Discurso durante a 49ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Encaminhamento de pronunciamento a respeito dos cem dias do governo da Presidente Dilma Rousseff.

Autor
Vital do Rêgo (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PB)
Nome completo: Vital do Rêgo Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Encaminhamento de pronunciamento a respeito dos cem dias do governo da Presidente Dilma Rousseff.
Publicação
Publicação no DSF de 15/04/2011 - Página 11421
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • ENCAMINHAMENTO, PRONUNCIAMENTO, AUTORIA, ORADOR, BALANÇO, GOVERNO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, POPULARIDADE, COMPETENCIA, GESTÃO, POLITICA EXTERNA, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, AMPLIAÇÃO, INVESTIMENTO, POLITICA SOCIAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, eu haveria de pedir a V. Exª um espaço dentro do período de comunicação inadiável, mas inadiável é a hora do meu voo. Estou vendo companheiros e colegas Senadores com precedência na ordem de inscrição e devo respeitá-los.

            Estava para fazer um pronunciamento a respeito dos cem dias de governo da Presidente Dilma, mas me dou por satisfeito se este pronunciamento for dado como lido e documentado na íntegra. Fica para uma próxima oportunidade a dissecação dos tópicos que pude fazer a respeito do comportamento da Presidente Dilma e do governo nos seus primeiros cem dias.

 

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SEGUE, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTO DO SR. SENADOR VITAL DO RÊGO.

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            O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Governo Dilma Rousseff chega aos seus simbólicos 100 dias, para desconforto da oposição e dos eternos descontentes, com índices de aprovação absolutamente inéditos.

            Hoje, 83% dos brasileiros aprovam seu governo e 56% o consideram bom ou ótimo - mais do que conseguiu o ex-Presidente Lula, que, no início de seu primeiro mandato, chegou a obter um índice de 51% de “bons” e “ótimos”.

            Isso é prova mais do que eloquente - é prova decisiva, eu diria - de que é uma grande e insustentável falácia o discurso ensaiado pela oposição, que quer ver nos primeiros atos do novo governo uma traição de suas promessas eleitorais.

            Isso chega a ser um insulto mesmo, Sr. Presidente, à capacidade de julgamento do eleitorado brasileiro.

            Mesmo sem entrar em grandes detalhes, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, creio que podemos dizer, sim, sem medo de errar ou de exagerar, que o balanço dos primeiros 100 dias é altamente favorável.

            A Presidente Dilma já mostrou que tem estilo próprio, apesar de ser herdeira e continuadora da obra reconhecidamente valiosa do Governo Lula.

            Tem tomado decisões com segurança e prudência, mas sem atraso, e não tem tido medo de adotar uma posição diferenciada com relação ao que ela própria ajudou a construir nos anos anteriores, quando isso se revela mais adequado para as perspectivas futuras do País.

            Uma mostra significativa disso, Sr. Presidente, tem sido sua condução da política externa.

            O Brasil já tem manifestado posições mais claras e definidas em relação a questões que o Governo Lula, em sua estratégia política internacional, deixou de lado, sobretudo em questões relacionadas aos direitos humanos.

            A recente visita do Presidente norte-americano, Barack Obama, ao Brasil também mostra que algumas ênfases estão mudando.

            É de se notar que essa foi a primeira vez que um presidente norte-americano visitou o nosso País antes que o inverso acontecesse.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, o Governo Dilma não esconde que é uma continuidade do Governo Lula - e não tem porque esconder: na verdade, acredito que isso seja motivo de orgulho, e assim também parece pensar a maioria esmagadora da população brasileira.

            Mas não se trata de continuísmo.

            A Presidente Dilma Rousseff já deu mostras de que não tem medo de assumir o risco de suas decisões sobre a condução de nosso País, mesmo que seja preciso rever aspectos importantes da forma como eram conduzidas as coisas no Governo anterior.

            Isso, Sr. Presidente, é extremamente salutar e deveria nos deixar a todos aliviados.

            Não há, em política, fórmulas imbatíveis e modelos fixos.

            O bom político, o bom administrador público, tem de ser flexível, e, no arsenal de diretrizes e de modelos de condução da Coisa Pública, tem de ser capaz de escolher o mais adequado para a situação e o contexto atual.

            Acusações de inconsistência, de incoerência, são, na maior parte das vezes, apenas tentativas mais ou menos desesperadas, mais ou menos mal intencionadas, de transformar em vício o que, muitas vezes, é mostra de prudência.

            Além do mais, Sr. Presidente, chega a ser um pouco cômico ver como os discursos alternam, em desespero de causa, acusações de “continuísmo” e de “traição” contra o Governo Dilma.

            Afinal, qual é o problema: que o atual Governo seja uma continuação do anterior ou que seja uma traição do anterior?

            De todo modo, não faltam realizações importantes.

            O investimento voltou a crescer; as metas de superávit primário vêm sendo cumpridas, até com certa folga; a participação feminina nos escalões mais altos da administração pública cresceu significativamente; o Banco Central vem procurando diversificar seus instrumentos na condução da política financeira.

            No plano dos programas sociais, destaco apenas o aumento de 45% para o Bolsa Família e a implantação do Programa Saúde Não Tem Preço, que já atendeu, em pouco tempo de existência, mais de três milhões de pessoas que dependem de remédios para controlar a diabetes e a hipertensão.

            Por fim, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, é preciso lembrar que não vale a pena “fetichizar” essa marca simbólica dos 100 dias.

            Todos sabemos que isso é mais uma invenção jornalística do que um instrumento realmente válido de análise política e histórica.

            Não há dúvida nenhuma de que começos de governo são importantíssimos.

            Mas daí a exagerar a importância desse marco totalmente arbitrário dos 100 dias, vai uma grande distância.

            Há governos que já são velhos em sua segunda semana.

            Outros, que são vigorosos e jovens até os últimos dias de seu mandato.

            Assim foi com o Governo Lula, assim será, tenho certeza, com o Governo Dilma.

            Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/04/2011 - Página 11421