Discurso durante a 175ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Importância do agronegócio para a balança comercial brasileira, destacando o papel fundamental das cooperativas a que se aliam os pequenos produtores.

Autor
Waldemir Moka (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Waldemir Moka Miranda de Britto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COOPERATIVISMO.:
  • Importância do agronegócio para a balança comercial brasileira, destacando o papel fundamental das cooperativas a que se aliam os pequenos produtores.
Aparteantes
Wilson Santiago.
Publicação
Publicação no DSF de 30/09/2011 - Página 39585
Assunto
Outros > COOPERATIVISMO.
Indexação
  • COMENTARIO, OCORRENCIA, SEMINARIO, COOPERATIVA, PATROCINADOR, ORGANIZAÇÃO DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS, LOCAL, SENADO, REGISTRO, CRESCIMENTO, AGRICULTURA, PROPRIEDADE FAMILIAR, ASSOCIADO, COOPERATIVISMO, FATO GERADOR, AUMENTO, PRODUÇÃO.

            O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco/PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, inicialmente, eu gostaria de parabenizar também o Senador Aloysio Nunes pelo seu pronunciamento.

            Confesso, Sr. Presidente, que o projeto do Senador Aloysio Nunes, sem dúvida nenhuma, no mínimo, servirá como um ponto de reflexão importante nesta Casa. Mas, Senador Aloysio Nunes, enquanto a riqueza deste pré-sal não chega, de fato - e este é o motivo da minha fala -, este País ainda vai ter a sua maior renda no chamado agronegócio brasileiro. A agricultura e a pecuária ainda são responsáveis pelo superávit da balança comercial, são responsáveis pela maioria da geração de emprego e renda. A nossa balança comercial só é positiva, Sr. Presidente, se compararmos números absolutamente verdadeiros aí colocados. Nós produzimos mais de US$60 bilhões na nossa conta comercial.

            Todos os outros segmentos, em termos de importação e exportação, geram um déficit de aproximadamente US$40 bilhões. O chamado agronegócio paga esse déficit e ainda gera um superávit de US$20 bilhões.

            Sr. Presidente, quero hoje, aqui, ao assumir a tribuna, registrar evento ocorrido ontem em nosso anfiteatro Petrônio Portela: realizamos o 3º seminário das Cooperativas Brasileiras, patrocinado e organizado pela OCB, na pessoa de seu Presidente, meu amigo Márcio Freitas. As atividades de ontem foram dedicadas ao ramo das cooperativas do setor agropecuário. Foi uma realização da parceria entre a OCB e a Frente Parlamentar do Cooperativismo, da qual tenho a honra de ser o presidente.

            Quero agradecer aos Srs. Senadores que lá estiveram levando um abraço, levando um estímulo às cooperativas, e, ao fazê-lo, chamar a atenção para o fato de que as cooperativas agropecuárias, em sua grande maioria, são formadas por pequenos agricultores, agricultores da chamada agricultura familiar que, unidos, formam essas cooperativas e se tornam competitivos.

            Agradeço de forma especial à Senadora Ana Rita, à Senadora Ana Amélia e aos Senadores Luiz Henrique, Jorge Viana, Rodrigo Rollemberg, Antonio Russo, Ciro Nogueira, Jayme Campos e outros Senadores que por lá passaram. Da Câmara dos Deputados, estiveram lá aproximadamente 40 Deputados Federais. E eu quero, em nome do para nós Deputado Odacir Zonta, que coordena a Frente Parlamentar ao meu lado, parabenizar e agradecer a presença de cada um dos Srs. Deputados Federais. Participaram também desse seminário os Deputados Estaduais Zeca, do Mato Grosso, Fabiano Tolentino e Antônio Carlos Arantes, de Minas Gerais.

            O evento foi ainda mais valorizado com a presença do Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, que lá esteve e falou aos representantes das cooperativas brasileiras sobre a importância que tem e a prioridade que terá neste momento que está à frente do Ministério da Agricultura.

            Comprometeu-se o Ministro da Agricultura em criar uma secretaria específica para o cooperativismo brasileiro. E eu quero lembrar que a criação dessa secretaria do cooperativismo vem num momento muito importante do fortalecimento das cooperativas, pois no ano que vem nós vamos comemorar o Ano Internacional do Cooperativismo.

            Destaco ainda, Sr. Presidente, a participação do Secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Müller, que deu realmente, fez uma grande explanação. E pela primeira vez, Senador Paulo Paim, eu ouvi de um dos membros do Ministério do Desenvolvimento Agrário que eles, a agricultura familiar incorporada ao agronegócio.

            Isso, realmente, Senador, é, para a gente que está no meio, que milita, perceber que esse entendimento avançou, que a agricultura familiar entende que, numa organização de cooperativas, eles se tornam muito fortes, capazes, inclusive, como existem várias cooperativas, produzir não só para o nosso mercado interno, mas também para exportação.

            Destaco ainda que o Secretário Executivo do Ministério da Agricultura, Dr. José Carlos Vaz, e o Secretário do Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, o Erikson Camargo, os dois lá estiveram participando desses painéis. A Frente realmente se orgulha de ter trazido aqui para que os Srs. Parlamentares possam ter uma ideia maior, um juízo melhor da força desse segmento tão importante na economia brasileira.

