Discurso durante a 53ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao jornal A Crítica pelo transcurso, hoje, de seus 62 anos de existência; e outro assunto.

Autor
Vanessa Grazziotin (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao jornal A Crítica pelo transcurso, hoje, de seus 62 anos de existência; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 20/04/2011 - Página 11873
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, PERIODICO, A CRITICA, ESTADO DO AMAZONAS (AM).
  • LEITURA, MENSAGEM (MSG), FIDEL CASTRO, EX PRESIDENTE, PAIS ESTRANGEIRO, CUBA, HOMENAGEM, ANIVERSARIO, REVOLUÇÃO, REGIME POLITICO, SOCIALISMO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Muito obrigada, Sr. Presidente, Senador Geovani Borges.

            Sr. Presidente, Srs. Senadores, companheiras e companheiros, eu quero destacar que, no dia de hoje, o jornal A Crítica, cujas instalações ficam na cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, comemora 62 anos de existência.

            Faço esse registro, lembrando que, há dois anos, estávamos exatamente neste mesmo plenário, numa sessão dirigida pelo Presidente José Sarney, comemorando os 60 anos do jornal A Crítica. Aqui estavam D. Tereza Cristina Calderaro, seus filhos, compartilhando, não apenas com os Parlamentares do Amazonas, da Amazônia, mas também com Senadores e Deputados, uma sessão do Congresso Nacional para comemorar os 60 anos.

            E fico feliz de hoje, não mais como Deputada, mas como Senadora, vir à tribuna e prestar essa singela homenagem nesta passagem dos 62 anos do jornal A Crítica, um jornal que compõe toda uma rede de comunicações e que tem sido importante para o meu Estado, não apenas pela forma imparcial como leva a notícia, a informação aos amazonenses, mas também pela sua veiculação, pelo seu comprometimento com o desenvolvimento e o bem-estar do nosso Estado, da nossa gente do Amazonas e do País como um todo.

            O jornal A Crítica é um veículo, como eu disse, da Rede Calderaro de Comunicação que muito vem contribuindo com os debates e as ações voltadas para o desenvolvimento do Estado do Amazonas. Faço esse singelo pronunciamento em homenagem ao saudoso jornalista Umberto Calderaro Filho, que fundou o jornal em 19 de abril de 1949.

            Ao longo desse período, o jornal assumiu o papel de porta-voz da população amazonense, defendendo bandeiras memoráveis, como a defesa do Banco de Crédito da Borracha, contra a desativação dos bondes e em favor da criação da Zona Franca de Manaus.

            Sempre esse meio de comunicação teve um papel de destaque, denunciando os escândalos que envolvem autoridades locais em crimes de corrupção, contra a violência e as mazelas sociais.

            Essa postura rendeu ao jornal e, sobretudo, aos seus dirigentes muitos e os mais diversos problemas. Em 20 de janeiro de 1959, por exemplo, o jornal foi atingido por uma bomba que caiu na mesa do jornalista Umberto Calderaro, que se levantou pouco antes do local. Por causa do atentado, o jornal não circulou no dia seguinte, sendo a única vez que deixou de ser publicado.

            É inegável a contribuição desse importante veículo para o meu Estado e para os nossos cidadãos. São muitas as contribuições no campo político, social, econômico e ambiental.

            Portanto, quero, neste breve momento, mas de muito reconhecimento, parabenizar a Presidente da Rede Calderaro de Comunicação, a Srª Ritta de Araújo Calderaro, viúva do Jornalista Umberto Calderaro Filho, que vem dando continuidade ao empreendimento junto com sua filha Cristina e os netos Dissica, Umberto e Tatiana.

            Quero parabenizar também todos os jornalistas que se empenham diariamente para oferecer um serviço de qualidade à população amazonense.

            Então, faço este pronunciamento breve, mas cheio de emoção e de alegria de ver que, quando temos, Senador Taques, meios de comunicação de fato independentes e comprometidos com a boa informação, principalmente com as causas justas, esse meios de comunicação, esses órgãos sobrevivem ao longo dos tempos e têm capacidade de superar tudo, do mais fácil ao mais difícil obstáculo que encontram.

