O SR. EDUARDO BRAGA (Bloco/PMDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Meu caro Presidente Pedro Simon, Srs. Senadores, em que pese o tardar da hora - e venho de Manaus num voo que atrasou mais de uma hora -, quero dizer que eu gostaria de estar aqui desde o início desta sessão tão importante, em que Senadores de todos os partidos vieram à tribuna para manifestar seu apoio às ações que a Presidenta Dilma vem praticando e exercendo em defesa da transparência, em defesa da ética, no combate à corrupção neste País.

            Eu recebi, na sexta-feira, um telefonema do Senador Ricardo Ferraço, comunicando-me desse movimento de vários Senadores, inclusive do Senador Pedro Simon. Imediatamente eu disse que me filiava a essa corrente de Senadores que querem apoiar, que querem participar, que querem ajudar na construção de um Brasil cada vez mais comprometido com as boas práticas da gestão pública, com as boas práticas da transparência e com as boas práticas de uma gestão que orgulhe e prepare o Brasil para as futuras gerações.

            Tenho absoluta convicção de que a população brasileira apóia medidas saneadoras, medidas que venham a fazer com que o Brasil possa, cada vez mais, combater a corrupção. Não tenho a menor dúvida disto.

            Se houve excessos da Polícia Federal, que os excessos sejam corrigidos e não se repitam, mas isso não pode significar que o Brasil ficará imóvel, imobilizado diante da corrupção. Até creio que aquilo, que indignou a todos nós, que aconteceu com um colega Deputado Federal, ex-Deputado Federal do PMDB, por vê-lo algemado da forma como foi algemado, em uma clara exacerbação do poder de polícia no ato do cumprimento de um mandado judicial, também serve de motivação para que façamos uma reflexão.

            A própria Presidenta já disse que quer a apuração dos fatos, que quer que os possíveis culpados sejam punidos, já tendo determinado ao Ministro da Justiça, ao Ministério da Justiça... Enfim, isso está esclarecido.

            O que precisa ficar claro é que o PMDB não compactua com nenhuma das ações de corrupção neste País; que o PMDB não pretende e nem quer ser tratado de forma diferente; que o PMDB quer ser tratado como aquele que está à disposição do Brasil para construir este país do futuro; à disposição do povo brasileiro para trazer propostas cada vez mais firmes e contundentes para a melhoria do modelo republicano brasileiro, do modelo do Estado democrático de direito. E, de forma alguma, para proteger, para escamotear ou para questionar o combate da boa batalha em defesa da ética, em defesa da transparência no Governo.

            Portanto, caro Presidente Pedro Simon, eu vim de longe, eu vim lá do Amazonas - fiquei nada mais nada menos que uma hora e pouco, juntamente com o companheiro Deputado Lupércio Ramos, esperando que pudéssemos decolar, mas chegamos a Brasília, graças a Deus, a tempo de chegar aqui a esta sessão, já no seu final, como último orador inscrito, para dizer da nossa solidariedade à nossa Presidenta, da nossa solidariedade a esse movimento que é correto por parte do Governo, que é correto por parte daqueles que querem construir e preparar um Brasil diferente, um Brasil que possa ser um país de oportunidades para as novas gerações, e que tenha cada vez mais orgulho das suas práticas na gestão pública e das suas práticas na política brasileira.

            Portanto, quero dizer da nossa absoluta convicção de que esta é uma boa luta, de que este é um bom combate, de que exageros devem ser absolutamente extirpados deste combate. Mas esses exageros não podem servir de justificativas para que nós não possamos avançar. Seja o PMDB, seja o PT, seja o partido que for, nós temos que fazer esse embate, até porque nós não estamos aqui sendo coniventes. Muito pelo contrário, nós queremos, sim, apoiar atos e atitudes como os que a Presidenta vem encaminhando.

            Quero dizer também que, de nossa parte, a Presidenta pode ficar absolutamente tranquila, porque, aqui neste Senado, nos somaremos àqueles que querem o projeto do bem, que querem o projeto do Brasil que avança, do Brasil que tem coragem de enfrentar uma instabilidade econômica em nível internacional preservando o seu mercado, preservando empregos, tendo coragem para ousar. Não queremos fazer daqui prática de qualquer tipo de tentativa de retardar decisões ou de prejudicar a Nação por que quer que seja. O nosso compromisso aqui é com o povo brasileiro. O nosso compromisso aqui é com o Brasil. O nosso compromisso aqui é com a construção, repito, de um futuro que seja cada vez mais comprometido com as boas práticas.

            Chego, portanto, de longe para trazer a minha solidariedade, o meu apoio a esse movimento iniciado por V. Exª neste Senado e que referenda as ações que a Presidenta vem levando a cabo neste país, a fim de poder preparar o Brasil para as futuras gerações; um Brasil que possa ter, cada vez mais, orgulho da gestão política, das práticas da gestão pública e do compromisso com a ética e com a transparência.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.