Discurso durante a 227ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagens aos funcionários da área de comunicação do Senado, pelo avanço deste sistema. Comentários sobre os discursos do Parlamentar Paulo Brossard. Referência a palestra que dará no Piauí, sobre ética na política. Sugestão para que o Congresso Nacional discuta a implantação e continuidade de programas assistenciais.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. LEGISLATIVO.:
  • Homenagens aos funcionários da área de comunicação do Senado, pelo avanço deste sistema. Comentários sobre os discursos do Parlamentar Paulo Brossard. Referência a palestra que dará no Piauí, sobre ética na política. Sugestão para que o Congresso Nacional discuta a implantação e continuidade de programas assistenciais.
Publicação
Publicação no DSF de 28/11/2009 - Página 63114
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ATUAÇÃO PARLAMENTAR. LEGISLATIVO.
Indexação
  • HOMENAGEM, ATUAÇÃO, FUNCIONARIOS, SETOR, COMUNICAÇÃO SOCIAL, SENADO, MELHORIA, SISTEMA.
  • ANUNCIO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CONGRESSO, PREFEITO, VEREADOR, REGIÃO NORDESTE, REALIZAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), ASSUNTO, ETICA, POLITICA.
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, CONFERENCIA, MUNICIPIO, TERESINA (PI), ESTADO DO PIAUI (PI), DEBATE, REFORMA POLITICA, RESPONSABILIDADE, NATUREZA FISCAL, DIREITOS SOCIAIS, ELOGIO, ESCOLA TECNICA, ESPECIFICAÇÃO, SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL (SENAI).
  • ESCLARECIMENTOS, ORIGEM, MODELO, LEGISLATIVO, BRASIL, REGISTRO, IMPORTANCIA, ATUAÇÃO, RUI BARBOSA, VULTO HISTORICO, REPUDIO, IDEOLOGIA, EXTINÇÃO, SENADO, CRITICA, SALARIO, PROFESSOR, MEDICO.
  • SUGESTÃO, CONGRESSO NACIONAL, MELHORIA, PROGRAMA ASSISTENCIAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Pedro Simon, que preside esta reunião de sexta-feira, 27 de novembro, Parlamentares na Casa, brasileiras e brasileiros aqui no plenário e que nos assistem sob o fabuloso sistema de comunicação do Senado, a televisão, muito buscada hoje, sintonizada, porque leva a verdade, e os seus profissionais técnicos de alto padrão, a Rádio AM e FM ondas curtas, a Voz do Brasil, os jornais do Senado, também muito bem confeccionados, o jornal diário e jornal semanário, e mais a agência de notícias do Senado. Eu hoje rendo homenagem a todos os funcionários. Fernando Mesquita tem dado um avanço nesse sistema de comunicação que eu acompanho.

            Mas, Pedro Simon, eu estava aqui ouvindo V. Exª e queria dizer que li o livro de 80 anos de Paulo Brossard. Então, ele relata que fazia discursos de três horas e meia. Três horas e meia, Pedro Simon! Marcava o dia, e as galerias todas ficavam superlotadas, a Câmara vinha ouvi-lo. Isso foi inibido. O Governo revolucionário, presidida a Assembléia por Petrônio Portella, resolveu limitar: o orador só podia falar uma hora. Aí o Paulo Brossard passou a vir três vezes por semana e fazia três discursos, que foram importantes para a redemocratização.

            Pedro Simon, eu estava vendo as coisas. As coisas mudaram. Naquele tempo, não tínhamos esta televisão de grande audiência, eu sei, eu sinto. Eu tenho sido parado no exterior por brasileiros a passeio e por pessoas do Brasil que vivem no exterior e sintonizam a televisão, Pedro Simon.

            Os tempos mudaram...

            Eu sei que as galerias se enchiam para ouvir o gaúcho, Paulo Brossard. Mas, Pedro Simon, tenho toda certeza de que o País parou para ouvi-lo. Essas coisas acontecem. São os tempos. E, quanto a esse pronunciamento que eu estava atentamente ouvindo, vou ouvir a reprise, porque chegou aí a executiva, e há a parte burocrática, que tive de encaminhar. Tive de assinar essas sessões todas e perdi alguns instantes, mas vou recuperá-los à noite. Era pelo cumprimento de missão, porque não posso parar o staff administrativo do Senado. Então, naquele instante, quando ocupava a Presidência - viu, Pedro Simon, como V. Exª neste instante está fazendo -, eu era solicitado a assinar alguns documentos da administração. Mas quero dizer-lhe que à noite vou pegar, sintonizar e, centralizado, não vou perder uma palavra de V. Exª.

            Mas, eis aqui, Pedro Simon, não se perde. Eu já tinha lido. Aliás, a bem da verdade, vou dizer: tenho uma encantadora mulher. Ela é mais preparada do que eu. Este livro é dela. Eu já tinha lido.

