Discurso durante a 25ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do nonagésimo aniversário de fundação do jornal Folha de S.Paulo.

Autor
Vital do Rêgo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Vital do Rêgo Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do nonagésimo aniversário de fundação do jornal Folha de S.Paulo.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2011 - Página 6705
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, MODERNIZAÇÃO, MEIOS DE COMUNICAÇÃO, COMPROMISSO, ATUAÇÃO, JORNALISMO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. VITAL DO REGO (Bloco/PMDB - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não é todo dia que se comemoram os 90 anos do maior jornal do País. É com enorme satisfação, portanto, que tomo parte nesta sessão especial, em que celebramos o nonagésimo aniversário da Folha de S. Paulo.

            Nessas últimas nove décadas, não foram poucos os desafios enfrentados pelos jornais diários em todo o mundo. O advento de novas mídias e tecnologias, como a televisão e, mais recentemente, a internet, impôs mudanças de rumo radicais ao dia-a-dia das redações.

            A isso se soma, em um país como o Brasil, as transformações ocorridas no perfil do público leitor, que está a cada dia mais instruído, mais urbanizado e menos ingênuo. Exige-se dos jornais que entendam as necessidades de informação de seus leitores, que respeitem sua inteligência, que estabeleçam com esses leitores uma relação de respeito, de transparência e de franqueza.

            A Folha, talvez como nenhum outro jornal do País, esteve à altura de todos esses desafios. É um diário que soube se renovar no momento certo, que se antecipou às principais tendências da modernidade e que incorporou, desde sempre, a inovação a seus princípios fundamentais.

            Essa busca permanente pela inovação apresenta mais de uma dimensão. Existe, evidentemente, a inovação técnica, que a Folha persegue com uma competência sem paralelo na imprensa nacional. O jornal foi pioneiro, por exemplo, no uso do offset, na publicação de fotos digitais, no uso da cor, na digitalização e na disponibilização online de seus arquivos, na informatização de sua redação, na oferta de um serviço de notícias em tempo real, entre outros pioneirismos.

            Sobram exemplos, também, de inovações editoriais e gerenciais. Essas são especialmente interessantes, pois evidenciam o caráter plural, democrático, cidadão, engajado e transparente da Folha de S. Paulo.

            A figura do ombudsman, por exemplo, era novidade absoluta na imprensa sul-americana quando a Folha contratou seu primeiro profissional com essa qualificação. A seção “Erramos”, outra novidade trazida pela Folha para o jornalismo brasileiro, dentro do mesmo espírito de autocrítica que o jornal exercita em relação a si mesma, é um espaço visualmente discreto, mas é de um simbolismo muito forte - são poucos os veículos de imprensa que admitem seus erros com tanta tranquilidade e tanta sinceridade quanto a Folha.

            Os cadernos temáticos, que hoje estão presentes em todos os jornais, foram uma inovação da Folha. A ciência, a educação, a tecnologia, o mundo das crianças e dos adolescentes - esses e outros assuntos, que nos outros jornais eram jogados sem muito cuidado no meio de cadernos genéricos, na Folha receberam o destaque que merecem e ganharam seções e cadernos especiais.

            A divulgação ao público de sua linha editorial e de seu manual de redação foi uma novidade também criada pela Folha de S. Paulo. O assunto, que sempre foi tratado de forma fechada pelas redações como um segredo que deveria ser guardado a sete chaves, na Folha recebeu um tratamento democrático e transparente. Ora, se o leitor é a razão de ser do jornal, o alvo a que todo o trabalho do jornalista se destina, nada mais natural do que explicitar a esse leitor as diretrizes, os critérios e os princípios que regem a informação que está sendo veiculada. A Folha foi pioneira nesse tipo de postura editorial no País.

            É por essas e outras que a Folha, apesar da idade avançada, passa a impressão permanente de frescor, de novidade, de leveza. É um jornal que se renova junto com os avanços científicos, tecnológicos, econômicos e sociais. É um jornal profundamente antenado com seus leitores, que conhece as necessidades de informação de seu público e que, acima de tudo, respeita a inteligência de sua audiência.

            A história do jornal é cravejada com alguns dos nomes mais ilustres do jornalismo nacional. José Nabantino Ramos, Octavio Frias de Oliveira e Carlos Caldeira Filho são, sem dúvida, três dos principais responsáveis pelo sucesso do jornal, no nome dos quais cumprimentamos todos aqueles que tornaram a Folha o gigante jornalístico que ela se tornou. O legado desses senhores vem sendo respeitado e constantemente renovado por Otavio Frias Filho e por todos os que hoje são responsáveis pela publicação do jornal de maior circulação do Brasil.

            Parabéns, portanto, à Folha de S. Paulo, que há décadas vem presenteando os brasileiros com um jornalismo inteligente, pautado pelos princípios da transparência, da imparcialidade, da democracia e da liberdade de imprensa. Parabéns, da mesma forma, ao Senado Federal, pela realização da presente solenidade.

            Longa vida à Folha de S. Paulo, um dos grandes símbolos da liberdade de imprensa e do jornalismo responsável no Brasil.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Modelo1 6/29/2411:21



Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2011 - Página 6705