Discurso durante a 66ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Preocupação com a falta de propostas dos pré-candidatos à Presidência da República; e outros assuntos.

Autor
Cristovam Buarque (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
Nome completo: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. EDUCAÇÃO.:
  • Preocupação com a falta de propostas dos pré-candidatos à Presidência da República; e outros assuntos.
Publicação
Publicação no DSF de 09/05/2014 - Página 279
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. EDUCAÇÃO.
Indexação
  • AUSENCIA, EFICACIA, PROPOSTA, CAMPANHA ELEITORAL, ATUALIDADE, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, ENFASE, NECESSIDADE, ATENDIMENTO, DEMANDA, POPULAÇÃO, REDUÇÃO, VIOLENCIA, CORRUPÇÃO, AUMENTO, DIREITOS SOCIAIS, QUALIDADE, TRANSPORTE, EDUCAÇÃO, POLITICAS PUBLICAS, MEIO AMBIENTE, ENERGIA, SUSTENTABILIDADE.
  • ANUNCIO, PUBLICAÇÃO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), ASSUNTO, DEFICIENCIA, EDUCAÇÃO, BRASIL, NECESSIDADE, MELHORAMENTO, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, DIREITOS SOCIAIS, REDUÇÃO, DESIGUALDADE SOCIAL.

            O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco Apoio Governo/PDT - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Senador Paim.

            Senador Paim, o senhor estava aqui quando nós assistimos a uma, sinceramente, brilhante fala da Senadora Gleisi Hoffmann, que, obviamente, defendia a Presidenta Dilma como sua candidata e cobrava dos candidatos da oposição propostas. E eu quero dizer que ela tem razão. Não estamos vendo essas propostas. Estamos vendo muitas críticas. E é correto que haja críticas, sim. Mas um candidato a Presidente não pode ficar nas críticas, tem que trazer propostas, sobretudo no momento que a gente vive.

            Senador Paim, enquanto o senhor estava falando, fiz uma lista de algumas coisas que estão acontecendo neste País que exigem um candidato a Presidente que proponha uma reorientação no rumo da Nação brasileira. Estamos no rumo equivocado, e a realidade mostra.

            Não é por acaso que tivemos, neste ano, mais de 300 ônibus queimados, e, hoje, 320 ônibus depredados no Rio de Janeiro - depredados, não queimados totalmente. Isso é uma manifestação de uma crise muito profunda que está desestruturando o tecido social. Mas não é só isso, todos os dias há manifestações neste País; todos os dias acordamos, ligamos a televisão e vemos notícias de avenidas paralisadas, de edifícios tomados, de medidas feitas pela população que impedem o bom funcionamento da economia e da sociedade brasileira.

            Eu me lembro que, em junho deste ano, quando falaram que a passeata de 100 mil iria mudar o Brasil, eu disse: não, uma passeata de 100 mil ajuda a despertar, depois os 100 mil voltam para casa; o que vai mudar o Brasil são mil passeatas de cem, cada uma. E é o que está acontecendo. Temos hoje mil passeatas de cem a cada semana ou a cada mês, e isso está inviabilizando o bom funcionamento.

            Não vi um candidato a Presidente, nem atual, deixar com clareza uma manifestação do que é que vai fazer para que o tecido social brasileiro volte a funcionar bem. Não vai duvidar, vai aparecer um candidato autoritário para dizer que o jeito de fazer isso é botar a polícia na rua e não deixar ninguém se manifestar. Vai fracassar! Vai fracassar, porque os tempos são outros. Hoje as manifestações são organizadas pelo computador, faz-se um aqui, outro ali, outro acolá, como uma guerrilha cibernética. A polícia não tem tempo de saber onde será a manifestação, e, quando chega lá, já acabou, já foi para outro lugar, como era na guerrilha do Vietnã contra os americanos.

