Discurso durante a 47ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações a respeito dos possíveis cenários relativos às eleições presidenciais e da possibilidade de uma aliança PSDB/PMDB no Estado do Acre.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Considerações a respeito dos possíveis cenários relativos às eleições presidenciais e da possibilidade de uma aliança PSDB/PMDB no Estado do Acre.
Aparteantes
Papaléo Paes.
Publicação
Publicação no DSF de 10/04/2010 - Página 13303
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • MANIFESTAÇÃO, APOIO, CANDIDATURA, JOSE SERRA, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, ELOGIO, ETICA, COMPETENCIA, COMPROMISSO, PREPARO, SOLUÇÃO, PROBLEMAS BRASILEIROS, CONCLAMAÇÃO, VOTO, ELEITOR.
  • COMENTARIO, POLEMICA, TENTATIVA, COLIGAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ESTADO DO ACRE (AC).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Infelizmente é verdade, Senador Mão Santa. Mas, Senador Mão Santa, o que me traz hoje à tribuna é um fato relevante que ocorrerá amanhã no País: o lançamento da candidatura do ex-Governador Serra à Presidência da República. Como lá eu não vou estar porque não fui convidado, eu gostaria de fazer algumas considerações a respeito nesta tarde de hoje.

            Alguém deve perguntar: mas o Senador Geraldo é do PMDB e quer fazer alusão ao lançamento de candidatura do ex-Governador Serra, do PSDB? Vou tentar justificar, Senador Mão Santa. Eu sou, de fato, um dos poucos Senadores, pouquíssimos aliás, do PMDB que me filio à candidatura do Governador José Serra. Isso ocorreu hoje de manhã? Ontem? Não. Há muito tempo que eu declino a minha convicção e a minha opção pela candidatura do Governador Serra dentro do meu próprio Partido. Portanto, eu sou dissidência dentro do meu próprio Partido nesse quesito, nessa questão.

            E a coisa não é de hoje, Senador Mão Santa. Por ocasião das últimas eleições municipais, fui fazer uma visita ao Governador Serra, que me recebeu gentilmente, como é de praxe, e conversamos sobre o quadro eleitoral no Acre. Tivemos uma conversa longa e boa, e, já naquela ocasião - olhe, estamos falando de coisa de quase dois anos atrás -, eu disse a ele: “Governador, eu queria dizer a V. Exª que, em 2010, a minha prioridade, como militante político, será a sua candidatura à Presidência da República, muito mais do que uma eventual candidatura minha à reeleição para o Senado”.

            Portanto, estou simplesmente afirmando que a minha filiação à candidatura do Governador Serra não é de hoje. Por sinal, aqui da tribuna do Senado, em algumas ocasiões, tempos atrás, fiz questão de registrar isso. E fiz mais, Senador Mão Santa: tentei insistentemente, nas hostes do meu Partido lá no Estado, introduzir o nome do Governador Serra, essa perspectiva, quando nem militantes do seu próprio Partido no Estado formulavam seu nome na imprensa, dedicados que estavam a defender interesses pessoais.

            Eu disse ao Governador Serra, quando aqui ele esteve presente, dias atrás, por ocasião da homenagem justa prestada ao ex-Presidente Tancredo Neves: “Governador Serra, no Acre, o PMDB acreano acaba de declarar publicamente apoio a sua candidatura”. E disse mais ao Governador Serra: “Governador, esse fato, neste momento, pode parecer pequeno para V. Exª, mas eu vou lhe dizer uma coisa: eu tenho uma convicção de que V. Exª vai vencer essas eleições por seus méritos, mas essa vai ser uma eleição apertadíssima”. Ele até brincou e disse: “Geraldo, tu achas então que vai ser cabeça a cabeça?” Eu disse: “Exatamente isso, Governador. Por isso eu me dou o direito de trazer a V. Exª essa informação em primeira mão, do apoio do PMDB acreano a V. Exª, porque, lá na frente, na eleição, V. Exª vai perceber que tão dura vai ser essa eleição que o Acre vai acabar fazendo a diferença”.

         Lá no Estado, Senador Mão Santa, desde o ano passado, aliás, desde setembro, em conversa aqui com a Direção Nacional do PSDB, ouvi da Direção Nacional do PSDB que a prioridade do Partido no Estado era eleger um Senador. E perguntei: “Então, por que não casamos os nossos interesses - PMDB e PSDB -, já que o PMDB tem como prioridade eleger o Governador?”

