O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores, inicialmente, quero externar a minha alegria de ter estado na minha terra querida, no Pará de Nossa Senhora de Nazaré, minha padroeira, padroeira dos paraenses, na Ilha de Marajó, na parte mais pobre da Ilha de Marajó, na parte dos campos da Ilha de Marajó, tão abandonados pelas autoridades federais.

            V. Exª, que vai saindo, Senador Mozarildo, e que fala em hospitais, em médicos, se V. Exª visitasse a área que visitei, V. Exª ia ver como a nossa Presidenta dormiu, como ela relaxou, como ela desprezou este País - Marajó, pobre e abandonado.

            Se as grandes cidades não têm hospitais, pensem, pensem naquela terra abandonada. Pensem em quantos passam fome. Pensem em quantas panelas, à uma hora da tarde, eu levantei a tampa e apenas encontrei água fervendo.

            Presidenta Dilma, estão falando, meu caro Presidente, que daqui a poucos dias julgarão os recursos do mensalão.

            Este País que nunca passou por uma fase tão negra, terrivelmente maltratada pela corrupção. Este País que tem em sua bandeira a frase Ordem e Progresso, nunca se viu um país tão desorganizado, nunca se viu na história um país sem ordem, onde a violência impera nas ruas, onde a violência é pior do que muitas guerras. E o progresso? O progresso não existe. O brasileiro morre na fila dos hospitais.

            Dilma, agora não adianta tu trazeres médico de Cuba, tu perdeste as rédeas do País, Dilma. Isso aqui eu falei quando tu tinhas quase 80% de popularidade. Eu não me intimidei em falar. Eu avisei que o País estava quebrado. Não tenta tapar o sol com peneira, Dilma. É exatamente aquilo que o Senador da República, ao se pronunciar momentos atrás, declinou nas suas frases e na sua palavra. Não é problema só de médico. É um problema principalmente de moral, onde só quem tem vez é quem participa e quem pertence ao Partido dos Trabalhadores, tão corrompido neste País. Só quem tem vez e proteção são os apadrinhados do Presidente Lula e da Presidenta Dilma.

            Citem, citem qual foi o filiado do Partido dos Trabalhadores que teve punição por corrupção neste País.

            Supremo Tribunal Federal da minha Pátria, ponha logo na cadeia os mensaleiros, ponha na cadeia os corruptos deste País! (Falha na gravação.) Os mensaleiros são poucos, mas os corruptos roubaram a Pátria.

            Esta é a realidade deste País. Não julga! Por quê?

            Ora, Sr. Presidente, o que precisa para ser preso neste País? O que precisa para um ladrão de galinha ser preso neste País? Nada!

            Sr. Presidente, vou citar novamente um exemplo de uma cena que eu assisti na Capital Federal e que me marcou muito. Uma filha de 13 anos pediu à mãe para comprar um pão para comer porque estava com fome. Sabe o que aconteceu? Quando a mãe tirou o pão da padaria foi presa. Sabe o que aconteceu? Faz sete meses hoje, sete! E ela continua presa por causa de um pão, porque quis dar à filha que passava fome.

            E os mensaleiros, os corruptos que roubaram a Pátria, os ministros que roubaram a Nação, nem se fala, nem se fala!

            Ora, Dilma, com que tu queres ter estrutura neste País se não há ordem, se não há moral, se esta palavra que está ali na bandeira brasileira não existe neste País. O País está sem ordem. O País perdeu a credibilidade nos políticos. O País não acredita mais em ninguém, que é eleito para servir ao povo.

            E o progresso? Lembrem do PIB, lembrem quanto o Brasil cresce por ano. Lembrem que jamais alcançamos a nossa meta no Governo da Dilma. Em nem um ano sequer, em nem um ano sequer alcançamos a meta do PIB. Lembrem da inflação. E quanto chamei a atenção aqui para a inflação.