            Qual é o candidato que está dizendo que vai propor a maneira correta de fazer isso, que é o diálogo com a população? Se o sistema de transporte público neste País funcionasse bem, não estaria havendo queima de ônibus, embora queimar ônibus seja o pior caminho para melhorar o sistema de transporte. Piora! Mas é a que a indignação, a raiva, a impaciência do povo estão levando.

            Nós não estamos vendo candidatos falar como é que a gente vai enfrentar a violência que tomou conta do Brasil.

            Este é o País mais violento do mundo, se a gente exclui alguns países que estão em guerra. Aqui morrem mais pessoas por ano assassinadas do que em qualquer outro país, salvo alguns em guerra, como a Síria.

            Cadê a proposta dos candidatos para que o Brasil se transforme em um País pacífico em vez de um País violento?

            Daqui a pouco, algum vai querer dizer que vai resolver isso na base de reduzir a maioridade penal. Ou seja, não vai reduzir a violência; vai botar mais pessoas na cadeia com menor idade, porque todos sabem que esses meninos que estão cometendo crimes se lixam se vão ser ou não condenados. Não entra na cabeça deles o risco, o medo. Eles estão perdidos. E a gente não vê uma proposta.

            Tal proposta passaria por uma educação para todas as crianças deste País, das 7 ou 8 horas até às 16 ou 17 horas. Isso levaria à redução da violência. Isso levaria a fazer com que menores não estivessem no crime na quantidade que o Brasil tem, o que é uma situação endêmica que não se vê em nenhum outro lugar.

            Senador Paim, e os justiçamentos? Não há um candidato falando como é que este País vai retomar a confiança na Justiça, no fim da impunidade, para que brasileiros enlouquecidos não cometam esse ato bárbaro de justiçamento de bandidos. E, ainda pior, de pessoas inocentes, como foi recentemente o caso de uma mulher assassinada brutalmente, como se ela fosse assassina, como se assassinato desse direito ao povo de matar na rua. E ela nem isso era. Cadê os candidatos a Presidente dizendo como é que vão fazer para que o Brasil saia dessa envergonhadora situação de um País onde o povo, descontente, inconformado, impaciente, faz justiça com as próprias mãos e, às vezes, faz injustiça com as próprias mãos?

            Senador Paim, um dia desses, eu vi um filme sobre Ruanda. Eu me lembrei de Ruanda quando vi aqui esses justiçamentos.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Ruanda eu vi também.

            O SR. CRISTOVAM BUARQUE (Bloco Apoio Governo/PDT - DF) - O senhor viu também. Não vamos comparar o número. Lá foram 800 mil. Aqui é uma visão microscópica de Ruanda, mas é suficientemente grande para nos envergonhar, nos indignar e nos dizer: “Nós queremos um candidato a Presidente que diga que isso não vai continuar por tais e tais e tais medidas, ao custo de tantos e tantos reais, no prazo de tantos e tantos anos.“

            Mas a gente não está vendo. O debate vazio. Onde estão os candidatos quando a gente fala em corrupção? Mas eu não falo em criticar a corrupção do adversário apenas. Isso é fácil. Todos fazem. E é obrigação fazer. Eu falo em dizer como é que não haverá mais corrupção. Eu não estou vendo ninguém falar isso. Eu quero é alguém que diga que ainda que nomeemos um bandido para um cargo público, ele não vai conseguir roubar porque as regras não deixarão. Cadê o candidato a Presidente dizendo isso? Onde está um candidato que diga que este País vai ser um país com gestão honesta? Não, o que nós vemos é dizendo que nós vamos tirar os corruptos. Quem garante que os que vierem aí não serão corruptos também, até porque a experiência mostra que corrupção não é mais um privilégio de um partido ou de outro? Deixou de ser privilégio ter corrupto; passou a ser a regra. Então, é preciso ter regras incorruptíveis, regras incorruptíveis, e não apenas políticos incorruptíveis, porque até esses mudam de vez em quando e se corrompem também, como a gente tem visto.