            Eu fui convidado para dar uma palestra... E o mundo não está perdido, não. Não pense que as palavras de V. Exª são em vão. V. Exª não está pregando no deserto. A voz de Pedro Simon adentrou os lares e os corações de todo o Brasil. Essa paz da democracia muito devemos a sua autoridade moral. Nós vimos, sofremos, quando queriam destruir o Senado da República. As suas virtudes e a sua moral tornaram-se como aquelas muralhas das cidades antigas.

            Pedro Simon, lá no Piauí, às 16 horas, vou dar uma palestra, por isso eu estava ouvindo. Então, não está tudo perdido, não. É parte de uma programação de um congresso. É um congresso para Prefeitos e Vereadores do Nordeste. E fui convidado para encerrá-lo. É sobre ética na política.

            Aqui nós o temos. Entendo e posso analisar que tenho a esperança de ser um Pedro Simon. Vou desobedecer a Cícero, que foi um grande advogado, um grande orador, um grande Senador.

            Ele disse: “Nunca fale depois de um grande orador”. E vou ter de falar depois do Pedro Simon.

            Mas quero dizer que me colocaram, Pedro Simon, para terminar um congresso lá no Rio Poty Hotel, Avenida Marechal Castello Branco, em Ilhotas, Teresina.

            Houve uma palestra sobre responsabilidade fiscal, outra sobre reforma política, outra sobre o Município e o direito da alimentação, ministrada pelo Deputado Federal Nazareno Fonteles. E eu encerrarei esse debate.

            Pedro Simon, com certeza, fui escolhido, porque V. Exª, com generosidade, tem-me dado apoio. V. Exª foi o primeiro que me apoiou para disputar um cargo na Mesa. Mesmo se o Partido não me indicasse, V. Exª disse que estaria comigo numa eleição com o meu nome. E quero crer que, por isso, convidaram-me para encerrar, porque V. Exª... Se Ulysses era o Sr. Diretas, Pedro Simon é o Sr. Ética. Acho que, se convidassem o senhor, lá do Rio Grande do Sul, para dar uma palestra para Vereador, seria difícil. E, por essa amizade que o senhor devota a mim e que relembra o princípio cristão de minha mãe, terceira franciscana, eles me colocaram para encerrar o congresso, hoje, no Poty, de Prefeitos e Vereadores do Nordeste, sobre ética na política.

            Mas quero dizer, Pedro Simon, que isso que V. Exª falou foi de uma contribuição ímpar e extraordinária. Assim é o mundo. Eles falaram, homens virtuosos como V. Exª.

            Gosto do Luiz Inácio; nós, brasileiros, gostamos. Mas não é assim como ele pensa, não. “Nunca antes”, não. No antes, no antes, Luiz Inácio, no antes houve muita gente. E compreendo; não sou daqueles, sou o pai da Pátria, não sou ainda o Pedro Simon, mas quero dizer que compreendo. Este negócio de dizer que Luiz Inácio é ingênuo, não; pelo contrário, tenho dito que ele foi fruto de um Brasil organizado, o Brasil que teve o antes. Ô Pedro Simon, sei o que é a escola do Senai; foi a minha família que criou a Federação das Indústrias no Estado do Piauí, meu tio, padrinho Zeca Corrêa. Hoje, é dirigida pelo meu irmão. Sei o que é uma escola do Senai; não fui eu, mas minha família. Escola-modelo, brasão, foi um símbolo das escolas técnicas com resultados positivos.

            Então, nosso Presidente teve este privilégio de nascer em um País organizado e de ser aluno do Senai. Sei o que é o Senai. Acho que, no Rio Grande do Sul, V. Exª tem a mesma observação sobre as escolas técnicas. Técnicas. Mas foram um primor, para que digamos aqui que não houve este negócio de nunca antes. Houve o antes.

            Roberto Simonsen. Conheceu-se Henrique Simonsen. Foi ele que teve essa espelhação, quase como Alberto Pasqualini, o líder de V. Exª. Tinha de haver ganhos; como os protestantes Max Weber e Calvino diziam: tinha de haver lucro, mas o lucro em benefício da sociedade. Era isso. Então, Roberto Simonsen criou essas escolas técnicas, e o Lula - Luiz Inácio - se beneficiou.

            Agora, temos de entender. E entendo, sei o valor dele, mas sei também que ele é rodeado de aloprados por todo lado. Nunca vi tanta sem-vergonhice em uma política na História do Brasil! Ele é esperto. E ninguém melhor do que eu para explicar isso, nem o Pedro Simon. Vou dizer por quê: sou cirurgião. Para onde vamos, levamos nossa formação profissional.

