O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, após o recesso, volto a esta tribuna e quero hoje comentar algo em que todos nós começamos a nos envolver, principalmente nestes dois meses de setembro e outubro, que são as eleições mais importantes para este País.

            Lamentavelmente, ainda não somos um País em que se possa dizer no final que as eleições foram leais. Já se vê, Sªs e Srs. Senadores, já se vê, Senador Gim Argello, a necessidade urgente, imperiosa, de este Senado lutar por uma reforma política neste País.

            Desde que cheguei aqui ouço muito - vários Senadores já vieram a esta tribuna -, mas a reforma política neste País, tenho a certeza, ainda vai demorar muito. Até porque interesses muitos existem para que essa reforma política não seja feita no País.

            Infelizmente, infelizmente o que se vê é que as coisas melhoraram por meio de várias correções dos Tribunais de Justiça deste País. Isso devia ser atribuição nossa, mas, infelizmente, muito, mas muito mesmo falta ainda fazer.

            Alguns tentam até tirar a moral dos nossos Judiciários. Há pouco se viu o próprio Presidente da República - aquele que deveria moralizar, aquele que deveria dar prestígio aos tribunais - indo à televisão porque foi multado... E continua sendo multado, mas foi à televisão fazer galhofa dos tribunais, perguntar ao povo desta Nação quem iria pagar a multa atribuída a si! O próprio Presidente da República!

            Essa tal de reeleição torna o candidato absolutamente forte. Essa tal de reeleição faz com que os candidatos se tornem quase imbatíveis, a não ser em casos isolados, em que os candidatos estejam realmente queimados pela população, que é o caso da nossa Governadora do Estado do Pará. Mesmo assim, mesmo assim, essa Governadora ainda tenta, por processos mesquinhos, conquistar os prefeitos e, através deles, o eleitorado do Estado do Pará.

            Estamos longe, mas muito longe, senhoras e senhores, brasileiros e brasileiras, de chegar aqui - há mais dois meses - e se poder dizer desta tribuna que as eleições neste País foram eleições sérias. Já está se vendo, através do próprio Presidente da República, que não teremos, mais uma vez, uma eleição capaz de dizer que aqueles candidatos que se elegeram, que aqueles candidatos que se tornaram vitoriosos tiveram realmente uma vitória leal.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - A Governadora do meu Estado tenta, de todas as maneiras, agora encobrir o desastre de sua administração; encobrir, por exemplo, o caso de 280 bebês mortos na Santa Casa de Misericórdia. Uma barbaridade! Um assassinato!

            Pode o brasileiro me perguntar quem foi punido pela morte de 280 bebês na Santa Casa em menos de dois meses, e eu direi: ninguém, ninguém, porque foi omissão do governo, e o governo é poderoso! O governo manda, o governo faz o que quer! Mas as mães desses bebês, as 280 famílias, ainda choram.

            Esquece-se a Governadora de dizer ao povo do Pará que uma criança de 12 anos de idade, dentro de uma cadeia pública, dentro de uma cadeia estadual, foi usada pelos presos, foi barbarizada pelos presos. E o delegado que fez isso ainda é delegado no Estado do Pará!

            Tenta esconder tudo isso da população, mas a população é soberana, a população não esquece. Dizem os políticos que o povo tem a memória fraca. Não tem! O povo não tem a memória fraca e dará lições àqueles políticos que corrompem inclusive o povo para se tornarem vitoriosos.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - A corrupção no Estado do Pará se encontra em qualquer órgão público. Em qualquer órgão público em que se mexa se encontra corrupção. Na própria Auditoria do Estado do Pará. Pasme, Brasil! Pasmem, paraenses! Um Estado tão rico, de um povo tão nobre, de um povo trabalhador, um dos maiores exportadores desta Nação! Pasmem, senhoras e senhores: a própria Auditoria do Estado do Pará mostra centenas de processos de corrupção no Governo do Estado do Pará! A própria Auditoria do Estado!

            A violência tomou conta do meu Estado. Morrem em torno de 18 pessoas, por dia, assassinadas a bala na Grande Belém. Os bandidos tomaram conta da minha terra. E a Governadora, sem ter nenhuma vergonha, sem ter absolutamente nenhuma vergonha, tenta conquistar os prefeitos de toda forma, para tentar fazer novamente todo esse malefício que trouxe ao meu Estado, destruindo o meu Estado, destruindo a saúde, destruindo a educação, tornando o Estado mais vulnerável para os bandidos. Todos os bandidos, de qualquer lugar, querem ir para o Pará, porque lá é fácil matar e roubar.

            Diga não, paraense, diga não a tudo isso! Condene tudo isso. É hora de valorizar cada cidadão! É hora de valorizar o seu voto!

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA) - O seu voto agora é a coisa mais importante!

            Muitos haverão de bater às suas portas, muitos haverão de chegar à sua casa, tentando conquistar você e seus parentes!

            Pensem! Pensem no Brasil, pensem no seu Estado, pensem principalmente na sua família! Pensem principalmente na sua família!

            Eles querem o poder. Muitos. Eu vejo o exemplo aqui mesmo. Eu vejo o exemplo aqui mesmo na minha frente, nos meus olhos, o quanto se vendem, o quanto se trocam, o quanto não têm dignidade!

            É hora de falar mais forte, voto! É hora de falar mais forte a cada pessoa, a cada cidadão deste País: condenem esses cidadãos, condenem os corruptos, condenem aqueles que só procuram vocês nas épocas de eleições, que só querem o voto, que abandonam o povo, que acham graça do povo mais tarde, que não conhecem vocês depois das eleições. Condenem tudo isso!

            Ó Brasil, eu espero que um dia tu tenhas uma eleição leal e real.

            Muito obrigado, Presidenta.

Modelo1 5/19/248:21