Discurso durante a 208ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem ao ex-Senador Ramez Tebet, pelo transcurso, hoje, dos cinco anos de seu falecimento.

Autor
Waldemir Moka (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/MS)
Nome completo: Waldemir Moka Miranda de Britto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem ao ex-Senador Ramez Tebet, pelo transcurso, hoje, dos cinco anos de seu falecimento.
Aparteantes
Jayme Campos.
Publicação
Publicação no DSF de 18/11/2011 - Página 47759
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, RAMEZ TEBET, EX SENADOR, ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (MS), ELOGIO, VIDA PUBLICA.

            O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco/PMDB - MS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Meu caro Presidente Pedro Taques, vejo à mesa o Senador Jayme Campos e vejo que o nosso Estado irmão, Mato Grosso, está muito bem representado aqui, no Senado Federal.

            Senador Jayme Campos, V. Exª conviveu com o Senador Ramez Tebet.

            Já me antecedeu aqui o Senador Antonio Russo, que fez uma homenagem a esse grande sul-mato-grossense que foi Ramez Tebet.

            Ontem, o Senador Pedro Simon também lembrou o Senador Ramez Tebet. E o motivo foi que hoje, dia 17 de novembro, faz cinco anos do falecimento do Senador Ramez Tebet, acometido por um câncer contra o qual ele lutou por longos cinco anos.

            Eu talvez tenha sido, Sr. Presidente, o político que, nos últimos anos, mais conviveu com o Senador Ramez. Aliás, eu tenho uma história com o Senador Ramez Tebet.

            Quando fui disputar a minha eleição para vereador, eu estive com o, à época, Deputado Estadual Ramez Tebet - campanha memorável de 1982, primeira eleição pós 64. O nosso MDB velho de guerra lançou como candidato a governador Wilson Barbosa Martins, um dos expoentes da antiga UDN. Ele, na verdade, se orgulhava de dizer que era “UDN bossa-nova”. O candidato a vice-governador nessa chapa foi o nosso querido Ramez, e o Ramez me aconselhava, eu, candidato a vereador na nossa capital, Campo Grande. De lá para cá, eu e o Ramez... Ele, vice-governador; depois, assumiu o Governo do Estado.

            O Dr. Wilson era candidato a governador, já em 86, e eu me elegi deputado estadual pela primeira vez no meu Estado. O Ramez, durante o Governo de Wilson Barbosa Martins, assumiu, aqui em Brasília, a Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste, a Sudeco. 

            O Ramez era uma das figuras mais carismáticas com quem convivi nesses - já se vão - 32 anos de carreira política. Sempre político, um grande orador, que entusiasmava qualquer tipo de plateia, formação jurídica impecável, Ramez era originariamente do Ministério Público. O Senador Ramez Tebet era, sem dúvida alguma, um dos políticos mais completos que eu conheci pessoalmente.

            Foi casado com Dona Fairte Nassar Tebet. E tive o privilégio, como professor no Colégio Dom Bosco, de dar aula para suas duas filhas, a Simone e a Eduarda. Mas Ramez teve quatro filhos. Teve também os gêmeos Ramez - Ramito - e Rodrigo. E eu convivi muito principalmente com a Simone, que foi Deputada estadual, Prefeita de Três Lagoas e, hoje, Vice-Governadora do Estado do Mato Grosso do Sul. Esta é a herdeira política do Senador Ramez: Simone, um dos melhores quadros do nosso Partido. A Simone, na verdade, renunciou à metade do seu segundo mandato de Prefeita de Três Lagoas para ser Vice-Governadora de Mato Grosso do Sul, a convite do Governador André Puccinelli.

            Mas eu convivi aqui com o Ramez, eu Deputado Federal e ele, Senador da República. E aprendi muito. Através do Ramez, conheci aqui principalmente os Senadores do PMDB, como Pedro Simon, Casildo Maldaner, Luiz Henrique, Roberto Requião e tantos outros.

            E o Ramez, daqui do Senado, foi nomeado Ministro da Integração. Uma festa no Mato Grosso do Sul! Passados três meses, numa crise que o Senado da República vivia, o Ramez deixou o Ministério da Integração para assumir a Presidência do Senado e, portanto, do Congresso Nacional, uma honra para os sul-mato-grossenses. Antes do Ramez, também presidiu o Congresso Nacional e o Senado o ex-Governador Fragelli, mas aí o nosso Mato Grosso era uno, Senador Pedro Taques, Senador Jayme Campos.

            Então, venho hoje aqui fazer uma homenagem a esse amigo. Porque o Ramez era meu amigo, amigo de tanto tempo, de tantas e tantas jornadas. E fico pensando como eu gostaria que o Ramez ainda estivesse na vida pública, Senador Jayme Campos, num momento, numa quadra da política, Senador Pedro Taques, em que precisamos, cada um de nós, cada vez mais, dar exemplos, bons exemplos de homem público. E foi o que o Ramez fez, na vida política impecável, um homem que governou o Estado, foi Ministro, presidiu o Senado. Eu não me lembro de o Ramez ter sido acusado de qualquer coisa que pudesse macular a sua honra e a sua ética.

            Lembrar o Ramez hoje é lembrar exatamente o que é fazer realmente Política com “P” maiúsculo. Por isso, a população sul-mato-grossense não esquece esse líder, porque foi um exemplo, uma referência. Eu sou testemunha disso. Fui estimulado pelo Ramez a disputar eleições. Eu, o próprio Governador André Puccinelli... É uma geração de políticos que se espelharam nessa grande figura. E não só na do Ramez. Quero também fazer justiça ao ex-Governador Wilson Barbosa Martins, que também é para nós uma grande referência. Aliás, nós nos orgulhamos dos quadros políticos do Mato Grosso do Sul.

