Discurso durante a 38ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem a Mário Covas, no transcurso do décimo aniversário de seu falecimento, e ao ex-Vice Presidente da República José Alencar, falecido hoje.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem a Mário Covas, no transcurso do décimo aniversário de seu falecimento, e ao ex-Vice Presidente da República José Alencar, falecido hoje.
Aparteantes
Eduardo Braga, Gleisi Hoffmann, Randolfe Rodrigues, Rodrigo Rollemberg, Vanessa Grazziotin, Wilson Santiago.
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2011 - Página 8670
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, JOSE DE ALENCAR, EX VICE PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, ATUAÇÃO, APRESENTAÇÃO, VOTO DE PESAR.
  • HOMENAGEM, DECENIO, ANIVERSARIO DE MORTE, MARIO COVAS, EX GOVERNADOR, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, BRAVURA, DIGNIDADE, ETICA, VIDA PUBLICA, RELEVANCIA, ATUAÇÃO, COMBATE, REGIME, DITADURA, MILITAR.
  • LEITURA, TRECHO, DISCURSO, MARIO COVAS, EX GOVERNADOR.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Marisa Serrano, eu estava inscrito para falar na sessão de homenagem a Mário Covas, pelo menos tentei falar, mas não foi possível, pois o Presidente Sarney terminou a sessão. Vou usar o meu tempo neste momento para fazer esta fala referente a Mário Covas.

            Eu não poderia deixar de, em primeiro lugar, cumprimentar V. Exª pela iniciativa e, ao mesmo tempo, somar-me aos requerimentos encaminhados à Mesa em solidariedade ao voto de pesar ao nosso querido ex-Vice-Presidente José Alencar, falecido no dia de hoje.

            Tive alegria, Srª Presidente, de conviver com José Alencar nas caminhadas que ele fez pelo Rio Grande na campanha presidencial do Presidente Lula. Sei que teremos aqui uma sessão especial de homenagem ao nosso falecido ex-Vice-Presidente José Alencar e falarei mais nesse dia sobre ele.

            Com certeza, só posso dizer aqui, para demarcar dois momentos, que acompanhei, Senador Simon, o ex-Vice-Presidente José Alencar numa campanha no Rio Grande do Sul, na Fiergs, e, no fim da fala dele, de improviso, todos, todos os empresários aplaudiram-no de pé. Depois, fui com ele a Caxias, numa reunião com trabalhadores e militantes, e revi o fato, todos aplaudiram-no de pé. Isso mostra a grandeza do nosso falecido ex-Vice-Presidente.

            E eu tomaria a liberdade de dizer aqui só esta frase: as duas campanhas que o ex-Presidente Lula ganhou para Presidente da República, com certeza, teve a marca do nosso querido ex-Vice-Presidente José Alencar.

            José Alencar é daqueles homens que entra para a história, e, com certeza, haveremos de homenageá-lo aqui, numa grande sessão, que será feita por esta Casa.

            Mas, Senadora Maria Serrano, eu queria, no dia de hoje, fazer uma pequena homenagem a Mário Covas, mediante requerimento encaminhado à Casa por V. Exª.

            Escrevi este pronunciamento - digo a V. Exª - com muito carinho. Hoje, pela manhã, nas comissões e, com certeza, à tarde no plenário, todos falaram da história bonita e inesquecível de Mário Covas. Srª Presidente, vou apenas expressar os meus sentimentos, a minha saudade e o meu respeito a Mário Covas.

            Mário Covas, Srª Presidente, para mim, foi um combatente. Foi um combatente daqueles que souberam ouvir a batida do tambor e o ressoar dos clarins vibrantes do povo. Eu diria que Mário Covas, na mais pura concepção “gautcha”, um termo gaúcho, era um homem de três pátrias, um verdadeiro centauro da liberdade, que usava as armas. Mário Covas usava as armas, sim! Mário Covas usava armas e tão somente elas, da voz de estocar de esporas com o compromisso verbal - a palavra. Ele tinha o dom da palavra.

            Democracia, liberdade, justiça, três sentidos, três divindades tão caras para nós brasileiros. E, quando as citamos, minha Presidente, eu poderia dizer, alto lá, que me desculpem alguns, que me desculpem as folhas amarelas do tempo. Eu quero homenagear hoje Mário Covas. A ele eu faço minha reverência.

