Discurso durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Apelo aos membros da CPMI do “caso Cachoeira” por resultados éticos e morais.

Autor
Cristovam Buarque (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
Nome completo: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Outros:
  • Apelo aos membros da CPMI do “caso Cachoeira” por resultados éticos e morais.
Publicação
Publicação no DSF de 24/05/2012 - Página 20949
Assunto
Outros
Indexação
  • REGISTRO, ORADOR, PEDIDO, MEMBROS, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, ATUAÇÃO, FORMA, ETICA, REFERENCIA, INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, EMPRESARIO, ESTADO DE GOIAS (GO), PARTICIPAÇÃO, CORRUPÇÃO, MOTIVO, REPRESENTANTE, VONTADE, POVO.

            O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco/PDT - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Gim, que como eu representa o Distrito Federal, estou aqui até esta hora da noite porque quero fazer um apelo, complementando o apelo feito segunda-feira pelo Senador Pedro Simon.

            Segunda-feira, o Senador Pedro Simon, em um discurso como sempre emocionante e emocionado também fez um apelo à CNBB e fez um apelo aos jovens brasileiros para que venham para cá, para que venham para as ruas, para que se manifestem dizendo que esta CPI não pode ser um produto de culinária. Essa CPI tem que ser um produto de ética, de moral e não uma pizza.

            Eu complementei naquele momento o seu discurso, fazendo um apelo ao Presidente Lula, que foi quem iniciou essa CPMI - é preciso lembrar disso -, que teve a coragem de dizer: “Vamos fazer uma CPI, doa a quem doer.” Eu fiz um apelo para que o Presidente Lula diga que essa CPI não pode esconder nada, que essa CPI não pode ter acordos entre partidos, que essa CPI não pode proteger fulano ou beltrano.

            E hoje vim fazer um apelo, Senador - e peço que as pessoas anotem os nomes que vou dizer - às pessoas que considero as mais importantes nas próximas semanas no Brasil. Nem a Presidenta, nem os Ministros, nem os Senadores em geral, ninguém tem a importância, por exemplo, do Deputado Cândido Vaccarezza e do Senador José Pimentel; do Deputado Paulo Teixeira e do Senador Humberto Costa; da Deputada Íris de Araújo e do Senador Alvaro Dias; do Deputado Luiz Pitiman e do Senador Cássio Cunha Lima; do Deputado Carlos Sampaio e do Senador Vital do Rêgo; do Deputado Fernando Francischini e do Senador Sérgio Souza; do Deputado Filipe Pereira e do Senador Ricardo Ferraço - e eu peço que anotem esses nomes dessas pessoas, porque elas são muito importantes nas próximas semanas do Brasil -; do Deputado Gladson Cameli e da Senadora Vanessa Grazziotin; do Deputado Maurício Quintella Lessa e do Senador Ciro Nogueira; do Deputado Miro Teixeira e do Senador Fernando Collor; do Deputado Onyx Lorenzoni e do Senador Jayme Campos; do Deputado Paulo Foletto e da Senadora Lídice da Mata; do Deputado Rubens Bueno e do Senador Paulo Davim, do Deputado Silvio Costa e do Senador Pedro Taques; do Deputado Protógenes e do Senador Vicentinho Alves e da Senadora Kátia Abreu.

            Por que, Senador Gim, essas são as pessoas mais importantes no Brasil hoje e nas próximas semanas? Porque são os membros da CPI do Cachoeira. E está nas mãos dessas pessoas a honra do Congresso. Está nas mãos dessas pessoas o desempenho que elas terão na combatividade que vão exercer, na seriedade também, no rigor, no futuro de o Brasil dizer: De fato, o Congresso é uma Casa de pessoas sérias. Ou o povo dizer: Não há mais esperança no Congresso.

            Essas pessoas têm a responsabilidade, por exemplo, de abrir o sigilo bancário da Delta ou de qualquer outra empreiteira sobre a qual pese suspeita de uso indevido de dinheiro público, de conivência com políticos, de cumplicidade com gestos criminosos.

            Essas pessoas, esses homens e mulheres do Congresso, Senadores e Deputados, Senadoras e Deputadas, não podem deixar passar esse momento, passando a ideia de um Congresso irresponsável, conivente, despreparado, passivo. Não podem. Nós estamos nas mãos deles, Senador Gim. Nós estamos nas mãos deles. Não podemos estar ali, nós não somos membros da Comissão. Nós não votamos. Podemos ir ali como curiosos. Nem vale a pena. São essas pessoas que vão decidir a credibilidade do Congresso.