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Senador Geraldo Mesquita, desculpe-me interrompê-lo. São 13 horas e 30 minutos. Faz quatro horas e trinta minutos que iniciamos esta sessão, que, regimentalmente, encerraria agora. Então, prorrogo a sessão por mais uma hora, para que V. Exª, Papaléo e outros possam usar da palavra. Isso mostra a valia e a grandeza das sessões de sexta-feira. Passou o tempo regulamentar com o brilho de V. Exª na tribuna.

            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC) - Muito obrigado, Senador Mão Santa.

            Eu dizia que, em contato com a Direção Nacional do PSDB, tivemos essa conversa. A direção chamou aqui o Presidente do Partido no Estado, que, por sinal, é candidato ao Governo do Estado, e ele demoveu a direção do Partido dessa ideia de que as Oposições marchassem unidas nas próximas eleições. Posteriormente, o Presidente do PSDB local foi ao meu gabinete, e conversamos longamente. Eu me atrevi a tentar convencê-lo de que esse era o caminho. E sinalizei para ele, inclusive, com a possibilidade... Eu disse: “Bocalon, você, por exemplo, pode ser o candidato das Oposições ao Senado brasileiro”.

            Eu revelo aqui de forma sincera. Eu senti o brilho nos olhos do Presidente do PSDB local com essa perspectiva, a ponto de ele ter me pedido... Ele me perguntou: “Senador, nesse caso, o senhor topa ir lá no Acre conversar com os demais dirigentes locais dos partidos de Oposição sobre essa perspectiva de unirmos a Oposição?” Eu digo: “Topo. Topo”.

            Programei-me para ir - não estava nem programado para ir naquela oportunidade ao Estado. Mas fui. Me programei. Ele, por seu lado, fez ligações telefônicas aqui de Brasília para vários dirigentes partidários, me deu o telefone de alguns, que eu não tinha, eu formulei o contive. Marcamos, então. A reunião deu-se lá no meu escritório regional. Todos compareceram. E a decisão... Coloquei, com toda a franqueza, com toda a sinceridade, as conversas que havia tido aqui em Brasília, com ele, com a Direção Nacional do PSDB, e propus ali a todos que nós construíssemos a possibilidade de uma grande união das oposições no Acre, por sinal o único caminho que vejo de obtermos algum sucesso nas urnas nessas próximas eleições.

            Senador Mão Santa, eu recebi um “não”, assim, absolutamente sonoro, inclusive do próprio Presidente do PSDB local, que saiu daqui de Brasília, eu acredito, um pouco entusiasmado com a ideia.

            De lá para cá, o que aconteceu? O PMDB - que, diga-se de passagem, não poderia ficar esperando eternamente que os demais parceiros da Oposição no Estado se compenetrassem nessa necessidade imperiosa de união -, numa grande reunião realizada dia 28 de fevereiro, bateu o martelo no lançamento da candidatura do jovem vereador de Rio Branco Rodrigo Pinto ao Governo do Estado, no lançamento de duas candidaturas ao Senado. E eu fui honrado com o convite para fazer parte dessa chapa. Enfim, o PMDB resolveu botar o bloco na rua.

            Passado esse tempo todo, Senador Mão Santa, para minha surpresa, dia desses, o Presidente do meu Partido, Deputado Flaviano Melo, me liga: “Senador, gostaria que o senhor me acompanhasse numa reunião para a qual eu fui convidado, pela Direção Nacional do PSDB, para discutirmos algumas questões”.

            Eu, já agastado com o tema, disse a ele, com toda a sinceridade: “Presidente, eu preferia não ir. Tenho absoluta confiança na condução que V. Exª pode dar ao assunto”.

            Mas, por insistência dele, fui. Tive a oportunidade, Senador Mão Santa, de testemunhar a perspectiva que se construiu, mais uma vez, de união das Oposições, encabeçadas por esta articulação PMDB-PSDB, nos mesmos moldes em que se cogitara em setembro do ano passado.

            Eu saí dessa reunião - e aqui eu estou testemunhando - convicto da determinação da Direção Nacional do PSDB de que isso ocorreria.

            A conversa foi peremptória, a ponto de o Deputado Flaviano Melo ter dito que, nessas circunstâncias então, ele iria suspender as tratativas que vinha tendo com outros partidos no sentido de atraí-los para uma composição com o PMDB.

