Pela Liderança durante a 191ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da instauração de CPI para investigar as federações estaduais e a Confederação Brasileira de Futebol; e outro assunto.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
CORRUPÇÃO, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ESPORTE.:
  • Defesa da instauração de CPI para investigar as federações estaduais e a Confederação Brasileira de Futebol; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 30/10/2013 - Página 76761
Assunto
Outros > CORRUPÇÃO, GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), ESPORTE.
Indexação
  • REGISTRO, PROCESSO, CORRUPÇÃO, BRASIL, COLONIA, IMPERADOR, ENFASE, GOVERNO FEDERAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • DEFESA, APRESENTAÇÃO, REQUERIMENTO, INSTAURAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL (CBF), CRITICA, CORRUPÇÃO, FEDERAÇÃO, FUTEBOL, ESTADOS, BRASIL, IRREGULARIDADE, ABUSO DE PODER, ELEIÇÕES, PRESIDENTE, DIRIGENTE.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB-PA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tenho eu os confortáveis 20 minutos do Regimento Interno?

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT-RS) - No mínimo, 20 minutos. Por isso não marquei ainda.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB-PA) - V. Exª é sempre muito carinhoso para comigo. Muito obrigado.

            Presidente, cheguei atrasado hoje ao Senado, o que não costumo fazer, em função do mau tempo em Macapá, o que atrasou o voo da TAM. Tive, assim, que esperar sete horas no aeroporto.

            Antes de começar meu pronunciamento, quero dizer que fico muito feliz em poder conversar com pessoas do meu Estado. E conversei bastante com um casal do Município de Aveiro, no Baixo Amazonas, entre Itaituba e Santarém: o Vice-Prefeito de Aveiro, Lúcio Nascimento, e D. Francisca Nascimento. Pessoas simpáticas, maravilhosas. O povo de Aveiro é assim: muito simpático. Espero, em breve, estar em Aveiro.

            Quero aproveitar a oportunidade para abraçar o prefeito de Aveiro, Sr. Olinaldo Barbosa, mais conhecido por Fizuca. O interior é assim; no interior temos sempre um apelido, e somo até mais conhecidos pelo apelido que pelo nome. Então, um forte abraço ao povo de Aveiro, a todos os moradores do Município, em especial ao seu Vice-Prefeito e a sua esposa.

            Sr. Presidente, cumpre-me o dever constitucional de fiscalizar verba pública. Já fiz isso por várias vezes, Sr. Presidente, já...

            Cometi uma gafe, Sr. Presidente, e quero corrigir. Quero, primeiramente, cumprimentar o povo brasileiro e os meus queridos paraenses, filhos de Nossa Senhora de Nazaré, entre os quais me incluo e tenho o imenso prazer de poder ter, na lapela do meu paletó, a sua imagem.

            Sr. Presidente, como ia dizendo, tenho obrigação constitucional de fiscalizar verbas públicas. Fiz isso com intensidade neste Parlamento, com alta intensidade; fiz isso com o Dnit, propondo uma CPI do Dnit, que acabou culminando com a saída daquele diretor.

            A corrupção está instalada no Brasil, Sr. Presidente. A corrupção é ativa; a corrupção é degradante; a corrupção é maléfica. A corrupção, neste País, lógico, não é de hoje, vem de muitos anos, acho que desde o Brasil Colônia, desde a época de D. João VI. Naquela época, já se tinha alguns amigos do D. João VI que roubavam a Corte, com o aceite do próprio Rei.

            Então, isso parece estar impregnado em alguns brasileiros no próprio sangue. Havia, Senador Paulo Bauer, um tal de Joaquim Azevedo na Corte de D. João, que, por ser amigo - igual aos mensaleiros de hoje, igual, igualzinho -, comprava o jornal da época - e só havia um no Brasil -, o Correio Braziliense, o mais antigo jornal do Brasil, já o Brasil Colônia, um dos mais nobres jornais do País, que estava nas mãos do Rei. No período do Brasil Colônia ainda, D. João VI comprava o jornal para o jornal não falar mal dele, como comprava muitos outros políticos, mas o que ele mais comprou foi Joaquim Azevedo.

            Para termos uma idéia, em dinheiro de hoje, o Joaquim pegou do Rei R$37 milhões. Olhem esse mensalão! Pegou mais do que José Dirceu. Será? Tenho dúvidas, tenho dúvidas, sinceramente. José Dirceu é um cara comentadíssimo neste País, não só por ter sido chefe do mensalão, mas quando se fala em crimes também mete medo, porque é um cara violento. Na verdade, não gosto nem de fazer comparações com José Dirceu.

            Mas a verdade é que isso vem desde o Brasil Colônia, desde a época de D. João VI. Mas, hoje, a corrupção é maior do que naquela época, Presidente. O País está impregnado, o País está infestado de corrupção. A Pátria é lesada. Os políticos são submissos. Pátria amada, Pátria querida, aqui fazem o que querem.

