Discurso durante a 32ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação com a desordem que estaria acontecendo no Ministério da Educação, no que se refere ao Exame Nacional do Ensino Médio - Enem. Referência à audiência pública realizada com as vítimas do Bancoop.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Indignação com a desordem que estaria acontecendo no Ministério da Educação, no que se refere ao Exame Nacional do Ensino Médio - Enem. Referência à audiência pública realizada com as vítimas do Bancoop.
Publicação
Publicação no DSF de 18/03/2010 - Página 7994
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • COMENTARIO, ANTERIORIDADE, OCORRENCIA, ANTECIPAÇÃO, DIVULGAÇÃO, EXAME ESCOLAR, ENSINO MEDIO, AMBITO NACIONAL, PREJUIZO, ALUNO, ESTADO.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, DISCRIMINAÇÃO, ESTADOS, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO AMAPA (AP), AUSENCIA, VELOCIDADE, ACESSO, INTERNET, PREJUIZO, ALUNO, CANDIDATO APROVADO, VITIMA, EXCLUSÃO, SELEÇÃO, INGRESSO, UNIVERSIDADE.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, TELEJORNAL, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), SITUAÇÃO, ESTUDANTE, VITIMA, ERRO, RESULTADO, EXAME, ENSINO MEDIO, CRITICA, ORADOR, GESTÃO, GOVERNO FEDERAL, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC).
  • REGISTRO, AUDIENCIA PUBLICA, SENADO, DEPOIMENTO, ASSOCIADO, COOPERATIVA HABITACIONAL, BANCARIO, VITIMA, DESVIO, RECURSOS, REPUDIO, ORADOR, CORRUPÇÃO, TESOUREIRO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), NECESSIDADE, CONSCIENTIZAÇÃO, POPULAÇÃO, FALTA, IDONEIDADE, MEMBROS, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, CANDIDATO, SUCESSÃO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, REPETIÇÃO, DESRESPEITO, CIDADÃO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, realmente, a comunicação que vou fazer é extremamente importante, apesar de não ter visto muitos comentários a respeito dela. Como se trata de assunto da área da educação brasileira, eu não poderia deixar de citá-lo.

            Todos nós lembramos que, no ano passado, o Ministério da Educação foi referenciado, mais uma vez, como órgão do Governo que não está prestando bons serviços à educação brasileira. Deixou vazar a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) - não sei quantas vezes já aconteceu isso, mas foi no ano passado que se conseguiu comprovar isso -, dando um prejuízo à Nação de milhões de reais, porque foi confeccionada outra prova depois, e prejuízos irreparáveis aos estudantes que se prepararam para obter o benefício do Enem, porque, de repente, mais da metade das instituições de terceiro grau deixaram de considerar o Enem como classificatório, como opcional para os alunos. Além disso, promoveu, já no final do ano, outra prova do Enem, à qual a maioria dos alunos não compareceu: houve 50% de ausência. Ou seja, houve um descrédito total ao sistema.

            Srªs e Srs. Senadores, aconteceu outra falha relacionada ao Enem. Com o resultado do Enem, os alunos tentam sua seleção para as faculdades, para as universidades, e essa tentativa é feita via Internet. Aí o Governo, mais uma vez, falha, quando deixa de avaliar que alguns Estados brasileiros, como o Estado do Amapá, o meu Estado, não são dotados de banda larga. A nossa Internet, Senador João Tenório, é discada. Eu sei disso, porque presenciei pessoas da minha família tentando disputar vaga no Enem, pelas notas, é claro, com pessoas do Sul, do Centro-Oeste e do Sudeste do País. Ou seja, o nosso Norte, mais uma vez, foi discriminado, porque a seleção feita via Internet, feita por banda larga, é eficiente. E, com a nossa Internet discada, realmente levamos grande desvantagem.