            Entenda, Senador Mão Santa, na perspectiva de uma grande conjugação de forças, o Deputado Flaviano Melo, com muita serenidade, resolveu e comunicou, nessa reunião, que iria suspender então as tratativas que vinha tendo com partidos, para não parecer que estávamos trocando o grande atacado - que sempre foi o nosso propósito - pelo varejo, Senador Papaléo.

            Achei acertada a decisão do Deputado Flaviano. Saímos daquela reunião, Senador Mão Santa, com o compromisso de que essa junção, essa coligação, essa grande composição de forças iria ocorrer, porque esse era o propósito, essa era a decisão da Direção Nacional do PSDB.

            Para a minha grande surpresa, mais uma vez, essa decisão foi sendo postergada, postergada, postergada, e chegou-se a uma situação, Senador Mão Santa, que ela talvez não tenha mais nem clima para ser adotada. A situação chegou a tal ponto que se criou - olha, eu não sou de hipocrisia, vamos falar o português claro -, inclusive no seio das Oposições, um clima ruim, desagradável, absolutamente desagradável.

            Criou-se para o Deputado Flaviano, dirigente de partido, tem quatro prefeituras no Estado e dirige a segunda maior cidade do Estado, criou-se para ele um constrangimento muito grande, uma dificuldade por vezes insuperável. Ele que vinha entabulando conversas com outros partidos numa linha de entendimento que iria possibilitar que o PMDB agregasse forças à sua marcha, isso tudo foi prejudicado. Isso terá consequências, Senador Papaléo. Alguém vai ter que responder por isso, alguém vai ter que responder por isso.

            E aí volto ao início da minha fala, quanto isso me afasta da candidatura do Governador Serra? Nenhum milímetro, Senador Papaléo. Não vou atribuir a ele a culpa por uma má condução numa interlocução com o PMDB; interlocução que ele talvez nem saiba que esteja ocorrendo. Não me afasta um milímetro; a minha disposição continua a mesma.

            Agora, hoje, com grande dificuldade. Como vou continuar defendendo dentro do meu partido, lá no Estado, a manutenção de uma decisão que o partido adotou por insistência minha? Que me perdoem, por insistência minha. Insisti, dentro do PMDB, para que decidíssemos quanto ao apoio à candidatura do Governador Serra.

            E com que cara agora eu chegar no meu partido e cobrar a manutenção dessa decisão? A minha está tomada. Agora, não sei qual será a decisão que o PMDB adotará a partir de agora.

            E olhe, mais uma vez, sem hipocrisia, não tiro a razão dos meus correligionários peemedebistas no caso de eles deliberarem, decidirem por retirar o apoio à candidatura do Governador Serra. O meu apoio pessoal está mantido. Pelo meu partido, responde o colegiado e por ele eu não posso falar.

            Esse quadro está aí, praticamente, se completando com a desincompatibilização da ex-ministra da Casa Civil, com a desincompatibilização do Governador Serra. É claro que esse quadro pode ser complementado com a homologação da candidatura da Senadora Marina, pelo PV, quem sabe a do ex-ministro Ciro Gomes, pelo PSB, mas é inegável que essa campanha sofrerá um processo de polarização. Eu estou dizendo aqui hoje; cobrem-me isso no dia seguinte ao das eleições. Esta eleição vai ser duríssima.

