O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, apresentei à Mesa um requerimento para, de acordo com as tradições desta Casa, prestar uma homenagem ao amigo Manoel Celestino Chagas, que faleceu hoje, pela manhã. Funcionário público, homem simples, correto, que criou a sua família dentro das tradições mais legítimas, enraizadas no Município de Simão Dias, Estado de Sergipe, que também é minha terra.

            Manoel Celestino Chagas, Sr. Presidente, é pai do nosso Governador de Sergipe, Marcelo Déda, do Desembargador Cláudio Dinarte Déda Chagas.

            Se V. Exª me permitir, Sr. Presidente, farei a leitura da justificação desse requerimento.

            O Sr. Manoel Celestino Chagas era funcionário do Fisco Estadual na época em que os postos fiscais da Receita Estadual consistiam em uma pequena casa à beira da rodovia e uma corrente em sua frente para liberar ou não o tráfico de veículos. Ele tinha como responsabilidade profissional o posto localizado entre a cidade de Simão Dias e Paripiranga, fronteira com a Bahia. Era de origem camponesa.

            O avô de Déda tinha uma propriedade rural, um sítio, na cidade de Paripiranga, perto de Simão Dias. Dessa proximidade com a cidade baiana é que o Sr. Manoel Celestino Chagas conheceu Dona Zilda, sua companheira, sua esposa.

            Marcelo Déda é o filho mais novo dos cinco filhos do casal. Todos eles foram criados envolvidos em um clima de muito amor e preocupação permanente com os estudos. Seus irmãos são: Cláudio, conhecido na família como Cacau, nosso desembargador, Maria Aparecida, Selma, Drª Maria do Carmo.

            Homem simples, o Sr. Chagas não teve acesso à educação superior, embora tivesse concluído o primário. Sua caligrafia fascinava os seus filhos. Era ele que, ao final da tarde, passava a limpo todos os pontos dos filhos passados pelos professores em salas de aula.

            O filho Marcelo Déda, que acompanhou esse procedimento desde pequeno, também foi beneficiado pela caligrafia do pai. Déda costumava dizer: “Meu pai teve uma noção muito perfeita do significado da educação na vida de uma pessoa”.

            O Governador Déda, a esta hora, está participando do enterro de seu pai, ao lado de seus familiares, e se orgulha da passagem do seu pai, porque ele tinha maior crédito na cidade e, depois, em Aracaju, para onde se mudou, para fazer qualquer compra. Sua primeira casa foi uma casa sorteada no conjunto Lourival Batista, a do pai do Governador falecido.

            Era um homem, como eu disse, humilde, simples, um homem que sabia cuidar da sua família. Durante o tempo em que viveu, soube granjear a simpatia, o respeito da sociedade de Aracaju, de Simão Dias e de Sergipe.

            Registro esta homenagem que já é tradição do Senado Federal participar...

            A Srª Lídice da Mata (Bloco/PSB - BA) - Senador Valadares, permite um aparte?

            O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE) - Pois não, Senadora Lídice da Mata. É um prazer.

            A Srª Lídice da Mata (Bloco/PSB - BA) - Apenas para nos solidarizar com esse registro e com a homenagem que faz em nome de toda a bancada baiana, já que o outro Senador está dirigindo a Mesa. Em nome da amizade que temos todos nós com o Governador Déda, o nosso abraço a toda a família sergipana neste momento de dor.

            O SR. ANTONIO CARLOS VALADARES (Bloco/PSB - SE) - Tenho absoluta certeza de que o Governador Déda, que é homem ligadíssimo a seu pai, por quem tinha o maior afeto, o maior amor, sentirá nas palavras de V. Exª uma emoção muito grande, mormente porque parte de uma das mais autênticas Senadoras desta Casa.

            Agradeço a V. Exª, Senador Presidente Walter Pinheiro.