Comunicação inadiável durante a 40ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro do transcurso, hoje, do Dia Mundial de Conscientização do Autismo; e outro assunto.

Autor
Vanessa Grazziotin (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Registro do transcurso, hoje, do Dia Mundial de Conscientização do Autismo; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2013 - Página 14336
Assunto
Outros > HOMENAGEM. DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, CONSCIENTIZAÇÃO, AUTISMO, REGISTRO, MINISTERIO DA SAUDE (MS), LANÇAMENTO, POLITICA, SAUDE, OBJETIVO, TRATAMENTO ESPECIAL, PESSOA DEFICIENTE.
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, LOCAL, FABRICA, TURBINA, USINA HIDROELETRICA, INSTALAÇÃO, POLO INDUSTRIAL, CIDADE, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM).

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Para uma comunicação inadiável Sem revisão da oradora.) - Se V. Exa me permite, nobre Presidente, eu gostaria de daqui fazer um agradecimento público ao Senador Sodré Santoro, que permutou a data conosco. 

            Essa data já havia sido programada para uma outra sessão solene comemorativa e, compreendendo a necessidade que nós temos de fazer esta sessão solene antes do final do mês de junho, que é quando acontecerá a festa e, se tudo der certo, contará com a presença da Presidenta Dilma este ano lá, em Parintins, o Senador foi extremamente cortês com toda a Bancada, gentil com a Bancada do Amazonas, com o Estado do Amazonas, e conosco promoveu uma permuta da data. Então, ficam, aqui, publicamente, meus agradecimentos ao nobre Senador Sodré.

            Muito obrigada.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - Eu que agradeço a V. Exª. Agora, devo dizer que não sei como vai ser, porque a sessão será feita para ambos os Bois, no mesmo dia. Isso não vai dar problema aqui no Senado?

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM. Fora do microfone.) - Não, não, não, não.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - Bem entendido, vai dividir, vai ficar uma parte vermelha? O Senado é azul! Temos aqui um problema. Mas esse é um problema para os Senadores do Amazonas resolverem.

            Com a palavra, V. Exª.

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Muito obrigada, Sr. Presidente, é verdade. O senhor sabe que agora que me chamou a atenção, porque lá, em Parintins, a cidade toda se divide, até mesmo a Coca-Cola, o Bradesco, cujas cores são o vermelho, lá, durante a festa, eles dividem, metade da produção vermelha e a outra metade em azul. Aqui, no Senado, não haverá o que fazer, mas eles compreenderão.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - O Zezinho vai vir com a gravata vermelha, um paletó vermelho, mas o Garantido vai estar... Não é o Garantido, que é...

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Perfeitamente. O Zezinho...

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - O Garantido não é o vermelho?

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - O Garantido é o vermelho e o Caprichoso é o azul.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - O Garantido...

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - O Zezinho e todos os nossos colaboradores aqui...

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - ...vai estar presente. O Zezinho e outros, o Paulinho...

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - ...de vermelho.

            O SR. PRESIDENTE (Jorge Viana. Bloco/PT - AC) - ...vão estar de gravata vermelha...

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Para equilibrar o ambiente, não é?

            Mas, Sr. Presidente, Senador Jorge Viana, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, eu venho à tribuna, hoje, Sr. Presidente, dia 2 de abril, porque comemoramos, de acordo com as Nações Unidas, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data é marcada não só no Brasil, mas no mundo inteiro, por diversas atividades cujo objetivo principal é conscientizar a população sobre uma síndrome que já afeta aproximadamente 70 milhões de crianças em todo o mundo. Calcula-se, Sr. Presidente, que existam, no Brasil, aproximadamente 2 milhões de pessoas com o autismo. Ou seja, aproximadamente 1% da nossa população.

            Numa série de reportagens publicada hoje pela Agência Brasil, consta que o autismo é uma condição encontrada em 20 de cada 10 mil nascidos. É uma doença que se manifesta, geralmente, antes dos três anos de idade e sua causa ainda não está perfeitamente esclarecida, muito embora fatores genéticos sejam considerados sua principal origem.

            O diagnóstico é feito a partir da observação do comportamento da criança. Normalmente, os pais detectam algum traço de indiferença ou até mesmo isolamento excessivos por parte dessas crianças. Muitas vezes também é detectada resistência ao aprendizado e às mudanças de rotina. Uso de objetos de forma incomum, inexistência de medo em situações potencialmente perigosas, agressividade e hiperatividade também são sintomas comuns em crianças portadoras de autismo.

            Além da vasta programação que ocorre no Brasil inteiro, hoje, Sr. Presidente, o Ministério da Saúde lança hoje a primeira política de saúde pública voltada para esse grupo. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) serão os primeiros serviços voltados para a construção de uma Rede de Cuidados que visa, principalmente, a fazer o diagnóstico especializado.

            Segundo o Ministério da Saúde, a implantação de uma rede de CAPS, inspirada por experiências exitosas como a de Betim, em Minas Gerais, a primeira iniciativa a incluir no atendimento o Transtorno do Espectro do Autismo, é de fundamental importância para o sucesso do plano e o combate ao transtorno que se destaca nesse contexto pela severidade com que atinge o desenvolvimento psíquico e relacional da criança desde os primeiros anos de vida, restringindo sua autonomia e normalidade e podendo se acompanhar de intenso sofrimento por parte do sujeito e sua família.

            A partir do serviço, a política pretende dispor às crianças e adolescentes equipes multidisciplinares, atendimentos em espaços individuais ou coletivos, espaços de escuta aos pais, acesso à medicação, além de esforços de articulação com instâncias fora da saúde que também acolhem as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo, especialmente no campo da educação.