            E não adianta virmos aqui, da tribuna, do meio da rua, tentar desqualificar a candidata oficial. Ela pode ter seus defeitos, mas não será o processo de desqualificação da mesma, promovido por alguns de nós, que fará com que ela perca esta eleição. Ela perderá certamente por uma razão inversa. O Governador Serra vencerá estas eleições pelos méritos que tem, de homem probo. Uma coisa me chama muita atenção, Senador Mão Santa, em relação ao Governador Serra: ele Senador, Prefeito, Governador de Estado, do maior Estado do País, a estratégia dos seus principais adversários foi sempre a estratégia da desqualificação. E olhe que coisa interessante: tendo o Governador Serra passado por todos esses cargos, não há até hoje um fato, não há uma acusação, não há absolutamente nada que a banda podre do PT possa levantar com relação ao Governado Serra. Se existisse, Senador Papaléo, certamente - V. Exª sabe disso - S. Exª estaria envolto num verdadeiro escarcéu, estaria envolto num processo de desmoralização pública, como é próprio fazer aqueles que representam a banda podre do PT. É a prática deles, é a praia deles. E o que me chama a atenção em relação ao Governador Serra é exatamente isto: não se tem notícia porque S. Exª não deu razão, não gerou fato cuja natureza pudesse envolvê-lo em acusações levianas ou não. É acusado de ser carrancudo, de trabalhar até altas horas da noite. Senador Papaléo, V. Exª sabe que isso é algo que atrai a minha absoluta simpatia por S. Exª, porque nisso S. Exª se parece muito com o meu querido pai, ex-Senador, ex-Governador Geraldo Mesquita. Meu pai também era um homem compenetrado, carrancudo. Se pudesse, trabalhava as 24 horas pelo seu Estado, que tanto amou. Para V. Exª ter idéia, ele podia gravar, no conforto do seu gabinete, no Palácio, um programa de rádio; mas ele ia, às 4 horas da manhã, para Rádio Difusora Acreana conversar com a população do Estado, com os colonos. Seringueiro acorda cedo. Havia um programa, na Rádio Difusora, muito querido dos colonos, dos seringueiros, o Programa do Compadre Lico. Papai ia lá conversar, receber demandas e tal, ali. Poderia gravar 8 horas, 10 horas da manhã, no seu gabinete; mas, não.

            Isso é uma coisa que me faz simpatizar com o Governador Serra. Portanto, eu sou muito franco, muito sincero e não consigo permanecer engolindo alguma coisa que me incomoda, como essa situação em que estamos envolvidos, no meu querido Estado do Acre.

            Eu, nesse tempo todo, Senador Papaléo, cheguei inclusive a dizer para alguns companheiros aqui: “Olha, sem que haja essa composição, sem que haja essa junção de esforços das Oposições no Acre, eu não me animo a concorrer em uma reeleição”, porque, Senador Papaléo, não teria sentido. Não teria sentido. Cheguei a dizer mesmo. Eu não vejo sentido.

            Num clima como esse, Senador Papaléo, afloram os personalismos, afloram os individualismos, e os interesses do Estado do Acre, os interesses do País são colocados em quinta instância.

            Eu não consigo me ver participando de uma campanha eleitoral, Senador Papaléo, que não tenha uma lógica colocada na mesa; que não tenha um propósito. Eu preciso me sentir como uma peça de uma grande articulação, para cumprir um decisivo papel.

            Eu não quero ser candidato à reeleição simplesmente para ser Senador de novo. Para fazer o quê? Eu preciso saber. Para fazer o quê? E em conjunto com quem? Eu não consigo me ver solteiro, solitário numa tarefa como essa.

            Essa é uma tarefa política, que pressupõe conjunção das forças que militam com o mesmo pensamento, com o mesmo propósito, com o mesmo ideal. Quem faz política olhando pro seu próprio umbigo é aquele que coloca os interesses do seu próprio Estado, da sua população em segundo plano. Quer ser Deputado para ser deputado. Quer ser Senador para ser Senador. Senador Papaléo, isso não me interessa. Isso não me interessa!

            A situação no meu Estado, no que diz respeito às oposições hoje, é um conjunto esfarelado, espatifado, fragmentado.

            Olhem, eu acho que a direção do PSDB teve responsabilidade nesse processo e não pode fugir dela. Acho que, se não era para tomar uma decisão, que não convocasse, não convidasse o Presidente do PMDB para uma reunião aqui, da qual ele saiu com a certeza, com a segurança de que essa conjugação de esforços iria ocorrer.

            Amanhã, portanto, haverá um ato político de extrema importância para o povo brasileiro: o lançamento da candidatura de um cidadão que pode dar continuidade a coisas boas que vêm sendo feitas por este Governo, não nego, mas pode se acrescentar muito mais coisas boas. É a perspectiva da alternância de poder, uma coisa cara para o povo brasileiro. É a perspectiva, Senador Papaléo, de termos um Governo sério, compenetrado, que não é dado nem afeito a macaquices, a palhaçadas.

            Do fundo do coração, estou aqui para recomendar, pedir - temos que pedir - ao povo brasileiro que preste muita atenção no que vai acontecer. Pedir ao povo brasileiro que preste muita atenção na figura do Governador Serra. Ele pode representar, sim, a perspectiva de dias melhores para o povo brasileiro, dias em que a gente possa continuar estendendo a mão àqueles mais sofridos do nosso País, juntando a outra mão, representando a perspectiva de dar a eles a oportunidade, mais uma vez neste País, de trabalho, de emprego, de empreendimentos para que a gente não fique nessa estrada sem perspectiva ou apenas com a de auxílio imediato.

