Discurso durante a 46ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre o artigo publicado no jornal O Globo, edição de 17 de março, intitulado "A conquista de um gigante chamado Monte Roraima".

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
TURISMO.:
  • Comentários sobre o artigo publicado no jornal O Globo, edição de 17 de março, intitulado "A conquista de um gigante chamado Monte Roraima".
Publicação
Publicação no DSF de 12/04/2011 - Página 11005
Assunto
Outros > TURISMO.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ELOGIO, CRESCIMENTO, TURISMO, ESTADO DE RORAIMA (RR), REGISTRO, ORADOR, VOCAÇÃO, REGIÃO, ATIVIDADE, IMPORTANCIA, MEIO AMBIENTE, ATRAÇÃO, TURISTA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, no último dia 17 de março, o caderno de turismo do jornal O Globo trouxe um artigo que eu repercuto, neste Plenário, com a maior satisfação.

            Intitulado “A conquista de um gigante chamado Monte Roraima”, o artigo reitera o forte apelo turístico das atrações naturais do Estado de Roraima, mais especificamente dessa montanha que, sem dúvida, está entre as mais belas do continente.

            O Monte Roraima, com seus 2.734 metros, ocupa apenas o oitavo lugar entre as montanhas mais altas do Brasil. Porém, Sr. Presidente, em termos de beleza, de poder de arrebatamento e de riqueza em espécimes exóticos da flora e da fauna, arrisco-me a dizer que o Monte Roraima é imbatível.

            Situado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, e estrela maior de um parque nacional criado em 1989 pelo Presidente José Sarney, o Monte Roraima, do alto de seus dois bilhões de anos, é uma das formações rochosas mais antigas do planeta. O Monte Roraima, assim, é muito mais antigo que a própria deriva continental, e suas pedras testemunharam, portanto, a separação dos continentes americano e africano, ocorrida, calculam os cientistas, há cerca de 150 milhões de anos.

            Uma das características mais marcantes do Monte Roraima é sua forma de mesa, que naquela região recebe o nome de tepui. O Roraima é o maior e o mais belo dos tepuis amazônicos, e seu platô, de 31 quilômetros quadrados, é o habitat de espécimes da fauna e da flora que não podem ser encontradas em nenhuma outra região do planeta.

            A beleza, o exotismo e as peculiaridades do Monte Roraima seduzem viajantes, exploradores, cientistas e aventureiros do mundo inteiro há gerações. O mais notável tepui sul-americano serviu de cenário e fonte de inspiração a diversos relatos de viagem, romances e filmes, dentre os quais se destaca, de produção recente, o filme “Up - Altas Aventuras”, dos estúdios Disney/Pixar, vencedor do Oscar de melhor animação em 2010.

            É claro, Sr. Presidente, que tantos atrativos concentrados em um só lugar se reverteram, com o tempo, em forte interesse turístico, especialmente numa época como a nossa, em que o turismo ecológico e de aventura vem crescendo intensamente.

            De fato, o Monte Roraima recebe cerca de 3 mil turistas por ano, atraídos pela beleza da paisagem, pelo desafio de enfrentar os vários dias de caminhada até o topo da montanha e pela chance de admirar espetáculos da natureza como o Salto Angel, a maior queda d’água do mundo, com 979 metros de altura.

            O que nos entristece, Sr. Presidente, é o fato de que menos de 10% desses 3 mil visitantes anuais sejam brasileiros. A maioria dos turistas que exploram anualmente o Monte Roraima é composta de venezuelanos e europeus. É bem verdade que, da área ocupada pelo platô, apenas 5% está em território brasileiro, e que o caminho de acesso ao cume é feito a partir do território venezuelano. Porém, a burocracia para fazer a travessia para a Venezuela é mínima, e a autorização para a subida do Monte Roraima, exigida pelo governo venezuelano, é fornecida pelas próprias operadoras de ecoturismo brasileiras que vêm organizando, há anos, excursões periódicas e bem sucedidas ao Monte Roraima.

            Não há, portanto, Sr. Presidente, desculpa para que os brasileiros se furtem de conhecer o Monte Roraima e a belíssima região dos tepuis amazônicos, aproveitando, é claro, para explorar a riqueza natural e cultural do meu Estado de Roraima - que, aliás, recebeu esse nome em homenagem ao Monte Roraima, e não o contrário, como seria de se imaginar.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/04/2011 - Página 11005