            Lembro-me aqui, Srª Presidente, 12 de dezembro de 1968. Eu tinha 18 anos, às vésperas do Ato Institucional nº 5. O plenário da Câmara era um caldeirão de angústias, gritos, apartes. Mas o silêncio também era ouvido. Mário Covas promove um dos mais importantes momentos da vida nacional e adentra o panteão, no meu entendimento, dos oradores imortais.

            Há quem diga - e eu entendo assim - que, ao se pronunciar contrário à licença para processar o nosso amigo, Deputado Márcio Moreira Alves, já falecido, o Centauro da Liberdade, Mário Covas, não apenas fez a defesa, mas pintou, para mim, em aquarela, uma pátria livre, soberana e tão sonhada por todos nós.

            Assim disse Mário Covas:

(...) Creio na Justiça, cujo sentimento na excelsa lição de Afonso Arinos é a noção de limitação de poder.

Creio no povo, anônimo e coletivo, com todos os seus contrastes, desde a febre criadora à mansidão paciente.

Creio ser dessa amálgama, dessa fusão de lamas e emoções, que emana não apenas o poder, mas a própria sabedoria.

E, nele crendo, não posso desacreditar de seus delegados [que ali iam votar se íamos permitir a cassação ou não do nobre deputado].

Creio na palavra ainda quando viril ou injusta, porque acredito na força das ideias e no diálogo que é seu livre embate.

Creio no regime democrático, que não se confunde com a anarquia, mas que, em instante algum, possa rotular ou mascarar a tirania.

Creio no Parlamento, ainda que com suas fraquezas, que só desaparecerão se o sustentarmos livre, soberano e independente.

            Mário Covas termina dizendo: “Creio na liberdade, esse vínculo entre o homem e a eternidade, essa condição indispensável para situar ou ser à imagem e semelhança de seu Criador”.

            Srª Presidente, percebe-se claramente, nesse pequeno trecho da fala de Mário Covas, a total plenitude do homem, do verdadeiro homem, o homem consciente de si mesmo, de sua missão no universo, o homem que luta para enamorar a liberdade e viver com ela.

            E, como disse Dom Quixote de La Mancha:

A liberdade é um dos dons mais preciosos que os céus deram aos homens; a ela não se podem igualar os tesouros que a terra esconde nem os que o mar encobre; pela liberdade, assim como pela honra, pode e deve-se arriscar a própria vida, ao passo que o cativeiro é o maior mal que pode atingir os homens.

            Tive a honra, Srª Presidente, por isto insisti na minha fala na tarde de hoje, de conhecer Mário Covas durante a Assembleia Nacional Constituinte. Ele foi o nosso Líder, Líder do Bloco Progressista e - V. Exª também destacou - do Centro Esquerda. Um veterano que nos ensinou muito com a sua sabedoria. Eu, gaúcho, caxiense, jovem sindicalista, iniciando na política nacional, percebi que eu estava em frente de um grande líder.

            Sobre os direitos constitucionais, sobre os direitos sociais e sobre os direitos dos trabalhadores, tive a satisfação de dialogar diretamente com Mário Covas. Eu poderia lembrar muita coisa aqui: aviso-prévio, direito de greve, férias e muitos outros assuntos.

            Srª Presidente, tínhamos um diálogo franco, aberto. E, vamos dizer assim, mesmo sendo de grei partidária diferente, estávamos na mesma trincheira. Estávamos unidos pela perspectiva infinita de luta e de garantia de direitos e de oportunidade iguais para todos os brasileiros.

            Srª Presidente, com essas minhas poucas palavras, quero dizer, em homenagem a Mário Covas, que foram momentos, para mim, inesquecíveis. Foram símbolos de expressões de um cidadão que aprendeu a reconhecer que homens da estirpe e da marca de Mário Covas são imprescindíveis. Com certeza, para a democracia, são legados e espelhos que nos norteiam, que nos dão esperança para o presente e para o futuro.

            Termino dizendo, Srª Presidente, que, por tudo isso, nesta sessão histórica, tomo a liberdade de trazer à lembrança homens que marcaram sua época e seu tempo. Eu poderia lembrar aqui, viajando um pouquinho no tempo, Tiradentes, Zumbi dos Palmares, Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães e - por que não dizer? -, hoje, José de Alencar. E jamais eu poderia esquecer aquele que deixou gravado no texto da nossa Constituição o que há de mais avançado e mais bonito.

