Discurso durante a 134ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Regozijo com a inauguração da ponte sobre o Rio Madeira, em 15 do corrente, no Estado de Rondônia.

Autor
Valdir Raupp (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RO)
Nome completo: Valdir Raupp de Matos
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DE DESENVOLVIMENTO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.:
  • Regozijo com a inauguração da ponte sobre o Rio Madeira, em 15 do corrente, no Estado de Rondônia.
Aparteantes
Fleury.
Publicação
Publicação no DSF de 17/09/2014 - Página 14
Assunto
Outros > POLITICA DE DESENVOLVIMENTO, POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA, DESENVOLVIMENTO REGIONAL.
Indexação
  • REGISTRO, INAUGURAÇÃO, PONTE, LOCAL, ESTADO DE RONDONIA (RO), PRESENÇA, MINISTRO DE ESTADO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), DIRETOR, DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DOS TRANSPORTES (DNIT), SECRETARIO NACIONAL, TRANSPORTE, COMENTARIO, INVESTIMENTO, OBRAS, ESTRADA, CONSTRUÇÃO, FERROVIA, MOTIVO, CRESCIMENTO ECONOMICO, BENEFICIO, POPULAÇÃO.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras e Srs. Senadores, senhoras e senhores ouvintes da Rádio Senado, telespectadores da TV Senado, minhas senhoras e meus senhores, Porto Velho recebeu ontem a visita do Sr. Paulo Sérgio Passos, Ministro de Estado dos Transportes, acompanhado do Diretor de Infraestrutura do DNIT nacional, do Secretário Nacional de Transportes, Dr. Miguel de Souza, que é oriundo do Estado de Rondônia, assim como do Diretor Regional, Dr. Fabiano, e outras autoridades locais.

            O ministro esteve no Estado de Rondônia, para inaugurar uma obra de extrema importância para a nossa região, a ponte sobre o Rio Madeira, ponte esperada há décadas, ponte de integração.

            Na mesma ocasião, anunciou a retomada das obras dos viadutos da capital. São seis viadutos mais as travessias urbanas da nossa capital, Porto Velho, que também estavam engasgadas na garganta de muita gente em Rondônia, obras inacabadas, há muito tempo já iniciadas.

            O Ministro visitou também as obras de reconstrução da BR-425. Acompanhei, durante todo o dia de ontem, a visita do Ministro no Estado de Rondônia.

            Essa obra, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a BR-425, uma BR importante, que liga a BR-364, na localização de Abunã, até a cidade de Nova Mamoré e de Guajará-Mirim, fronteira com a Bolívia, uma das rodovias que foi danificada pela cheia histórica do Rio Madeira, juntamente com a BR-364, está sendo construída.

            Visitamos um trecho de 20 quilômetros já pavimentados, com alargamento da pista para 11 metros - saiu-se de seis metros para 11 metros, quase dobrando-se a largura dessa rodovia, que agora é padrão nacional -, entre Guajará-Mirim e Abunã.

            Essa ponte, Sr. Presidente, a que me referi, a ponte do Rio Madeira, corresponde a mais de mil metros de extensão, uma obra que empregou, desde março de 2010, cerca de 1,5 mil trabalhadores, uma ponte que atravessa as águas do Madeira, as quais são utilizadas para navegação de balsas, que Porto Velho vê chegarem e saírem, levando e trazendo mais de quatro milhões de toneladas de produtos e riquezas a cada ano.

            Os portugueses lhe deram esse nome, Rio Madeira, por um motivo justo: desde suas nascentes nos Andes bolivianos, que são as do Rio Madre de Deus, do Rio Beni, do Rio Mamoré e também do Rio Guaporé - esse sai do Mato Grosso -, ele arrasta tudo que encontra pelo caminho, por isso o nome Rio Madeira. Na época da cheia, são quase 5 mil troncos de árvores que passam flutuando, a cada dia, em frente à cidade de Porto Velho, porque é um rio ainda novo, apesar de ser grande, volumoso e extenso, é um rio ainda em formação.

