Discurso durante a 53ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca dos investimentos para a Copa do Mundo de Futebol de 2014.

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.:
  • Considerações acerca dos investimentos para a Copa do Mundo de Futebol de 2014.
Publicação
Publicação no DSF de 20/04/2011 - Página 11940
Assunto
Outros > POLITICA DE DESENVOLVIMENTO.
Indexação
  • ANALISE, INVESTIMENTO PUBLICO, PREPARAÇÃO, INFRAESTRUTURA, RECEPÇÃO, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL, ESPECIFICAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO, TRANSPORTE COLETIVO, ESTADO DO CEARA (CE), CONTRIBUIÇÃO, TURISMO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero me reportar rapidamente à discussão que o País inteiro está travando.

            Ontem estivemos numa Comissão da Câmara no meu Estado, o Ceará, discutindo os empreendimentos que o País está fazendo e que, entre outras coisas, contempla a realização do Campeonato Mundial de Futebol que ficou conhecido entre todos, pelo mundo afora, como Copa do Mundo.

            Considero importante fazer esta observação sobre esse evento, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, porque sempre se levanta muita dúvida: o País tem condições? Nós temos competência? Quem tem a responsabilidade?

            Eu digo: embora o empreendimento seja privado, para que a Copa se realizasse no Brasil, o Governo assumiu uma série de compromissos, entre eles adequar os meios para que todos pudessem participar do evento.

            Isso inclui um amplo projeto de mobilidade urbana, que já envolveu as 12 cidades da Copa do Mundo desde o ano de 2010. Em seguida, este ano, o Governo da Presidenta Dilma, já com o novo Ministro das Cidades, apresentou o Projeto da Mobilidade para 24 cidades e, mais uma vez, contemplou as 12 cidades que vão participar da Copa do Mundo.

            Os Estados foram financiados pelo Governo Federal para empreendimentos e, ao mesmo tempo, receberam recursos para reformar as suas arenas e outros assumiram a responsabilidade pública de construir novas arenas para a realização da Copa do Mundo.

            Muitos desses empreendimentos já poderiam ter sido iniciados, mas exigiram modificações que nós fizemos aqui no Congresso Nacional, para permitir que se desse celeridade às obras civis, de infra-estrutura aeroportuária, de vias, que estão incluídas entre as obras civis, que se ampliassem os serviços.

            Quer dizer, digamos assim, no Congresso Nacional, nós fizemos o que chamamos de “a nossa parte”: garantir ao País que ele tenha condições de realizar esse grande empreendimento.

            Digo aos senhores que tenho conversado sistematicamente com o Ministro do Esporte, Orlando Silva, um jovem entusiasta e coordenador do grupo de trabalho dentro do Governo, que reúne mais de dez Ministérios, que tem um grupo chamado Executivo da Copa, que reúne o Ministério do Esporte, Casa Civil, Ministério da Fazenda, Planejamento e Turismo. Esse tem a responsabilidade mais direta de acompanhar o dia a dia, de fazer um balanço quinzenal sobre os empreendimentos em torno da realização da Copa do Mundo.

            Digo que, desse ponto de vista, o nosso País vai realizar a Copa com êxito. Em muitos locais, com arenas novas e com uma infraestrutura que servirá à Copa do Mundo, mas, sobretudo, será o seu grande legado.

            E cito, Sr. Presidente, alguns investimentos rapidamente. A Copa de 2014 deverá agregar algo em torno de R$183 bilhões ao PIB até 2019, porque ela vai ter efeitos posteriores.

            Só na área de infraestrutura, obras civis, 23 bilhões de investimentos; na área de serviços, 10 bilhões. Isso tem grande significado para a economia brasileira.

            Isso modifica e melhora a vida nas cidades do nosso País, criando simbologia de que devemos manter esse ritmo de investimentos na nossa Nação.

            Hoje, Presidente Pedro Taques, o nosso País está examinando a possibilidade de abrir mais amplamente o seu mercado de trabalho porque, nas cidades e nas grandes cidades, a mão de obra especializada está faltando. Em algumas cidades, mesmo a mão de obra não especializada está faltando. Isso é muito bom, isso é significativo.

