Discurso durante a 196ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a falta de segurança e a violência no Estado do Pará. Satisfação pela visita ao Senado Federal do Governador eleito para o Estado do Pará, Simão Jatene. Registro da inauguração, ontem, das eclusas de Tucuruí. Críticas a decisões tomadas pelo Presidente Lula durante seu governo.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL. SEGURANÇA PUBLICA.:
  • Preocupação com a falta de segurança e a violência no Estado do Pará. Satisfação pela visita ao Senado Federal do Governador eleito para o Estado do Pará, Simão Jatene. Registro da inauguração, ontem, das eclusas de Tucuruí. Críticas a decisões tomadas pelo Presidente Lula durante seu governo.
Publicação
Publicação no DSF de 02/12/2010 - Página 54698
Assunto
Outros > ESTADO DO PARA (PA), GOVERNO ESTADUAL. SEGURANÇA PUBLICA.
Indexação
  • APREENSÃO, CRESCIMENTO, VIOLENCIA, ESTADO DO PARA (PA), CRITICA, NEGLIGENCIA, GOVERNADOR, SEGURANÇA PUBLICA, INCOMPETENCIA, GESTÃO, RECURSOS, ORIGEM, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), DESTINAÇÃO, SETOR.
  • SAUDAÇÃO, INICIATIVA, CANDIDATO ELEITO, GOVERNADOR, ESTADO DO PARA (PA), VISITA, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), ANTERIORIDADE, POSSE, BUSCA, APOIO, CONGRESSISTA, MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), SOLUÇÃO, PROBLEMA, SEGURANÇA PUBLICA, PROVIDENCIA, MELHORIA, EDUCAÇÃO, SAUDE PUBLICA, GARANTIA, AUXILIO, FORÇA ESPECIAL, SEGURANÇA.
  • RECONHECIMENTO, IMPORTANCIA, AGRADECIMENTO, INICIATIVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONCLUSÃO, ECLUSA, BARRAGEM, USINA HIDROELETRICA, MUNICIPIO, TUCURUI (PA), ESTADO DO PARA (PA), QUESTIONAMENTO, NEGLIGENCIA, IRREGULARIDADE, GOVERNO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. MÁRIO COUTO (PSDB - PA. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srs. Senadores, há muito que venho a esta tribuna falar sobre segurança, sobre violência, Senador Mozarildo. Acho que desde que cheguei neste Senado me preocupo com a violência implantada neste País, especialmente no meu querido Estado do Pará.

            Pedi tanto à nossa Governadora, Ana Júlia Carepa, que tomasse algumas providências em relação à bandidagem no meu Estado. Nenhuma resposta, nenhuma providência. E a bandidagem tomou conta do meu Estado, assim como de outros Estados neste País, como exemplo o Rio de Janeiro. Parecia que aqui eu fazia política para desgastar a Governadora do meu Estado. O tempo passou, a população não aprovou o Governo de Ana Júlia Carepa.

            Agora, eu estou aqui, novamente, Senador Mozarildo, dizendo que o meu Estado está entregue aos bandidos. Agora, ninguém pode mais dizer que é politicagem desse Senador, porque as eleições passaram. Eu não iria, agora, criticar quem está fora do processo político, mas a preocupação continua. A minha preocupação é muito grande.

            Quero, então, aqui dizer da minha felicidade por ter encontrado, aqui, no Senado Federal, na semana passada, o Governador eleito do Estado do Pará, o Governador Simão Jatene. Perguntei-lhe o que fazia em Brasília e S. Exª me disse que estava extremamente preocupado com a saúde, com a educação e com a segurança do Estado do Pará. Teria vindo a Brasília conversar com os Senadores, com Deputados, com o Governo Federal para encontrar soluções, especialmente na área de segurança, coisa que nunca a nossa Governadora ousou fazer. Jamais vi a Governadora do Estado do Pará conversando com Senadores. Nunca! Nunca, Senador Jefferson Praia, apesar de tantas vezes termos oferecidos os nossos préstimos de Senadores àquela Governadora. Mas ela nunca nos procurou. E o governo atual, antes de ser empossado, antes de ser Governador empossado do Estado do Pará, vem a esta Casa, vem à Câmara dos Deputados, vai ao Governo pedir ajuda a um Estado que está quase falido deixado pela Governadora Ana Júlia Carepa.

