O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, a Presidenta Dilma Rousseff tornou-se a primeira mulher a abrir da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em 21 de setembro de 2011, na sexagésima sexta edição da cerimônia. Este importante marco histórico, para muito além do conteúdo do discurso da Chefe de Estado e de Governo brasileira, sinaliza para o mundo o quanto a sociedade brasileira tem progredido, no curso das últimas décadas.

            Para muito além da mera retórica, trabalhamos em conjunto pela convalidação, na práxis da vida cotidiana, de nossas aspirações de igualdade, equidade, não-discriminação e de justiça, devidamente reconhecidas em nosso texto constitucional.

            A diplomacia brasileira apresenta indiscutível coerência em seus posicionamentos, na arena internacional. Nesse sentido, a Presidenta Dilma Rousseff agiu acertadamente ao reiterar nosso histórico pleito por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

            De fato, agiu bem a mandatária brasileira ao sublinhar que o Brasil, que vive em paz com seus vizinhos há mais de 140 anos, detém todas as credenciais para integrar, em caráter permanente, um órgão que se ocupa da manutenção da paz e da segurança internacionais.

            Ao cumprimentar o Sudão do Sul por seu recente ingresso na ONU, a Presidenta também manifestou outra posição política relevante do Brasil, no que diz respeito ao reconhecimento, pela Organização, do Estado da Palestina, medida que entendemos fundamental para o revigoramento do processo de paz no Oriente Médio.

            Srªs e Srs. Senadores, em seu discurso na ONU, a Presidenta Dilma Rousseff manifestou sua preocupação acerca da crise financeira global, capaz de provocar uma indesejável, porém factível ruptura social e política de alcance internacional, desdobramento que resulta na necessidade de que o mundo se una em torno de órgãos representativos, como o G-20 e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para superar o problema.

            Faz-se necessário, na visão da mandatária, que a sociedade internacional combata a dita “guerra cambial”, evitando as medidas econômicas protecionistas. No âmbito das decisões internas, a Presidenta reiterou a importância da nossa política de combate à miséria, bem como o acerto no controle rigoroso de gastos governamentais, do qual resulta o vistoso superávit das contas públicas brasileiras.

            Srªs e Srs. Senadores, ressaltamos, igualmente, a importância reservada, na fala da Presidenta, à implementação de políticas de desenvolvimento associadas às operações de paz em países conflagrados. O Brasil, relembrou a mandatária, tem desenvolvido importantes trabalhos humanitários e de segurança em países como o Haiti, por meio da operação Minustah, e na Guiné-Bissau.

            Gostaríamos de parabenizar a Presidenta Dilma Rousseff por sua iluminada participação na Assembleia-Geral das Nações Unidas, no início daquele que será, segundo suas próprias palavras, “o século das mulheres”.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigado.