O SR. ARMANDO MONTEIRO (Bloco União e Força/PTB - PE. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente desta sessão, meu caro Senador Mozarildo Cavalcanti; Srªs e Srs. Senadores, eu venho à tribuna nesta tarde para fazer referência a um acontecimento que me parece muito importante no nosso Estado, que foi a passagem lá, a ida da Presidente Dilma Rousseff, na última segunda-feira. Essa visita, como de resto as visitas anteriores que Sua Excelência a Presidente da República fez ao meu Estado, todas elas foram de indiscutível, de inquestionável conteúdo do ponto de vista da densidade, da importância dos atos administrativos e das ações que foram levadas.

            Eu destacaria dois pontos fundamentais: a Presidente pôde participar de uma solenidade muito expressiva de entrega de um dos navios, de um dos grandes petroleiros que estão hoje sendo fabricados lá no Estaleiro Atlântico Sul, no meu Estado. Isso tudo, Sr. Presidente, porque, em muito boa hora, lá nos idos de 2002, 2003, o Presidente Lula, numa decisão muito correta e, a meu ver, dotada de visão estratégica, permitiu que um programa de modernização da nossa frota pudesse contemplar, necessariamente, a aquisição de grandes embarcações de estaleiros nacionais. E o que é mais importante: a partir daí, apoiou um programa de relançamento da indústria naval no Brasil.

            Essa indústria, que chegou a ser tão expressiva nos anos 80, foi definhando ao longo do tempo, e, no início da década passada, havia apenas sete mil brasileiros que trabalhavam nessa indústria. Hoje, graças ao relançamento do programa, a esse relançamento da indústria naval, são gerados 80 mil empregos diretos nessa atividade. E a Presidente Dilma, que apoiou, de forma decisiva, esse programa desde a época em que era Ministra de Minas e Energia, foi assistir, num ato de grande significado, à entrega de dois navios fabricados inteiramente no Estaleiro Atlântico Sul, lá no meu Estado, Pernambuco.

            Hoje, esse estaleiro emprega seis mil pessoas. Como é importante, Sr. Presidente - e é com emoção que faço este registro -, constatar que jovens que, até há bem pouco tempo, trabalhavam como cortadores de cana hoje podem ter um emprego qualificado graças aos programas de capacitação que foram desenvolvidos. Hoje, são soldadores qualificados, que atendem às normas mais exigentes de construção metalúrgica e que, portanto, podem ter salários mais altos, tendo uma oportunidade extraordinária de poder ascender socialmente.

            A Presidente Dilma fez a entrega de duas unidades: o batismo do Petroleiro Henrique Dias e a solenidade que marca a viagem inaugural do Dragão do Mar. São unidades que podem transportar um milhão de barris, o que equivale à metade da produção brasileira de um dia.

            Portanto, essa força com que Pernambuco hoje desponta no cenário nacional de uma indústria extremamente importante, a indústria naval, que cria uma série de encadeamentos muito saudáveis na matriz industrial, porque nós podemos criar lá mesmo um polo de navipeças, de produção de peças para a indústria naval, isso hoje produz frutos muitos concretos e contribui, de forma efetiva, para o desenvolvimento do meu Estado.

            Em outro ato, aí sim, na região mais interiorizada de Pernambuco, lá no Sertão do Pajeú, na cidade de Serra Talhada, a Presidente Dilma pôde entregar o segundo trecho de uma importante adutora, a Adutora do Pajeú, que vai servir a 14 Municípios do Sertão do Pajeú que conviviam com um problema seriíssimo, com um problema crônico de abastecimento d’água. Graças a essa obra, em que foram aplicados recursos de quase R$300 milhões, duas cidades das mais importantes dessa região já foram servidas, já estão, neste momento, com seu abastecimento normalizado: as cidades de Serra Talhada e de Afogados da Ingazeira.