            Quero aqui deixar um voto de louvor, minha nobre Presidenta, ao Governador eleito do Estado do Pará, que já começa a luta para colocar o Estado do Pará no lugar que ele merece estar e onde o povo querido do meu Estado quer ver.

            O Governador eleito, Senador Paulo Paim, praticamente já conseguiu a Força Nacional, uma base da Força Nacional para ser instalada no Estado do Pará no combate aos marginais.

            Os números são estarrecedores. Cansei de dizer, desta tribuna, que, diariamente, morrem seis paraenses assassinados à bala e à faca. Cansei de dizer, desta tribuna, que a cada final de semana morrem 16 paraenses, homens e mulheres, assassinados à faca e à bala.

            Ana Júlia Carepa parecia não saber desses detalhes. Dados fornecidos pela Secretaria de Segurança do Estado do Pará do seu próprio Governo. Sabia, Senador Paulo Paim, mas não ligava. Sabia, Senador Paulo Paim, mas não se interessava. Sabia, Senador Paulo Paim, que ela conseguiria, com o Presidente Lula, solucionar os problemas de segurança do Estado do Pará, mas não ligava. Por isso a população disse: “Basta! Chega! Nós não queremos mais a Ana Júlia no Governo deste Estado!”

            Parabéns, Governador Simão Jatene, pelo primeiro ato, pela primeira atitude de V. Exª, principalmente voltada à segurança do nosso Estado. Sei que a luta não vai ser fácil, meu caro Governador. Sei que é uma luta difícil. Sei o quanto os bandidos tomaram conta do meu Estado. Sei o quanto o povo paraense sofreu. Sei o quanto o interior do meu Estado sofreu na mão dessa bandidagem. E V. Exª toma como primeira providência, ao pisar no solo de Brasília, pensando nos seus irmãos, pensando em cada um paraense, buscar soluções, tendo como resposta a mão do Ministério da Justiça, que, como eu disse por diversas vezes aqui nesta tribuna, estava disposto a ajudar a Governadora do meu Estado.

            Conseguimos, uma vez, R$21 milhões do Pronasci. Por incompetência... Foram R$21 milhões, paraenses, que o Ministério da Justiça mandou ao Estado do Pará para combater a criminalidade. Repito, paraenses: R$21 milhões! Sabe o que a Ana Júlia fez, paraenses, com esses R$21 milhões? Usou apenas R$1,7 milhão. O resto ela devolveu ao Ministério da Justiça. Pasmem, senhoras e senhores: que tamanha incompetência!

            Por isso, minha nobre Presidenta, venho à tribuna na tarde de hoje dizer da minha alegria e da minha satisfação de ver o Governador eleito do Estado do Pará, na semana passada, aqui, em Brasília, brigando, lutando, interessando-se, sem ainda ser Governador, pela segurança do Estado do Pará.

         Repito, Governador: sei que V. Exª vai ter que lutar muito para que a bandidagem saia do Estado do Pará, mas V. Exª demonstra, com esse ato, que a vontade de V. Exª é muito grande, que o amor que V. Exª tem por esse Estado é muito grande, que a vontade que V. Exª tem de retribuir o carinho dos paraenses nessa última eleição é muito grande.

         Que o dever que V. Exª tem de trabalhar pelo nosso Estado é muito grande. Mas são com essas atitudes que V. Exª tomou que se conhece o caráter e a vontade de cada homem paraense.

            Srª Presidenta, daqui a pouco vou pedir uma questão de ordem, pois sei que não tenho tempo para ler aqui da tribuna, para ler os meus votos de congratulações ao Governador eleito do Estado do Pará.

