Discurso durante a 111ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Congratulações ao Corpo de Bombeiros do estado de Sergipe por sua atuação após desabamento de prédio ocorrido em Aracaju.

Autor
Kaká Andrade (PDT - Partido Democrático Trabalhista/SE)
Nome completo: Antonio Carlos Porto de Andrade
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CALAMIDADE PUBLICA.:
  • Congratulações ao Corpo de Bombeiros do estado de Sergipe por sua atuação após desabamento de prédio ocorrido em Aracaju.
Publicação
Publicação no DSF de 31/07/2014 - Página 13
Assunto
Outros > CALAMIDADE PUBLICA.
Indexação
  • ELOGIO, CORPO DE BOMBEIROS, ESTADO DE SERGIPE (SE), ATUAÇÃO, DESABAMENTO, PREDIO, MUNICIPIO, ARACAJU (SE).

            O SR. KAKÁ ANDRADE (Bloco Apoio Governo/PDT - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, no último dia 19 de julho, um sábado, por volta das 2 horas da madrugada, houve o desabamento de um prédio de quatro pavimentos, em construção, na cidade de Aracaju, capital de meu Estado. A obra já estava em fase adiantada, encaminhando-se para sua conclusão, quando aconteceu a tragédia.

            Tratava-se de uma edificação de um prédio que seria destinado a uso residencial, localizado na Rua Poeta Sales, no bairro Coroa do Meio, zona sul da cidade, e que, em cerca de dois meses, seria entregue aos futuros moradores.

            Logo após o acontecimento, as primeiras informações davam conta de que havia pessoas no prédio desabado, o que foi confirmado. Equipes do Corpo de Bombeiros se dirigiram ao local com cães farejadores, um sonar e também com a utilização de retroescavadeiras para retirada dos escombros, no afã de se chegar às vítimas e promover o resgate. Tiveram o suporte da Defesa Civil do Estado de Sergipe e também da Força Nacional, que estava apoiando ações em nosso Estado.

            Estas vítimas foram identificadas como Josevaldo da Silva, de 34 anos, que trabalhava na obra e ali passava a noite com a mulher, Vanice de Jesus, de 31 anos, a filha Ane Gabrieli, de 8 anos, e o bebê Ítalo Miguel, com apenas onze meses de vida. Os relatos dão conta de que as equipes do Corpo de Bombeiros avistaram a família após perfurarem uma sequência de quatro lajes que se encontravam acima deles. Estavam vivos, dentro de um espaço de cerca de 20 metros quadrados, que se conseguiu sustentar por estar ancorado por algumas caixas de cerâmica que seriam usadas no acabamento.

            É este o ponto em que se norteia este meu pronunciamento: a determinação dos bravos integrantes do Corpo de Bombeiros de Sergipe em salvar aquelas vidas.

            Embora o assunto mereça uma análise sobre suas causas, não irei tratar disto, pois seria precipitada qualquer análise ainda neste momento. Quero tratar aqui da fundamental atuação das equipes de bombeiros que para lá se deslocaram.

            Os que tiveram oportunidade de acompanhar esse drama pela imprensa, sobretudo pela televisão, puderam constatar que, a todo instante, eram feitas comunicações verbais com as vítimas, passando-lhes orientações e, sobretudo, transmitindo-lhes segurança por saberem que o trabalho de resgate estava sendo feito. O ambiente em que se encontravam era o mais precário possível, dentro de escombros, debaixo de quatro lajes, em meio de intensa escuridão, poeira e frio.

            O trabalho empreendido nestas circunstâncias é absolutamente artesanal, há de ser retirada pedra por pedra, tijolo por tijolo, pois qualquer precipitação pode fazer desmoronar toda a estrutura, esmagando aquela pequena célula de vida e de esperança. E assim foi feito, um trabalho de paciência e de profissionalismo, além de profundo amor ao ser humano, característica básica que toda a população reconhece nos integrantes desta valorosa instituição que é o Corpo de Bombeiros.

            Ao longo de mais de 30 horas, os integrantes do Corpo de Bombeiros de Sergipe não arredaram pé do local do acidente, até que conseguiram resgatar, com vida, toda aquela família. Infelizmente, a caminho do hospital, o bebê Ítalo Miguel não resistiu. Os demais passam bem e procuram superar as sequelas psicológicas que enfrentam.

            O Corpo de Bombeiros Militar foi criado no dia 2 de julho de 1856, através de decreto assinado pelo Imperador Dom Pedro II, que instituiu o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, no Rio de Janeiro. É neste dia, 2 de julho, que se comemora o Dia do Bombeiro.

            A ideia de que esse profissional se dedica apenas a apagar incêndios já foi em muito ampliada. As atribuições desta corporação, hoje, vão muito mais além. Nós as percebemos a todo momento nas ruas da cidade, nas águas e nos campos. Atualmente, dentre várias outras atribuições, os bombeiros atendem a pedidos de resgate em altura, salvamento aquático, combate a incêndios florestais, vistorias técnicas em edificações, deslizamentos de encostas e socorro em acidentes com produtos de risco, como substâncias tóxicas e inflamáveis.

            E é do brasileiro, a qualquer dificuldade, o número que vem à mente é o do Corpo de Bombeiros: 193! É aí, muitas vezes, onde está a última esperança, sobretudo dos mais humildes, e onde esta esperança não é frustrada.

            Por fim, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero comunicar que estou apresentando um requerimento de Voto de Aplauso ao Corpo de Bombeiros do Estado de Sergipe, pela valorosa atuação neste caso em particular, mas sem esquecer que, em inúmeras outras situações, esta instituição já salvou uma grande quantidade de vidas em meu Estado.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/07/2014 - Página 13