Fala da Presidência durante a 85ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do dia do Contabilista.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Outros:
  • Comemoração do dia do Contabilista.
Publicação
Publicação no DSF de 28/05/2010 - Página 24473
Assunto
Outros
Indexação
  • CONVITE, COMPOSIÇÃO, MESA DIRETORA, AUTORIDADE, CATEGORIA, SESSÃO, SENADO, HOMENAGEM, DIA, CONTABILISTA, SAUDAÇÃO, JOÃO VICENTE CLAUDINO, AUTOR, REQUERIMENTO, SOLENIDADE, COMENTARIO, INICIATIVA, JOÃO LYRA, SENADOR, SUGESTÃO, CRIAÇÃO, DATA.
  • IMPORTANCIA, CONTABILIDADE, GARANTIA, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, AVALIAÇÃO, SITUAÇÃO ECONOMICA, APURAÇÃO, IRREGULARIDADE, FRAUDE, POSSIBILIDADE, PLANEJAMENTO, EMPRESA, ORGÃO PUBLICO.
  • ELOGIO, CONSELHO FEDERAL, CONSELHO REGIONAL, CONTABILIDADE, GARANTIA, MEMBROS, ETICA, RESPEITO, LEGISLAÇÃO, RESPONSABILIDADE TECNICA.
  • SAUDAÇÃO, MÃE, ORADOR, QUALIDADE, CONTABILISTA.

           O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Convidamos o autor do requerimento desta homenagem, que é o Exmº Sr. Senador João Vicente Claudino.

           O Sr. João Vicente Claudino é um exitoso empresário e vitorioso político no Piauí, com perspectivas invejáveis. Ele foi o autor do requerimento que dedica esta primeira parte desta sessão para que comemoremos o Dia do Contabilista.

           Convidamos para compor a Mesa o Presidente do Conselho Federal de Contabilidade, Sr. Juarez Domingues Carneiro (Palmas.); a Presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis, Srª Maria Clara Cavalcante Bugarim (Palmas.), que nos tranquiliza, porque eu não gosto de sentar numa mesa em que só haja homens. Jesus Cristo nos ensinou isso. Na mesa diretora dele só havia homens, e deu no que deu. Então a Maria Clara nos tranqüiliza. Convidamos o Presidente da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas, Sr. Valdir Pietrobon (Palmas.).

           Encantadoras senhoras, meus senhores aqui presentes e que nos assistem pelo Sistema de Comunicação do Senado, já se tornaram tradição desta Casa as comemorações que realizamos, anualmente, para parabenizar os contabilistas pela passagem do dia 25 de abril.

           Foi de um Senador da República, aliás, que partiu a iniciativa de dedicar essa data aos profissionais da contabilidade. Em 1926, ao ser homenageado nessa data por um grupo de contabilistas em São Paulo, o Senador João Lyra, ao proferir suas palavras de agradecimento, sugeriu que o dia 25 de abril fosse, a partir dali, considerado o Dia do Contabilista. A proposta foi, evidentemente, levada adiante e aprovada, e o Senador João Lyra é hoje o patrono da classe contábil.

           O Dia do Contabilista representa, assim, uma justa homenagem a esta categoria profissional que presta serviços de fundamental importância, tanto na esfera pública quanto na esfera privada.

           Cidadãos, grandes conglomerados empresariais, pequenas e microempresas, órgãos públicos de todas as esferas de governo, todas essas entidades têm em comum a necessidade de recorrer, regularmente, aos serviços de um contabilista. Por trás de toda empresa financeiramente saudável está, com absoluta certeza, um excelente departamento de contabilidade.

           Registros contábeis organizados e fieis aos fatos são a base a partir da qual as empresas privadas e as entidades públicas planejam seu futuro e avaliam sua situação econômica. Somos um país com cinco milhões de empresas privadas e um sem-número de órgãos públicos. Montar um panorama do patrimônio e da movimentação financeira dessas organizações é função do contabilista, que, ao traduzir em números os bens, as receitas e as despesas, oferece a pessoas físicas e jurídicas a oportunidade de adotar medidas eficientes e tomar decisões acertadas.

           A atividade dos contabilistas é especialmente importante para garantir a lisura de transações, que, muitas vezes, chegam a envolver milhões de reais em verbas públicas ou particulares. Os profissionais da classe contábil, que normalmente executam seu trabalho de forma discreta e reservada, ganham visibilidade nessas situações. Uma análise contábil criteriosa pode detectar irregularidades e fraudes e, assim, significar uma economia substancial para empresas privadas e para a administração pública.

           Em nosso País, a classe contábil se organiza, de forma bastante eficiente, em torno do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e dos Conselhos Regionais. Entidade com exatos 64 anos de história, o Conselho Federal de Contabilidade reúne mais de 410 mil contadores e técnicos em contabilidade em todo o Brasil e busca garantir que as atividades de seus membros se pautem pelos princípios da ética profissional, do respeito à legislação e do rigor técnico.

