Discurso durante a 110ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Congratulações ao Grande Oriente do Brasil pelo transcurso dos seus 190 anos de criação.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA EXTERNA.:
  • Congratulações ao Grande Oriente do Brasil pelo transcurso dos seus 190 anos de criação.
Publicação
Publicação no DSF de 26/06/2012 - Página 27732
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ENTIDADE, MAÇONARIA, REGISTRO, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, HISTORIA, PAIS, REFERENCIA, PARTICIPAÇÃO, POLITICA, INDEPENDENCIA, ABOLIÇÃO, ESCRAVATURA, PROCLAMAÇÃO, REPUBLICA, ATUAÇÃO, DEFESA, DIREITOS HUMANOS.
  • COMENTARIO, SITUAÇÃO POLITICA, PAIS ESTRANGEIRO, PARAGUAI, REFERENCIA, IMPEACHMENT, PRESIDENTE, APREENSÃO, SITUAÇÃO, BRASILEIROS, RESIDENCIA, EXTERIOR, SOLICITAÇÃO, ATUAÇÃO, ITAMARATI (MRE).

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Cyro Miranda, Srªs e Srs. Senadores, quero cumprimentar o Grande Oriente do Brasil pela celebração dos seus 190 anos de existência.

            Surgida em 17 de junho de 1822 pela associação inicial de três lojas - Comércio e Artes; União e Tranquilidade e Esperança de Niterói -, constituiu-se, desde logo, em entidade de grande expressividade na sociedade brasileira, sendo, durante mais de um século, a única associação de lojas maçônicas no Brasil.

            As suas 2.400 lojas e quase 100 mil filiados a tornam a maior potência maçônica do mundo latino, o que a faz ser reconhecida e manter relações fraternais com todas as obediências maçônicas regulares da Europa e da América do Norte, bem como com a Grande Loja Unida da Inglaterra, a loja-mãe da Maçonaria.

            O Grande Oriente do Brasil, nunca é demais lembrar, teve papel fundamental no processo de constituição de nosso País.

            É preciso enfatizar que a nossa formação política deveu-se graças às ações de maçons que, primeiramente, estiveram envolvidos com o nosso processo de independência e, em um segundo momento, com a manutenção da nossa integridade territorial e pacificação dos vários conflitos que se seguiram à independência. Em suma, a própria existência de nosso País se deve às ações levadas adiante pelos membros do Grande Oriente do Brasil.

            O primeiro Grão-Mestre foi ninguém menos que José Bonifácio de Andrada e Silva, o patriarca da independência, homem de grande visão e intelectual brilhante. O segundo Grão-Mestre foi Dom Pedro I, proclamador da independência nacional e Imperador brasileiro. Outro maçom importante nesse processo de conciliação nacional foi Duque de Caxias, o pacificador das muitas revoltas em território nacional, que desempenhou papel decisivo na Guerra do Paraguai, principal conflito externo da nossa história.

            Vou aqui abrir um parêntese, Srª Presidenta, Senadora Ana Amélia, que aqui falou um pouco da história do Paraguai, do conflito do Paraguai.

            Neste momento, o Paraguai vive também um conflito muito sério. Não tenho como criticar o parlamento paraguaio, tampouco o governo deposto, que sofreu impeachment, que foi destituído, mas me preocupo com o povo paraguaio e com os brasileiros, os chamados brasiguaios. São 350 mil brasileiros que vivem em território paraguaio. Hoje, a preocupação do Congresso brasileiro, do Governo brasileiro deve ser com os nossos irmãos brasileiros que lá estão e também com os nossos irmãos paraguaios.

            Então, gostaria de pedir à nossa diplomacia, ao Itamaraty - que já se reuniu hoje pela manhã com a Presidente da República, a Presidenta Dilma Rousseff, que, certamente, devem ter tomado alguma decisão importante a respeito desse conflito no Paraguaio -, para que o povo paraguaio, os brasileiros que lá vivem... Há gente de Rondônia, deve ter gente do Rio Grande do Sul, do Paraná, muitos, do Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, gente de todo o Brasil, assim como há paraguaios vivendo no Brasil, mas creio que, neste momento, há uma quantidade muito maior de brasileiros vivendo no Paraguai. 

            Então, quero me colocar à disposição. E creio que o Senado, o Parlamento brasileiro, o Congresso brasileiro, tanto o Senado quanto a Câmara, devam se preocupar neste momento e conversar com o nosso chancelar, conversar com o nosso Embaixador do Brasil Eduardo Santos, pois sei que ele é muito amigo da Presidente da República e certamente está conversando frequentemente com a Presidente, para resolver esse impasse.

            Só não entendi por que destituíram um presidente faltando apenas nove meses para as eleições. Acho que esse talvez tenha sido o único erro do Congresso paraguaio. Mas, fora isso, todas as informações que nós temos é que eles fizeram isso dentro da Constituição e das leis que regem a República do Paraguai, e num momento em que o Paraguai está crescendo muito. Sempre tenho falado que as duas nações que mais crescem no mundo, hoje, são o Qatar e o Paraguai, uma média de 15% ao ano. Quer dizer, é um crescimento extraordinário. O povo do Paraguai está tendo uma condição melhor de vida, está conseguindo ter um padrão melhor de vida.

            Mas espero que esse conflito não atrapalhe o crescimento do Paraguai, não atrapalhe o desenvolvimento da sociedade paraguaia. Acho que sanções, neste momento, não vão resolver o problema, sejam sanções da Venezuela, sanções do Brasil, sanções da Argentina, sanções não sei do que lá, de outras nações, não vão resolver o problema, até porque estamos a nove meses de uma eleição no Paraguai. De forma que tem de minimizar essa questão, para que o povo paraguaio e os brasileiros que lá vivem não sofram tanto.

            Então, eu queria fazer esse parêntese no meu pronunciamento, em que falo sobre a maçonaria brasileira, para falar um pouco sobre essa questão do Paraguai.

            Além disso, o Grande Oriente desempenhou papel fundamental em outros dois eventos centrais de nossa história: a abolição da escravidão e a proclamação da República.

            Tal participação política refletiu, sobretudo, a consecução dos ideais maçônicos que simbolizam um processo filosófico que envolve a defesa dos mais altos valores morais.

            Em primeiro lugar, o caráter universalista da maçonaria, que se opõe a qualquer espécie de sectarismo e que também explica porque ela é tão temida por regimes autoritários.

            Em segundo lugar, a defesa dos ideais que fundaram o mundo moderno: democracia, liberdade, igualdade e fraternidade.

            Em terceiro lugar a crença no princípio de que o aperfeiçoamento intelectual e moral são os meios para a obtenção de um progresso efetivamente benéfico para todos.

            O Grande Oriente do Brasil, ao longo de sua história, tem agido de maneira coerente na busca da concretização da defesa do princípio da dignidade da pessoa humana.

            Parabéns para o Grande Oriente do Brasil! Parabéns pelo trabalho que tem realizado ao longo de sua história em prol de nosso País!

            Deixo o meu abraço fraternal e minhas felicitações a toda maçonaria do meu Estado de Rondônia, que também possui uma história de relevantes serviços prestados ao povo rondoniense.

            Era o que tinha a dizer, Srª Presidente. Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/06/2012 - Página 27732