             Quantos dos que hoje estão sendo acusados de corrupção até muito recentemente eram vestais na política, eram santos na política? Cadê o debate para isso? Cadê o debate para enfrentar e garantir que não vai haver mais a manipulação de empresas estatais? Cadê? O que nós estamos vendo é que nossas estatais estão sendo usadas de uma maneira aparelhada.

            Um desses dias, Senador, a gente viu a nomeação de um tesoureiro de um partido para diretor da Caixa Econômica Federal do Brasil. Eu achei que era um tapa na cara de 60 milhões de poupadores. Como é que esses 60 milhões de poupadores se sentem, sabendo que o dinheirinho deles que está na caderneta de poupança vai ser administrado por meio de barganhas políticas e que quem foi nomeado não o foi por ser competente, foi por ser dirigente de um partido aliado à Presidenta da República? Esse é um dos indicadores da degradação, não só política, não só econômica, não só social, a degradação por que o Brasil está passando, por que o nosso organismo social está passando e a que nenhum dos candidatos está dando resposta.

            Veja o que aconteceu na manipulação do IBGE querendo impedir que alguns dados fossem divulgados. E, aí, quero dizer que isso já estava na intenção do Governo há mais tempo. Quando, seis meses atrás, um projeto meu, que conseguiu a façanha de passar pelo Senado, passar pela Câmara, foi para a Presidenta e foi vetado, um projeto que transformava a carreira dos funcionários do IBGE em carreira de Estado, não submetida às decisões e regras do poder do Governo, do partido no momento.

            Era a maneira de impedir o aparelhamento do IBGE, e tentou-se fazer isso 15 dias atrás. Não se conseguiu graças à resistência ferrenha de muitos dos funcionários do IBGE. Cadê a proposta que nós esperamos dos candidatos a Presidente para garantir que no Governo deles não haverá aparelhamento? Não venham dizendo isso só da boca para fora porque a gente não acredita mais. Diga como vai fazer.

            Serão eleitos os dirigentes? Claro que não. Serão escolhidos em concurso público? Pode ser uma alternativa em muitos casos. Passarão pelo Congresso em sabatina antes de serem nomeados para que aqui nós, se fizermos seriamente o trabalho, descubramos o que é que está no passado de cada um desses candidatos?

            Nós estamos vivendo um momento mais grave do que o tamanho dos nossos candidatos a Presidente até aqui. Até aqui eu digo não os que estão aí porque ainda vão surgir mais; eu digo até aqui do ponto de vista do comportamento deles, que espero que mude. Que comecem a trazer propostas claras, propostas que entrem na cabeça dos brasileiros. Que eles comecem a discutir, a se preocupar e a se entusiasmar, dizendo: “Algo de novo tem no horizonte do Brasil.”

            Hoje, eu digo com tristeza: eu não vejo nada de novo no horizonte do Brasil entre os candidatos a Presidente que estão sendo oferecidos a nós. Digo isso com esperança de que vai mudar bastante nas próximas semanas e meses. Talvez mais uma coisa estamos esperando ao fim da Copa, mas estou cobrando desde já. Eu estou cobrando desde já para que eles digam como é que vão fazer para que o Brasil saia dessa situação caótica, degradada, inconformada, nervosa - o País está nervoso -, e a gente num período de paz, de eficiência, de honestidade.

            O que eles vão fazer para resolver o problema da energia no Brasil? Falo não apenas do problema da crise que atravessa a energia no Brasil, por conta da manipulação das tarifas com fins eleitorais; falo da energia que tem que ser alternativa nos próximos anos.

            Onde estão propostas claras de mudança do chamado modelo energético, o perfil energético, para começarmos a ter fontes energéticas que não sejam só o fóssil do petróleo, que não sejam só hidrelétricas, que sejam também solar, que sejam eólicas, alternativas que digam que o Brasil não vai ficar nas mãos dependendo da exploração do petróleo?

