Discurso durante a 174ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Reverência à memória do Senador Romeu Tuma, falecido em 26 de outubro último.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Reverência à memória do Senador Romeu Tuma, falecido em 26 de outubro último.
Publicação
Publicação no DSF de 04/11/2010 - Página 48747
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, ROMEU TUMA, SENADOR, ELOGIO, VIDA PUBLICA, COMPROMISSO, SERVIÇO PUBLICO, ESPECIFICAÇÃO, ATUAÇÃO, POLICIA CIVIL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DELEGADO DE POLICIA, INVESTIGADOR, DIRETOR, POLICIA ESPECIAL, SECRETARIA DE ESTADO, SEGURANÇA PUBLICA, SUPERINTENDENTE, POLICIA FEDERAL, SECRETARIO, RECEITA FEDERAL, CORREGEDOR, SENADO, CONTRIBUIÇÃO, COMBATE, CRIME DO COLARINHO BRANCO, TRAFICO, DROGA, CAPTURA, CRIMINOSO, GUERRA, FRAUDE, PREVIDENCIA SOCIAL, PROSTITUIÇÃO, CRIANÇA, COMENTARIO, DIVERSIDADE, APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), COMISSÃO PERMANENTE.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


           O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Heráclito Fortes, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, um cumprimento todo especial às Senadoras e aos Senadores que foram eleitos para a nova legislatura, que se inicia em 1º de fevereiro.

           Senhores e senhoras, ocupo a tribuna hoje para reverenciar a memória de Romeu Tuma, uma das figuras mais respeitadas desta Casa... Um colega e amigo que, infortunadamente, nos deixou no último dia 26 de outubro.

           Falar de Romeu Tuma, Sr. Presidente - antes de tudo, acima de tudo -, é falar de um servidor público exemplar. Neste Brasil em que o serviço público é visto, tantas vezes, como mera chance de emprego, como mero instrumento de ascensão social, homens como Romeu Tuma nos mostram que ele é muito mais do que isso. Mostram que o serviço público, na verdade, é oportunidade que se oferece às pessoas de bem para que contribuam com o desenvolvimento do País e, ainda mais, para que sejam úteis a seus semelhantes.

           Tuma ingressou no serviço público, Srªs e Srs. Senadores, no comecinho da década de 50, ainda muito jovem. Tinha 20 anos de idade. Aprovado em concurso público, foi trabalhar na Polícia Civil do Estado de São Paulo.

           Depois, sempre por meio de concurso público, tornou-se investigador e, mais tarde, delegado de polícia. Nessa condição, exerceu o cargo de Diretor de Polícia Especializada na Secretaria Estadual de Segurança Pública.

           Em 1983, assumiu a Superintendência da Polícia Federal naquela Unidade da Federação.

           Em 1985, no Governo do Presidente José Sarney, torna-se Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal, função que irá acumular com a de Secretário da Receita Federal, a partir de 1990 até 1992.

           De 1992 a 1994, atua como Assessor Especial do Governo de São Paulo, com status de Secretário de Estado.

           Em 1995, Sr. Presidente, depois de ter sido eleito com 5 milhões e 500 mil votos, Romeu Tuma chega a esta Casa e aqui permaneceria até seu passamento, com direito a uma reeleição, em 2002, com 7 milhões e 200 mil votos.

           Foram, portanto, 60 anos de dedicação à causa pública, 60 anos, Srªs e Srs. Senadores, de relevantes serviços prestados à sociedade.

           Alguns de seus feitos tornaram-se célebres, como a descoberta dos despojos de Joseph Mengele, talvez o mais procurado dos criminosos de guerra, e a captura de Thomazzo Buscheta, cujas confissões permitiram desmontar grande parte da estrutura da Máfia na Itália e nos Estados Unidos.

           Encarnando o papel de xerife, que tão apropriadamente lhe foi atribuído, Tuma combateu algumas das grandes mazelas de nosso País. Deu combate tanto aos criminosos de colarinho branco, como aos barões do narcotráfico; tanto aos fraudadores da Previdência, como aos fomentadores da prostituição infantil.

           Na Secretaria da Receita Federal, entre outros avanços significativos, instituiu a recepção de declarações do Imposto de Renda por meio digital, medida que facilitou a vida de milhões de contribuintes deste País.

           Nesta Casa, Sr. Presidente, neste Senado Federal, que honrou com sua presença durante 16 anos, Romeu Tuma também teve atuação destacada. Basta dizer que foi, ao longo desses 16 anos, o único Corregedor Parlamentar que tivemos. A ele, por sua respeitabilidade, conferimos as atribuições previstas na Resolução nº 17, de 1993, atribuições que sabemos extremamente relevantes.

           Nas mãos de Romeu Tuma, Srªs e Srs. Senadores, colocamos, entre outras, as responsabilidades de promover a manutenção do decoro, da ordem e da disciplina no âmbito do Senado Federal, de dar cumprimento às determinações da Mesa referentes à segurança interna e externa e de fazer sindicância sobre denúncias de ilícitos que envolvam Parlamentares. São responsabilidades que só atribuiríamos a uma pessoa em quem depositássemos total confiança, uma pessoa sobre cuja isenção e competência não pairasse qualquer suspeita.

           Pois bem, por oito vezes consecutivas chegamos à conclusão de que Romeu Tuma seria o mais preparado para assumi-las.

           Isso não impediu, vejam só, que durante todo este tempo, paralelamente ao exercício de suas funções como Corregedor, ele também desenvolvesse uma marcante atuação parlamentar. Seja apresentando ou relatando projetos de lei de extrema relevância, a exemplo daquele que tipificou como crime o porte, a posse, a fabricação e a comercialização de armas de fogo não autorizadas, seja participando de Comissões Parlamentares de Inquérito como a dos Precatórios e da Pedofilia, seja integrando as diversas Comissões permanentes desta Casa, seja, enfim, fazendo judiciosos pronunciamentos a que assistíamos com redobrada eleição, Romeu Tuma foi sempre um Parlamentar dos mais atuantes. Com um detalhe, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que certamente haverá de ser reconhecido por todos nós que com ele convivemos: embora atuante, embora extremamente profissional no desempenho de suas funções, ele se destacava pela cordialidade no trato e por sua generosidade, que não se restringia aos aliados políticos e partidários, uma generosidade que, ao contrário, estendia-se também aos adversários.

           Nesses tempos, Srªs e Srs. Senadores, em que tantos se ocupam de pregar o ódio, nesses tempos em que tantas vezes os adversários são tratados como inimigos, fica o exemplo de Romeu Tuma, para mostrar-nos que a atividade política pode e deve ser desenvolvida em termos mais amenos, mais cordiais e mais respeitosos. Foi esse cidadão exemplar, Sr. Presidente, que, por duas vezes, o povo de São Paulo enviou a esta Casa como representante daquele Estado.

           Quero, portanto, prestar minha solidariedade a este povo, que perde um representante, e quero principalmente transmitir minha solidariedade aos familiares do Senador Romeu Tuma, rogando a Deus que lhes dê o conforto possível neste momento tão doloroso.

           Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

           Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/11/2010 - Página 48747