           E a classe contábil não para de crescer. A cada ano, as mais de 900 faculdades de contabilidade existentes em todo o Brasil formam milhares de novos contabilistas, que, ao deixarem a faculdade, encontram as dificuldades de praxe para quem se inicia na vida profissional, mas têm a seu favor um mercado de trabalho em franca expansão.

           Pela iniciativa, portanto, de homenagear uma categoria profissional de tal relevância, merece nossos mais efusivos cumprimentos o Senador João Vicente Claudino, autor do requerimento que deu origem a esta sessão.

           Nossos parabéns, finalmente, à classe contábil pelos fundamentais serviços prestados à sociedade brasileira.

           João Vicente Claudino, V. Exª não imagina a emoção que sinto ao presidir isso. Nós somos de famílias de empresários, somos do Piauí. Minha mãe, Jeanete de Moraes Souza, foi a única filha de meu avô, Josias Benedito de Moraes, empresário industrial. Eu sempre brinco assim, comparando João Claudino com o meu avô. Meu avô era um empresário que tirou uma empresa lá do Piauí, da Parnaíba, e levou para o Rio de Janeiro, para a Ilha do Governador. O sabão de coco era Moraes, o nome da família, e botaram da Copa, marketing. E a gordura de coco, também mudaram o nome e botaram Dunorte.

           Eu vi. Não tem a Canção do Tamoio, em que Gonçalves Dias diz: “Meninos, eu vi”? Meninos, eu vi - e orgulhoso do Piauí - ela vencer a Gordura de Coco Carioca, nos anos 67 e 68. Eu não sou empresário, eu fazia pós-graduação em cirurgia, mas eu vi.

           Mas isso tudo é para dizer que a minha mãe foi a única filha mulher - em geral eram os homens - que trabalhou na firma e ela fazia a contabilidade. Aí ela casou. Meu pai não tinha as posses que ela tinha. Eu, aliás, tinha até raiva porque eu disputava o colo de minha mãe com um livrão de contabilidade, e o bichão era grandão. Então, é esta a emoção: a minha mãe foi contabilista da firma Moraes S.A., firma essa que, naqueles tempos, funcionava como universidade.

           Eu apenas citaria que o maior dos brasileiros hoje, o melhor dos ministros de planejamento deste País abria a fábrica do meu avô com dez anos de idade. Deu emprego para o segundo, Francisco, que morreu; passou para o terceiro, Antônio Augusto; e, por último, Raul Velloso. Então, João Paulo dos Reis Velloso trabalhava na época em que minha mãe era contadora, e eu digo isso com sensibilidade.

           E João Vicente também tem uma tradição exitosa. Seu pai, através de meio século de trabalho, de grandeza, é um dos grandes empreendedores deste Brasil. E João Vicente, com todos os seus familiares, continua. Mas, ele tem o dom da política. Eu o convidei - foi um ato de ousadia, e tem que ser - para ele ser meu Secretário de Indústria e Comércio. E ele, independentemente, aceitou e o exerceu com muita grandeza, muita visão. Eu já tenho 67 anos, já passei um bocado de terremotos na vida e quero dizer que nunca vi uma pessoa tão zelosa com a coisa pública. O motivo dessa festividade faz a gente recordar isso.

           Então, eu vejo, em cada um desses contabilistas, a imagem de minha mãe, Jeanete. Ela, por amor, casou com meu pai e deixou a firma, e ajudou, e eu estou aqui. Eu sempre digo: eu não sou mão santa, mas sou filho de mãe santa. E eu aprendi. Do livrão é que eu tinha raiva. Não tem mais aquilo. Era grandão! Os mais velhos sabem. Era uma confusão! E ele tomava o colo de minha mãe.

           Então, essas são as nossas palavras nesta homenagem. Mas a gratidão... Um bem é sempre acompanhado de outro bem. Eu tinha que prestar uma homenagem ao meu contador. Vocês ouviram falar muito de Renato Aragão, não é? Ele é irmão de Renato Aragão. É o Zé Aragão. Olha, ele me dá uma tranquilidade... Eu não sei nada, ele é quem sabe de tudo. Vai lá no Zé Aragão.

           Então, é esta a imagem que eu repasso: primeiro, da dedicação da minha mãe, ajudando a fazer florescer uma das firmas que foram mais importantes no Piauí. A Federação das Indústrias, o Sesi e o Senai foram criados por minha família e, hoje, o meu irmão é presidente. A minha mãe ajudou o meu pai a ter empresa e o filho dela é o presidente da Federação. Então, eu vejo essa grandeza. E gratidão ao Zé Aragão, que é o meu contador, que está lá, velhinho, mas é uma confiança.

           Então, é essa a imagem que eu quero passar para o Brasil, do respeito, e que os meus aplausos se somem aos aplausos de todo o Brasil em homenagem aos contabilistas. (Palmas)

           Convidamos para usar da palavra o Senador que, através de requerimento, faz com que comemoremos, hoje, o “Dia do Contabilista”, Dr. João Vicente Claudino.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/05/2010 - Página 24473