Discurso durante a 34ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Relato das impressões extraídas por S.Exa. de sua participação em audiência pública conjunta de comissões do Senado, realizada hoje, em que se discutiu a segurança das usinas nucleares brasileiras e o programa que amplia a geração de energia nuclear no País.

Autor
Vital do Rêgo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Vital do Rêgo Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA.:
  • Relato das impressões extraídas por S.Exa. de sua participação em audiência pública conjunta de comissões do Senado, realizada hoje, em que se discutiu a segurança das usinas nucleares brasileiras e o programa que amplia a geração de energia nuclear no País.
Publicação
Publicação no DSF de 24/03/2011 - Página 7953
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA.
Indexação
  • DEPOIMENTO, AUDIENCIA PUBLICA, COMISSÃO, MEIO AMBIENTE, INFRAESTRUTURA, PRESENÇA, PRESIDENTE, CENTRAIS ELETRICAS DO NORTE DO BRASIL S/A (ELETRONORTE), DEBATE, SEGURANÇA, USINA NUCLEAR, BRASIL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. VITAL DO REGO (Bloco/PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Agradeço à queridíssima Senadora Marisa Serrano pela cessão de seu tempo na tarde de hoje. Ficam creditadas à Senadora as minhas atenções.

            Exmª Srª Presidente desta sessão, queridíssima Senadora Marta Suplicy, Srªs e Srs. Senadores, eu, até agora, há pouco, estive participando de uma extraordinária sessão conjunta, ocorrida desde as primeiras horas da manhã de hoje, entre a Comissão de Infraestrutura, a Comissão de Ciência e Tecnologia e a Comissão de Meio Ambiente.

            Na condição de membro efetivo dessas Comissões, senti-me motivado em permanecer até há bem poucos instantes, porque extraí de lá, Srª Presidente, um misto de tranquilidade e incertezas. Tranquilidade quando ouvi e vi manifestações sérias, seguras, fundamentadas, científicas, do Presidente da Eletronorte, o Sr. Othon Luiz Pinheiro da Silva.

            E em cada assertiva, João Pedro - V. Exª estava comigo lá -, comentávamos sobre o nível de profissionalização, de comprometimento dessa empresa que cuida do plano nuclear brasileiro.

            A primeira forma, ou o primeiro sentimento que extravaso é de tranquilidade. Eu saio da reunião cada vez mais motivado em dar a minha palavra de crédito ao plano nacional nuclear, porque senti segurança e preparo. Mas as incertezas vêm, digníssimo Senador Paulo Paim.

            Se temos um dos mais avançados sistemas de segurança no mundo em termos de reatores e usinas já testados em Angra I e Angra II; se temos todas as possibilidades de investir nas quatro outras usinas; se vamos aprender muito com o desastre do Japão; se temos como aperfeiçoar, com humildade, todas as nossas preocupações no que diz respeito às necessárias providências emergenciais em caso de um acidente, nós temos - e aí eu falo como membro da Base - o pior sistema de defesa civil, talvez, que eu tenha visto. E não quero fazer comparações com nenhum outro País. Nós estamos muito atrasados.

            E quando o Presidente Othon Pinheiro da Silva falava que não existe nada no mundo 100% seguro e precisamos humildade entender que devemos aperfeiçoar o nosso sistema a cada dia”, eu quis perguntar, mas os próprios autores da reunião conjunta o fizeram por mim: Qual a política da Eletronuclear adotada para fazer com que desastres dessa natureza tenham, efetivamente, a imediata providência requerida? Será que nós estamos preparados mesmo? O Japão nos deu uma lição de organização, de tranquilidade e de eficácia. Em poucos dias, evacuou 20 quilômetros no raio da usina de Fukushima. Será que nós estamos preparados, com essa Defesa Civil que nós temos?

            Essa incerteza, Srª Presidente, eu trago na tarde de hoje, talvez estimulado pelo fato de agredirmos essa questão, de buscarmos soluções para que o Governo - isso bem já colocou a Presidenta Dilma - crie uma central de monitoramento dos nossos desastres.

            Eu me lembro, para concluir, o quanto nós falávamos - eu na Câmara e os senhores aqui no Senado - do desastre de Santa Catarina, dos desastres do Rio de Janeiro, dos desastres que muitas vezes acontecem no meu Nordeste, chuva demais ou chuva de menos. E desses quatro anos, Srªs e Srs. Senadores, eu não trago nenhuma experiência positiva com a Defesa Civil do meu País. Eu não recolho nenhum tipo de confiança. E espero que atitudes como essa de caráter preventivo feita pelo plano nacional brasileiro possam nos trazer a tranquilidade necessária para que possamos continuar investindo, não como a França que depende 75% da...

(Interrupção do som)

            O SR. VITAL DO REGO (Bloco/PMDB - PB) - ...energia nuclear, mas continuar investindo neste setor que também é vital para o País.

            Agradeço a V. Exª.

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Muito obrigada, Senador Vital do Rego.

            Senador, desculpe-me, acredito ter feito um erro no seu tempo. O seu tempo foi marcado errado. O senhor tem mais 5 minutos. O senhor me desculpe.

            O SR. VITAL DO REGO (Bloco/PMDB - PB) - Entendi o erro. Inclusive encontrei o erro na minha ótica no relógio, mas entendi que V. Exª precisa diminuir o tempo de uns para oferecer a oportunidade a outros.

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Não, senhor. De jeito nenhum. Regimento é regimento. Aqui o Regimento tem sido cumprido.

            O SR. VITAL DO REGO (Bloco/PMDB - PB) - Mas não fez V. Exª de forma proposital, claramente. Mas eu concedo o meu tempo aos colegas que estão também inscritos. O recado já foi dado, a mensagem já foi dada, e espero poder, com essa pouca cessão de alguns minutos, oferecer a oportunidade a todos.

            A SRª PRESIDENTE (Marta Suplicy. Bloco/PT - SP) - Eu agradeço e peço desculpas pelo inconveniente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/03/2011 - Página 7953