            Cadê a proposta clara de um desenvolvimento industrial, compatível com o equilíbrio ecológico? Porque, sem dúvida alguma, uma das chapas tem isso como bandeira, mas não está claro como será feito, não. Não se diz claramente como vão colocar o progresso subordinado à ecologia. Nenhum candidato teve a coragem de dizer isto: eu vou subordinar o progresso ao equilíbrio ecológico. O que eles dizem? Vamos ter desenvolvimento com equilíbrio. É difícil esse equilíbrio sem uma redução no tamanho da produção. E qual o candidato que tem coragem de trazer ao debate a ideia de que vamos melhorar o bem-estar da população, mesmo que tenhamos que não aumentar a produção de uma porção de bens que são depredadores, como o automóvel privado? A gente não vê isso.

            As ruas estão engarrafadas, Senador, e qual o candidato que diz como vai resolver isso? Qual é? Não, o que a gente ouve dizer é que se vão aumentar os subsídios à indústria automobilística, e ninguém diz com clareza como vai melhorar o transporte público. E a gente caminha para, com qualquer dos candidatos, o Brasil ir às suas ruas engarrafadas, como veias de pessoas com colesterol alto. Nossas estradas estão com o colesterol muito alto, e as cidades começam a ter ameaça de infarto. Para! E os nossos candidatos não dizem com clareza como vão vencer isso.

            Nós temos um indicador claro da situação trágica do Brasil. A preferência que as pesquisas mostram é pelo voto nulo, pelo voto em branco contra qualquer um dos candidatos. Isso é uma tragédia nacional!

            Isso não é ruim apenas para os políticos. Isso é culpa de nós, políticos. Mas é ruim para o Brasil. A opção pelo voto branco e nulo é o recado do descontentamento com as lideranças. E um país que não confia nas suas lideranças é um país que não tem como enfrentar os seus problemas.

            Por isso a realidade está desta maneira, por isso pipocam problemas todos os dias, todas as horas neste País e o funcionamento começa a ficar engessado, não funciona bem.

            Quem é que vai trazer a proposta clara de recuperar o crédito nas instituições? O crédito na Justiça? O crédito na política? O crédito no Congresso e no Poder Executivo? Qual dos candidatos está trazendo isso? Eu sinceramente não vejo, Senador Paim. Não vejo.

            E, como brasileiro, não só como Senador, eu me preocupo profundamente, porque vejo um país em um processo de desfazimento. E não vejo uma liderança surgindo para trazer o entusiasmo para nós e dizer: temos esperança de mudar o rumo deste País. O rumo dos últimos anos trouxe coisas muito boas, mas ele se esgotou, precisa de uma proposta nova, de uma visão nova para o futuro. Precisa ter uma economia baseada na alta tecnologia, uma educação que assegure escola igual para todas as crianças deste País, acabar com esse carimbo que coloca na testa de uma criança quando nasce, se vai ter ou não vai ter uma boa escola, dependendo do CEP da cidade aonde vive e do CPF da sua família.

            Quando é que a gente vai mostrar que este País vai voltar a funcionar satisfatoriamente de uma maneira pacífica?

            Nós precisamos de um discurso ou de alguns discursos que nos tragam essa visão. E precisamos, sobretudo, superar um problema talvez maior, porque é a causa dos problemas: é a cegueira de nossas lideranças, o entusiasmo ilusório de não verem a realidade ao redor. E, por não verem a realidade ao redor, ficam no debate mesquinho, pequeno e não no debate grande, de políticas com “p” maiúsculo, de uma reorientação do projeto nacional, e não apenas de um pequeno ajuste, porque é o que se está querendo: fazer ajustes, e não a revolução, pequenos ajustes, e não a reorientação dos rumos do País.

            Hoje, quando leio os jornais, Presidente Paim, me assusta a maneira como o Brasil está vivendo.