            Quero agradecer a presença de todos que por lá estiveram, para abrilhantar o evento que, no período da manhã, debateu o desafio do ramo agropecuário nos Poderes Executivo e Legislativo.

            Esse debate, Senador Presidente Paulo Paim, foi enriquecido de uma forma especial por uma inteligência ímpar de um homem que representa o cooperativismo e é respeitado, não só no Brasil, mas internacionalmente. Refiro-me ao ex-Ministro da Agricultura, o grande Ministro Roberto Rodrigues, que encarna exatamente o ideal, o valor do cooperativismo no mundo.

            O Ministro Roberto Rodrigues disse, juntamente com o nosso relator Senador Luiz Henrique, que o cooperativismo esta exatamente entre o socialismo e o capitalismo. As cooperativas são capazes de gerar e distribuir riqueza.

            O agronegócio tem sido a grande alavanca deste País e é importante a gente se lembrar disso no momento em que discutimos, aqui nesta Casa, o chamado Código Florestal.

            Ali compareceu o Senador Jorge Vianna, que, em função do compromisso já assumido, não pôde fazer uma apresentação. Mas a sua presença, a ida até lá demonstrou, por si só, o respeito que o Senador Jorge Vianna tem por esse segmento.

            Lá esteve o Senador Rodrigo Rollemberg, que se colocou também à disposição, favorável a esse debate.

            Enfim, acho que aqui no Senado nós caminhamos para um grande entendimento. Eu sou um daqueles que apostam que é possível termos um texto capaz de preservar o meio ambiente - porque tenho certeza de que isso está em cada um de nós, brasileiros - mas também de não engessar o setor produtivo deste País.

            Por esse motivo, Sr. Presidente, quero cumprimentar o Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, e, por meio dele, todos os presidentes estaduais, todos os cooperativistas e tantos outros que aqui estiveram para prestigiar e participar do evento.

            Sei que muitos dos Srs. Senadores não participaram porque a agenda do trabalho é intensa, mas o cooperativismo sabe que a sua agenda é prioritária nesta Casa. Como bem disse ontem o Senador Luiz Henrique, o cooperativismo é a socialização do capitalismo.

            O Ministério da Agricultura, na pessoa do Ministro Mendes Ribeiro, que lá esteve, deixou muito claro. E a nossa Senadora, Ministra Ideli Salvatti, falou sobre um ponto importante, que eu quero, para finalizar, aqui dizer. A Ministra Ideli esteve lá para fazer um compromisso, que, como Ministra das Relações Institucionais, vai fazer esforços pela agenda das legislações, projetos importantes que o segmento do cooperativismo tem aqui, como a Lei do Cooperativismo, como a Lei 4.622, de 2004, já aprovada no Senado e que tramita na Câmara dos Deputados, que é o setor do chamado cooperativismo do ramo trabalhista, que V. Exª conhece tão bem. Eu acho que essa seria uma demanda importante, que nós vamos trazer para esse debate.

            Ouço, com alegria, o Senador Wilson Santiago.

            O Sr. Wilson Santiago (Bloco/PMDB - PB) - Senador Moka, V. Exª como sempre tem tido uma preocupação. Eu, que fui colega de V. Exª desde a Câmara dos Deputados, sei que V. Exª sempre se pautou, até se preocupou muito com a questão do setor produtivo nacional. Entendendo V. Exª, como todos nós, que sem esse setor nós não teremos condições de contribuir com o desenvolvimento, com o crescimento, com o PIB, nem com aquilo que interessa à riqueza brasileira, que é o fortalecimento do setor produtivo. Por essa razão, eu quero parabenizar V. Exª quando chama a atenção e levanta a preocupação que tem com esse setor. Ainda lembra o setor do cooperativismo brasileiro. Nós acompanhamos, ao longo dos anos, num passado recente, a importância do cooperativismo brasileiro para a organização do setor produtivo, dos pequenos, dos médios e até dos grandes produtores deste País. Por essa razão, eu quero me associar a V. Exª na preocupação com o fortalecimento desses dois setores, porque um, de fato, completa o outro. E isso dá condição ao crescimento do Brasil, já que o País tem, de fato, uma grande vantagem no que se refere à produção agrícola, na produção de grãos e também em outros setores produtivos. V. Exª, que tem defendido com muita justiça esse setor, merece o nosso reconhecimento e, com certeza, a nossa atenção no que se refere à contribuição desta Casa do Congresso Nacional para a diminuição daquilo que embaraça o setor produtivo, correndo o risco de diminuir o crescimento e a participação do Brasil no ranking internacional. Parabéns! Associo-me a V. Exª no fortalecimento desse setor que tanto tem contribuído com a economia brasileira e na participação do Brasil no ranking internacional.

            O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco/PMDB - MS) - Agradeço o aparte do Senador Wilson Santiago.

            Quero dizer que, de tudo o que produzimos e exportamos, um número acima de 40% passa exatamente para as cooperativas. Esse é um dado muito importante que foi mencionado ontem pelo Presidente da OCB.

            Sr. Presidente, para encerar o meu pronunciamento, fica mais uma vez o registro do nosso respeito e um convite a esta Casa para que estimule e que prestigie cada vez mais esse segmento que, sem dúvida nenhuma, é o responsável pela geração e pela distribuição de riquezas.

            Muito obrigado. 


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/09/2011 - Página 39585