            Pedro Simon, às vezes dá certo. Juscelino era um médico cirurgião. Como se aprende cirurgia? Você pode... Eu estudei muito, gostei de estudar: Oton de Lima, Madden... Mas se pode pegar um cirurgião bom, ficar olhando, pedir para segurar as pinças. E, de repente, você é um cirurgião. Quer dizer, usei os dois mecanismos: a teoria, para não errar, daqueles que tiveram a experiência... Mas fiquei olhando o Professor Mariano de Andrade. Fiquei “puxando o saco” dele, para ele me deixar entrar na sala de cirurgia e pegar na pinça.

         Eu me lembro... Para você ver como se aprende cirurgia... V. Exª sabe o que é o poder político, e eu aprendi. No meu hospital havia dois chefes: Raimundo Brito, que foi Secretário de Saúde e Deputado Federal, e Mariano de Andrade, um cientista, um bom, o “cara” na cirurgia, como se diz. Então, Raimundo Brito e Mariano de Andrade.... Dois serviços, e eles se acomodaram. Um era chefe de cirurgia de homem, e o outro, de mulher. Não existe isso, mas era para acomodá-los, porque o outro vivia no mundo político, buscando dinheiro para o Hospital dos Servidores do Estado, o Ipase. O político, de vez em quando, tem os seus ciclos, e ele tinha que ser chefe quando voltava.

         Mas eu lembro que aí o Raimundo de Brito manda para o Hospital... Moraes... - porque o meu chefe era o Mariano e ele estava ausente. “Não, eu conheço. Quem não conhece o senhor, Ministro da Saúde, autoridade? Não está, aqui, mas eu sou residente de Mariano”. “Pois é. Reserva aí um apartamento, que vai a Dª Iolanda Costa e Silva, que me chamou - sou Ministro - para um apendicite. Ao meio-dia eu vou passar aí para operar”. Apartamento, residente... Às 10 horas da manhã, o Mariano de Andrade chegou: “O Moraes?” “É... até o telefone”. Ministro, aquilo era honroso para um residente. “Mas está lá, no jeito. Está lá a Dª Iolanda com a netinha, apendicite, que ele disse que fez. E ele vai passar aqui ao meio-dia para operá-la”. Olhem como é a vida!

            Aí, o Mariano de Andrade olhou e disse: “Moraes, bote ela na sala que quem vai operá-la sou eu.” Às 10 horas da manhã, quando Raimundo de Brito chegou, o Mariano de Andrade já tinha operado a menina.

            Mas eu quero dizer como a gente aprende cirurgia. O Luiz Inácio, hoje, tem essa sabedoria. Ele pode não ter gostado, como eu gostei, de ler os livros. Passei horas e horas nos braços da Adalgisa, mas mais horas, talvez, nos braços dos livros. Ele não, mas o homem viajou muito na vida. Ele lutou na sua luta sindical, na sua construção de um partido político e nas lutas políticas mesmo. Fracasso, não. Só é fracassado quem aceita a derrota. Ele não aceitou. Ele tomou muitas pancadas políticas, que nós sabemos, mas o sujeito só é fracassado quando ele mesmo aceita. E ele não aceitou. E ele aí saiu, como eu saí, olhando cirurgias, olhando para o mundo: viu governantes, viu países; viu por que países são ricos e por que países são pobres.

            Então, tem muitos, muitos e muitos cirurgiões que não são muito afeitos à teoria, aos cursos, mas são brilhantes, porque se entregaram ao lado prático. Foi isso o que houve com Luiz Inácio, está ouvindo, Pedro Simon?

            V. Exª é um sábio, é um estadista, mas V. Exª não tem o conhecimento dos mundos, dos governos e das civilizações - e nem eu, de jeito nenhum. Os poucos países a que fomos, algumas vezes nós nos esforçamos... - não é, Pedro Simon? Mas ele teve isso que lhe deu essa vivência, e vai lá para Copenhague. É isso tudo.

            Mas, Pedro Simon, o que eu quero dizer é o seguinte: nem tudo está perdido. Ainda, Prefeitos e Vereadores se reúnem para estudar, para aprender na ética. Mas nós não podemos dizer, como o nosso Presidente: “Nunca antes”... Que nunca antes?! A civilização foi uma conquista. Nós temos que entender.

            Vamos ler Péricles, lá onde nasceu a sabedoria, o governante Péricles. No século de Péricles, já tinha a democracia. Ele se fez na democracia. A força, Pedro Simon, de Péricles era como a força de V. Exª: a palavra. A democracia era direta. Péricles ia para a praça e dizia: “Vamos dar terra para o pobre”. Aí levantava a mão, e estava resolvido. “Vamos dar...”. Ele deu, o Péricles. “Vamos dar dinheiro para os pobres poderem frequentar o circo”, está ouvindo, Pedro Simon? Fez a Constituição de Péricles, Luiz Inácio, e nós somos filhos de lá. Não foi nunca antes não. Fez a Constituição primeira, muito, muito, muito antes de Cristo, que eu represento, como cristão e como Partido Social Cristão, no qual eu ingressei. Muito! Ele fez a primeira Constituição. E que beleza! Por isso é que nós nos curvamos à Grécia, a Atenas.