            Essa madeira toda, agora, passa debaixo da nossa ponte de integração de Porto Velho com o Amazonas. Os engenheiros tiveram que construir estruturas enormes, chamadas “dolfins”, para proteger os pilares contra o impacto constante dos troncos. Não fosse essa proteção, o Rio Madeira, talvez, arrastasse a ponte em direção ao Amazonas, tamanha a velocidade das águas e a quantidade de troncos que o Rio Madeira arrasta, diariamente, pelas suas águas.

            Em épocas de pico, na colheita da soja, o trânsito de balsas é intenso. Atravessam o rio, todos os dias, além dos pedestres, cerca de 250 veículos pesados, 150 veículos médios, e mais de 250 veículos leves. A travessia chega a demorar mais de duas horas - chegava, porque, agora, balsas são coisas do passado.

            Agora, com a ponte, a travessia se faz em minutos; isso mesmo, minutos! Atravessamos, ontem, de ônibus, com a comitiva do ministro, para o outro lado do rio, com todos os carros já atravessando, e visitamos, também, uma vila habitacional das famílias da cabeceira da ponte do lado da cidade que foram deslocadas para o outro lado do rio, com escolas modernas, centro comercial... São quase 200 famílias que já foram deslocadas para o outro lado do rio, onde vão nascer, certamente, loteamentos muito modernos.

            Muito mais rápida, muito mais segura e muito mais democrática, a ponte está lá, à disposição da população, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, faça chuva ou faça sol, na cheia ou na vazante do rio. É um equipamento público que facilitará a vida das pessoas que transitam naquela região.

            Esse foi um dos presentes que a população de Rondônia recebeu do Governo Federal, com verbas do Programa de Aceleração do Crescimento. Na verdade, não foi um presente. Foi uma conquista! Uma conquista de todos os rondonienses. Uma conquista - a bem da verdade - que não é só nossa. Essa ponte, Sr. Presidente, é uma conquista de todos os brasileiros. Ela conecta a BR-364, que vem de Limeira, no Estado de São Paulo, à BR-319, que vai até Manaus, no Estado do Amazonas. Em Manaus, segue-se pela BR-174 até Boa Vista, no Estado de Roraima.

            Querendo, pode-se continuar, por estradas asfaltadas, até o mar do Caribe.

            Se me permitem a licença poética, eu diria que essa ponte une a margem direita do Rio Madeira, que se estende aos Pampas gaúchos, à sua margem esquerda, que segue até o Município de Pacaraima, no extremo norte de Roraima. Significa o fim do isolamento rodoviário do Norte brasileiro, e a concretização de parte da tão almejada integração rodoviária do Brasil.

            Esse raciocínio, entretanto, leva-nos a refletir sobre a situação da BR-319. Essa rodovia foi construída entre o final dos anos 60 e meados dos anos 70, e a falta de manutenção a deixou deteriorada ao longo das décadas seguintes. O sonho da integração rodoviária do Brasil passa, inevitavelmente, pela restauração dos 400km centrais da BR-319. Esse projeto está em curso, aguardando o licenciamento ambiental do Ibama, e nós temos acompanhado todo o processo e trabalhado, incansavelmente, nesse sentido.

            Falei, ainda, Sr. Presidente, senhoras e senhores, Senadoras e Senadores, no meu pronunciamento, na inauguração, com mais de três mil pessoas, que aquela ponte vai, agora, puxar, acelerar os projetos ambientais e de engenharia para a restauração do trecho do meio da BR-319, ligando Porto Velho a Manaus. São 800km, 400km estão restaurados em uma ponta e na outra, e há um trecho do meio em que pelas restrições ambientais - em que pese ter sido uma BR já implantada, no passado, e transitada, por muitos anos - hoje está praticamente isolada.