            Daqui a pouco, podemos pedir com mais força, neste plenário, a redução da jornada de trabalho e, trabalhando menos, aparecer mais gente para trabalhar porque, antes, eram menos horas para incluir mais e, agora, são menos horas para poder espalhar mais essa mão de obra pelo País inteiro.

            Gastos incrementais dos turistas. Nós vamos ter, só na Copa, mais de 600 mil turistas. Isso dá um adicional de recursos da ordem de R$3,9 bilhões; 3 milhões nacionais - R$5,5 bilhões.

            Incremento no consumo das famílias - R$5 bilhões, entre 2009 e 2014.

            Recirculação do dinheiro na economia. Geração de 332 mil empregos permanentes, de 2009 a 2014, e de 381 mil empregos temporários até 2014.

            Aumento do turismo e do uso dos estádios após a Copa porque, no Brasil, temos essa facilidade. Não haverá arena esportiva que vá ficar sem aproveitamento porque uma coisa que adoramos é futebol. Ninguém pode ter dúvida quanto a isso.

            Quanto a tributos, também haverá uma arrecadação significativa de R$16,8 bilhões a mais. Podemos citar doze estádios, alguns novos e outros reformados, como é o caso do Castelão, no Estado do Ceará. São cinquenta projetos em mobilidade urbana. Só no Ceará, quero citar, vamos fazer um Veículo Leve sobre Trilhos; um corredor viário; quatro Transportes Rápidos de Ônibus (BRTs) - essa é uma sigla inglesa, que tem tradução fácil para o português -, estações de metrô. Vamos ampliar uma nova linha de metrô chamada Linha Leste, que vamos começar a construir nesse período. Em treze aeroportos, haverá ampliação de terminal ou terminais novos, ou seja, eles vão ser remodelados.

            No Ceará, era um sonho nosso que nosso porto também fosse de passageiros, de turistas, não só de cargas. Hoje, navios de turismo estão rondando a nossa costa, e queremos que eles parem no Ceará, para a turma também ver a nossa praia, sentir o nosso calor, dançar o nosso forró e deixar uns recursozinhos e mais empregos no nosso Estado, o Estado do Ceará.

            Então, Sr. Presidente, todos esses investimentos são as nossas...

(Interrupção de som.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - Posso dizer, neste minuto final: é claro que nenhum empreendimento dessa ordem, que inclui uma Copa do Mundo no ano de 2014... O mais significativo é que se está aproveitando a Copa do Mundo para melhorar a vida das nossas cidades, para melhorar a circulação urbana, para melhorar o transporte público. E a Copa dura um mês. Depois, isso vai ficar como um grande legado para o povo brasileiro. Esse é o grande significado. É esse ritmo que queremos que haja no Brasil de forma permanente, porque é isso que induz a mais e mais crescimento, é isso que distribui riqueza, é isso que gera emprego. É este momento que estamos vivendo no Brasil. O que eu gostaria é que tivéssemos obtido tudo isso há muito, muito tempo.

            Sr. Presidente, ao concluir, quero dizer que, agora, examinei um estudo do Tribunal de Contas da União (TCU).

(Interrupção do som.)

            O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE) - O TCU afirma, por intermédio de material de avaliação do seu Presidente, nosso amigo Benjamin Zymler, que temos aperreado bastante - lembro-me de quantas vezes tivemos de nos reunir com Benjamin para tratar da transposição de água do rio São Francisco, e ele acompanhou isso pari passu -, que 90% dos projetos contêm boas práticas. Isto é muito importante: um acompanhamento mais próximo do Tribunal. Tenho falado isto a respeito do Ministério Público: queremos que o Ministério Público acompanhe isso na hora de realizar a obra, para que a gente não atrase um segundo, um minuto, uma hora, um dia sequer a entrega dessas obras, para que elas sirvam ao povo brasileiro e possam atrair cada vez mais turistas para o nosso País neste momento tão importante que estamos vivendo.

            Eu lhe agradeço, Sr. Presidente, a tolerância.

            Obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/04/2011 - Página 11940