Pela Liderança durante a 72ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Expectativa com a melhoria da situação econômica do país; e outro assunto.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ECONOMIA NACIONAL. CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Expectativa com a melhoria da situação econômica do país; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 16/05/2014 - Página 390
Assunto
Outros > ECONOMIA NACIONAL. CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • EXPECTATIVA, BALANÇA COMERCIAL, BRASIL, SUPERAVIT, IMPORTANCIA, EXPORTAÇÃO, AGRICULTURA, PETROLEO, CONJUNTURA ECONOMICA, AMBITO INTERNACIONAL, BENEFICIO, INVESTIMENTO, ESTRANGEIRO, ECONOMIA NACIONAL, REGISTRO, PESQUISA, DADOS, AUTORIA, MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA E DO COMERCIO EXTERIOR (MDIC), MELHORAMENTO, ECONOMIA, AUMENTO, EMPREGO, ASSINATURA, CARTEIRA DE TRABALHO, INTERIOR, NECESSIDADE, INSTALAÇÃO, MELHORIA, ESCOLA TECNICA, LANÇAMENTO, GOVERNO FEDERAL, PROGRAMA, INCENTIVO, QUALIFICAÇÃO, MÃO DE OBRA.
  • COMENTARIO, INUNDAÇÃO, ESTADO DE RONDONIA (RO), SOCIEDADE, GOVERNO ESTADUAL, PREFEITURA, PLANEJAMENTO, RECONSTRUÇÃO, CIDADE, VITIMA.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Senadora Ana Amélia, Srªs e Srs. Senadores, antes de iniciar o meu pronunciamento sobre a economia brasileira e a balança comercial, eu gostaria de agradecer e registrar, mais uma vez, a presença, já registrada por V. Exª, do Senador Tomás Correia, meu primeiro suplente, que foi Senador no ano passado, do Senador Ney Maranhão, que está presente nesta sessão.

            Srª Presidente, também não poderia deixar de fazer um registro sobre as enchentes em Rondônia, antes de iniciar o meu pronunciamento. Graças a Deus, o rio continua baixando. O Governo do Estado e as prefeituras já estão planejando a reconstrução das cidades atingidas: Porto Velho, Guajará, Nova Mamoré, Rolim de Moura, Pimenta Bueno, Ji-Paraná, Cacoal, Costa Marques, Chupinguaia - todas as cidades atingidas pelas enchentes. E espero que, em breve, tenhamos um planejamento, projetos suficientes, para ir atrás dos recursos necessários para a reconstrução das cidades atingidas.

            Mas, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, compareço hoje à tribuna do Senado, para discorrer, brevemente, sobre o comportamento da balança comercial brasileira na atualidade. O primeiro bimestre do ano trouxe resultados ruins, pois, no acumulado do período, o saldo da balança ficou negativo em pouco mais de US$6 bilhões - o pior resultado para um primeiro bimestre, em toda a série histórica. As exportações somaram quase US$32 bilhões, enquanto as importações ultrapassaram um pouco os US$38 bilhões.

            Foi o que bastou para que os alarmistas previssem um cenário terrível para a economia brasileira em 2014, especialmente no que se refere à saúde de nossa balança comercial. Muito embora as autoridades da área econômica - incluindo o Secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Daniel Godinho; o Presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini; e o Ministro da Fazenda, Guido Mantega - tivessem previsto um processo de contínua evolução nos saldos, o descrédito aumentava.

            Srªs e Srs. Senadores, não se trata de ser otimista ou pessimista. A verdade se impõe. E o fato é que, em abril, as vendas ao exterior somaram US$19,7 bilhões, ao passo que as importações não excederam o valor de US$19,2 bilhões. Isso resultou em um superávit comercial de US$506 milhões - resultado melhor do que o esperado pelo próprio mercado.

            Trata-se de um resultado ainda tímido, mas foi a primeira vez que o acumulado do ano foi superior a igual período de 2013. As exportações agrícolas mostraram mais uma vez a sua força, especialmente a soja e seus subprodutos, com incremento de 19,8%, um recorde em volume: 8,3 milhões de toneladas em abril! Os desequilíbrios da chamada conta petróleo também caminham para a equalização, pois as importações cederam 2,2%, enquanto as vendas externas desse mineral deram um salto de 75,6%

            Eu já disse aqui desta tribuna, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, que a Petrobras, em cinco anos, vai dobrar a sua produção. Então, não adianta os pessimistas dizerem que a economia vai mal, que a Petrobras vai mal, porque não é verdade. O Brasil é muito forte, a economia brasileira é muito forte. Quando estivermos produzindo o dobro de petróleo que estamos produzindo hoje, vamos ter excesso e talvez nem precise aumentar o preço da gasolina e do óleo diesel.