            Ao mesmo tempo, a Presidente assinou, nessa ocasião, a ordem de serviço da segunda etapa da Adutora do Pajeú, que vai contemplar vários Municípios de Pernambuco, chegando, inclusive, à Paraíba, beneficiando sete Municípios da Paraíba, do nosso vizinho Estado da Paraíba, chegando até Taperoá. Em Pernambuco, vamos poder servir, logo na primeira etapa, ao Município de Tabira, chegando a São José do Egito, a Itapetim e a outros Municípios. Essa obra ajuda Pernambuco a fortalecer a sua infraestrutura hídrica, sobretudo nessa região do Semiárido.

            Nessa ocasião, ainda, a Presidente Dilma pôde lançar o edital que concorrência do Ramal do Agreste, que é, na prática, uma derivação, um canal que vai captar água lá no Eixo Leste da transposição, na altura do Município de Sertânia, e vai se estender até a localidade de Ipojuca, no Município de Arcoverde, criando, portanto, condições para que até nesse ponto se possa fazer a captação para a Adutora do Agreste, a maior obra hídrica que nós vamos realizar e implantar em Pernambuco. Saibam V. Exªs que a região do Agreste é menos árida do que a região do Sertão, mas, ainda assim, tem um déficit hídrico importante, já que conta com maior densidade populacional. Portanto, é uma região que tem também problemas críticos de abastecimento d’água. Com o Ramal do Agreste, com essa obra básica, nós poderemos realmente dar curso à grande obra da Adutora do Agreste, beneficiando 63 Municípios de Pernambuco.

            Portanto, quero fazer este registro, como pernambucano, reconhecendo essa ação pronta, essa ação muito firme do Governo da Presidente Dilma, que não mediu esforços para, através do PAC, viabilizar recursos para a implantação dessas obras que são tão importantes. É por isso que os pernambucanos sempre manifestam com muito carinho o apreço à Presidente Dilma, traduzindo o reconhecimento a essas ações que foram não apenas continuadas, mas ampliadas no seu governo, lembrando sempre a importância de algumas decisões e ações fundamentais que foram inauguradas no governo do Presidente Lula. Portanto, é um registro que faço por absoluto dever de justiça.

            Mas, Sr. Presidente, cabe-me também, nesta oportunidade, antes de concluir, fazer, com muito pesar, um registro e uma homenagem à memória de um extraordinário homem público e grande intelectual que Pernambuco acaba de perder, aos 98 anos: Jarbas Maranhão, ou, por extenso, Jarbas Cardoso de Albuquerque Maranhão, jurista, escritor, professor, administrador público, ex- Presidente do Tribunal de Contas do Estado, ex-Deputado Federal, ex-Senador e último Parlamentar remanescente da Assembleia Constituinte de 1946.

            Forjado na mesma têmpera dos grandes estadistas que o nosso Estado, em vários momentos da história, deu ao País, a exemplo de Joaquim Nabuco, Agamenon Magalhães, Barbosa Lima Sobrinho e tantos outros que integram essa ilustre galeria de homens públicos de Pernambuco, mestre Jarbas Maranhão soube honrar e engrandecer cada uma das muitas funções que lhe coube exercer.

            Por isso, sua presença de quase um século em nossa vida pública se traduz em um legado fecundo para os jovens de todas as gerações, o que nos faz vê-lo não apenas como uma referência, mas também como uma inspiração que possa iluminar a trajetória dos ideais e das lutas do povo pernambucano, ao qual ele amou e serviu com tanto entusiasmo e denodo.

            Eu gostaria, portanto, de, ao prantear a sua memória, associar a este registro a homenagem de minha família, inclusive de meu pai, o ex-Ministro Armando Monteiro Filho, que sempre teve, ao longo de sua vida, uma relação de profunda amizade com o nosso ex-Senador Jarbas Maranhão.

            Aproveito para levar a toda a sua família a expressão da nossa solidariedade e do nosso pesar, e o faço através do seu filho, Roberto Maranhão, prestando, portanto, o tributo da minha mais sincera admiração e gratidão a esse gigante da pernambucanidade.

            Era o que tinha a comunicar, Sr. Presidente, agradecendo pela tolerância.