O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco Apoio Governo/PCdoB - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Armando Monteiro, que preside os trabalhos, Srªs e Srs. Senadores, Senador Eunício Oliveira, Senadora Lúcia Vânia, Senador Cyro Miranda, nossos colegas de atividade cotidiana, nosso Senador Mauro Benevides, do Estado do Ceará, que presidiu o Senado Federal, portanto, o Congresso Nacional, Eudes Xavier, Raimundo Gomes de Matos, Gorete Pereira, Vicente Arruda, Danilo Fortes, que estiveram conosco durante o período desta sessão.

            Eu sou membro do Partido Comunista do Brasil e uma das marcas de um dos movimentos mais importantes da História do Brasil, que vamos lembrar, inclusive, na data de hoje, daqui a pouco, em uma sessão do Congresso, é a Coluna Invicta, que ficou conhecida como Coluna Prestes. Como ela passou nos três Estados dos homenageados, Pernambuco, Goiás e no Estado do Ceará, eu faço essa referência e essa ligação porque aqueles oficiais, aqueles tenentes idealistas, imaginavam o Brasil progredindo. O Brasil que tinha como centro a atividade agropastoril, mas eles tinham na mente a ideia de que o Brasil podia se transformar num país industrial, forte, competente, capaz. E grande parte dos homens da Coluna, então, vai participar desse esforço pós-Revolução de 30, que é o esforço de industrializar o Brasil, de criar as condições, os instrumentos, os meios para que o nosso País pudesse efetivamente progredir. E, nesse momento - claro, antes, nós podíamos citar que se tem Delmiro Gouveia, Mauá, um esforço que já vem de antes -, o próprio Patriarca da Independência, se você for ver o Manifesto do Patriarca, a Assembleia Constituinte do Reino Unido do Brasil, Portugal e Algarves, que era uma assembleia em Lisboa, já é uma assembleia que dizia que o reino deveria ser, portanto, no Brasil e não mais em Portugal e que a base seria ligar-se ao movimento que o mundo vivia da industrialização. Já está ali, no Patriarca da Independência.

            Mas isso retardou, isso teve dificuldades grandes, gigantescas, e precisou sempre de ter adiante, não só o pensamento estratégico nacional, mas os executores dessa políticas, pessoas que a abraçassem, que dissessem: “Nós vamos tocar esse grande movimento de industrialização do Brasil”.

            É exatamente por isso que o Senado presta esta homenagem àqueles homens e mulheres do povo brasileiro, alguns que vieram, digamos assim, lá da bodega da esquina, que transformaram a sua bodega da esquina em um dos maiores negócios industriais do Brasil.

            Esta homenagem do Prêmio José Ermírio de Moraes faz essa referência de que nós não podemos abrir mão jamais do projeto de desenvolvimento industrial do Brasil, da inovação tecnológica, de apostar, de ter gente com essa disposição que criaram marcas no Brasil. Vejam Orcino Gonçalves da Silva Júnior: Baterias Moura é uma marca do Brasil todo, de todo o Brasil, e que está ali numa região que se podia olhar e dizer: “Mas nasceu ali!” Pois é, nasceu ali, no Nordeste brasileiro. O Grupo Edson Queiroz, tendo hoje à frente a D. Yolanda Vidal de Queiroz, que maneja esse grupo há mais de 30 anos sob o seu comando; expandindo o negócio que se inicia com o seu esposo, também pequeno negócio, de gente que veio do interior, que eram plantadores de cana numa regiãozinha ali do Estado do Ceará, perto de Pindoretama, de Cascavel, de Beberibe, depois transformaram em quatro, cinco Municípios, mas era isso ali. Sitiantes que transformam seu pequeno negócio num grande empreendimento nacional. Assim como Baterias Moura, hoje os produtos do Grupo Edson Queiroz são marca nacional, e nós podemos dizer que a gênese é de Edson Queiroz, mas os últimos 30 anos são de Yolanda Queiroz, uma senhora que toca esse grande empreendimento nacional, em quantas áreas, agropecuária, comércio, indústria, mineração e, sobretudo, na formação, na universidade, em uma escola que prepara milhares de cearenses e brasileiros para tocarem o desafio de construção do Brasil.

            Então, quero de forma simples, meu caro Senador Armando Monteiro, deixar aqui o registro do nosso Partido, do PCdoB, de que empreender e defender a indústria brasileira é uma questão central para nós. Nós temos convicção, como V. Exª afirmou aqui em seu pronunciamento, de que nós temos que ter no projeto de desenvolvimento do Brasil a base assentada na indústria. E nós temos força, capacidade e engenhosidade e gente disposta a empreender no Brasil, basta olhar os nossos homenageados e as marcas que eles constituíram nos seus Estados e as expandiram para todo o Brasil - alguns não só para o Brasil, para o mundo.

            Então, quero cumprimentá-los, especialmente o Senador Armando Monteiro, por esse esforço que ele tem empreendido no Senado Federal de homenagear sistematicamente a indústria através daqueles que a constrói em todo o território nacional.

            Parabéns Senador Armando e parabéns a todos os homenageados pela referência que o Senado faz a vocês, porque sabe que vocês estão construindo, nos Estados, produtos, marcas, que colocam a nossa indústria no panteão dos vitoriosos na nossa Nação e no mundo.

            Um abraço a todos.

            Muito obrigado. (Palmas.)