            Em paralelo, Srª Presidente, como alertou o Ministro Tombini, após a estabilização do câmbio e a retomada do crescimento dos Estados Unidos, o fluxo de capitais estrangeiros para nosso País tem melhorado sensivelmente. Em abril, os investimentos estrangeiros diretos, somados a outras modalidades de investimentos provindos de fora, atingiram a cifra de US$8 bilhões. Já no mês anterior, haviam somado apenas 4,9 bilhões, superior à expectativa do mercado, que oscilava em torno de US$3,5 bilhões.

            A recuperação dos mercados internacionais, especialmente os Estados Unidos e a União Europeia, e a manutenção de bons níveis de crescimento da economia chinesa evidenciam um cenário externo mais brando do que em anos recentes, capaz de, por um lado, propiciar a continuidade da chegada dos investimentos e, por outro, manter a demanda internacional por commodities estável.

            Srªs e Srs. Senadores, trago agora ao seu conhecimento os dados mais recentes da balança comercial brasileira, divulgados recentemente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. As duas primeiras semanas deste mês trouxeram superávit de US$226 milhões. O valor é resultado de 6,2 bilhões em exportações ante 5,9 bilhões de dólares em importações.

            Com o resultado, o déficit acumulado no ano, que em abril chegou a 5,56 bilhões, continuou a cair, atingindo, agora, 5,34 bilhões de dólares. Isso quer dizer que as nossas exportações estão melhorando e a tendência é invertermos essa curva e exportarmos muito mais do que importarmos, e isso é muito bom para a economia brasileira.

            Como se vê, os ajustes internos e a gradual melhoria do cenário externo permitem ao Brasil uma projeção benigna para a sua balança comercial ao longo de 2014. Bem sei que existem obstáculos, como a entressafra que virá, a persistente falta de nitidez em alguns mercados, como a União Europeia e a Rússia, além das intermitentes remessas de lucros e dividendos das empresas transnacionais sediadas em nosso território.

            Outra boa notícia que ressalto desta tribuna é o aumento de emprego formal no interior do País, através do agronegócio. Na manhã de hoje, o jornal Bom Dia Brasil divulgou notícia nesse sentido. Como muito bem disse a jornalista Miriam Leitão - a quem assisti - o desenvolvimento do País não deve ficar restrito às grandes regiões metropolitanas, mas deve ocorrer no restante do País. O interior do nosso País é muito forte, a nossa produção agrícola e pecuária é muito forte, o nosso agronegócio é muito forte e, por isso, vai resistir e vai fazer com que a nossa economia continue crescendo.

            Conforme já demonstrado por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas, a criação de novos empregos é uma tendência que foi acentuada no início deste ano. O IBGE, por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), também demonstra maior criação de novos postos de trabalho no interior do País. Pode-se apontar, entre os fatores principais para esse deslocamento das grandes cidades para as menores, a busca por uma melhor qualidade de vida e o crescimento das exportações brasileiras, principalmente as relacionadas à agricultura e à pecuária.

            Há situações em que a oferta de emprego supera a da mão de obra existente. Empregadores, muitas vezes, têm dificuldades de contratar trabalhadores, principalmente os que dispõem de mão de obra qualificada. Esse é um problema que o País tem que enfrentar da melhor forma possível, instalando mais escolas técnicas, institutos científicos e tecnológicos de educação das nossas universidades, enfim, do Pronatec e tantos outros cursos que o Governo está instalando.

(Soa a campainha.)

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Já concluo, Srª Presidente.

            É urgente e indispensável que o Governo Federal lance um programa para a devida qualificação da mão de obra. Não há dúvida de que iniciativa nesse sentido será boa para o País e para os trabalhadores.

            Assim, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, acredito que, apesar de todas as dificuldades existentes que muitas vezes impedem o crescimento maior da economia brasileira, o cenário futuro é altamente positivo e promissor. Srª Presidente, estamos confiantes de que este será um ano bom para o Brasil.

            Eu ouvi aqui o Senador Jorge Viana falando da questão da Copa do Mundo. Será muito bom mesmo que o Brasil vença a Copa do Mundo, mas não acredito, não creio que o desempenho da nossa economia ou o resultado das eleições possa ter influência com o resultado da Copa do Mundo. Vou torcer ativamente, vou torcer fervorosamente, assim como milhões e milhões de brasileiros, para que o Brasil possa ser campeão, mas, sinceramente, não acredito que esse resultado possa influenciar no crescimento da nossa economia e também no resultado das eleições.

            Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/05/2014 - Página 390