            Srª Presidente, termino aqui, dizendo que vejo à minha frente um plenário lotado de pessoas que fizeram a Assembleia Nacional Constituinte, um plenário lotado e em silêncio, a escutar a voz do maestro da Constituinte, Mário Covas Junior.

            Viva Mário Covas, eternamente!

            Obrigado, Srª Presidente.

            A Srª Gleisi Hoffmann (Bloco/PT - PR) - V. Exª me permite um aparte, Senador Paim?

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Concedo-lhe o aparte, Senadora Gleisi.

            A Srª Gleisi Hoffmann (Bloco/PT - PR) - Eu queria me somar às suas palavras. Não tive oportunidade de participar da sessão de homenagem ao ex-Senador e ex-Governador Mário Covas, mas gostaria de me somar às suas palavras. Conheci muito pouco o ex-Governador, o ex-Senador, mas conheci sua trajetória, sua história, sua luta pela democracia, a vivacidade que tinha nessa área. Quero aqui também render minhas homenagens ao ex-Senador Mário Covas, que foi fundamental na redemocratização do País. Foi nosso companheiro de caminhada na eleição do Presidente Lula, em 1989, no segundo turno. Depois, sei que o PT também foi seu companheiro de caminhada em eleições em São Paulo. Novamente, apoiou nossa candidata à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, no segundo turno. Ele tem uma trajetória que dignifica muito a história brasileira. Então, eu queria somar-me à sua manifestação. Parabenizo a Senadora Marisa Serrano, por ter apresentado o requerimento de realização desta sessão especial. E peço desculpas, pois, diante de compromisso que eu já tinha assumido, não consegui estar aqui mais cedo. Mas eu queria deixar o registro nesta Casa de minha homenagem à trajetória desse grande homem público. Obrigada.

            O Sr. Eduardo Braga (Bloco/PMDB - AM) - Permite-me um aparte, Senador?

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Senadora Gleisi, cumprimento V. Exª. Fico feliz com o aparte. Como a sessão foi rápida, o PT, naturalmente, queria fazer homenagem ao Mário Covas, que está sendo feita tanto pela Senadora Marta Suplicy, quanto pela Senadora Gleisi e por mim.

            Tem V. Exª o aparte, Senador Eduardo Braga.

            O Sr. Eduardo Braga (Bloco/PMDB - AM) - Agradeço ao Senador Paulo Paim por esta oportunidade. Eu também gostaria de fazer de suas palavras as nossas palavras em torno do memorável Senador Mário Covas. Não apenas foi Senador, mas também Prefeito da cidade de São Paulo e Deputado Federal. Foi um homem extremamente importante e ativo na redemocratização deste País, para se alcançar o ideário democrático neste País. Como engenheiro, trouxe muitas contribuições para a cidade de São Paulo quando de seu mandato como Prefeito daquela cidade. Eu, jovem, Deputado Federal, iniciando meus passos em Brasília, tive a oportunidade de, muitas vezes até em campos opostos ao nosso saudoso Senador Mário Covas, ver seu patriotismo, a forma correta, sincera e, às vezes, até intransigente com que defendia seus princípios, mas sempre fundamentado na coerência, na boa-fé e na certeza dos bons propósitos com a coisa pública, com a Nação brasileira e com nosso povo. Portanto, quero também fazer constar nos Anais desta Casa a posição do Amazonas, fazendo homenagem justa a este grande brasileiro e grande homem público: o Senador Mário Covas.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Muito obrigado, Senador, por seu aparte. V. Exª tem toda razão. Nas oportunidades em que eu conversava com ele, ele sempre dizia: “Paim, temos de conseguir um entendimento. Você, que está cuidando dos assuntos sociais, converse com os empresários e com os trabalhadores”. E, na hora H, ele sempre nos defendia, nós, da Oposição, no convencimento com o outro lado. Por isso, eu tinha de lembrar um momento como esse. Agradeço a V. Exª.

            Concedo um aparte ao Senador Rodrigo Rollemberg.