            Para encerrar e para não dizerem que eu deixei de ser um candidato, um político, um Senador de uma nota só, quero dizer que uma dessas preocupações sairá amanhã nos jornais - já está hoje nos sites. É a manchete no site de O Globo, que diz: “Brasil se distancia da média mundial no ranking de educação”. E não se distancia indo para melhor. Distancia-se indo para pior.

            Qual é o candidato que está dizendo como vai superar isso? Qual é o candidato que está dizendo como vai fazer para que, dentro de 5, 10, 20 anos, a educação deste País seja igual às melhores do mundo e igual para todos aqui dentro, sem diferenciar uma criança de outra no acesso à educação? Porque nenhuma criança é igual à outra no talento, mas toda criança tem que ter igual direito no desenvolvimento do seu talento específico. Para isso, precisa de uma boa escola, precisa de uma boa educação. Não é o que a gente está vendo no País. E a gente não está vendo propostas alternativas, ousadas, mas ajustes aqui e ali.

            Vamos dizer quais são os ajustes. Um vai dizer que vai botar mil escolas em horário integral. Outro vai dizer que vão ser 1.200. E eu quero ver quem vai dizer que todas as 200 mil terão uma carreira nacional do magistério, que as escolas serão todas em horário integral, mas com os melhores equipamentos possíveis. Cadê esse discurso? Cadê o discurso da esperança?

            Falemos de outro assunto - eu já queria ter acabado com o da educação. Falemos da pobreza, porque tem a ver com a festa que o senhor e eu sempre comemoramos aqui, com o 13 de maio.

            O que a gente vê no discurso é que a pobreza é uma questão de aritmética: se a gente aumentar um pouquinho a renda, as pessoas saem da pobreza. Isso é uma mentira, até porque a inflação joga para baixo a pobreza, como aconteceu nesses últimos anos.

            Senador Paim, quando ouço dizer que a pobreza é uma questão de renda mínima de US$1,25 - esse dado vem lá de fora - por dia, que aqui é mais ou menos o que era a Bolsa Família até o câmbio começar a desvalorizar, eu começo a imaginar que devia ter dono de escravo naquela época defendendo que a abolição era aumentar um pouquinho a comida do escravo: vamos botar mais comida no prato do escravo e está tudo bem.

            Não estava tudo bem. A gente precisava abolir a escravidão. Não está tudo bem aumentar um pouquinho a renda dos pobres. É preciso erradicar a pobreza, oferecendo escola, saúde, transporte, segurança, cultura.

            A linha que separa um pobre de um não pobre não é horizontal pela renda, é vertical: se ele está do lado em que tem acesso às coisas de que precisa ou se ele está do outro lado. E essas coisas, em geral, não são compráveis, elas não estão no mercado. Elas têm de ser asseguradas, como a saúde, como a educação, como a qualidade do transporte. Não tem como melhorar a qualidade do transporte aumentando a tarifa de ônibus. Não é uma questão de renda. É uma questão de serviço, de eficiência.

            Eu creio que nós temos razões demais a nos preocupar e uma questão a nos alegrar, a nos dar esperança: é a eleição. É saber que, num país democrático, quando as coisas não estão bem, nós, todos juntos, mais de 100 milhões de eleitores, podemos escolher um novo rumo, um novo caminho para o Brasil, como já fizemos em alguns momentos do passado.

            Mas o eleitor não desenha o seu candidato. Ele vota conforme os que estão aí. Então, é esperar, é torcer e é cobrar, como eu estou fazendo, para que os candidatos que aí venham e que aí estão tragam a proposta de mudar o Brasil, e não apenas de fazer um pequeno arranjo naquilo que está hoje aí. Que eles tragam propostas novas e ousadas de um novo Brasil, e não apenas críticas, merecidas, aliás, ao atual Governo.

            É isto, Sr. Presidente, que eu quero deixar aqui: a preocupação que eu sinto ao ler os jornais e a preocupação maior ao não ver nos jornais propostas alternativas para o meu País.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/05/2014 - Página 279