            Não mudou quase nada do Brasil Colônia para cá, para a época de hoje. Mente-se descaradamente. A Presidente Dilma disse que ia fazer 6 mil creches neste País, na campanha para a Presidência.

            Brasileiros e brasileiras, paraenses, a Dilma disse em palanque, que faria 6 mil creches - 6 mil! Mentem descaradamente! Mentem descaradamente, Brasil! Depois, falaram em 8 mil. Aí ela disse assim: “Quero saber quem foi que disse que eu ia fazer 8 mil creches?” E o disse zangada, chateada, mal-humorada. Ficou com raiva! E quem falou isso foi o Mercadante, Ministro da Saúde. Alguns meses depois, ela volta e diz que ia fazer as oito mil creches: “Não! Eu vou fazer não seis mil creches; eu vou fazer oito mil creches, porque eu sou Dilma!”. Ô Presidenta boa!

            É tudo papo furado, Inácio Arruda! Depois, o Mercadante vai fazer um discurso no exterior e vai dizer: “Oito mil é pouco! Oito mil é pouco! Nós vamos fazer nove mil creches no Brasil!”.

            Mercadante, prestes atenção! Já foste meu colega aqui, eu te admirei muito aqui, mas, se a partir de hoje tu fizeres uma creche de nove em nove horas, tu não consegues fazer, até o final do Governo, nove mil creches!

            Então, essa é uma mentira descarada, Brasil! Como é que mentem dessa forma? Como é que a máscara não cai? Será que o Brasil não está sentindo o momento por que passa? O Brasil é um País desordenado! O Brasil, hoje, não tem ordem! Hoje, a população vai para a rua, quebra loja, quebra tudo, indignada, revoltada, maltratada! Não quer saber se vai morrer ou se vai presa. Não quer saber! Quer saber de quebrar, de destruir, de fazer tudo! A população não aguenta mais, Brasil! Meu Pará querido, a população não aguenta mais!

            Tenho nas mãos um requerimento solicitando uma CPI e vou apresentá-lo hoje, Sr. Presidente. Quero ver essa CPI funcionar! Quero ver os presidentes de federações deste País dizerem, na minha frente, olhando para os meus olhos, por que eles querem tanto dirigir as federações, por que eles passam mais de 30 anos brigando pelo poder e dirigindo uma federação.

            No meu Estado, há um coronel reformado que, há 16 anos, está à frente da Federação. Acabou com o futebol paraense. Desrespeitou a torcida dos clubes. Os grandes clubes do Pará, Remo e Paysandu, estão lá embaixo, nas divisões inferiores. O Remo está procurando uma série, e o Paysandu está ameaçado de rebaixamento.

            O coronel está na Federação, mamando nas tetas da Federação, não a larga de jeito nenhum, porque o leite que ele mama é um leite real, paraense! É um leite gostoso, paraense!

            Eu, Senador da República Federativa do Brasil, eleito com 1,5 milhão de votos, brasileiros e brasileiras, fui ao Rio de Janeiro e pedi uma audiência com o Marin.

            Marin, se estás me escutando, verás que tu te lembras disso. Faz poucos meses.

            Presidente, acredite se quiser! Presidente, olhe como está nossa Pátria!

            Cheguei lá para fazer uma denúncia, com os documentos em minhas mãos. Verídicos, autenticados e comprovados são os atos de corrupção do Presidente da Federação Paraense de Futebol. Todos os papéis confirmavam isso, bem como a declaração dele, do próprio Presidente. Numa reportagem no jornal, ele diz que receber dinheiro público e fazer um escritório dentro da Federação Paraense, para vender passagem para os clubes e para ganhar um percentual, não é corrupção. Ele declarou isso no jornal.

            Eu peguei toda a documentação, senhores e senhoras que me veem pela TV Senado, e a levei para o Marin, Presidente da Confederação Brasileira de Futebol. Fui ao Rio de Janeiro. Eu a mostrei e pedi providências. Sabem o que aconteceu? Ele mandou chamar o Presidente da Federação Paraense de Futebol, Antônio Carlos Nunes, e jantou com ele. Acho que ele trouxe um filhote, um peixe dos mais gostosos do Pará. Jantou o filhote. V. Exª já comeu um filhote? É um dos melhores paladares do mundo! Ele o comeu, ele o jantou. E deve ter mostrado a documentação para ele, que disse que tudo isso era mentira do Mário Couto, Senador do Estado do Pará, mentiroso!

            Nada, absolutamente nada aconteceu! Sabe por quê, Presidente? Porque, na hora da eleição do Marin, ele sabe que aquele cara é corrupto, mas ele não quer mexer com ele porque precisa do voto dele.

