Fala da Presidência durante a 50ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do Dia de Tiradentes e o Aniversário de 50 anos de Brasília.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do Dia de Tiradentes e o Aniversário de 50 anos de Brasília.
Publicação
Publicação no DSF de 14/04/2010 - Página 13799
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, VULTO HISTORICO, LIDER, LUTA, INDEPENDENCIA, BRASIL, SIMBOLO, COMBATE, COLONIALISMO, CONTRIBUIÇÃO, PROCESSO, IMPLANTAÇÃO, REPUBLICA.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), REGISTRO, HISTORIA, PROJETO, CONSTRUÇÃO, CAPITAL FEDERAL, INTERIOR, BRASIL, REPRESENTAÇÃO, INAUGURAÇÃO, MODERNIZAÇÃO, PAIS, RECONHECIMENTO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO A CIENCIA E A CULTURA (UNESCO), QUALIDADE, PATRIMONIO CULTURAL, CIDADE, REFERENCIA, CARACTERISTICA, ARQUITETURA, URBANISMO, PAISAGISMO.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Representando a nossa segunda capital, que foi o Rio de Janeiro, convido para compor a Mesa o Senador Paulo Duque.

            (Palmas.)

            Convidamos também para compor a Mesa aquele que representa a história da decência na política do Brasil: Pedro Simon.

            (Palmas.)

            Nessas datas históricas, relembramos a grandeza do Rio Grande do Sul, com sua Guerra dos Farrapos, que, durante dez anos, inspiraram-nos a acreditar numa república e na liberdade dos escravos.

            O requerimento, conforme aprovado, é no sentido de destinarmos a Hora do Expediente da sessão de hoje a celebrar o Dia de Tiradentes e o aniversário de 50 anos de Brasília, mas nós, como Presidente, relembramos o dia em que Tancredo Neves se imolou pela redemocratização. Chamamos, então, para compor a mesa, lembrando a música de Roberto Carlos, seu irmão camarada, Pedro Simon.

            Agora direi algumas palavras em nome do Senado da República.

            Encantadoras senhoras e meus senhores, o dia 21 de abril é um marco no calendário histórico nacional. Nessa data, em momentos diferentes, a Nação brasileira presenciou três acontecimentos que marcaram o seu tempo: a morte de Tiradentes, em 1792; a inauguração de Brasília, em 1960; e a morte do Presidente Tancredo Neves, em 1985 - figura revivida aqui por Pedro Simon, seu irmão camarada.

            Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, é o Patrono Cívico do Brasil. Isso porque, ao contestar a autoridade da Coroa Portuguesa, lançou as bases para a constituição do Estado republicano, que viria a ser proclamado quase cem anos mais tarde, em 1889.

            Injustiçado, perseguido e humilhado pelas autoridades coloniais da época, Tiradentes assumiu, sozinho, toda a responsabilidade pela Inconfidência Mineira. Por isso e, talvez, por ser o conspirador de posição social mais baixa, não teve sua pena comutada para degredo, como os demais, sendo sumária e exemplarmente executado para que ficasse bem gravado na memória de todos os súditos reais qual seria o destino daquele que ousasse conspirar contra a Metrópole.

            Exemplo de abnegação, idealismo e destemor, Tiradentes continua vivo na memória de todos os brasileiros, e seu nome ficará perpetuamente inscrito no Panteão da Pátria e da Liberdade, localizado em Brasília, nossa Capital.

            Nascida da obstinação e da coragem do Presidente Juscelino Kubitschek, da genialidade de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa e da dedicação e firmeza de propósitos de Israel Pinheiro, Brasília é o sonho de Dom Bosco que se transformou em realidade.

            Sonho esse que também era acalentado por muitos outros e remonta à época dos inconfidentes. Afinal, como dizia Frei Vicente de Salvador, naquela época, “vivíamos arranhando a areia da praia, como caranguejos”. Era preciso, portanto, interiorizar a vida nacional em prol do desenvolvimento!

            O Patriarca da Independência, José Bonifácio, em 1823, foi quem primeiro sugeriu o nome “Brasília” para a futura capital. Quase um século mais tarde, em 1922, por determinação do Presidente Epitácio Pessoa, era lançada, em Planaltina, a pedra fundamental, cumprindo o que determinava nossa primeira Constituição republicana, que, em seu art. 3º, previa uma área de 14.400km² no Planalto Central para o estabelecimento da futura Capital do País. A minha geração, quando estudava Geografia, via um quadradinho marcado no lugar onde deveria nascer Brasília.

            Quando foi inaugurada, representava, de fato, a “Capital da Esperança”; esperança de um Brasil moderno, arrojado, destinado a cumprir sua vocação natural no concerto das nações. Brasília simbolizava, então, o consagrado lema de JK: cinquenta anos de progresso em cinco de governo.

            E me permitiria, diante dessas autoridades - de Pedro Simon, que sabe tudo ou quase tudo da história do Brasil, e de Paulo Duque -, lembrar a frase que melhor traduz Juscelino e que eu passo à mocidade brasileira: “É melhor sermos otimistas. O otimista pode errar; o pessimista já nasce errado e continua errando”. Isso traduz Juscelino.

            Hoje, cinquenta anos depois, Brasília é, com toda certeza, uma metrópole. Está definitivamente consolidada. Reconhecida pela Unesco, em dezembro de 1987, como Patrimônio Cultural da Humanidade, Brasília viu coroados os aspectos singulares de sua arquitetura, seu urbanismo e paisagismo que, a partir daí, passaram a pertencer a todos os povos da Terra, igualando-se a cidades como Roma, Paris e Ouro Preto.

            Mas Brasília não é apenas o concreto armado e o arrojo de sua arquitetura; não é apenas a Catedral, os Palácios e as amplas avenidas. Brasília é vida; é a vida de todos os brasilienses, os que aqui nasceram e os que para cá vieram com o objetivo de tentar uma vida melhor.

            É, sobretudo, diante desse povo, dessa gente, que o Senado da República se curva neste momento e rende suas homenagens. Povo honesto e trabalhador que, com seu suor e seu esforço, vem construindo a história de Brasília nesses 50 anos!

            Parabéns, Brasília!

            Muito obrigado.

            (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/04/2010 - Página 13799