            Que beleza! Lá está, Pedro Simon, que todo mundo tem direito de enriquecer, através do trabalho, que isso é legítimo. Essas teses de Calvino, os protestantes, que estão crescendo, graças a Deus, acreditaram nesta ética do trabalho que faz riqueza. Calvino, Max Weber... É, Pedro Simon... Mas o Péricles dizia que, para o serviço público, não tem negócio de cor, de sangue, de riqueza; é para quem tenha mérito, que tenha as virtudes da honestidade! Ele já pregava lá.

            Evidentemente que aquela democracia era complicada, Pedro Simon. Ir para a praça, para o areópago. “Vamos dar dinheiro para os pobres!” Aí, o povo levantava, e ele dava terra para pobre.

            O termo ostracismo... Se tinha mau comportamento, se era assassino, não tinha a máquina eletrônica, muito menos o papel. Ele mandava buscar e fazia uma eleição. “Vai para fora, vamos botar...”. A cédula era uma ostra, Pedro Simon. Então, os caboclos lá, na democracia direta, representativa, iam buscar uma ostra. Quando tinha um montão de ostras, era o ostracismo. Então, aquela era a democracia direta. Agora, era muita confusão...

            Já pensou, Pedro Simon? Entrava pela madrugada, chegava um bêbado, porque já tinha cerveja, já tinha vinho - isso é velho -, querendo falar e falava. Não podia dar certo.

            Aí a Itália, a democracia representativa que somos nós, e Cícero, que era o Pedro Simon lá dos romanos, falava - está aqui, ô Pedro Simon: “O Senado e o povo de Roma”. Basta isso. Nós podemos dizer, e dizemos, eu digo, eu posso: o Senado e o povo do Brasil. Eu falo pelo povo do Brasil.

            Então, é essa a grandeza do Senador que nós herdamos, do que eles dizem que era o maior orador da história do mundo. Mas eles não conheceram o Pedro Simon. Por isso, ele está envaidecido. Se ele tivesse visto V. Exª...

            Mas o fato é que nós fomos melhorando, melhorando, e teve muito antes. Não é como Luiz Inácio: “Nunca antes...” Que nunca antes! Que coisa, Luiz Inácio! Que nunca antes!?

            Por que o Rui Barbosa está trepado ali? Por que o Cristo está trepado ali? E muito antes deles, muito antes, Lula, Luiz Inácio, muito antes do Cristo, muito antes do Rui Barbosa, lá nessa Grécia, do exemplo de Péricles, surgiu um homem que disse que sabia tanto e morreu injustiçado. Foi forçado a tomar veneno.

            Sócrates deu grande ensinamento: “Sei que nada sei”. Ele, que era chamado a explicar os fenômenos, a ensinar os reis, ensinou a humildade, Luiz Inácio. Muito antes, havia sábios que nos ensinavam a humildade. Dizer “nunca antes...” Não! Eu estou é para ensinar. Luiz Inácio é o Presidente, eu sou o pai da Pátria. Senador é isso. E ele não escreveu nada, como, depois dele, Cristo nada escreveu, e nós seguimos. Mas Cristo não teve os apóstolos? Nós não somos cristãos? Ele teve os seus discípulos.

            E Platão, que está aqui, ó Pedro Simon, Platão escreveu tudo o que aprendeu com Sócrates, que, muito antes de Cristo, já pregava as virtudes, entendeu? E Platão teve um discípulo chamado Aristóteles, que disse que o homem é um animal político - ninguém ousou desmenti-lo -, e esse animal político saiu melhorando as coisas: em Roma, na França. Esse animal político, insatisfeito com as formas de governo, Pedro Simon, os reis, que seriam Deus na terra - o Absolutismo... Daí nós impedirmos...

            Aqui nós temos rei, como lá em Cuba, como na Venezuela - fazem o que querem -, no Equador - o menino Correa, o índio Morales, o padre reprodutor do Paraguai. Na Nicarágua, aquela confusão e, em Honduras, porque os militares cumpriram o seu dever constitucional.

            Se nós... Esses aí querem ser reis! Não tem diferença de Fidel, de Chávez para um rei. O que era o rei? O seu regime era eterno - o Fidel Castro começou e está aí, não saiu não, e nem Chávez. Agora, aqui, quem não deixou foi o Senado da República, porque nós sabemos... Só nós, não foi a Justiça, não foi a OAB, não foi a Igreja - a UNE envergonhou a história da bravura dos jovens do Brasil. Eu sou do tempo em que se cantava: “Vem, vamos embora, que esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Esse era o nosso hino, hino com que nós, da UNE, fizemos cair a ditadura. Hoje ela foi corrompida. Aqui não, aqui o jogo... Os pais da Pátria não se renderam.

