Comunicação inadiável durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Destaque à importância da Petrobras para o País.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Comunicação inadiável
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).:
  • Destaque à importância da Petrobras para o País.
Publicação
Publicação no DSF de 02/04/2014 - Página 73
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), MOTIVO, RESERVA, PETROLEO, CRIAÇÃO, EMPREGO, AUMENTO, PRODUÇÃO, CRITICA, AQUISIÇÃO, REFINARIA, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), DEFESA, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Jorge Viana, Srªs e Srs. Senadores, venho hoje a esta tribuna falar sobre a Petrobras, que é muito mais do que uma empresa brasileira, é um símbolo da soberania nacional. É uma empresa que transcende qualquer outra.

            Não é à toa que foram muitos os movimentos em defesa da Petrobras e do petróleo brasileiro. Uma empresa que, além de representar a nossa soberania, tem como objeto um produto estratégico na matriz energética mundial que, cada vez mais, torna-se escasso, principalmente nos países mais desenvolvidos.

            Isso mesmo. Se observarmos o mapa das principais reservas mundiais de petróleo, veremos que se trata de um produto cada vez mais escasso nos países desenvolvidos. As grandes reservas mundiais encontram-se na Rússia, Oriente Médio e América do Sul - Venezuela e Brasil. Daí, a cobiça. Daí, muitas vezes, a falta de pudor das grandes potências, na busca de um produto que lhes é estratégico e finito. Daí, as guerras.

            A Petrobras encontra-se presente em 25 países e tem uma produção diária de 2,539 milhões de barris de óleo por dia. Atualmente, seu quadro de funcionários é inigualável. Conta com mais de 86 mil profissionais, extremamente qualificados e competentes, muito à frente das petroleiras mundiais, principalmente na prospecção de petróleo em águas profundas.

            A empresa é reconhecida mundialmente pelo grau de excelência nas suas atividades. O seu instituto de pesquisa é um dos mais bem equipados de todo o mundo, que gera conhecimento para os desafios que virão, notadamente quando o pré-sal estiver em pleno funcionamento.

            No último Fórum Econômico Mundial, a Presidente da Petrobras, Graça Foster, afirmou que, em 6 anos, o Brasil dobrará a produção de petróleo, tomando-se o sexto maior produtor mundial, o que, convenhamos, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, não é só motivo de orgulho, mas também de preocupação. Os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil, não só para conosco estabelecer parcerias sadias, mas para aqui pôr em prática a ganância do lucro a custo das nossas melhores riquezas naturais.

            Repito: os países desenvolvidos ou não têm ou têm pouco petróleo para um consumo cada vez maior e uma matriz energética que se vislumbra ainda depender por muito tempo desse recurso. Enquanto os países menos desenvolvidos possuem reservas para décadas, considerado o seu consumo e as suas reservas atuais, a autonomia dos países ricos, na maioria dos casos, não chega a uma década.

            Nos últimos dias, a Petrobras foi objeto de diversas matérias na mídia nacional, em função da aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Isso nos preocupa, porque, como brasileiros, temos a obrigação de defender essa empresa tão importante no nosso cenário econômico, político e estratégico. Todos os erros que porventura surgirem devem ser rigorosamente e de pronto investigados pelas instituições competentes.

            Acredito que nem o Governo nem a empresa vão privar qualquer tipo de informação para o devido esclarecimento dos fatos. O Governo brasileiro tem dado todos os sinais de que ele, também e principalmente, tem o maior interesse em esclarecer todos os fatos com a devida transparência. E é isso que tem sido feito. Em todos os escalões de governo afetos ao assunto, a ordem é esclarecer todos os acontecimentos, para que a Petrobras continue sendo a empresa orgulho deste País e uma das mais respeitadas do mundo.

            Tentar desmoralizar e desestabilizar a empresa, como alguns têm tentado, não é saudável para a própria empresa, para o Governo, para oposição, e muito menos para o povo brasileiro. Uma CPI para investigar a aquisição da refinaria de Pasadena está prestes a ser instalada no Senado Federal. Assim, espero e desejo que os trabalhos a serem desenvolvidos pela Comissão de Inquérito sejam sérios e estritamente relacionados ao seu propósito, cumprindo fielmente o Legislativo o seu papel de investigador.

            O Governo também tem sido fortemente criticado pelo fato de segurar o preço da gasolina, preço do petróleo, crítica que só não é maior que as dos tempos em que os combustíveis subiam ao sabor do mercado. Quem não se lembra de quando a inflação disparava por causa do preço do petróleo? Quando o petróleo subia, a gasolina subia, a inflação também disparava a patamares astronômicos. Agora, alegam prejuízos para a empresa e para os investidores. Daí, a importância de uma empresa que se preocupa com a coletividade; daí, a diferença entre empresa pública e privada.

            O Brasil ainda é um país muito dependente do sistema de transporte rodoviário. Se o preço da gasolina, o preço do petróleo, do óleo diesel, estiver subindo, certamente a inflação teria disparado e os preços dos produtos também estariam insuportáveis. Assim, o aumento da gasolina tem impacto direto em toda a economia.

            É importante lembrar que todo gasto com o dinheiro público tem um interesse coletivo, e é nesse sentido que o Governo tem agido. E vai além: é política atual do Governo investir, de forma integrada, em outros meios de transporte, a exemplo da expansão da malha ferroviária, que contribuirá para o transporte de carga em todo o País, além de reduzir o custo...

(Soa a campainha.)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - ...uma vez que ligará as áreas de produção aos portos.

            No entanto, sei que essa política de contenção não pode durar o tempo todo, pois a Petrobrás tem seus acionistas e cabe ao Governo, portanto, agir com o necessário equilíbrio na administração, equacionando essa questão da melhor forma possível.

            A Petrobrás, Sr. Presidente, é estratégica para que possamos nos desenvolver, no sentido do crescimento com distribuição de renda. Não podemos, a qualquer título ou a interesses, permitir que uma empresa de tamanha importância para o Brasil, como nação soberana e democrática, não receba o devido respeito.

            Só mais um minuto e concluo, Sr. Presidente.

            Todos os desvios de conduta devem ser investigados, mas sempre na direção dos interesses maiores do povo brasileiro, principalmente para que não se repitam.

            Tenho a mais absoluta convicção de que, na balança dos erros e dos acertos da Petrobras, prevalecem os acertos, e eu espero que, daqui para frente, erre menos e acerte mais ou não erre nada e acerte muito; caso contrário, a empresa não teria alcançado o patamar em que se encontra e nem a eficiência que exerce no cenário mundial.

            Era o que tinha, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/04/2014 - Página 73