            Os casos mais graves, Sr. Presidente, serão tratados nos Centros Especializados de Reabilitação. Com investimentos na ordem de R$41,2 milhões, o Governo está construindo 22 Centros Especializados em Reabilitação, habilitando 23 outros centros e realizando convênios com 11 entidades para prestar o atendimento a esses jovens e adolescentes, principalmente.

            O maior avanço, na opinião dessas entidades, em geral dirigidas, coordenadas por pais, por familiares de crianças portadoras de autismo, é que, a partir de agora, haverá uma política de atendimento específico Sistema Único de Saúde (SUS) para os portadores desse transtorno.

(Soa a campainha.)

            A SRª VANESSA GRAZZIOTIN (Bloco/PCdoB - AM) - Por fim, Sr. Presidente, quero aqui apenas registrar que, no Brasil todo, está havendo atividades. Hoje, as atividades começarão na cidade de Manaus, capital do meu querido Estado do Amazonas, com a ponte sobre o Rio Negro ficando toda Azul, a cor da campanha, assim como o Congresso Nacional e a Ponte JK, aqui no Distrito Federal, em Manaus nossos principais monumentos, a ponte e o Teatro Amazonas, também ficaram azuis.

            Lá, duas entidades em especial estão envolvidas na realização e organização de vários eventos: MUPA - Mãos Unidas pelo Autismo, e Associação de Amigos do Autista no Estado do Amazonas, a AMA - Amazonas

            Com este pronunciamento, Sr. Presidente, quero aqui deixar o meu carinho, mas, muito mais do que isso, a dedicação dos parlamentares brasileiros no sentido de fazer com que a sociedade seja, cada vez mais, uma sociedade que ampare essas pessoas, em geral meninos, meninas e adolescentes que são diferentes dos demais, mas nem por isso devem ser tratados de forma diferenciada. Eles merecem também ser tratados com muito carinho por toda a população.

            Quero destacar o fato de que, pela primeira vez, teremos uma política de saúde pública integrada, multidisciplinar, dirigida para essas pessoas que, repito, devem ser 1% da população brasileira.

            Se V. Exª me permite, Senador Jorge Viana, neste final de pronunciamento, neste tempo que me resta, quero fazer um registro que considero da mais extrema importância.

            No dia de ontem, na cidade de Manaus, tive a possibilidade, a alegria, a imensa satisfação, Sr. Presidente, de fazer uma visita, no Distrito Industrial, a uma unidade fabril da Voith, uma das três maiores, talvez a líder mundial na fabricação de turbinas para usinas hidroelétricas. É uma empresa de origem alemã, mas está implantada no mundo inteiro. No continente americano, a Voith, repito, que é uma empresa de origem alemã, tem uma planta nos Estados Unidos e, até há pouco tempo, no Brasil, somente no Estado de São Paulo.

            Há pouco mais de dois anos, essa empresa se instalou na cidade de Manaus, lá no Polo industrial de Manaus. Segundo avaliação dos seus dirigentes, a escolha da cidade de Manaus deveu-se a questões de localização, porque todos sabem que a grande capacidade de geração de energia hidráulica no País está localizada na Amazônia, 70%. Senador Jorge, V. Exª, que, como eu, é da Região Amazônica, sabemos perfeitamente que 70% da capacidade de geração de energia hidráulica está na Amazônia. E como esta é uma indústria pesada, indústria de bens de capital, uma indústria que precisa contar com uma forte logística, a direção da empresa Voith Hydro decidiu por implantar uma unidade fabril na cidade de Manaus. Hoje, eles já estão fabricando turbinas e outros equipamentos para as usinas hidrelétricas de Teles Pires e Belo Monte, no Estado do Pará, assim como para as usinas de Jirau e Santo Antônio, no Estado de Rondônia. E é bom que se diga que eles não apenas fabricam as turbinas, Sr. Presidente, que são equipamentos extremamente pesados em aço.

            Então, estar construindo turbinas em uma localidade próxima às hidroelétricas é, sem dúvida nenhuma, um ganho não só efetivo para o setor industrial, mas também para o meio ambiente, porque deslocar esses equipamentos, esse maquinário cujo peso é de mil toneladas para cima, Sr. Presidente, é algo fenomenal.

            Essa empresa, atualmente, na cidade de Manaus, já emprega em torno de 170 funcionários, pessoas altamente qualificadas, que têm um trabalho extremamente qualificado, e conta com uma parceria do Sesi, com quem prepara essa mão de obra. De acordo com o que pude ver, Sr. Presidente, os funcionários, quando entram na empresa, em geral ficam 30, 40 anos, até se aposentar, visto que o grau de especialização das funções que lá desempenham é muito importante, ou seja, eles aprendem um ofício para o resto da vida.

            Acho que essa é a única fábrica de bens de capital instalada na cidade de Manaus. Fiquei muito feliz de ver que não apenas estamos desenvolvendo, com toda segurança ambiental, projetos importantes de geração de energia limpa, que é a energia hidráulica, através da construção de hidrelétricas na nossa região, tanto nos Estados de Rondônia e Pará como em outros Estados, mas feliz também de saber que parte importante da fabricação desses equipamentos que formam as usinas hidrelétricas é também construída na nossa região.

            Portanto, deixo aqui meus aplausos à direção da empresa, que adotou Manaus como sua própria cidade. E lá, Sr. Presidente, eu fiquei encantada de ver uma empresa daquele porte, daquela magnitude, daquele tamanho instalada na minha cidade de Manaus.

            Era o que eu tinha a dizer.

            Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2013 - Página 14336