            O Sr. Rodrigo Rollemberg (Bloco/PSB - DF) - Quero cumprimentar V. Exª, Senador Paim, pelo seu pronunciamento em homenagem ao ex-Senador e ex-Governador Mário Covas. Se tivéssemos de definir o ex-Senador, o ex-Governador, o político, a pessoa Mário Covas, diríamos que ele era um homem de bem, uma pessoa que, por onde militou na sua trajetória política, honrou a política, seja como Prefeito, como Governador, como Senador, como Constituinte. Foi um homem público da melhor qualidade, do melhor quilate. Ele deixa, para todos nós, um legado, um exemplo de coragem, de conduta ética, de correção. Ele deixa esse exemplo para nós, políticos, e para o povo brasileiro. Aqui, quero cumprimentar a família do ex-Senador Mário Covas, que deve sentir-se muito honrada por esse legado. Também cumprimento V. Exª por essa homenagem. Eu também tinha me preparado para fazer uma homenagem hoje, em meu nome pessoal, em nome do PSB e em nome do Distrito Federal, ao ex-Senador Mário Covas e o faço aqui, na forma de aparte, solidarizando-me com V. Exª.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Muito obrigado, Senador Rollemberg.

            Senador Randolfe.

            O Sr. Randolfe Rodrigues (PSOL - AP) - Senador Paulo Paim, V. Exª utiliza a tribuna para homenagear um grande brasileiro, no momento em que o Brasil se despede de outro grande brasileiro. Refiro-me ao falecimento, ainda há pouco, do Vice-Presidente da República José Alencar. Mas estamos falando de Mário Covas, e quero lhe afirmar que formei minha militância política tendo como referência uma das mais belas peças de oratória que já vi, que foi o discurso de Mário Covas, em dezembro de 1968, em defesa de Márcio Moreira Alves, quando a ditadura queria cassar-lhe o mandato de Deputado. Aquele pronunciamento pode ser uma das sínteses do que foi esse grande brasileiro, democrata, coerente com sua trajetória política. Foi, ao longo da sua vida, sempre opositor da ditadura e empregou sua vida na redemocratização do País. E, afeito, não tive a honra que V. Exª teve de conhecer e de conviver com Mário Covas. Mas fui, já na juventude, fã da trajetória política de Mário Covas e lhe confesso que, em 1989, quando eu estava na juventude do PT e estava na campanha de Lula, no segundo turno, à Presidência da República, lembro que uma das grandes emoções que tive foi o anúncio do apoio de Mário Covas, naquele segundo turno, à candidatura de Lula à Presidência da República. Então, temos em Mário Covas a referência de um grande democrata e a referência de alguém. Coincide essa homenagem com o momento em que o Brasil também perde um grande brasileiro, que é José Alencar. E coincide essa homenagem também, nesses dias finais de março, em que é necessário ser lembrado - porque já diz a célebre frase de Thomas Jefferson: “O preço da liberdade é a eterna vigilância” -, porque todo final de março e início de abril é importante lembrar que, num período da nossa história, a ordem democrática foi rompida. É por isso que, neste momento, não devemos lembrar o triste momento, mas devemos lembrar a boa memória daqueles que lutaram para recuperar a democracia neste País, e Mário Covas é boa referência nesse sentido.

            A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco/PCdoB - AM) - Senador Paulo Paim.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Obrigado pelo aparte, Senador Randolfe Rodrigues, que, ao mesmo tempo, lembra da morte, hoje, do nosso querido ex-Vice-Presidente José Alencar, uma figura que, sem sombra de dúvida, ficará sempre na nossa memória como um guerreiro, um lutador em toda a sua vida, inclusive no enfrentamento do câncer.

            Concedo a palavra, mais uma vez, ao Amazonas. Já falou o meu querido amigo Eduardo Braga. Agora, vai falar a nossa querida Vanessa Grazziotin.

            A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco/PCdoB - AM) - Isso porque o Senador João Pedro não se encontra, porque, certamente, ele solicitaria um aparte a V. Exª também.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Ele está em Portugal.