            E tem que haver a divisão do poder. O povo, na rua, gritou: “Liberdade, igualdade, fraternidade” para derrubar os reis, que eram absolutos, era o “L’État c’est moi”. Divisão de poder e alternância de poder! E isso fomos nós. E por que... Nunca antes? Não, porque este aí, este, Rui Barbosa, perseguido... Apesar de cem anos depois, o grito “Liberdade, igualdade, fraternidade” chegou aqui, instalou-se a República. O primeiro... O segundo era duro, está ouvindo, ô Pedro Simon?

            Não sei se era o Médici ou esse Floriano Peixoto... Floriano Peixoto era o General de Aço... Como é? “De ferro”. Olha, ele botou nesse Rui Barbosa, que o Rui Barbosa saiu daqui com medo, foi para Buenos Aires, fugiu e acabou na Inglaterra. Ele não era melhor do que nós não, ele não era melhor do que o Pedro Simon não, ele apenas passou dois anos na Inglaterra, tinha que aprender inglês. Se o Pedro Simon passar dois anos lá... Aí ele foi para Haia, falou em francês... Mas ele era um dos nossos, é o nosso pai, é o nosso símbolo, é o nosso, mas ele era do Senado.

            Então temos isso, porque ele lá.... Está ouvindo Pedro Simon? Ele viu... Por que é bicameral? A ignorância é audaciosa, esses aloprados não sabem nada, não estudaram, são uns aproveitadores, aproveitaram a popularidade do Lula e se acobertaram, um bocado de boçal, ignorante, aloprados que não sabem de nada. Por que somos um sistema bicameral? Por que temos o Senado?

            É o seguinte... Está ouvindo Pedro Simon? E ele que trouxe, ele que trouxe. Podia ser o Pedro Simon. Ele passou 32 anos no Senado; o Pedro Simon já tem direito aos 32. Está com quantos anos? Com seu mandato completa 32, depois pode até ganhar outro e passar do Rui Barbosa.

            Então, o Rui Barbosa viu a Inglaterra avançada. Mudou o mundo. O mundo teve uma primeira onda, onda da agricultura. Se ficava no campo.... A onda industrial, a segunda onda: o homem passou a viver na capital, na cidade grande, foi a onda industrial. Então os ingleses têm esse mérito.

            E lá tinha um Parlamento... Surgiu um rei, Carlos I, que queria “L´État c´est moi” e fechou o Parlamento.

            Aí é que vocês tem de saber o valor do salário. Vejo uns aloprados, uns ignorantes, uns sem-estudo! O Luiz Inácio é inteligente, é sabido, mas há uns boçais, uns ignorantes que dizem “fechar o Senado”. Se se fechar o Senado, estará lascado o Brasil! Esta Casa não é minha, não; não sei nem se volto. Não é não, Pedro Simon? Mas tenho um entendimento.

            Atentai bem! Chegou lá o Rei Carlos I e fechou o Parlamento, não é, Pedro Simon? O cão atenta, eles entram em guerra com a Escócia. Aí o rei se viu aperreado, porque não tinha dinheiro. Aí só houve um jeito: o rei abriu de novo o Parlamento, porque o Parlamento inglês tinha credibilidade para conseguir dinheiro para a guerra. Eles abriram o Parlamento. Mas Emily Crown, que, como V. Exª, era firme, disse: “Está certo, boto, vamos funcionar, mas vamos fazer aqui um acordo”. Por isso é que há Câmara; por isso é que há Senado. Disse: “Vamos fazer um Parlamento”. Nós, que temos credibilidade, voltamos; eu volto. Mas ele disse: “Jamais o rei vai ficar acima da lei”. Aí se fixa o Parlamento, o Parlamento monárquico.

            Voltamos, eu abro o Parlamento, nós, que temos credibilidade, fazemos isso. Quem tem credibilidade somos nós. Pedro Simon a tem, eu a tenho. Sou filho do voto e da democracia, como o é também Luiz Inácio.

            Aí ele voltou, ele impôs a condição - está ouvindo, Pedro Simon? - de que jamais o rei ficasse acima da lei. Está aí a Inglaterra no seu regime bicameral monárquico, com a Rainha. O Senado deles, vamos dizer, é composto de médicos, de pessoas que têm história, pessoas de família antiga. E há a Câmara, que é ligada ao povo eleito. O regime é bicameral.

            Os Estados Unidos, que são filhotes da Inglaterra, copiaram o regime bicameral presidencialista - não há rainha lá, mas o regime é bicameral. E Rui Barbosa viu isso. Um tal de John Locke ficou como autor disso - está ouvindo, Pedro Simon? -, mas foi o Senador Emily Crown que o disse. Mas quem escreveu foi John Locke, que aparece aí explicando. E nosso modelo é esse.

