Discurso durante a 30ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Preocupação com a revolta dos trabalhadores da usina de Jirau, em Rondônia. (como Líder)

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MANIFESTAÇÃO COLETIVA.:
  • Preocupação com a revolta dos trabalhadores da usina de Jirau, em Rondônia. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 19/03/2011 - Página 7523
Assunto
Outros > MANIFESTAÇÃO COLETIVA.
Indexação
  • APREENSÃO, REVOLTA, TRABALHADOR, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, JIRAU, MUNICIPIO, SANTO ANTONIO (RN), ESTADO DE RONDONIA (RO), IMPORTANCIA, PARCERIA, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, REGULARIZAÇÃO, SITUAÇÃO, GARANTIA, CONTINUAÇÃO, TRABALHO, CONCLUSÃO, OBRA PUBLICA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Mozarildo, Srªs e Srs. Senadores, o Estado de Rondônia e o País estão atônitos com o quebra-quebra que ocorreu esta semana no canteiro de obras na usina de Jirau, que está sendo construída pelo Governo Federal e pela iniciativa privada. Além da usina de Jirau, também está sendo construída a usina de Santo Antônio, mais ou menos do mesmo tamanho. As duas usinas juntas empregam cerca de 30 mil trabalhadores diretos e se constituem duas grandes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

            A revolta dos trabalhadores da usina de Jirau, ainda sem motivação específica, provocou a destruição de alojamentos e de ônibus. Em virtude disso, a empresa Camargo Correia, que é a líder do consórcio, suspendeu as obras até que a situação se normalize.

            O Governo do Estado acionou seu aparato de segurança, deslocando para a área policiais para conter a rebelião. O Governo Federal também acionou a Força Nacional para oferecer segurança aos que lá trabalham.

            O motivo aparente de toda a rebelião, que envolveu 400 trabalhadores, decorre do fato da prisão de um dos operários, que se envolveu em uma briga com um motorista de ônibus que faz o transporte desses trabalhadores. O fato é que a usina de Jirau não pode nem deve ter seu cronograma de construção prejudicado por um ato isolado, ou seja, uma briga entre funcionários.

            Para que a usina continue sendo construída com segurança, já fiz contato com o Ministro de Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, General José Elito, e também com o Ministro da Defesa, nosso companheiro Ministro Nelson Jobim, que estão dando toda a atenção, atendendo aos pleitos do Governador Confúcio Moura, e pedi apoio, para que as obras tivessem um ciclo normal de construção.

            Santo Antônio, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, também, infelizmente, está paralisada, devido a um pequeno motim. Ontem, incendiaram um ônibus. Uma coisa puxa a outra. Penso que acharam bonito o quebra-quebra que aconteceu em Jirau e quiseram fazer o mesmo na usina de Santo Antônio. E a empresa e seus diretores acharam por bem paralisar os trabalhos antes que a coisa se estendesse. Espero que tudo isso volte o mais rapidamente possível à normalidade.

            Pedimos também ao Governador do Estado reforço, para que a segurança dos trabalhadores seja preservada, afinal foram 45 ônibus e 35 alojamentos queimados ou destruídos. A imprensa do Estado e do País já registrou o fato, que é preocupante para todos nós rondonienses.

            É importante informar que cerca de 22 mil pessoas trabalham em Jirau, a maior parte reside em outros Estados, o que é um problema mais grave, pois estão vindo agora para a capital do Estado, podendo aumentar a violência, que já é grande, na nossa capital.

            Pedimos aos órgãos de segurança do Estado e do Governo Federal que apurem o episódio e esclareçam se há presença de vândalos envolvidos, porque há forte suspeita de que foi um ato premeditado, um ato proposital.

            Quero esclarecer que o povo de Rondônia é ordeiro, é cumpridor dos seus compromissos e é um povo de respeito.

            Outro fato é que, desde quando fui Governador do Estado, trabalhei pela construção dessas usinas, avaliadas em mais de R$30 bilhões de investimentos diretos e em mais outros tantos de investimentos indiretos. Na condição de Senador da República, no primeiro mandato, retomei a luta, e, agora, as usinas estão em plena construção, apenas momentaneamente paralisadas, espero.

            Não podemos generalizar e divulgar que os trabalhadores cometeram atos de baderna. Suponho que há pessoas com outros interesses e com o propósito de prejudicar o andamento das obras, especialmente em Jirau. Daí uma apuração rigorosa do fato que motivou o confronto no canteiro de obra.

            Sr. Presidente, Senador Wellington, que foi Governador do Piauí e que preside a sessão neste momento, Srªs e Srs. Senadores, obras desse porte foram até o momento - e serão ainda - muito importantes para o desenvolvimento do Estado. Rondônia cresceu, no ano passado, 14%. Enquanto o Brasil cresceu 7,5%, que foi um crescimento extraordinário, Rondônia cresceu 14% e já havia crescido 9% no ano anterior. Então, essas usinas são de fundamental importância para o Brasil, para sustentar o crescimento econômico do País com energia elétrica limpa, de boa qualidade, e também para o desenvolvimento do Estado de Rondônia.

            Por isso, voltarei a conversar, hoje à tarde, com o General Elito, o Ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Já conversei, ontem, por telefone, com ele, que me garantiu que dará ao Governador do Estado o que precisar para manter a ordem e retomar os trabalhos nas usinas de Jirau e de Santo Antônio. O Governo Federal está dando todo apoio, o que agradeço em nome do meu Estado de Rondônia.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/03/2011 - Página 7523