            A Srª Vanessa Grazziotin (Bloco/PCdoB - AM) - Eu quero cumprimentá-lo, Senador Paim, pelo seu ato de justeza. V. Exª teve oportunidade de conviver com o ex-Governador e ex-Senador Mário Covas e dá o testemunho, dessa tribuna, do quanto ele foi importante para a redemocratização do País, principalmente. Quero dizer que, no início, na minha juventude, quando participávamos da luta pela redemocratização, pelas Diretas Já, uma das figuras que me vem à mente é exatamente a figura de Mário Covas. Então, V. Exª faz uma justa homenagem. Infelizmente, essa homenagem ocorre no exato momento em que nos chega a notícia do falecimento do nosso querido e eterno ex-Presidente, ex-Vice-Presidente da República, mas que, para todos nós, para o povo brasileiro, será sempre o Vice-Presidente da República, porque poucas vezes, Senador Paim, vimos um homem lutar tanto, não contra a morte, mas pela vida, como lutou o Vice-Presidente José Alencar. Falo, aqui, em meu nome e em nome do Senador Eduardo Braga, que, em breve, falará também a respeito disso, mas, desde já, apresenta seu voto de pesar à família e ao povo brasileiro, que, neste momento, deve estar também emocionado com o passamento do nosso querido Vice-Presidente José Alencar. Parabéns pelo seu pronunciamento, Senador Paim!

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Senadora Vanessa Grazziotin, agradeço a V. Exª pelo aparte que faz, que só fortalece o nosso pequeno pronunciamento em homenagem a Mário Covas e, também, ao nosso Vice-Presidente José Alencar, falecido no dia de hoje, um homem que, não tenho nenhuma dúvida - e vou encerrar a minha fala -, ficará na memória de todos nós, eternamente, como ficou Mário Covas.

            José Alencar tinha grandeza. Lembro-me dele em algumas oportunidades, no exercício da Presidência da República, em que eu pedia audiência para ele e ele dizia: ”Não precisa pedir audiência. Venha ao Palácio”. Ele me recebia.

            Senador Simon, escrevi o livro Pátria Somos Todos, e ele fez a apresentação. É mais bonita a apresentação que ele fez do livro Pátria Somos Todos, falando da formação do povo gaúcho, que o próprio livro que, à época, escrevi.

            Então, José Alencar é isto: grandeza.

            Teci, ali, comentários de toda a formação do povo gaúcho. Sei que o momento não é este, mas teremos o momento adequado para fazer uma sessão de homenagem ao falecido Senador e Vice-Presidente José Alencar.

            Senador Santiago.

            O Sr. Wilson Santiago (Bloco/PMDB - PB) - Senador Paulo Paim, V. Exª reconhece, como todos nós reconhecemos, a história de Mário Covas. Esses 10 anos serviram, para todos nós, de exemplo quando analisamos a vida do líder, do político, do parlamentar Mário Covas. Todos nós conhecemos a sua história, desde que era do Partido Trabalhista, foi cassado e, posteriormente, participou do movimento de criação do MDB. Em seguida, foi tomado pelo AI-5, infelizmente, mas, mais uma vez, retornou à vida política, assumindo a Presidência do partido e, também, liderando, ao lado de Ulysses Guimarães, o movimento pela redemocratização do País. Todos esses fatos o credenciaram não só para ser Governador de São Paulo, como também Senador da República. Além de tudo e para registrar na história, e com isso justificar a homenagem que esta Casa prestou hoje, todos nós pensamos da mesma forma e nos posicionamos no mesmo sentido. Então, eu digo que a homenagem de hoje e o pronunciamento que V. Exª faz são mais que justos, em favor e em nome da história de um cidadão que, de fato, fez história no Brasil e, portanto, merece as nossas homenagens, os nossos parabéns e os nossos reconhecimentos nesses 10 anos do seu falecimento. Parabéns a V. Exª e parabéns a todos que se comportaram da mesma forma.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) - Cumprimento V. Exª.

            Encerro, dizendo que me senti contemplado aqui, porque acho que, nessa pequena fala, fizemos uma dupla homenagem: a Mário Covas e ao nosso querido José Alencar, dois homens que, repito, como fiz no pronunciamento inicial em relação a Mário Covas, entrarão para a história como grandes ícones do seu tempo.

            Vida longa às ideias desses dois homens que nós homenageamos no dia de hoje, e vamos continuar homenageando: Mário Covas e José Alencar!

            Obrigado, Srª. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2011 - Página 8670