            Ficam, então, aqui meus cumprimentos aos jornalistas, aos servidores e aos proprietários do jornal A Crítica, que pertence à Rede Calderaro de Comunicação, pelos seus 62 anos.

            Sr. Presidente, se V. Exª me permite, com a benevolência também dos meus companheiros que aqui estão, eu gostaria de apenas registrar que, no último dia 16, no último sábado, Cuba viveu um momento muito importante, comemorando o 50º aniversário da declaração do caráter socialista da sua revolução, um momento importante...

(Interrupção do som.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Fora do microfone.) - ...porque Cuba venceu os Estados Unidos na Batalha de Girón.

            A partir dessa grande batalha, difícil mas vitoriosa, do povo cubano, Fidel Castro, à época, declarou o caráter socialista daquele país. E os atos de comemoração não foram apenas festivos, mas principalmente marcados por um intenso debate ocorrido em Cuba por meio do 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba, que aprovou uma série de resoluções que vão levar a uma reforma importante naquele País, que vale a pena que eu, desta tribuna e principalmente como coordenadora do Grupo Parlamentar Brasil-Cuba, registre com um tempo maior.

            Se V. Exª me permite, Senador Geovani, eu gostaria de ler aqui algo que Fidel Castro, que não compareceu às atividades comemorativas dos 50 anos da declaração do caráter socialista de Cuba, escreveu, assistindo, pela televisão, àqueles atos. É algo pequeno e sucinto escrito por Fidel, mas de intensa emoção, Senador Taques.

            Escreveu Fidel Castro, no dia em que aconteciam as homenagens ao 50º aniversário da declaração do caráter socialista da revolução de Cuba:

Tive hoje o privilégio de apreciar o impressionante desfile com que nosso povo comemorou o 50º aniversário da proclamação do caráter socialista da Revolução e da vitória de Praia Girón.

Também se iniciou neste dia o 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba.

Desfrutei muito a narração pormenorizada e a música, os gestos, rostos, a inteligência, marcialidade e combatividade de nosso povo; Mabelita na cadeira de rodas com o rosto feliz e as crianças e os adolescentes da Colmenita multiplicados várias vezes.

Vale a pena ter vivido para ver o espetáculo de hoje, e vale a pena recordar sempre os que morreram para torná-lo possível.

Ao iniciar nesta tarde o 6º Congresso, pude apreciar, nas palavras de Raúl e no rosto dos delegados ao evento máximo de nosso Partido, o mesmo sentimento de orgulho.

Poderia ter estado na Praça, talvez por uma hora sob o sol e o calor reinante, mas não três horas. Atraído pelo calor humano que imperava ali, teria criado um dilema para mim.

Creiam-me que sofri quando vi que alguns de vocês me procuravam na tribuna. Pensava que todos compreenderiam que já não posso fazer o que fiz tantas vezes.

Prometi-lhes ser um soldado das ideias e esse dever ainda posso cumprir.

            Olhe, Sr. Presidente, leio isso e me encho de emoção, porque Cuba não foi um país exemplo para a humanidade do que é a busca da independência, a unidade, a união do povo pela construção de uma sociedade mais solidária. Mas como Cuba resistiu esses anos todos! Não quero dizer que Cuba é um regime perfeito, não. Eles mesmos estão mudando uma serie de questões que consideram já estejam ultrapassadas. Mas ver uma pessoa que tanto se dedicou à luta pelo povo, não só de Cuba, mas também do mundo inteiro, é algo que emociona.

            Digo que volto a esta tribuna para falar, com mais detalhe, a respeito de tudo aquilo que foi aprovado durante o 6º Congresso do Partido Comunista de Cuba. Mas não posso deixar a tribuna sem antes fazer uma saudação ao povo cubano, a Raúl Castro e, principalmente, a Fidel Castro, nosso eterno líder.

            Obrigada, Sr. Presidente.


Modelo1 8/16/243:29



Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/04/2011 - Página 11873