            Rui Barbosa - daí seu valor -, com medo do Marechal de Ferro... Ele ainda tinha dois anos de mandato, e o Marechal de Ferro... Seu sucessor morreu. Ele ia voltar. Aí ele voltou e não queria assumir, Pedro Simon. Mas aí ele foi. O mandato era de oito anos, e ele cumpriu o final do mandato. Depois, o povo da Bahia nunca lhe faltou, como o povo do Rio Grande do Sul nunca faltou a Pedro Simon. Não é verdade, Pedro Simon? Ele volta sem nem ir lá, porque ele passou pela Inglaterra. E Rui Barbosa trouxe isso.

            Então, somos bicamerais por isso. O Senado é o pai da Pátria, é uma inspiração divina. Se aqui não houvesse o Senado, haveria o terceiro mandato do Luiz Inácio. Sou contra qualquer um, sou pela democracia, que significa divisão e alternância no poder. Quem quer o terceiro mandato quer também o quarto. Pergunte ao Fidel Castro! Não quer não, Pedro Simon? Quem quer o quarto mandato quer o quinto. Pergunte ao Chávez! Quem quer o quinto mandato quer o sexto. Os aloprados começam a se aproveitar. Imaginem quantos aloprados existem em torno do Luiz Inácio!

            Senador Pedro Simon, V. Exª nunca se utilizou disso. V. Exª foi um Governador extraordinário. O DAS-6, nós não o assinamos. Nos governos de Estado, há DAS-1, DAS-2, DAS-3 e DAS-4. Quem tem um DAS-4, brasileiros e brasileiras, ganha R$10.548,00. Anote aí: são R$10.548,00. Anotou? São reais, viu, Pedro Simon? E a professorinha? Recebe R$960,00? O piso sonhado por Cristovam foi abortado. V. Exª sabe disso, não é? Abortou-se o piso de R$960,00. Um aloprado, com assinatura do nosso Luiz Inácio, quanto ele ganha? Um aloprado ganha R$10.548,00. É um nomeado, com DAS-6, sem concurso. Entrou pela porta larga, como se diz na Bíblia, da safadeza, da sem-vergonhice, não pela porta do Estado. Pedro Simon, sabia que é de R$10.548,00? Ontem, li um manifesto do Piauí que dizia que os médicos vão entrar em greve. O Governo do Estado é do Partido dos Trabalhadores. Ganham R$1.010,00. E um aloprado quanto ganha?

            Então, esse pessoal fica atentando o Luiz Inácio. Dizem “fica, fica, fica”, para que eles fiquem. Está cheia de aloprado essa praça. Só há uma assinatura. São R$10.548,00! E o que conserta isso? A alternância de poder.

            Dizem que Luiz Inácio fez um bocado de coisa boa. A melhor coisa foi a valorização do trabalho. O salário mínimo não dava condição de vida, era de US$70. Com nosso apoio aqui, com o apoio de Paulo Paim e de Pedro Simon, ele é hoje de US$250.

            Rui Barbosa ensinou: a primazia do trabalho e do trabalhador; ele é que veio antes, ele é que faz a riqueza.

            Ninguém pode ser contra caridade, mas essa Bolsa Família, ô Pedro Simon, tem de ser melhorada por nós, que sabemos. Nós temos competência para isso. Está ouvindo, Pedro Simon? Se eu estivesse na Presidência da República, V. Exª seria meu Richelieu. E resolveríamos isso facilmente, porque eu sei, eu sou o pai da Pátria, eu fui prefeitinho, eu fui governador. Luiz Inácio não o foi. Franklin Delano Roosevelt, que governou quatro vezes os Estados Unidos, disse: cada pessoa que vejo é superior a mim em determinado negócio, e eu procuro aprender. Então, fui prefeitinho, e Luiz Inácio não o foi; fui governador, e ele não o foi. Como é que se resolve isso? Resolve-se. Ô Pedro Simon, resolve-se. Quem deveria estar lá éramos nós mesmos. Se eu fosse Presidente, V. Exª seria o meu Richelieu. Bota aí, bota o Richelieu aí: Pedro Simon.

            É o seguinte, Pedro Simon: prefeito sabe de tudo e é gente boa. Olha como eu resolveria isso! Esse negócio de ganhar sem trabalhar não é comigo, não. Isso é contra Deus. Eu represento o partido de Deus, o partido de Jesus. “Comerás o pão com o suor do teu rosto.” Pedro, essa é uma mensagem de Deus para os governantes propiciarem trabalho. Eu entendo assim, entendo bem. Está ali o João Pedro, mas foi o Apóstolo Paulo que disse que quem não trabalha não merece ganhar para comer. E estou com o Apóstolo Paulo. Caridade, eu sempre dou, sempre fiz. Mas, Pedro Simon, com esses treze milhões, sabe o que eu fazia agora? Pedro Simon é meu Richelieu e está atento aí. Pedro, seria muito fácil: eu pegaria essas bolsas e as daria para o prefeito. O prefeito dá mais “x” em dinheiro; e o governador, “y”. Aumentava-se, multiplicava-se. Eu encaminhava todos eles para o trabalho. É fácil, fácil! Cada prefeitinho, em sua cidade, determinaria: “Aquele ali é forte, é do campo, vai ser guarda municipal, vai tomar conta da praça, vai vigiar; a mulher é do campo, sabe arte culinária”. Completaria o prefeito: “Você tem um emprego de vergonha e vai fazer a merenda escolar. Você, que é do campo e sabe plantar, vai cuidar da praça, vai ser jardineiro”. Em pouco tempo, em cada serviço social municipal, esse pessoal seria colocado para trabalhar.

