A SRª ANA RITA (Bloco/PT - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Srª Senadora Marta Suplicy, Srªs e Srs. Senadores, público que nos acompanha pela tribuna de honra, espectadores da TV Senado e ouvintes da Rádio Senado, subo a esta tribuna para homenagear um companheiro e um grande homem que estava à frente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) desde 2007, Marcio Pochmann. Recentemente, nosso companheiro deixou esse instituto tão importante para o nosso País para enfrentar um novo desafio. Desta vez, de caráter político-eleitoral. Ele foi convidado, pelo conjunto do Partido dos Trabalhadores do importante Município de Campinas, São Paulo, e por lideranças da sociedade civil, para assumir a pré-candidatura do partido naquele Município.

            Gostaria, Srª Presidenta, neste breve discurso, de falar um pouco da trajetória de Pochmann à frente do Ipea, uma fundação pública federal vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, cujas atividades de pesquisa fornecem suporte técnico e institucional às ações governamentais para a formulação e reformulação de políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiros. Os trabalhos do Ipea são disponibilizados para a sociedade por meio de inúmeras publicações e seminários e, mais recentemente, via programa semanal de TV em canal fechado.

            Nesses cinco anos EM que Pochmann esteve no Ipea, o instituto reassumiu o protagonismo na indução do desenvolvimento nacional, produzindo conhecimento e fortalecendo sua interlocução com a sociedade. O Ipea tem sido peça importante na retomada do planejamento de Estado para as políticas públicas, uma prática que havia caído em desuso no País.

            O Ipea passou a contar, a partir de 2008, com planejamento estratégico, atuando mediante um plano de metas e relatório de atividades. Isso estimulou uma mudança na forma de produzir conhecimento na Casa, que passou a ser organizada sob a égide de sete eixos estruturantes, referentes aos grandes desafios do desenvolvimento brasileiro, como: Inserção Internacional Brasileira Soberana; Macroeconomia para o Desenvolvimento; Estrutura Produtiva e Tecnológica Avançada e Regionalmente Integrada; Infraestrutura Econômica, Social e Urbana; Sustentabilidade Ambiental; Proteção Social, Garantia de Direitos e Geração de Oportunidades; e Fortalecimento do Estado, das Instituições e da Democracia.

            Para atender essas demandas, o Ipea deu um salto não apenas na abrangência de seu conteúdo, mas no volume de sua produção editorial. De 104 títulos publicados (entre livros, revistas, boletins, pesquisas, etc.), em 2007, passou-se a 346 publicações, em 2011. Um salto qualitativo e quantitativo.

            Pochmann realizou concurso público no Ipea em 2008, quando foram inseridos 117 novos servidores, dando "sangue novo" à casa. Também criou novas diretorias, com adequação às realidades locais e regionais, acordos de cooperação técnica e convênios. Foram oferecidas mais bolsas de pesquisa, partindo de 106 concessões, em 2007, para 584, em 2011, e instituiu o Proredes, que é o apoio a redes de pesquisa entre instituições. Essa iniciativa resultou na Plataforma Ipea de Pesquisa em Rede, a Rede Ipea, formada hoje por mais de 50 entidades, entre instituições de pesquisas, universidades e organizações civis de 25 unidades da Federação.

            Srªs e Srs. Senadores, investir em conhecimento e em pesquisa é indispensável a um País que deseja construir prosperidade e consolidar-se como uma nação plenamente desenvolvida. Por isso exalto o Ipea, que, sob a liderança do Marcio Pochmann, cumpriu, nesse período, um importante papel para o nosso País.

            Ressalto, de forma especial, o Projeto Cátedras, que incentiva a implantação de disciplinas no ensino de graduação e/ou de pós-graduação, voltados aos temas do desenvolvimento nacional. Foi retomada no período Pochmann a função formadora do Ipea, com a criação de um mestrado em Políticas Públicas, em parceria com a Fiocruz.

            Outro ponto foi a criação de indicadores, ferramentas indispensáveis para entender e prospectar a realidade, com softwares inovadores e programas específicos de georreferenciamento, que agregam informações de diferentes fontes. Essas medidas serão pontes para que, no futuro, o Ipea possa consolidar as "Bases de Dados da República", que permitirão um salto de qualidade no acesso a dados complexos ao cidadão brasileiro.

            Ressalto, ainda, que o Ipea está conectado com o cidadão, pois toda a produção do instituto está disponibilizada no sítio na Internet, inclusive por meio de e-books e e-pubs, para leitura em tablets. Pelo que soube, o portal Ipea obteve quase dois milhões de visitantes únicos, baixando arquivos, acessando vídeos ou utilizando seus softwares online. A presença nas redes sociais também auxiliou na divulgação dos trabalhos do Instituto e na interlocução com o público, contando hoje com mais de 22 mil seguidores no Twitter do Ipea.

            Os eventos acompanharam o crescimento da produção, pulando de 492, em 2008, para mais de 1.600, em 2011. Com destaque para as Conferências do Desenvolvimento (Codes), um grande e democrático painel de debates sobre os rumos do País.

            Todas essas mudanças estão visíveis e transparentes para o público. O Ipea teve recursos multiplicados nos últimos anos, graças à atuação e produtividade do Instituto. Em 2007, o orçamento era de R$185,5 milhões e, em 2011, atingiu R$305,3 milhões. Todos os recursos foram muito bem aplicados, com inteira responsabilidade, e estão obtendo belos resultados.

            Prezado Marcio Pochmann, parabenizamos pelo seu trabalho à frente do Ipea ao longo desses cinco anos e damos as boas-vindas à Vanessa Petrelli Corrêa, que assume a pasta. Certamente, pelo seu destacável currículo e compromissos, dará continuidade a esse exitoso trabalho.

            Srª Presidenta, era isso que eu tinha a dizer.

            Muito obrigada.