O SR. RICARDO FERRAÇO (Bloco/PMDB - ES. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Exmª Srª Presidente em exercício desta sessão, Senadora Marta Suplicy, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, brasileiros que nos acompanham pela TV Senado, ocupo a tribuna do Senado para fazer uma modesta, humilde e sincera homenagem a uma mulher admirável, uma mulher que vem ajudando a mudar o Brasil, com o seu exemplo, a sua determinação e a sua capacidade de trabalhar, de sonhar e de transformar sonhos em realidade. Uma mulher tímida, de voz suave, mas que é ouvida com atenção por líderes políticos e empresariais não apenas do Brasil, mas de muitos países mundo afora, quando o assunto é inclusão social e educação. Refiro-me à psicóloga Viviane Senna, que transformou em realidade o projeto idealizado pelo seu irmão, Ayrton Senna, piloto, que queria ir muito além das vitórias pessoais. Segundo a própria Viviane Senna, vitória mesmo para o tricampeão Ayrton Senna seria abrir portas para crianças que nunca tiveram oportunidades no seu dia a dia.

            Viviane arregaçou as mangas e colocou as mãos na massa. À frente do Instituto Ayrton Senna, criado em 1994, ela já ajudou, presidindo o instituto, a melhorar a vida de 15 milhões de jovens estudantes brasileiros. Para ultrapassar a ignorância, a violência, a pobreza e vencer a corrida pela inclusão social, o Instituto aposta numa ferramenta poderosa: a educação.

            A cada ano, forma, entre 60 mil e 70 mil educadores e gestores escolares, garantindo um ensino de melhor qualidade a 2 milhões de crianças e adolescentes em, pelo menos, 1.300 Municípios do nosso País.

            O reconhecimento do trabalho do Instituto Ayrton Senna já rendeu diversas homenagens a sua Presidente, a única brasileira do grupo Amigos Adultos do Prêmio das Crianças do Mundo, ao lado de pessoas, de líderes mundiais, como o ex-Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, e mesmo do Prêmio Nobel da Paz, José Ramos Horta.

            No mês passado, mais uma vez, Viviane Senna conquistou um novo prêmio: o do empreendedorismo social, o Grand Prix do banco francês BNP Paribas. É a primeira vez que o banco reconhece o trabalho de um empreendedor social em todo o continente americano. Convém destacar que Viviane concorreu com outros 90 países, e foi escolhida por unanimidade por um júri internacional, coordenado, por exemplo, pelo Prêmio Nobel de Economia, de 1998, Amartya Sen, que criou, inclusive, o Índice de Desenvolvimento Humano.

            Ao receber o troféu, em Paris, Viviane emocionou a platéia, ao dizer que o grande desafio no Brasil é transformar em regra exceções, como ela e o irmão, Ayrton Senna, que tiveram todo acesso, oportunidade de educação e desenvolvimento pessoal.

            O Brasil sempre foi e continua a ser, apesar das melhorias recentes, um dos países mais desiguais do mundo, como bem lembrou a sua presidente, Viviane Senna, mas a garra, a coragem, a capacidade empreendedora e a consciência social de pessoas como a da Presidente do Instituto Ayrton Senna nos fazem acreditar na possibilidade de um País melhor e mais justo.

            O Brasil que queremos e de que necessitamos não é apenas responsabilidade de Governo, do Poder Público, ele é fruto do empenho, da participação de cada um de nós. Assim como Viviane Senna, uma mulher bem-sucedida, de boa condição financeira, que poderia perfeitamente ter pautado a própria vida em projetos pessoais, assim como ela temos o exemplo de um sem-número de brasileiros e brasileiras que, em menor escala, compram a briga por um País mais inclusivo e menos desigual, brasileiros e brasileiras que fazem a diferença com ações objetivas e concretas por uma sociedade mais equilibrada.

            Projetos voluntários, projetos de responsabilidade social e ambiental vêm felizmente se multiplicando País afora, assim como deve servir de estímulo a principal lição do Instituto Ayrton Senna: é na escola que se encontra a chave para a inclusão social e a prosperidade, tão necessárias e desejadas por um conjunto relevante de brasileiras e brasileiros.

            Portanto, a minha homenagem e a minha referência ao Instituto Ayrton Senna, porque ele não vem pregando com palavras, vem pregando com ações concretas e vem contribuindo de maneira efetiva para a mudança concreta e objetiva de um conjunto cada vez mais relevante de brasileiros.

            Muito obrigado, Srª Presidente.