            Sei que é momento de emergência e que é preciso caridade, mas não me preocupo com eles, não; eu me preocupo com os filhos deles. Padre Antônio Vieira disse: “O exemplo arrasta. Palavra sem exemplo é um tiro”. Imaginem os filhos vendo, por um, cinco, dez, quinze anos, o pai e a mãe sem trabalhar! Acho que não é por aí, não.

            Ele tinha necessidade e estava com fome. Não sou contra a caridade. Meu nome é Francisco. Mas está na hora - viu, Pedro Simon? - de o Congresso aprimorar esse ato de caridade e de generosidade e encaminhá-los para o trabalho, que dá dignidade, que dá grandeza, que realiza e que o mundo todo aceita, desde Cristo.

            Essas são minhas palavras. Esta sessão serve para que cada Senador, num período mais demorado, apresente suas teses. E nossa tese é esta: acreditamos na democracia.

            Sou um médico cirurgião, tenho 43 anos de medicina. Na minha infância, encantava-nos Olavo Bilac, que dizia: “Criança, não verás nenhum país como este”. Mas é injusto. Nunca antes, vi tanta injustiça! O Presidente Luiz Inácio, nós, do Congresso, e o Poder Judiciário temos uma vergonha.

            Tenho vontade de confessar a Pedro Simon: a professorinha, para a qual se fez uma lei para ter um salário mínimo, tem um piso de R$960,00, que é uma vergonha, e ainda foi abortado. A culpa é do Luiz Inácio, ô Pedro Simon, a culpa é nossa e da Justiça. Justiça é uma inspiração divina, mas é feita por homens fracos, alguns deles são até corruptos. A professorinha, aprovamos aqui, e essa lei abortou, tem um piso de R$960,00.

            Li, ontem, um manifesto dos médicos do meu Piauí que têm o salário pago pelo Partido dos Trabalhadores, que governa o Piauí: R$1.010,00. Sei o que é isso, sou médico há 43 anos, de Santa Casa, sei como trabalham, como são honrados, como estudam. Apenas R$1.010,00. Vão fazer greve no dia 2. Olhai quanto ganha um ministro, o pessoal da área da Justiça, esse pessoal. Eles têm 50 estômagos, a professorinha, um; o médico, R$1.010,00.

            Então, este País está se sustentando no tripé do Partido dos Trabalhadores: a mentira, a corrupção e a incompetência. Tudo é maravilha, você pega um sistema... Não é não. Greve, nunca vi isso, Luiz Inácio, nunca, antes, vi os médicos do Piauí entrarem em greve. O salário é R$1.010,00. Li ontem o manifesto.

            As professorinhas... O Cristovam, que gastou sete anos... É de R$960,00 e a Justiça barrou. Elas não têm o piso. Vou dar um quadro, Luiz Inácio... Eu não vou... E faço história... Em 1967, eu fazia residência médica de cirurgia no Rio de Janeiro, no Hospital do Servidor. Eu vi as professoras exultantes, felizes... As professoras, não, as enfermeiras... Radiantes! Eufóricas! O Presidente Castello Branco tinha acabado - está ouvindo, Pedro Simon? - de assinar um decreto-lei, que era menos vergonhoso que essas medidas provisórias, porque o decreto-lei só valia quando era aprovado aqui. Agora não, o Luiz Inácio assinou e já está valendo! Por isso, não estão nem aí! A gente aprova, mas não interessa, pois já está valendo! Não é verdade, Pedro Simon? Pois Castello Branco assinou um decreto-lei em que as enfermeiras ganhariam seis salários mínimos. As leis do Brasil, hoje... O médico é três... E eles estão em greve... Ganham, no Piauí, como muitos no Brasil, R$1.010,00... Imagine...

            Deus é muito bom, principalmente para mim, já que Ele me botou aqui... Mas, com um salário deste, de R$1.010,00... Imagine, se ele tem um derrame! A viuvinha dele, a Adalgisa... Ééééé, Pedro Simon. Pedro Simon, eu vou lhe dar um quadro. Ontem, eu recebi - eu e o Marconi Perillo - o Presidente do Congresso da China. Lá são dois: um é Legislativo e o outro é o Consultor construtor. É o Senado de lá, mas eles não fazem leis - é a diferença. Orientam o governo, é construtor... E ele é o Confúcio. Lá, o Cristo é o Confúcio - toda religião é boa. Confúcio disse: “Um quadro vale por dez mil palavras.”

