Fala da Presidência durante a 243ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração dos 370 anos da Expedição Amazônica de Pedro Teixeira, desbravador português considerado o "Conquistador da Amazônia".

Autor
Marconi Perillo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Marconi Ferreira Perillo Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos 370 anos da Expedição Amazônica de Pedro Teixeira, desbravador português considerado o "Conquistador da Amazônia".
Publicação
Publicação no DSF de 11/12/2009 - Página 66484
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, HOMENAGEM, ANIVERSARIO, VIAGEM, INICIO, COLONIZAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, AUTORIA, PEDRO TEIXEIRA (MG), PORTUGUES, AGRADECIMENTO, PRESENÇA, AUTORIDADE, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, PORTUGAL, IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, MEMORIA NACIONAL, HISTORIA, EXPANSÃO, TERRITORIO NACIONAL, ROTA, NAVEGAÇÃO, RIO AMAZONAS, RIO NEGRO, ORIGEM, MUNICIPIO, BELEM (PA), ESTADO DO PARA (PA), DIREÇÃO, OCEANO PACIFICO.
  • IMPORTANCIA, SOBERANIA NACIONAL, REGIÃO AMAZONICA, COMPROMISSO, DESENVOLVIMENTO SOCIAL.

            O SR. PRESIDENTE (Marconi Perillo. PSDB - GO) - Há número regimental. Declaro aberta a sessão.

            Sob a proteção de Deus, iniciamos os nossos trabalhos.

            A presente sessão especial destina-se a comemorar os 370 anos da Expedição Amazônica de Pedro Teixeira, desbravador português considerado o conquistador da Amazônia, de acordo com o Requerimento nº 812, de 2009, da lavra do ilustre Senador Aloizio Mercadante e outros Srªs e Srs. Senadores.

            Tenho a honra de convidar para compor a Mesa o primeiro subscritor do requerimento de realização desta sessão, o Exmº Sr. Senador Aloizio Mercadante; o Exmº Sr. Governador do Estado de Roraima, o Dr. José de Anchieta Júnior; o Contra-Almirante Marcos José de Carvalho Ferreira, representando o Comandante da Marinha; o General de Divisão Aléssio Ribeiro Souto, representando o Exército Brasileiro; o Presidente da Câmara de Cantanhede, cidade portuguesa onde nasceu Pedro Teixeira, o Exmº Sr. João Moura. É uma honra recebê-lo aqui. Convido, ainda, o Presidente da Câmara de Comércio Brasil-Portugal, Manoel Tavares de Almeida; o Presidente da Portugal Telecom, Sr. Zeinal Bava.

            Tenho a satisfação de agradecer as ilustres e honrosas presenças do Comandante de Flotilha do Amazonas, Sr. Marcelo Francisco Campos; do Comandante do Navio Patrulha Fluvial Pedro Teixeira, Rogério Salles Rodrigues da Silva. Saúdo e cumprimento todos os oficiais da Marinha do Brasil, do Exército Brasileiro; a historiadora e professora universitária, Drª Anete Costa Ferreira; o Presidente da Vivo, Sr. Roberto Lima; o Presidente da Portugal Telecom no Brasil, Sr. Shakhaf Wine. Apresento uma saudação especial a todas as senhoras e senhores aqui presentes.

            Entre as inúmeras sessões especiais que o Senado da República realizou neste ano de 2009, esta homenagem aos 370 anos da Expedição Amazônica de Pedro Teixeira conta com uma importância toda especial. Trata-se de celebrar a colonização da Amazônia, sem a qual esse vastíssimo e riquíssimo território não pertenceria ao povo brasileiro.

            Antes de tudo, gostaria de parabenizar o Exmº Sr. Senador Aloizio Mercadante, ilustre representante do Estado de São Paulo nesta Casa, por ter sido o primeiro subscritor do requerimento que deu origem a esta comemoração especial de hoje; comemoração que, sem sombra de dúvida, ajuda o Brasil a contemplar sua história, ajuda o povo brasileiro a encontrar-se consigo mesmo.

            Após a assinatura do Tratado de Tordesilhas em 7 de junho de 1494, a Amazônia brasileira que hoje conhecemos era parte integrante da América espanhola. A primeira expedição europeia de que se tem notícia foi, por isso mesmo, conduzida pelo navegador espanhol Francisco de Orellana, entre os anos de 1540 e 1542.

            A epopeia, entretanto, não deixou maiores frutos, e a Espanha praticamente abriu mão de ocupar o território que, por justiça, lhe pertencia. Tal omissão não foi a mesma por parte dos portugueses, preocupados com as constantes ameaças de invasão da Amazônia por ingleses, franceses e holandeses.

            Com a expulsão dos franceses do Maranhão, onde tentaram fundar a França Equinocial, o sinal de alerta soou com força. Já em 1616, Francisco Caldeira Castelo Branco fundava, na foz do rio Amazonas, o Forte do Presépio, edificação que, além de proteger a Colônia contra as invasões, deu origem à cidade de Belém, base da ocupação amazônica.

            Em 1637 foi, então, organizada uma grande expedição, cujo comando coube ao Capitão Pedro Teixeira. Com cerca de 1.200 índios, 70 soldados e 47 canoas, a expedição subiu os rios Amazonas e Negro, conseguindo a façanha de chegar a Quito, atual capital do Equador. No caminho, estabeleceu inúmeros marcos de ocupação territorial, que permitiram a fundação de núcleos de povoamento na Amazônia.

            Em 12 de dezembro de 1639, há 370 anos, a expedição amazônica de Pedro Teixeira chegava ao fim na cidade de Belém, mesmo lugar onde havia começado dois anos antes. Ao contrário da expedição de Francisco de Orellana, a epopeia de Pedro Teixeira deixou frutos.

            Já em 1641, a expedição foi descrita no livro Novo Descobrimento do Grande Rio Amazonas, lançado em Madri. Ademais, como bem mencionou o Senador Aloizio Mercadante em seu requerimento, Belém foi estabelecida como rota de escoamento das mercadorias que saíam do Peru para a Espanha, que antes eram transportadas pelo Oceano Pacífico.

            Ao fim e ao cabo, a nossa Amazônia de hoje foi ocupada por Portugal, o que garantiu ao Brasil a posse de uma região riquíssima em recursos humanos e naturais e principalmente em biodiversidade.

            Ao comemorarmos os 370 anos da expedição amazônica de Pedro Teixeira, lançamos um olhar sobre o passado, para traçarmos as perspectivas para o futuro. E o futuro da Amazônia, com toda certeza, passa necessariamente pelo desenvolvimento sustentável, capaz de conciliar preservação ambiental e crescimento econômico da região.

            Reafirmar a soberania brasileira sobre a Amazônia é também comprometer-se com o seu desenvolvimento e com a melhoria do bem-estar de seu povo.

            Muito obrigado pela atenção.

            (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/12/2009 - Página 66484