            Brasil, sabe por que esses caras estão aí? Eu não tenho medo. Eu não tenho medo de morrer! Não adiantam ameaças! Peru é que morre de véspera. Não tenho medo! Já tentaram, tentaram... No Pará, então, já entraram no Ministério Público. Eu não respondo, Senador - olhe para mim -, a nenhum processo nos tribunais do Brasil, a nenhum! Eu bato no peito e posso dizer isto: nunca respondi e não respondo a nenhum processo! As acusações feitas contra a minha pessoa, para me prejudicar, até hoje, foram muitas, mas o Ministério Público diz assim: “Nada há contra ele! Arquive-se!”.

            É bonito, não é, Brasil? Como é bonito a gente bater no peito e dizer: “Procurem, procurem!”. Muitos não podem dizer isso aqui, muitos não podem fazer o que faço aqui, muitos não têm moral de vir aqui acusar alguém, muitos não têm moral de propor uma CPI, muitos não têm moral de fiscalizar verbas públicas, porque estão na mira dos tribunais, porque estão próximos de julgamentos!

            Não há nenhum processo criminal contra mim. Eu posso fiscalizar as verbas públicas. Eu tenho a coragem de dizer que há entre federações e confederações um intercâmbio de interesses e corrupção. Eu tenho moral para dizer isso aqui! Eu tenho moral para dizer que meu País, infelizmente, chegou ao cúmulo dos cúmulos da corrupção!

            E a minha Justiça, aquela na qual eu confiava muito, aquela que eu admirava, aquela em que eu confiava plenamente, decepcionou-me, que foi Supremo Tribunal Federal, não na sua totalidade. Com poder de rainha, a Dilma jogou, e jogou muito bem. A Dilma esperou a troca dos Ministros, para ter a garantia de que os recursos infringentes poderiam ser a esperança e a solução para o caso dos mensaleiros.

            Brasil, ninguém é preso! Brasil, Pátria amada, quem sofre são os seus filhos! Pátria amada, são aqueles pobres que sofrem e que estão esperando a migalha cair da mesa farta dos reis! São esses que sofrem nesta Pátria. O pobre não tem direito a nada, não tem direito à saúde, à educação, a salários dignos. Os aposentados morrem à míngua. Cadeia foi feita para pobre, não foi feita para nobre. Cadeia, neste País, foi feita para pobre, não foi feita para nobre! E os mensaleiros são nobres! É isso, Pátria amada!

            Hoje, entro com mais uma atribuição, com o meu dever de Parlamentar, com a obrigação e com a responsabilidade daqueles que confiaram em mim, daqueles paraenses que me mandaram para cá, sem conhecer ainda o Senador Mário Couto. Os paraenses não sabiam quem era o Senador Mário Couto. Os paraenses não sabiam que o Senador Mário Couto não era covarde. Os paraenses não sabiam que o Senador Mário Couto era capaz de enfrentar qualquer um aqui! Os paraenses não sabiam que meu maior desejo era ver aquela Bandeira com a expressão “Ordem e Progresso” ser respeitada por aqueles que comandam a Nação brasileira.

            Mas, paraenses, estou eu aqui, encarando tudo e todos, mandando fiscalizar a minha vida pública!

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - E estou fiscalizando os corruptos desta Pátria.

            Sr. Presidente, fazemos um requerimento com base no que preceitua o §3º do art. 58 da Constituição Federal. A ele estou dando entrada, Sr. Presidente, no dia de hoje. Sei que há mais Senadores que querem assinar o requerimento de instalação dessa CPI. Serei o maior cobrador da abertura dessa CPI. Não folgarei um milímetro da Constituição e do Regimento Interno desta Casa, para que essa CPI possa funcionar.

            A corrupção aqui está brotando. Não precisa procurar muito. Nós a encerraremos em curto prazo. A corrupção aqui brotou, surgiu. Ela mesma se denunciou. Não há saída nenhuma para aqueles que passaram 30 anos, 20 anos, 10 anos!

            Sr. Presidente, quando eu disse que o Ricardo Teixeira não merecia confiança! Fiz mais de 20 pronunciamentos, dizendo quem era o Sr. Ricardo Teixeira. Não levaram a sério a voz deste humilde Senador da República. Tomara que levem agora.

            Quantos bilhões poderiam ser evitados, se, naquele momento, tivessem me ouvido. Quantos bilhões - bilhões! Não estou enganado, não, Brasil - foram levados do Dnit, Senador Humberto! Não quiseram me ouvir. Não quiseram criar a CPI.

            Depois de muito tempo, de tanto roubo, acharam de tirar o diretor que eu acusava. Tentaram macular a imagem de um homem sério, que era o Nascimento, Ministro dos Transportes, e hoje nada se comenta mais.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Foram os bilhões dos brasileiros embora, porque ninguém me ouviu, ninguém levou a sério, não abriram a CPI, demoraram a apurar. E o dinheiro dos brasileiros foi-se.