            Pior, Presidenta Dilma (Falha na gravação): V. Exª errou e não tem tempo para recuperar. V. Exª não tem tempo para fazer o que a saúde dos brasileiros precisa. E não é só de médicos, como disse o Senador há pouco. Ela precisa de hospitais. Ela precisa de estrutura. Ela precisa de equipamentos. Os brasileiros precisam ser tratados com carinho, Presidenta! V. Exª não tem essa sensibilidade.

            Eu lhe pergunto, Presidenta: quantos morrem nas estradas brasileiras, por dia? Quantos, Presidenta? Como Vossa Excelência vai recuperar essas estradas? Diga-me, Presidenta! Faltou tempo para Vossa Excelência agora. Vossa Excelência não moralizou a Pátria! Vossa Excelência não combateu a corrupção! Vossa Excelência fez uma figuração, no início do Governo de Vossa Excelência, que a imprensa chegou a falar em “limpeza de Dilma”, “varredura de Dilma”; e, depois, Vossa Excelência foi liberando paulatinamente a corrupção no País, fazendo como o seu Lula fez: não vi nada; não sei de nada. E a corrupção avançando, a corrupção saqueando, a corrupção corroendo feito uma verdadeira saúva no real brasileiro.

            E a população veio às ruas; e o clamor veio às ruas.

            Pergunto eu: e agora, Dilma? E agora, Dilma? Será que vão cometer a tremenda burrice de ainda salvar os mensaleiros? Será que vão perdoar ou será que o Supremo Tribunal Federal não vai julgar mais corrupto nenhum neste País? Será que nenhum corrupto filiado ao Partido dos Trabalhadores ou aliados do PT não são punidos nesta Pátria?

            Presidente, quero parabenizar V. Exª pelo pronunciamento de hoje.

            A Dilma dormiu. A Dilma pensou que o Brasil só precisava de uma coisa: dar ao povo a bolsa família. “Pronto: dou a bolsa família aos pobres e eles ficam calados eternamente; o meu conceito popular se mantém em alta enquanto eu estiver dando a bolsa família”. Qual é o brasileiro que é contra a bolsa família? Nenhum, mas não é só a bolsa família que resolve, meu caro Senador Alvaro Dias.

            A Presidente se esqueceu de que, quando ela dá um pouquinho de dinheiro ao povo brasileiro pobre, ela tem que dar educação de qualidade; ela tem que dar saúde; ela tem que dar segurança; ela tem que dar transporte. Não é aquela esmola miserável de R$100,00 ou R$170,00 por mês que vai resolver o problema da família brasileira. Ela pensou assim, e o Lula lhe disse: “Enquanto você mantiver a bolsa família, esqueça o resto”, Não é por aí! Não se pode esquecer, por exemplo, Dilma, dos aposentados, que estão morrendo à míngua. Vocês disseram que iriam ajeitar a vida dos aposentados brasileiros, mas pioraram, massacraram, estraçalharam.

            Ah, se a lei valesse para todos neste País! Ah, se a lei valesse para todos neste País, quantos bandidos e safados, que saquearam os cofres brasileiros nas últimas décadas, estariam presos merecidamente!

            Quem está preso, Brasil? Quem foi apenado até hoje, Brasil? Quem pagou por ter roubado você que me assiste agora e que paga seu imposto, o imposto mais caro do mundo, que este ano vai dar mais de um trilhão e meio? É muito dinheiro para não se fazer nada por você! E é obrigação constitucional fazer, mas não fazem.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Eu termino, Sr. Presidente.

            Quanto custou a construção do estádio de futebol de Brasília? Sabem vocês? Mais de R$2 bilhões! Olhe só a estupidez e a ignorância! Só há dois clubes fortes aqui em Brasília, clubes que não têm capacidade de colocar em campo 10, 15 mil torcedores. E se faz um estádio para 60 mil torcedores, por mais de R$2 bilhões! E o povo quer hospital, Dilma. Dois bilhões que tu jogaste fora, Dilma.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Dava para fazer dois hospitais prontinhos, para salvar as vidas daqueles, Dilma, que votaram em ti. (Fora do microfone.)

            Muito obrigado, Sr. Presidente.