Fala da Presidência durante a 113ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Autor
Vanessa Grazziotin (PCdoB - Partido Comunista do Brasil/AM)
Nome completo: Vanessa Grazziotin
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Publicação
Publicação no DSF de 09/07/2013 - Página 44572

            A SRª PRESIDENTE (Vanessa Grazziotin. Bloco/PCdoB - AM) - A Mesa é que cumprimenta V. Exª, Senador Paulo Paim.

            E peço licença para também assinar o pronunciamento. A homenagem que V. Exª faz a Nelson Mandela é uma homenagem não apenas da Casa, não apenas do Brasil, mas do mundo inteiro. Creio que liderança como Mandela, da envergadura de Mandela, não existe outra no mundo hoje.

            Eu tive a oportunidade, Senador, de visitar a prisão em que ficou Mandela, na ilha Robben, e o quartinho, muito pequenininho, onde viveu anos e anos da sua vida. E mais: como ele ensinava as pessoas a ler e a escrever dentro da prisão. E como ele continuou, ali, preso e livre ao mesmo tempo, sendo a referência do seu povo, da sua gente, pela construção de uma África sem apartheid, pela construção de um mundo sem diferenças. Esse é o sonho dele, mas esse é o sonho de todos nós. É o sonho de V. Exª, é o sonho de todos nós.

            Quero aqui, Senador Paim, se V. Exª me permite, repetir umas palavras ditas por V. Exª que me tocaram muito, quando falava da situação de saúde de Mandela, que, de fato, não é nem um pouco boa, não é nem um pouco alentadora. E dizia: “Não sei se eu, no meu egoísmo, queria que ele não se fosse; quero que ele não se vá”. Disse: “No meu egoísmo”. Porque todos nós chegamos e vamos. Todos nós temos uma vida e temos uma missão a cumprir nessa vida. Acho que querer o bem de Mandela é querer o melhor para ele. Se for o melhor para ele e se Deus quiser que ele se vá, que se vá. Mas nunca irá, estará sempre entre nós. Sempre, eternamente, com todos os homens, as mulheres, os jovens do mundo inteiro. Então, Senador Paim, sei como toca V. Exª a vida de Mandela, a luta de Mandela. Tenho certeza de que isso toca muita gente.

            Quem não conhece - os mais jovens - a história de Mandela, a história da África do Sul, precisa conhecer, porque a história presente é formada muito da história passada. Quem não conhece a história não sabe o que é importante no presente.

            A África do Sul não tem mais o apartheid, mas quem teve oportunidade de ir em Joanesburgo, que não é a capital, mas é a cidade mais populosa, pôde ver que, mesmo com o fim do apartheid, ainda existem duas Áfricas do Sul: a África do Sul dos negros e a África do Sul dos brancos. Essa separação tem que ficar nas letras, nas palavras apostas nos livros e, jamais, na vida de quem quer que seja.

            Então, Senador Paim, cumprimento muitíssimo V. Exª, e convido V. Exª para continuar aqui na direção dos trabalhos, porque ainda temos oradores inscritos.

            Muito obrigado!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/07/2013 - Página 44572