            Ao descer desta tribuna, Presidenta, quero também aqui fazer jus ao Presidente da República, este mesmo Presidente que foi ao Estado do Pará pedir voto para a Governadora. Presidente Lula, a população do Estado do Pará não podia atender Vossa Excelência. A população do Estado do Pará não devia atender Vossa Excelência. Pedir a permanência de Ana Júlia Carepa no Governo do Estado do Pará seria uma desgraça para aquele povo. O que Vossa Excelência pediu foi o impossível para que o povo do Pará pudesse atender. Se Ana Júlia Carepa permanecesse no Governo do Estado, o Pará, Presidente Lula, estaria no abismo; o Pará, Presidente Lula, cairia numa desgraça fatal. Por isso, o povo do Pará disse “não” ao senhor: “Não queremos mais, Presidente Lula, não queremos mais Ana Júlia Carepa!”

            Sei que Vossa Excelência ontem inaugurou as eclusas de Tucuruí. Devo lhe agradecer como paraense. Eclusas com mais de 20 anos em construção. Fernando Henrique Cardoso deu uma alavancada, e Lula terminou.

            Parabéns, Presidente, e muito obrigado, em nome do povo do Estado do Pará!. Assim como sei criticá-lo e às vezes não entendo Vossa Excelência, às vezes é difícil entendê-lo, Presidente. Como é que Vossa Excelência, por exemplo, deixa o Pagot continuar administrando o Dnit? Como, Presidente Lula, que o senhor é capaz de fazer as eclusas de Tucuruí no meu Estado, mas não é capaz de dar um aumento digno aos aposentados deste País, que sofrem? E Vossa Excelência sabe que eles sofrem. Como, Presidente Lula, que Vossa Excelência é capaz de fazer o Bolsa Família, ou melhor, dar continuidade ao Bolsa Família, mas é incapaz de demitir o Ricardo Teixeira, um dos maiores ladrões deste País?

            Presidente Lula, eu não entendo Vossa Excelência. Muitas vezes, eu não entendo Vossa Excelência. Como é que Vossa Excelência - já vou descer, Presidente - é capaz de não mandar... E aí o mais grave de tudo, meu Presidente Marco Maciel, por quem tenho um grande respeito. Como é possível, Marco Maciel, entender o Presidente Lula, que acaba de inaugurar uma grande obra no meu Estado, que eu reconheço, pelo que eu agradeço, e, sabendo de toda a corrupção dos petistas neste País? A corrupção se alastrou neste País, como a corrupção se alastrou no meu Estado. O Governador Simão Jatene vai ter que combatê-la duramente no meu Estado, e ele vai fazer isso.

            Como é possível o Presidente da República passar a mão na cabeça dos seus afilhados e eu me dar a liberdade de vir a esta tribuna falar à Nação brasileira e dizer assim: Nação brasileira, eu renuncio ao meu mandato, eu renuncio ao meu mandato se alguém me apontar um petista comprovadamente corrupto que esteja na cadeia. Quero um só, não quero dois. Eu só quero um!

            É isso que eu não entendo, Presidente Lula. É isso que eu não entendo! É difícil de entender esse Presidente Lula! Mas, mesmo assim, eu desço desta tribuna, agradecendo a obra que ele entregou ao povo paraense, dizendo aqui, meu caro Mozarildo, você que conhece o Pará: nós temos a responsabilidade, o Governador Simão Jatene tem a responsabilidade de retomar o crescimento do Estado do Pará. Eu fico muito feliz, extremamente feliz em ver as suas primeiras atitudes, em ver a sua preocupação colocada em prática, em ver aquilo que ele falou nos palanques, mesmo antes de ser Governador.

            Digo ao povo paraense que a minha alegria, a minha satisfação foram vocês que deram a todos nós levando o Governador Simão Jatene a ser novamente Governador do Estado do Pará. Tenho certeza de que teremos muitos momentos difíceis, mas teremos muitos momentos felizes.

            Muito obrigado, Senador Mozarildo.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/12/2010 - Página 54698