O SR. RODRIGO ROLLEMBERG (Bloco/PSB - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não poderia deixar de subir à tribuna neste momento para registrar o Dia do Evangélico.

            O Dia do Evangélico já faz parte do calendário oficiai brasiliense desde 1995, e é considerado ponto facultativo no Distrito Federal. Desde o ano passado, por meio da Lei nº 12.328, a data é celebrada em todo o País.

            Eu gostaria de fazer aqui um recorte histórico e estatístico sobre essa religião - ou essas diversas denominações religiosas -, que tanto colabora para o fortalecimento das famílias e para uma sociedade mais justa e mais fraterna. As religiões cristãs não-católicas, como as evangélicas, têm sua origem no começo do século XVI, quando um monge alemão chamado Martinho Lutero se insurgiu contra Roma. No ano de 1517, revoltado com a venda de indulgências pelo papa, Lutero escreveu suas famosas teses, que pregou na porta da catedral de Wittenberg. Foi o estopim da Reforma Protestante, que se tornaria uma das mais profundas transformações sociais da história.

            Nos países anglo-saxões, onde a Reforma Protestante eclodiu, no século XVI, o termo "evangélico" é usado para definir quase todas as doutrinas cristãs protestantes. Basicamente, são três as ramificações que se apresentam no meio protestante: tradicional, pentecostal e neopentecostal.

            A religião evangélica é a que mais vem crescendo entre os brasileiros. Segundo uma pesquisa do IBGE, no começo do ano 2000, o número de fieis no País quase dobrou em relação à década anterior.

            Embora o Brasil seja, de longe, o maior país pentecostal do mundo, o fenômeno não é exclusividade nacional. Os Estados Unidos, por exemplo, ainda concentram a segunda maior massa pentecostal do mundo: quase seis milhões, ou perto de 2% de sua população.

            Quando se trata de evangélicos de forma geral, os americanos nos superam. No início deste século, eram 44 milhões nos EUA. Projeções feitas recentemente apontam que o número de evangélicos no Brasil pode chegar a 40 milhões. O crescimento é tal que, se continuar no mesmo ritmo, segundo estatísticas, a igreja evangélica no Brasil alcançará 50% da população no ano de 2045. Em Brasília, para se ter uma ideia, os evangélicos chegam perto de 1,1 milhão de pessoas, distribuídas em 4,7 mil templos dos mais diversos ministérios, segundo dados do IBGE.

            A Igreja Universal do Reino de Deus, por exemplo, possui sede em todos os continentes do Planeta - está em 110 países. A Internacional da Graça de Deus vai pelo mesmo caminho. Já chegou aos Estados Unidos, ao México e ao Japão. Entre as mais antigas, a Assembleia de Deus possui endereços nas Américas, na Ásia e na Europa.

            No dia de hoje, nós temos a oportunidade de comemorar e celebrar o belo e importante trabalho social e espiritual que as igrejas evangélicas realizam pelo País afora. Gostaria de registrar a felicidade que tenho de viver num País onde diversas religiões convivem de forma harmoniosa.

            É importante ressaltar que as igrejas evangélicas têm realizado um trabalho importantíssimo na área social. Eles conseguem desenvolver redes fortes de solidariedade e de amor ao próximo. Quantas famílias foram salvas, quantas pessoas foram retiradas das drogas e do álcool em função do trabalho das igrejas evangélicas? Milhares, Srs. Parlamentares. Já tive a oportunidade de ouvir vários depoimentos e de conhecer vários trabalhos nesse sentido realizados pelas igrejas evangélicas do Distrito Federal.

            Faço aqui uma breve manifestação em comemoração ao Dia dos Evangélicos.

            Quero dizer também que é necessário rever a situação jurídica em que se encontram as igrejas do DF, todas as igrejas, não apenas as igrejas evangélicas, mas as igrejas católicas e de outras religiões, que não têm até hoje seus terrenos regularizados. Precisamos garantir segurança jurídica a essas entidades, que fazem um trabalho social importante, principalmente com os jovens. Elas precisam ser valorizadas e ter tranquilidade e segurança jurídica para realizar os seus trabalhos.

            Gostaria de, no dia de hoje, juntar-me aos milhares de evangélicos do Distrito Federal, aos milhões de evangélicos do País e dizer que é preciso fortalecer, cada vez mais, essas redes de solidariedade e de amor ao próximo. Não podemos prescindir de uma aliança estratégica com as igrejas, para tentar construir uma sociedade mais justa, mais solidária e mais generosa.

            Era esse o registro que gostaria de fazer no dia de hoje, cumprimentando todos os evangélicos do nosso País.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.