            Aí chega outra falha, que vou ler aqui. Ontem, a Rede Globo, no Jornal Nacional, apresentou-nos uma das vítimas do Enem de novo. Esse rapaz foi selecionado via Internet. Foi anunciado que ele tinha sido aprovado, como outros, mas se mostrou somente um. O rapaz comemorou sua aprovação, rasparam a cabeça dele, deram-lhe um trote, e, depois, o Sistema de Seleção Unificada (SiSU), que faz a seleção pelo Ministério da Educação, veio fazer uma nova correção na listagem e excluiu mais cinco pessoas que tinham sido aprovadas em Medicina. Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, essa é a comprovação - eu queria até que o Senador Cristovam Buarque estivesse aqui presente - da desordem que está acontecendo no Ministério da Educação, na educação do nosso País; é a comprovação dos desmandos também no Ministério da Educação; é a comprovação de que, realmente, no nosso País, lamentavelmente, estão debaixo dos tapetes grandes erros, erros irreparáveis, como esse que mencionei, cometido a um cidadão ou a uma meia dúzia de cidadãos, e a corrupção que foi estampada no último fim de semana.

            Sr. Presidente, peço a V. Exª um minuto.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Eu lhe dei cinco, e eram cinco. Dez é a nota que dou a V. Exª.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Muito obrigado, Excelência. Obrigado.

            Senador Mão Santa, é o caso do Bancoop. Hoje, nós presenciamos uma audiência pública, presidida pelo Senador Cristovam Buarque, em que as vítimas do Bancoop estiveram prestando seus depoimentos.

            É triste, lamentável que possamos comprovar neste País que a corrupção, o desmando, o mau trato com a coisa pública esteja totalmente banalizado.

            Essa questão do Ministério da Educação relacionada ao Enem está banalizada. Ninguém liga para isso. Ninguém fala sobre esse assunto. Um assunto tão sério, mas ninguém o comenta.

            Por exemplo, li isso no jornal O Globo - há uma página relacionada a isso - e foi comentado, ontem, no Jornal Nacional. Ainda bem! Mas fica banalizada essa questão do Bancoop, parece que não aconteceu nada. Ninguém relaciona isto: que é o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores que está comandando essa quadrilha de corruptos, de ladrões. Ninguém atenta para o fato de que o tesoureiro da Srª Dilma, da Chefe da Casa Civil, da futura candidata do PT, vai ser esse senhor, que deu o golpe na Bancoop para alimentar campanhas do Partido dos Trabalhadores. Ninguém enxerga isso, porque queremos só enxergar o nosso Presidente sempre com pose de bonachão, dizendo suas piadinhas, responsáveis umas e irresponsáveis outras; numa hora se apresenta com um estado emocional aparentemente muito bom, em outra a sua sobriedade deixa dúvida. E assim por diante.

            Quer dizer, temos de conscientizar-nos de que todos nós somos brasileiros e responsáveis por este País - pelos nossos Municípios, nossos Estados, pelo nosso País - e que não podemos deixar as coisas correrem da maneira como estão correndo, sem pelo menos usarmos um meio de comunicação, ou uma tribuna - como a que estou usando -, para fazer essas denúncias.

            Hoje, essas más práticas políticas, essas más práticas administrativas, essas más práticas de desvio de dinheiro público estão única e exclusivamente sendo levadas como algo normal. Hoje é normal. Ser corrupto é normal, e ser honesto é ser besta, é ser bobo.

            Sr. Presidente, volto aqui a registrar, mais uma vez, como brasileiro que sou, minha indignação contra os desmandos que estão ocorrendo em nosso País. E o dia de hoje foi para registrar que, no Ministério da Educação, é uma pobreza a administração do Sr. Ministro: há uma verdadeira desordem, uma verdadeira - desculpem-me o termo - avacalhação quando se trata do Enen, quando se trata de investirmos em nossos jovens brasileiros.

            Muito obrigado.


Modelo1 7/18/2412:45



Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/03/2010 - Página 7994