Discurso durante a 183ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a importância da vida de Steve Jobs para o desenvolvimento tecnológico; e outro assunto.

Autor
Cyro Miranda (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/GO)
Nome completo: Cyro Miranda Gifford Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Considerações sobre a importância da vida de Steve Jobs para o desenvolvimento tecnológico; e outro assunto.
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2011 - Página 41204
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, EMPRESARIO, SETOR, INFORMATICA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), COMENTARIO, IMPORTANCIA, CRIAÇÃO, COMPUTADOR.

            O SR. CYRO MIRANDA (Bloco/PSDB - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Senador Anibal, Presidente desta sessão.

            Srªs e Srs. Senadores, TV Senado, Rádio Senado, a genialidade de um homem revela-se de diversas maneiras, mas um dos traços mais importantes dos que se distinguem na história da humanidade está na percepção aguda para transformar sonhos e ficção em realidade.

            Steve Jobs, que nos deixou prematuramente aos 56 anos de idade, mudou a realidade do mundo contemporâneo e foi a ponte necessária que levou o homem comum a uma maravilhosa interação com os computadores.

            Trata-se de um inesgotável processo que se deu desde a criação do Macintosh, em 1984, como primeiro computador pessoal integrado. Foi um marco capaz de trazer para nossas casas, para o dia a dia de nossas famílias, o que antes era reservado ao mundo corporativo dos negócios.

            Juntamente com Steve Wozniak, Jobs criou o DNA dos produtos da Apple, marcado pelo desejo permanente de tornar o ambiente das telas e dos computadores cada vez mais simples e melhor.

            Não se poderia pensar a sociedade do conhecimento sem a mão e a genialidade de Steve Jobs, da mesma forma que não se poderia pensar no mundo moderno sem a lâmpada de Thomas Edison, sem o telégrafo de Marconi ou o 14 Bis de Santos Dumont.

            Como todos esses grandes inventores, Jobs acreditou na possibilidade de tornar o impossível real, tangível.

            O fundador da Apple, com seu espírito de intrépido visionário, mudou a forma como o mundo interagia com a tecnologia.

            Perseguiu e se antecipou ao desejo de sucessivas gerações tecnológicas e certamente deverá permanecer entre nós por muitas outras.

            Macintosh, iMac, iPhone e iPad são invenções com uma capacidade infindável de atualização e versatilidade.

            Mas, senhoras e senhores, nada do que Steve Jobs deixa como legado para a humanidade teria sido possível se não houvesse nele a obstinação e o empreendedorismo.

            A rejeição da IBM ao computador portátil apresentado pelo companheiro Wozniak transformou-se na força motriz para criar produtos geniais.

            Da garagem da então Apple Computers nasceu um mundo ilimitado de invenções para facilitar a vida de todos nós e romper limites inimagináveis.

            Steve Jobs acreditou no seu talento não apenas como inventor, mas como um empreendedor que transformou a Apple numa das mais importantes empresas do mundo.

            Steve Jobs não queria apenas desenvolver novas tecnologias.

            Seu desejo maior era aproximá-las do homem comum.

            E tudo marcado por um desenho leve, que o levou, por exemplo, a criar um iPod sem nenhum botão.

            Com os computadores da Apple, os usuários viram sumir, também, os disquetes.

            Pela mão mágica de Steve Jobs, os jovens conheceram o primeiro iPod, uma caixinha branca com 5GB e capacidade de armazenar mil músicas.

            Mas a tacada das tacadas foi tornar esse aparelhinho não apenas compatível com os computadores Apple, mas também com o Windows.

            Foram mais de 300 milhões de unidades vendidas!

            Será que algum jovem vive hoje sem os iTunes?!

            Sr. Presidente, nós poderíamos seguir adiante falando desse gênio que nos deixou.

            Mas creio que a melhor forma de homenageá-lo é pararmos por alguns minutos. Fazermos um breve silêncio e pensar no que seria o mundo de hoje sem o grande mago que nos deixou prematuramente.

            Por gentileza, façamos alguns segundos de silêncio. (Pausa.)

            Muito obrigado.

