O SR. VITAL DO RÊGO (Bloco/PMDB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente desta sessão, Senador Alvaro Dias, primeiro signatário do requerimento alusivo às homenagens aos cinco anos desse projeto que, no início, foi deleite e ideia de alguns; hoje, necessidade de todos: o projeto da Federação Internacional de Educação Física sem Fronteiras.

            Eu queria saudar o Presidente da Federação Internacional de Educação Física, grande timoneiro dessa jornada, Sr. Almir Adolfo Gruhn; o nosso 1º Vice-Presidente do Conselho Federal de Educação Física, Sr. João Batista Andreotti Gomes; além de todos os profissionais da área, especialmente os meu conterrâneos paraibanos que aqui estão. Desejo felicidades.

            Embora numa tarde cheia de atividades, de múltiplas agendas, tendo de presidir, daqui a pouco, a Comissão Mista de Orçamento, em que teremos audiência pública com a Ministra do Planejamento, Srª Miriam Belchior, pude abrir um espaço, mesmo diminuto, para falar em nome do meu Estado e, especialmente, da minha cidade, que recebeu esses profissionais maravilhosos e devotados.

            Em nome da Paraíba, em nome de Campina Grande, que, agora em 2010, soube vivenciar o esforço desses profissionais, venho a esta tribuna saudar o senhor, Senador Alvaro Dias, por ter tido, desde governador, e estar presente como Senador, identificação muito forte nessa nova fronteira que é a atividade física como complemento essencial e vital ao nosso organismo, à manutenção da nossa vida.

            Não é à toa, Senador Alvaro Dias, que em todas as ações no Senado, V. Exª, na área esportiva, tem sempre a sua opinião, tem sempre a sua força, tem sempre a sua ideia, tem sempre a sua coragem de assumir posições.

            Eu o admiro por isso. Parabéns pela presente sessão.

            Em entrevista recente concedida à revista Veja, o mítico medalhista de ouro dos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, Joaquim Cruz, fez um diagnóstico irretocável da situação do Brasil no tocante às políticas esportivas.

            Quando perguntado sobre as razões de tantos anos fora do Brasil, o magrelo tímido de então, brasileiro nascido em Taguatinga, no Distrito Federal, cita o historiador americano Joseph Campbell, no livro O Poder do Mito, para quem toda aventura heroica tem início com uma pessoa de quem alguma coisa foi retirada. E vai além: diz conhecer muitos brasileiros de diferentes profissões que tiveram de se arriscar no exterior por não encontrarem oportunidades neste País.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o Senado comemora cinco anos do Projeto Professores de Educação Física sem Fronteiras, numa iniciativa brilhante do Senador Alvaro Dias.

            Na lógica interna que presidiu a criação da Fiep está embutida, sem dúvida, a premissa da generosidade, de um olhar mais inclusivo sobre o mundo, tendo como ponto de partida as crianças e os jovens, o futuro, o amanhã.

            Com alegria, saúdo, adentrando no plenário, tantos jovens, já não mais crianças, mas, certamente, jovens e futuro do nosso amanhã!

            Com que alegria eu saúdo, adentrando nosso plenário, tantos jovens, já não mais crianças, mas, certamente, jovens e futuro do nosso amanhã.

            Ao reforçar a importância dos profissionais de educação física, promovendo o intercâmbio técnico e sociocultural entre profissionais da área e estudantes de várias regiões do Brasil e do mundo, o que o projeto Professores de Educação Física sem Fronteiras faz é justamente tentar criar as oportunidades que, muitas vezes, governos e governantes não oferecem aos seus governados, como bem enfatizou Joaquim Cruz.

            Ainda na entrevista, o campeão olímpico lembra que, em 2005, o então Presidente Lula lançou, em São Paulo, a Política Nacional do Esporte, para atuar na promoção da atividade física como fator de desenvolvimento humano, dando atenção especial à base, às escolas, como ferramenta de inclusão social. Ideias corretas que nunca saíram do papel: nossos estudantes continuam sem oportunidades de praticar esportes de maneira organizada e competitiva.

            Faltam ao Brasil a cultura esportiva e a tradição no esporte, como instrumento de promoção social, o comprometimento e a participação direta de todos os responsáveis pela educação da criança: governo, família, líderes comunitários, professores, dirigentes e empresários.

            Por tudo isso é que saudamos o trabalho criativo, competente e abnegado dos professores sem fronteiras, levando às instituições de ensino superior, na área de educação física, uma percepção ampliada da atuação dos profissionais de educação, estimulando-as na promoção de professores com elevado nível de qualificação e competência.

            Em abril de 2010 - sim, em abril de 2010 -, o projeto Professores de Educação Física sem Fronteiras esteve na minha cidade, Campina Grande, Paraíba.

            Era o 4º Intercâmbio promovido pela Federação Internacional de Educação Física e tinha como área de abrangência a Região Nordeste.

            A partir de Campina Grande, o evento se estendeu para Recife, Maceió e Aracaju, e contou com a presença do Presidente Mundial da Fiep, o brasileiro Almir Gruhn.

            Como referido pelos oradores que me antecederam, a Fiep, fundada em 02 de julho de 1923, em Bruxelas, na Bélgica, é um organismo mundial que, juntamente com outros, luta para a difusão da educação física na perspectiva de uma educação completa e integrada.

            Seus objetivos de promover em todos os países o desenvolvimento das atividades físicas, educativas, recreativas, de saúde, lazer e esportes para todos, a formação de professores e o seu aperfeiçoamento constante, a busca da proteção da profissão e do estímulo à cooperação internacional nesses domínios só podem ser compreendidos como fatores de promoção do desenvolvimento humano.

            É esse olhar humanista que aplaudimos na tarde de hoje. É ele o responsável pelo reconhecimento da Unesco e do Comitê Olímpico Internacional, entre outros.

            A Fiep já realizou mais de cem congressos internacionais em inúmeros países dos cinco continentes, e continua, conforme sua página na Internet, estudando a concepção da educação física, os meios para o esporte, as técnicas e as formas de ensino, a formação de novos talentos.

            Os seus Manifestos da Educação Física são marcos na formação de gerações de profissionais desde 1971, quando foi publicado o primeiro manifesto.

            Focado na sua lição de idealismo, generosidade, democracia e universalidade, credito a essa entidade - que não conhece fronteiras nem limites geográficos, econômicos, sociais, políticos, étnicos e raciais para a sua atuação em prol do aprimoramento humano - o tributo da minha gratidão e, principalmente, Sr. Presidente da Fiep, a esperança de que sonhos que se sonham juntos possam, verdadeiramente, mudar a história de uma pessoa como Joaquim Cruz, de uma família como a de milhares de brasileiros na minha Paraíba e de um País como o Brasil, que é o nosso continente, a nossa Pátria.

            Parabéns à Fiep. Parabéns a todos os professores abnegados, sem fronteiras, sem limites, verdadeiros idealistas do bem.

            Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

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