            Eu vim aqui, fiquei até esta hora, agradeço que o senhor fique aqui presidindo para que eu possa falar, para fazer esse apelo, como eu fiz ao Presidente Lula, para que ele se manifestasse no sentido de cobrar responsabilidade de uma CPI, em que ele teve um papel fundamental na abertura, para que ele faça um apelo, que todos levem essa CPI a sério.

            Eu venho aqui fazer um apelo diretamente aos membros da CPI. Agora, quero fazer outro apelo também a três Governadores que estão sendo todos os dias citados. Nenhum de nós pode dizer se eles são ou não responsáveis. Não temos dados para isso. Meu apelo, Senador Gim, é que eles venham à CPI, que venham voluntariamente, que cheguem ali numa terça-feira, dia que se reúne a CPI, sentem num banco daqueles, dos Deputados e Senadores, e diga: aqui estou para responder às perguntas que vocês queiram fazer. Aqui estou, eu não temo as perguntas que queriam fazer. Faço esse apelo aos Governadores em nome do povo de cada um dos Estados, para salvar a honra do Estado. Venham, sentem aqui e respondam às perguntas dos Deputados e Senadores, esses que eu li a lista, têm a fazer. Agora, se eles não vierem, eu faço um apelo a esses Deputados e Senadores, que eles os convidem, ou até, se possível, que os convoquem. Se eles não temem, por que não vêm? Se eles não vierem é porque temem. Se temem, é preciso que sejam chamados. Se eles temem, é preciso que venham aqui porque determinação nossa. Se eles não temem, que eles venham pela vontade própria. Não há alternativa. Ou vêm porque querem e não temem, ou temem e vêm sem querer.

            Isso depende desses Deputados e Senadores, aos quais faço um apelo, porque vocês dessa lista me representam. Vocês hoje representam a ânsia do povo brasileiro inteiro, todos ligados, querendo saber em que vai terminar isso, com medo de que seja em pizza em vez de ser um documento dizendo: tudo é mentira, o Cachoeira é um santo, e a Delta é apenas uma grande empresa. Ou dizer a verdade, se não for essa, de que este País ficou nas mãos de criminosos. Criminosos que manipularam, que jogaram, que usaram o dinheiro público, que enganaram e que, por isso, precisam pagar pelo que fizeram. Isso depende destes aqui.

            Esses nomes, vou ler mais uma vez, Senador. Peço licença, e aí termino, para que todos saibam quem são os brasileiros e brasileiras mais importantes do Brasil nas próximas semanas. É como se fossem os jogadores da Seleção Brasileira de futebol em campo. Não tem ninguém mais importante durante os noventa minutos de um jogo da Copa do Mundo do que os nossos onze jogadores em campo e os outros no banco de reserva.

            Aqui está a seleção que não pode nos decepcionar: o Deputado Cândido Vaccarezza; o Senador José Pimentel; o Deputado Paulo Teixeira; o Senador Humberto Costa - peço a você que está me assistindo que anote esses nomes; a Deputada Íris de Araújo; e o Senador Alvaro Dias; o Deputado Luiz Pitiman; o Senador Cássio Cunha Lima; o Deputado Carlos Sampaio; o Senador Vital do Rêgo; o Deputado Fernando Francischini; o Senador Sérgio Souza; o Deputado Filipe Pereira; o Senador Ricardo Ferraço; o Deputado Gladson Cameli; a Senadora Vanessa Grazziotin; o Deputado Maurício Quintella Lessa; o Senador Ciro Nogueira; o Deputado Miro Teixeira; o Senador Fernando Collor; o Deputado Onyx Lorenzoni; o Senador Jayme Campos; o Deputado Paulo Foletto; a Senadora Lídice da Mata; o Deputado Rubens Bueno; o Senador Paulo Davim; o Deputado Silvio Costa; o Senador Pedro Taques; o Deputado Protógenes; o Senador Vicentinho Alves; e a Senadora Kátia Abreu.

            Esses são os nomes que vão agir por nós. Portanto, esses são os nomes em que o povo brasileiro vai estar de olho, querendo que eles joguem para que, no final, o Brasil vença. E o Brasil vencerá se a verdade for conseguida, apurando tudo e, como se diz por aí, doa em quem doer. Mas que ninguém seja protegido e nenhum acordo seja feito para proteger ninguém e também que nenhum acordo seja feito para perseguir ninguém. Mas que a verdade surja.

            Era isso, Sr. Presidente, que eu tinha para falar.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 24/05/2012 - Página 20949