Discurso durante a 45ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Cobrança de esclarecimentos, por parte do Senador Demóstenes Torres, quanto às denúncias veiculadas na imprensa.

Autor
Pedro Taques (PDT - Partido Democrático Trabalhista/MT)
Nome completo: José Pedro Gonçalves Taques
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
EXPLICAÇÃO PESSOAL.:
  • Cobrança de esclarecimentos, por parte do Senador Demóstenes Torres, quanto às denúncias veiculadas na imprensa.
Publicação
Publicação no DSF de 27/03/2012 - Página 8239
Assunto
Outros > EXPLICAÇÃO PESSOAL.
Indexação
  • REGISTRO, ORADOR, PEDIDO, ESCLARECIMENTOS, DEMOSTENES TORRES, SENADOR, ESTADO DE GOIAS (GO), MOTIVO, DENUNCIA, IMPRENSA, PARTICIPAÇÃO, CORRUPÇÃO.

            O SR. PEDRO TAQUES (Bloco/PDT - MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna falar do caso Demóstenes Torres.

            Nós não podemos tapar o sol com a peneira. O caso é grave. E esta Casa da Federação não terá moral para notificar, para convidar, para intimar qualquer cidadão a depor em suas comissões se nós não ouvirmos os esclarecimentos do Senador Demóstenes.

            Senadora Ana Amélia, hoje, o Líder do PSDB subiu à tribuna e pediu que o Ministro citado no escândalo de ontem viesse a esta Casa.

            Este caso do Senador Demóstenes - e eu disse isso a ele com o respeito do conhecimento que tenho do seu trabalho há mais de 16 anos, como eu disse naquela oportunidade em que aqui ele veio - é grave e merece esclarecimento.

            Não se apresenta como razoável que um Senador da República possa trocar esse número de telefonemas com cidadãos voltados para a prática do crime. Não se afigura, ao menos a meu juízo, como razoável que um Senador da República possa se utilizar de telefones habilitados em Miami. Não se afigura, ao menos a meu juízo, que um Senador da República possa se valer de expedientes outros para conversar com cidadãos voltados à prática do crime.

            Com todo o respeito que qualquer cidadão merece, com todo o respeito à dignidade da pessoa humana, nós temos que separar o campo jurídico do campo político. No espaço jurídico existe o princípio da presunção de inocência. Em sua contraposição, existe o princípio da ampla defesa e do contraditório. Agora, no espaço político, no campo político temos de agir politicamente; temos de agir como agiríamos com qualquer outro cidadão. E o Senado da República, neste momento grave, não pode se omitir, porque, se nos omitirmos, nós não teremos moral para intimarmos qualquer cidadão que, por acaso, num programa de domingo, apareça envolvido em escândalos.

            Cada um de nós tem a responsabilidade republicana, sem prejulgar quem quer que seja, sem fazer juízo de valor antecipatório lá na esfera, no campo jurídico, no campo judicial. Mas aqui, no campo político, nós estamos aguardando esclarecimentos. Eu, pessoalmente, estou aguardando explicações. A República está aguardando respostas. A Nação brasileira se encontra aguardando essas respostas. E nós não podemos esperar até que o Sr. Procurador-Geral da República instaure ou não um inquérito judicial em desfavor do Senador Demóstenes Torres. Nós não podemos aguardar!

            Então, convido os Senadores da República a tomar responsabilidade de suas ações. Eu, como Senador de primeiro mandato, exercendo o primeiro ano nesta Casa, vou tomar as minhas providências. Agora, não podemos nos omitir. Sem prejulgamentos, mas nós não podemos proteger os amigos e prejudicar os inimigos.

            O Senador Demóstenes Torres está a dever esclarecimentos a esta Casa.

            Era isso, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/03/2012 - Página 8239