            Sr. Presidente, vou ler a CPI e vou terminar.

            Sr. Presidente, o senhor sabe quanto vai custar a exploração dessa última bacia de petróleo, a maior que foi encontrada? Qual é o nome? Ajude-me, Presidente, qual é o nome?

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Apoio Governo/PT - RS) - Libra.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Libra. Está calculada em mais ou menos R$3 trilhões. Essa foi a maior felicidade dos últimos tempos! Mas sabem quanto vocês pagam de imposto por ano - só por um ano - no Brasil? Vocês sabem quanto? A bacia de Libra está encantando o Brasil, está encantando todo mundo: “Vamos pagar as dívidas, vamos fazer escola, vamos fazer hospital, vamos fazer tudo no Brasil”. Mas sabem quanto é que o Brasil arrecada de imposto pago por você, dona de casa; por você, trabalhador brasileiro; por você, miserável, no bom sentido da miséria, aposentado do Brasil? Sabem quanto? Informação apurada hoje: 1,5 trilhão, Brasil! 1,5 trilhão, Brasil! 

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Para onde vai esse dinheiro, Papai Noel, me diga? Para onde vai esse dinheiro, Papai Noel? Me diga, Papai Noel? Um trilhão e meio?! É muito dinheiro num ano só!

            E a saúde está mal, e a educação está mal, e as estradas matam. São criminosas. As pontes matam. Não há aeroporto. Ninguém tem moral para companhia aérea. Eu atrasei sete horas hoje em um voo. Tudo esculhambado! Desculpem-me a expressão chula.

            Presidente, já vou descer, meu caro. Já vou descer. A sua simpatia é demais.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Sei que V. Exª é um homem de uma integridade espetacular e sei que V. Exª é um homem de um coração muito grande, que luta pelos pobres brasileiros. V. Exª tem o meu respeito desde que eu cheguei aqui, ao Senado Federal.

            Vou pegar pelo meio. Já demorei muito. Há Senadores ainda esperando.

            As denúncias de irregularidades atinentes ao abuso do poder econômico nas eleições e reeleições de dirigentes ocorridas no âmbito da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), federações estaduais de futebol, tais como a compra de votos dos presidentes de federações à reeleição do presidente da CBF.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Eis por que o Sr. Marin não quis me escutar. Eis a razão! Ele tem que dar para os presidentes de federações - falo sem medo - para poder se reeleger, assim como os presidentes de federação têm que dar para os presidentes de federação do interior. Eis por que o Sr. Marin não quis me ouvir.

            Já vou descer, Senador Humberto.

            Transferências irregulares de recursos às federações e demais desvios de verbas que culminam com a perpetuação de vários...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - ...dirigentes nos cargos.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - É preciso apurar as responsabilidades relacionadas aos graves problemas verificados no recolhimento de tributos à Previdência Social; prestação de contas das receitas próprias e de recursos oriundos de convênios com os órgãos públicos e contrato de patrocínio da Seleção Brasileira com empresas privadas e congêneres; renúncias fiscais. Aí há um grande nó! Aí não dá para você se livrar, Marin! Renúncia fiscal, Marin! Aí você vai se enrolar todo! Vamos nos encontrar olho a olho. Olho no olho, Marin!

            Desço, Presidente. Desço desta tribuna agradecendo, primeiro, a tolerância de V. Exª.

            Desculpe-me, Senador Humberto. Eu sei que não é bom o senhor ouvir a oposição. Sei que não é, mas o senhor entende o que é oposição.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - O senhor já me conhece e sabe que eu gosto de falar a verdade.

            Peço desculpas a V. Exª e ao Senador Suplicy também. Tenho certeza de que não gosta de me ouvir, mas eu gosto de V. Exª. Particularmente, tirando a política, eu gosto de V. Exª, mas, às vezes, com todo o respeito, eu tenho que falar a verdade.

            Meu querido País, estou pronto para a abertura dessa CPI. Sei que não se tem justiça hoje. Sei que o pobre está condenado à miséria, à tortura que este País lhe dá, mas eu estou aqui, corajosamente. Não é obrigação minha ser limpo. É um dever meu ser limpo.

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - Não é nenhuma glória chegar aqui e dizer que eu não tenho nenhum processo na Justiça. É um dever meu.

            A Constituição Federal devia ter um artigo dizendo que políticos denunciados e condenados, principalmente condenados, não poderiam exercer seus mandatos.

            Já estou descendo.

            Ora, Paim, há Deputado Federal que está preso e que é Deputado Federal! Aí eu desço, perguntando: que País é este, Brasil? Onde nós estamos, Brasil?

            Dilma, relaxa! Relaxa, mas trabalha, Dilma! Trabalha com competência.

            Obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/10/2013 - Página 76761