            O maior auxílio que o povo brasileiro deseja é a resolução de um governante correto que, junto com o empresariado brasileiro, junto com os trabalhadores brasileiros, junto com a sociedade brasileira, se obrigue a criar melhores condições para que, inclusive esses que hoje recebem bolsa disso e bolsa daquilo, amanhã possam abdicar dela e ter o seu pequeno negócio, ter a possibilidade de um emprego, de um trabalho decente para continuar sustentando suas famílias.

            Senador Papaléo, ouço V.Exª com muito prazer.

            O Sr. Papaléo Paes (PSDB - AP) - Senador Geraldo Mesquita, eu não quero interromper o desenvolvimento do seu raciocínio, mas logicamente V. Exª faz um discurso extremamente importante para o seu Estado e para nós também. V. Exª é muito respeitado por todos nós, tenho por V. Exª uma admiração pessoal porque o conheço, acredito que muito mais do que muitos colegas aqui, pela sua postura, seus posicionamentos. V. Exª tem a nossa credibilidade. Então, quero parabenizá-lo pelo tema que V. Exª traz que influencia muito, sim, aqui a Casa, porque envolve até a possibilidade, como V. Exª disse, de não vir a ser candidato a Senador, o que nós lamentaríamos bastante. Não é esse o incentivo que queremos dar a V. Exª. O incentivo que queremos dar é que V. Exª volte para esta Casa e para isso precisa colocar seu nome à disposição do povo acreano. E, Senador Geraldo, também envolvendo parte do seu discurso, eu quero dizer que recebi da Direção Nacional do PSDB a incumbência de oficializar o convite a V. Exª. para que V. Exª participe amanhã desse evento importante para o nosso País, que é a apresentação, aqui em Brasília, da candidatura do nosso, se Deus quiser, futuro Presidente, ex-Governador de São Paulo José Serra. Então, fica esse registro. Já tivemos algumas reuniões em que V. Exª era o nosso convidado especial e para a de amanhã, mais uma vez V. Exª é nosso convidado especial. Então, aceite isso do seu colega, seu amigo, que está lhe transmitindo, vindo da direção do PSDB.

            O SR. GERALDO MESQUITA JÚNIOR (PMDB - AC) - Senador Papaléo, olha, mais uma vez, vou ser absolutamente sincero. Tudo isso que aconteceu não me demove um milímetro da determinação de procurar ajudar o Governador Serra a ser Presidente da República, seja no Acre, seja em qualquer lugar do País. Onde eu puder pedir um voto para ele, vou pedir. Com todo respeito, esse convite chegou tarde, esse convite chegou tarde, repito. Vou festejar o lançamento da candidatura do Governador Serra onde eu estiver, na minha casa, com a minha família, porque tenho por ele uma estima incalculável e um respeito muito grande, mas acho que a direção do PSDB precisa refletir muito a partir de agora. Há detalhes, Senador Papaléo, que podem alterar um contexto inteiro, a gente precisa ter sensibilidade para aqueles que, voluntariamente, se perfilam com a gente. A gente precisa ter extrema sensibilidade. Sei que as tarefas são inúmeras, são muitas as tarefas, mas a gente não pode negligenciar. A gente não pode correr o risco de um esquecimento, não pode correr o risco, às vezes, até de uma indelicadeza.

            Portanto, Senador Mão Santa, estou aqui determinado a pedir ao povo brasileiro que observe o Governador Serra, que preste atenção nele a partir de agora e que, lá na frente, se estiver convencido, como eu estou convencido, da sua seriedade, do seu compromisso com este País, da possibilidade de ele vir a ser um Presidente deste grande Brasil imbuído do melhor propósito, que ofereça o seu voto a ele, como vou dar o meu. Um voto sincero, um voto de confiança, mas votem no Governador Serra, porque ele está preparado, ele se preparou ao longo da sua vida, de toda sua vida pública para este momento, Senador Mão Santa.

            V. Exª, que pode ser um grande aliado dele: ele se preparou para este momento e pode vir a ser um grande Presidente da República.

            Senador Mão Santa, era o que eu tinha a dizer nesta tarde.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/04/2010 - Página 13303