Discurso durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do anúncio feito pelo Banco Central dos números relativos aos investimentos estrangeiros na economia brasileira, destacando os setores que irão se beneficiar desses aportes. (como Líder)

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE TRANSPORTES.:
  • Registro do anúncio feito pelo Banco Central dos números relativos aos investimentos estrangeiros na economia brasileira, destacando os setores que irão se beneficiar desses aportes. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 01/07/2011 - Página 26577
Assunto
Outros > POLITICA DE TRANSPORTES.
Indexação
  • REGISTRO, DADOS, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), SUPERIORIDADE, INVESTIMENTO, PAIS ESTRANGEIRO, BRASIL, NECESSIDADE, GOVERNO BRASILEIRO, CAPTAÇÃO DE RECURSOS, APLICAÇÃO, EXPANSÃO, FERROVIA, REDUÇÃO, CUSTO, TRANSPORTE DE CARGA.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, desculpe-me. Achei que não chegaria tão rápido a oportunidade da minha fala. Estava falando com a Deputada Federal Marinha Raupp, que está lá em Rondônia fazendo os preparativos para a recepção da Presidente Dilma, que está chegando a Rondônia no dia 5 para visitar as usinas do rio Madeira e assinar a transposição dos servidores federais de Rondônia, uma justiça tardia. Sempre digo que antes tarde do que nunca. Chega em boa hora a assinatura da transposição dos servidores federais do Estado de Rondônia.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, recentemente o Banco Central do Brasil anunciou um número recorde no investimento estrangeiro direto na economia brasileira.

            De janeiro a abril deste ano, apenas em seu primeiro quadrimestre, nosso País recebeu cerca de US$23 bilhões ou o triplo do número verificado no mesmo período do ano passado. A cifra já cobre 40% da previsão inicial para este ano, que deve ser revista para cima.

            Vale ressaltar, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que esses números se referem aos investimentos que se direcionam para o setor produtivo de nossa economia, não contabilizando os recursos externos voltados para o mercado financeiro. Trata-se, portanto, de um registro bastante alvissareiro, que reflete diretamente as condições favoráveis do momento atual de nossa economia.

            Dentre esses investidores, Srªs e Srs. Senadores, destacamos aqueles que já são hoje os nossos maiores parceiros comerciais. Os investimentos chineses - não somente os já efetivados, mas sobretudos os potenciais - representam imensas oportunidades para o desenvolvimento de novas indústrias e, principalmente, projetos de infraestrutura.

            Quando estive em missão oficial naquele país, no ano passado, pude constatar in loco a voracidade do empresariado e do Governo chinês em captar recurso, qualquer tipo de oportunidades de negócios no mundo emergente. O Brasil, como locomotiva e líder ascendente nesse processo, é visto pelas autoridades e grandes empresários de Pequim, não só de Pequim, de Xangai, de tantas outras metrópoles chinesas, como “a menina dos olhos” para os seus ambiciosos planos de investimento.

            Nós, Sr. Presidente, devemos fazer valer essa condição e aproveitar, com objetividade e pragmatismo, as oportunidades de investimentos trazidas pelos chineses. Algumas delas, inclusive, têm profundo interesse estratégico para o nosso País, incrementando e ampliando a nossa logística de transportes e o escoamento da nossa produção.

            Refiro-me, Sr. Presidente, especificamente, ao projeto da Ferrovia Transcontinental - com um braço na Bahia -, que vai do Rio de Janeiro até o Acre, passando por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Rondônia.

            Tive oportunidade, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, de ter sido Relator aqui, no Senado Federal, da Medida Provisória que traçou o Plano Ferroviário Nacional e pude estender alguns ramos de ferrovias que não estavam no projeto: uma, a pedido do Senador César Borges, para Ilhéus, na Bahia, e um outro, de Rondônia à divisa do Peru com o Estado do Acre, porque, no futuro, poderemos interligar, por meio de ferrovia, o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, assim como já está interligado por via terrestre.

            Dessa forma, Sr. Presidente, acredito muito nesse projeto que, num primeiro momento, vai até Porto Velho, atendendo o escoamento de soja do Mato Grosso e Rondônia e outras cargas para o porto graneleiro de Porto Velho e, futuramente, estendendo ao Acre, à divisa do Peru e aos portos do Oceano Pacífico. 

            O interesse chinês em sua realização é facilmente compreensível em virtude do seu traçado, que se aproxima de áreas de grande produção mineral e de commodities agrícolas.

            A Ferrovia, dessa forma, permitiria que houvesse uma redução bastante significativa dos custos operacionais na exportação desses produtos que compõem a maior parte de nossa balança comercial.

            Sua materialização, portanto, facilitaria o acesso ao mercado asiático, abrindo um flanco para seu embarque diretamente pelo Pacífico e traria um novo paradigma para o sistema ferroviário brasileiro, com novas perspectivas tecnológicas e de expansão em sua abrangência.

            Não há país desenvolvido no mundo, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que não disponha de um amplo e eficiente sistema ferroviário em seu transporte de cargas. Mais econômico e oferecendo uma eficiência energética muito maior, esse modal nunca foi explorado em nosso País como deveria. Acho ter chegado a hora, pelo nosso exponencial e potencial crescimento futuro, de optarmos com vigor por essa modalidade.

            Nesse sentido, Sr. Presidente, a China se apresenta como importante parceiro estratégico, aliado ao fato de já possuir um moderno e eficaz sistema de ferrovias para o transporte de cargas. Os chineses estão ávidos por oportunidades de negócios como essa, que atende diretamente aos seus interesses comerciais.

            Ora, por que, então, não aproveitá-la e incrementar a nossa infraestrutura de transporte ferroviário, ainda tão precária? Rogo, assim, para que a nossa economia continue atraindo volume significativo de investimentos estrangeiros e que saibamos direcioná-los e articulá-los para o desenvolvimento e o progresso de nosso País.

            Sr. Presidente, estou encerrando. A exemplo do que está sendo feito com as usinas do rio Madeira, um investimento de mais de R$30 bilhões, acredito que as ferrovias, essas novas ferrovias no nosso País, precisam ser incentivadas. Por isso, peço aqui encarecidamente ao Governo brasileiro, ao Ministério dos Transportes, ao Dnit nacional, à Agência Nacional de Transportes, ANTT, que envidem esforços para que esses projetos possam ser efetivados e construídos.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/07/2011 - Página 26577