            Passo a palavra ao Exmº Senador Paulo Paim.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador Cyro Miranda, primeiro, quero cumprimentá-lo pelo pronunciamento e pelos instantes de silêncio pela perda, como V. Exª disse, desse mago das comunicações, principalmente por ter fortalecido as redes sociais. Mas, Senador Cyro Miranda, eu quero cumprimentá-lo pela grande ajuda que V. Exª deu a nós e aos funcionários de todos os meios de comunicação da Casa. Na última sexta-feira, fui procurado pelos funcionários da nossa rede de comunicação, mais precisamente, naquela oportunidade, pelos funcionários da TV Senado, que me informaram que a empresa à qual eles são ligados, a Plansul, simplesmente não tinha pagado a eles, em seu salário, um número determinado de horas alegando umas tais horas negativas, algo que V. Exª nunca viu, assim como eu. Em um número de horas trabalhadas aparecem as tais horas negativas. O Presidente do sindicato, o Marco Clemente, fez contato com o Presidente Sarney. Foram, hoje, pela manhã, à Comissão de Direitos Humanos e deram esse depoimento, já que o debate era sobre as questões do ponto eletrônico e também das horas extras. V. Exª, depois de ouvir o relato do Presidente Marco Clemente, de pronto apresentou uma proposta à Comissão: que nós fizéssemos uma reunião de emergência com os diretores da Plansul. Isto foi feito, mediante pedido de V. Exª, por esta Presidência, e a reunião estava marcada para hoje, às 17 horas e 30 minutos. Às 17 horas e 20 minutos, o Diretor de Comunicação Social da Casa, Dr. Cesar Mesquita, comunica-me, então, que a reunião não seria necessária, mas que ela seria mantida, se assim entendêssemos, porque amanhã, dia 11, todos os funcionários receberiam seus salários em dia e as chamadas horas negativas, naturalmente, iriam, então, desaparecer, e os salários seriam pagos na íntegra. Recebi também, logo em seguida, um telefonema do Sr. Hermany, que é o gestor da Plansul, dizendo exatamente isso. Vim ao plenário e, pela sua assessoria, consegui fazer contato com V. Exª, que já estava se dirigindo para a reunião, para dizer que a reunião, em tese, por esse motivo, não precisaria acontecer, embora eu tenha certeza de que, por outros motivos, poderemos construir, como é a proposta de V. Exª, uma reunião para o entendimento. Então, meus cumprimentos. A proposta de V. Exª de suscitar, de imediato, uma reunião com a direção da Casa, principalmente com a área correspondente da Plansul, surtiu efeito. Neste momento, podemos anunciar daqui que os funcionários da TV Senado, da Agência Senado e da Rádio Senado ligados à Plansul vão receber os seus salários em dia amanhã. Então, este aparte é muito mais um cumprimento a V. Exª, que dizia hoje, pela manhã, que é do setor empresarial. Temos feito uma parceria aqui, que entendo muito positiva, na busca de encontrarmos soluções para questões como essa. V. Exª, mais uma vez, estava à frente. V. Exª dizia lá, quando alguém falava de defensor dos trabalhadores, que preferia o termo defensor das causas justas, não importa se é do empresário ou do trabalhador. No que for justo, estaremos juntos. Meus cumprimentos a V. Exª. Tenho muito orgulho de ser parceiro de V. Exª nessa causa e em outras tantas, como a questão do McDonald’s. V. Exª, de forma muito equilibrada, viu o vídeo e disse: “Olha, vamos apontar caminhos. Não acredito que uma marca tão famosa como esta estaria gostando de uma situação até de certo constrangimento”. De imediato, o responsável pelo McDonald’s que estava lá se prontificou a sentar à mesa com o sindicato da categoria para ver o que havia de problema e encontrar solução. Isso é o chamado movimento positivo, afirmativo, na busca de resultados para todos. Parabéns a V. Exª. Com V. Exª, estou aprendendo muito aqui, na Casa. Meus cumprimentos.

            O SR. CYRO MIRANDA (Bloco/PSDB - GO) - Muito obrigado, Senador Paulo Paim, mas é justamente o contrário: foi esta brilhante audiência pública que o senhor promoveu que propiciou este debate, que foi quando uma das integrantes da Comissão disse que o senhor era defensor dos empregados, e eu disse que não era bem assim, pois o senhor era defensor das causas justas. Sou testemunha disso.

            Hoje, nós vivemos um embate, que culminou com o pessoal da Casa pedindo o banco de horas. Comentávamos com V. Exª que, depois de discutido e acertado, ganhou ou perdeu, se existe uma lei, ela tem de ser cumprida. A hora extra tem de ser paga, o banco de dados tem de ser transparente, o empregado tem obrigação de saber, dia a dia, o que ele tem ou o que ele não tem.

            Hoje, causou-nos espécie ao se dizer que um banco, que é um banco de compensação, seja positiva, seja negativa, ele vai levando até o final do ano. Quando o funcionário está negativo, debitá-las... E ele recebeu zero... Aquilo mexeu tremendamente com V. Exª e comigo. Acho que ainda há outras questões que eles colocaram que nós temos que discutir, principalmente esta Casa, que é uma Casa de leis que deveria dar o exemplo, onde se concedem tantas benesses que, às vezes, a gente não sente que são tão necessárias. Agora, usurpar do funcionário o que lhe é de direito? Então, nós saímos juntos em socorro.

            Agradeço essa parceria, e nós vamos em frente com outras mais.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Não vou usar o resto do meu tempo.

            Mais uma vez, obrigado, Senador Paim, pela oportunidade de estarmos interagindo nessas questões.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2011 - Página 41204