            Então, hoje, eu vou dar um quadro porque tudo o que está aí é mentira, é imprensa paga. Esse negócio que estamos numa boa, não estamos, não. A professorinha não tem direito a R$960,00. Foi embargada na Justiça. A Justiça freou o que este Congresso fez para a professorinha. Mas, e os deles? Pergunte o quanto ganha um desembargador, o quanto ganha um juiz, o quanto ganha um procurador, enquanto a professorinha... e o médico é R$1.010,00.

            Mas eu vou lhe dar só um quadro - para terminar essa história, porque eu estou aqui para dar essa contribuição. E o Luiz Inácio deveria ouvir o que Sócrates falou. Antes de tomar o veneno, cicuta, ele disse: “Só sei que nada sei.” Humildade. Pedro II ensinou a todos, Presidente. Ele deixava a coroa, o cetro e ouvia os Senadores. Já pensou se Luiz Inácio estivesse aqui ouvindo? Eu não, mas o Pedro Simon, que me antecedeu? Foi assim com este País. O Pedro II... A Casa é para isto.

            Mas Confúcio disse: “Um quadro vale por dez mil palavras”. Ontem, estava o Presidente do Congresso construtivo... Vou lhe dar um exemplo: eu vivi numa Santa Casa. O Diretor era o médico Cândido Almeida Athayde. Está vendo, Pedro Simon? Ele, com 94 anos... Eu era Governador do Estado e resolvi chamar o Dr. Cândido. Ele fez o parto de João Paulo dos Reis Velloso. Esse negócio de Mão Santa foi lá no Maranhão, na terra dele, quando eu fui representá-lo, e o caboclo, que não sabia o meu nome, disse: “Esse é o da ‘Mão Santa’”. Aí eu disse: eu vou dar a medalha maior, aquela que V. Exª ganhou em Oeiras, no Piauí, na nossa capital. E coloquei aquela medalha no peito dele, porque era Governador: Grã-Cruz Renascer. Dois meses depois, o Dr. Cândido Athayde morre, com 94 anos. Governador, fui ao enterro do Diretor da Santa Casa, onde ele trabalhava. Ele tinha operado uma cesariana na véspera, com 94 anos. Tinha operado aos 94 anos, trabalhando, porque os médicos têm vergonha e dignidade. Com esse salário aí...

         Pedro Simon - olhe para cá -, eu tenho todos os cursos imagináveis em cirurgia; todos os que V. Exª pensar. Era o Pelé fazendo gol, Roberto Carlos cantando e eu operando os pobres na Santa Casa. Sabe qual é a minha aposentadoria? Eu nem olho. É a Adalgisa quem recebe; outro dia ela mandou o contra-cheque. É R$3.000,00. E tenho 43 anos como médico. Olhe a injustiça!

         Mas Confúcio disse: “Um quadro vale por dez mil palavras”. Eu deixei esse quadro. O Dr. Cândido operou com 94 anos de idade. Todos os médicos estão assim. É isso que Luiz Inácio tem que saber. Os do Piauí estão ganhando R$1.010,00. Está certo que ele tem que se virar - ele tem que estar em um Estado e estar em outro, dar plantão, consultório -, é aquilo que nós chamamos até de bico, mas isso não está certo, está vendo, Pedro Simon?

         Tem uma lei, que nós fizemos - eu fui o Relator. Saí defendendo, está ouvindo, Pedro Simon? - na CAE e, depois, na Comissão de Justiça. Está aqui, foi aprovado por unanimidade, são R$7.000,00. Eu fui Relator. E esses médicos estão todos trabalhando com 90, com 100 anos, porque eles têm dignidade, eles têm vergonha. É a única profissão que tem um código de ética. O juramento de Hipócrates já é um código de ética.

            Então, este País está precisando da verdade. Eles estão mentindo muito. Tem a imprensa, tem o jornal. Eu não vi nenhum dizer que o médico do Piauí, isso é no Brasil todo, ganha R$1.010,00. Eu não vi nenhum jornal e nenhuma televisão. Por isso que isto aqui... Nós somos o povo e eu estou dizendo que as professoras... Nós fizemos uma lei aqui. Até a Câmara, que é difícil, se curvou. A lei saiu e abortou. As próprias professorinhas não têm direito de ter um salário mínimo de R$960,00. Então, este é o País.

            Se Montesquieu sonhou o tripé da democracia - Poder Executivo, Poder Judiciário, Poder Legislativo -, eu acho que ele errou. Se fôssemos nós dois, não chamaríamos de poder, mas de instrumentos da democracia. Poder é o povo que trabalha, é o povo que paga, é o povo que constrói, é o povo que é soberano. Essa é a verdade. Mas o que eu vejo, hoje, no Brasil, é o tripé da corrupção, da mentira e da incompetência que está sustentando este Governo.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/11/2009 - Página 63114