossos passageiros... Porque lá não temos... Não é questão de classe A, B, C, não. Todos, praticamente, viajamos de avião, devido à dificuldade que nós temos de utilizar transporte marítimo e à inexistência de ligação via terrestre. Então, não é uma questão de querer favorecer uma faixa privilegiada da população, não; são todos aqueles que usam os aviões.

            Sr. Presidente, segundo notícias veiculadas no jornal Diário do Amapá do dia de hoje, a Secretária Estadual de Turismo, Célia Brazão, reafirmou que existem projetos destinados a incrementar a atividade turística do Estado, reestruturando esse importante gerador de emprego e renda para o Amapá.

            Por tudo isso, Sr. Presidente, eu quero ressaltar, mais uma vez, as qualidades e trunfos do Amapá como polo turístico de forte potencial de atração.

            Situado nas bordas da Amazônia, junto ao Oceano Atlântico; fronteiriço com países de línguas diversas, como o francês, da Guiana Francesa, ou o holandês, do Suriname, o Amapá reúne características privilegiadas para o desenvolvimento do turismo ecológico e do turismo de aventura.

            Com luxuriante vegetação tropical amazônica, nosso Estado tem sua cobertura vegetal nativa preservada em sua quase totalidade, pois é o detentor do menor índice de desmatamento de sua vegetação original - apenas 2%.

            A maior parte do seu território é ocupada por florestas e o restante é composto por cerrado e várzea. No litoral, praias semivirgens se revezam com manguezais, formando a maior representação brasileira desse bioma, onde a mistura de água salgada e doce propicia a reprodução da cadeia alimentar de numerosas espécies animais.

            Nossa capital, Macapá, tem uma peculiaridade própria de poucas cidades do mundo: é a única capital de Estado brasileiro cortada pela linha do Equador.

            Além disso, Macapá preserva a memória de nossa história em bem conservados monumentos que refletem a obra do homem na formação cultural de nosso Estado. Nesse conjunto, destaca-se o belíssimo Forte de São José, na entrada da cidade, marco da influência francesa na cultura regional e um dos monumentos militares mais bem preservados em todo o País.

            Muitos são os locais que representam a história do Estado do Amapá. A Igreja de São José de Macapá, de 1761, é o monumento mais antigo da cidade e guarda ainda os antigos traços coloniais.

            Na Casa do Artesão, é possível comprar cerâmica revestida com pó de manganês e artesanato indígena, cuja beleza ganha destaque nos armamentos produzidos com madeiras nativas e a diversificada gama de utensílios e ornamentos confeccionados com dentes, ossos de animais, penas de pássaros, sementes e fibras vegetais.

            Situada em plena Amazônia, na beira do estuário do Amazonas, Macapá é lugar perfeito para se admirar a passagem das aves migratórias vindas de outras partes do mundo, ou os flamingos, tucanos, guarás, tartarugas marinhas e de rio, exemplares de jacaré-açu, peixe-boi, tamanduá-bandeira e muitos outros.

            Ali, de frente para a Ilha de Marajó, os macapaenses veem o rio Amazonas ganhar ares de mar nas praias da Fazendinha e do Araxá, preparando-se para desaguar no oceano e produzir as deslumbrantes pororocas.

            Srªs e Srs. Senadores, o Estado do Amapá fez a opção de desenvolver o turismo sustentável como forma de preservar a qualidade de vida da população e, ao mesmo tempo, alavancar e economia local. Hoje,essa atividade é um dos mais promissores setores da economia amapaense.

            O Parque Nacional do Tumucumaque, por exemplo, é a maior unidade de conservação do mundo em área florestal tropical. No bloco oeste da área do parque, a floresta densa, com árvores emergentes, domina as porções mais movimentadas do relevo local, a Serra do Tumucumaque.

            Nos morros do tipo “pão-de-açúcar”, a vegetação é esparsa e com predominância de bromeliáceas e cactáceas. Tumucumaque tem uma fauna muito rica e pouco estudada, que vai desde espécies espetaculares de mamíferos, como a onça e a suçuarana, até as araras, marianinhas, jacus, beija-flores multicoloridos.

            A região abriga as nascentes de todos os principais rios do Amapá, com destaque para o Oiapoque, o Jari e o rio Araguari. O rio Oiapoque faz a fronteira do Brasil com a Guiana Francesa, tendo um traçado retilíneo, encaixado em extensa fratura tectônica.

            O rio Jari constitui a divisa entre o Estado do Pará e o Estado do Amapá. E o rio Araguari é o principal curso d’água do Amapá, gerando energia e fornecendo água para abastecimento urbano.

            Srªs e Srs. Senadores, o Amapá, desde o longínquo período em que foi disputado por potências europeias como a França e a Holanda, que tentaram subtraí-lo ao domínio de Portugal, até sua lenta passagem de Território a Estado federado, mantém intacta sua vocação para o ecoturismo e o turismo de aventura.

            O aporte que esse segmento de atividade econômica trará para o desenvolvimento do Estado é inegável e já faz parte da consciência das autoridades estaduais e começa a se consolidar no ideário do povo. Esse é o caminho certo para que o turismo se torne um dos principais meios de alavancagem do desenvolvimento socioeconômico de nosso Estado.

            Por isso, convido meus nobres Pares, que ainda não conhecem as belezas do Amapá, a virem visitar-nos e desfrutem de um dos mais belos pedaços da terra brasileira.

            Aos brasileiros e brasileiras de todos os cantos deste País, que nos ouvem e nos assistem pela Rádio e pela TV Senado, eu, aqui neste momento, formulo o convite para virem conhecer as experiências que o turismo de aventura ou o turismo na natureza podem propiciar.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/11/2009 - Página 61438