            Quero conceder um aparte ao Senador Jayme Campos.

            O Sr. Jayme Campos (Bloco/DEM - MT) - Meu caro Vice-Presidente desta Casa, Senador Waldemir Moka, que tive o privilégio de conhecer nesta Casa, como Senador da República. Posso dizer que me sinto orgulhoso. Dessa feita, quero me associar a V. Exª quando presta homenagem, ao completar cinco anos do seu falecimento, a esse grande mato-grossense, este grande brasileiro que foi o Senador Ramez Tebet. V. Exª conta aqui a sua biografia, fala do seu relacionamento, da sua amizade com o Senador Ramez Tebet. Indiscutivelmente, nós que o conhecemos temos marcas indeléveis, na medida em que era um dos políticos e um dos homens públicos mais corretos deste País. Era uma prática e uma constante fazer política com respeito aos seus aliados e seus amigos, mas, acima de tudo, no exercício do cargo que ocupou, sempre o fez com muita transparência. Ramez Tebet, com certeza, escreveu a história do Mato Grosso de uma maneira geral: primeiro o Mato Grosso uno e, depois, quando foi dividido em 1978, com a nomeação dos primeiros governadores de ambos os Estados - Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O Estado do Mato Grosso do Sul, meu caro Senador Waldemir Moka, tem o privilégio de ter homens na política brasileira, na dos dois Estados, competentes e honestos. V. Exª se referiu aqui ao valoroso Wilson Barbosa Martins. Mas não podemos esquecer também do ilustre Senador Rachid Saldanha Derzi, uma figura por quem eu tinha a maior admiração, do seu saudoso filho Flávio. Todos engrandecem a política nacional, principalmente neste momento conturbado que vivemos na política. Entretanto, quando V. Exª se refere a Ramez, recordamo-nos muito bem sua trajetória: como Ministro, depois como Senador. Mas também tive o privilégio de conhecê-lo na Sudeco. Lembro-me muito bem da época em que estive visitando a Sudeco, já com pouco funcionamento, com pouca atividade, com Júlio Campos, meu irmão, naquela oportunidade, como Deputado Federal. Lá era uma verdadeira escola de aprendizagem. E ele era um homem de bem, manso na sua fala. E você saía de lá renovado nas suas energias. De maneira que nós - eu, o Senador Pedro Taques e certamente o povo do velho Mato Grosso - queremos nos associar a V. Exª nessa homenagem que é mais do que justa a esse grande matogrossense, a esse grande brasileiro, que é Ramez Tebet, que deixou saudade, que fez a história da política nacional. Certamente, nós, mais jovens, espelhávamo-nos na sua figura, pois no momento de crise no Senado, ele aqui esteve para pacificar a Casa, colocar o Senado Federal nos trilhos e, acima de tudo, discutir os projetos de interesse nacional. De maneira que aqui, particularmente, quero me associar a V. Exª e cumprimentá-lo pelo belo pronunciamento da tarde de hoje, quando homenageia o querido e saudoso Ramez Tebet. Parabéns a V. Exª.

            O SR. WALDEMIR MOKA (Bloco/PMDB - MS) - Quero incorporar o aparte que faz V. Exª ao meu discurso e dizer que, por coincidência - ou não -, estiveram aqui ontem o Governador André Puccinelli, a Vice-Governadora Simone Tebet e seu esposo Eduardo Rocha, Deputado Estadual, para minha alegria, no momento em que meus amigos, meus colegas aqui do Senado me davam a honra e a confiança do voto para que eu pudesse exercer a 2ª Vice-Presidência. Eu saí dali e fui estar com a Simone, que me disse: “Moka, amanhã faz cinco anos que meu pai faleceu”.

            Eu presenciei, Senador Jayme Campos, Senador Pedro Taques, um momento muito emocionante. O Ramez, já acometido da doença, recebeu uma homenagem na Comissão de Assuntos Econômicos, à qual compareci como deputado federal. Eu me lembro que o Ramez disse que a mesa em que ele estava não tinha sido enfeitada com flores, era uma homenagem simples, mas que ele trazia do nosso Estado a flor que para ele era a mais bonita, de mais valor. Ele disse: “Senadores, eu trago a flor mais valiosa da minha vida, que é a minha filha Simone Tebet”. Uma emoção muito grande nos acometeu, inclusive porque já sabíamos que lhe restava pouco tempo de vida.

            Senador Pedro Taques, venho hoje a esta tribuna para, em nome da população do meu Estado de Mato Grosso do Sul, prestar uma homenagem a um homem que honrou o seu mandato, honrou o seu sobrenome e deixou um legado de coerência, de seriedade, de altivez para a sua família, em especial para a sua filha, tenho certeza. Nós do Mato Grosso do Sul, na fronteira, temos um ditado: “A fruta não cai longe do pé”. E a Simone herdou todas essas virtudes e todas essas qualidades do seu pai, Senador Ramez Tebet.

            Por isso, ao encerrar minhas palavras, eu quero me dirigir à nossa Vice-Governadora Simone e dizer que estou aqui orgulhoso de ocupar a cadeira do meu amigo Senador Ramez Tebet, e farei o possível para honrar, para dignificar o nome desse que foi, sem dúvida nenhuma, um dos maiores nomes da política do meu querido Mato Grosso do Sul.

            Muito obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/11/2011 - Página 47759