            Já ouvi dizerem que uma das coisas mais difíceis na vida é aprender a diferenciar entre as pontes que se deve atravessar, e as pontes que se deve queimar. As pontes são muito importantes, as pontes de travessia, as pontes de integração.

            Uma das certezas que tenho, Sr. Presidente, é que a ponte sobre o Rio Madeira é uma daquelas pontes que devemos atravessar. É isso o que está acontecendo, hoje - aliás, desde ontem, em Rondônia -, milhares de pessoas atravessando essa ponte de mais de mil metros de extensão.

            Além da ponte, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, senhoras e senhores, o ministro anunciou mais um pacote de grandes obras para o Estado de Rondônia: a Ferrovia de Sapezal Rondônia até Porto Velho, levando soja do Mato Grosso e sul de Rondônia até Porto Velho - essa ferrovia já está em estudo e deve ser construída nos próximos anos. Anunciou a construção de mais uma ponte sobre o Rio Madeira, também agora, na BR-364, sentido Acre; uma ponte importantíssima que já devia ter sido construída, talvez antes dessa que foi inaugurada ontem, mas ainda está lá, iniciando as suas obras. Também faz parte da rodovia do Pacífico, o único rio, a única ponte que não está construída, tem-se que atravessar em balsa daqui ao Peru, daqui ao Pacífico, é essa ponte do Rio Madeira na região do Abunã, na Ponta do Abunã, em Rondônia.

            E anunciou também a construção de um porto em Guajará-Mirim - fomos lá ao local onde será construído o novo porto -, futuramente haverá um porto também maior em Porto Velho; e a construção da ponte binacional, de Guajará-Mirim a Guayaramerin, Bolívia, que foi um compromisso do Presidente Lula e, agora, passou a ser um compromisso da Presidente Dilma Rousseff; uma dívida de 112 anos, desde o Tratado de Petrópolis, de 1902, que essa ponte é devida à população da Bolívia e também daquela região de Rondônia.

            Ainda nesse pacote de obras, o Ministro anunciou um anel, chamado Anel Norte, que sairá da entrada de Porto Velho até o novo porto que está sendo construído em Porto Velho.

            Concedo, com muito prazer, um aparte ao nobre Senador Fleury.

            O Sr. Fleury (Bloco Minoria/DEM - GO) - Senador Valdir Raupp, desde que estamos aqui nesta Casa que venho observando os pronunciamentos de V. Exª reivindicando quase que socorro por seu Estado. E há hora em que a paciência dos mais nobres, dos mais entendidos, dos mais sábios, esgota. O senhor tem dado uma aula de democracia, reivindicando, tendo a paciência. Tenho certeza de que a população do Estado de V. Exª já não suporta mais as reivindicações que o senhor tem feito e não são atendidas. Eles, sim, têm um homem que vem aqui e fala, pede e exige, mas já passou da hora de a Presidência do PT, de este Governo do PT deixar de ouvir tanta crítica, tanta falta de credibilidade neste País, para ouvir um pouquinho esse Estado tão promissor, Estado tão rico, tão mais próximo da América do Norte para sair grão, sair carne, para sair petróleo, se lá houver, e todos nós sabemos que há. É necessário que os homens do atual Governo ouçam V. Exª mais um pouquinho. Eu, como colega de V. Exª, já estou ficando no limite, porque sou brasileiro, e nós temos um País extremamente capaz de abastecer e fornecer alimento e tecnologia de minério ao mundo. Quero, aqui, render as minhas homenagens e o meu respeito a V. Exª, porque, com tanta classe, o senhor vem reivindicando e em hora nenhuma perdeu essa elegância, que acredito ser de formação familiar de V. Exª, mas há horas em que os companheiros se doem pelo amigo da tribuna.

            O SR. VALDIR RAUPP (Bloco Maioria/PMDB - RO) - Muito obrigado pelo aparte de V. Exª, que acolho com muito carinho, muito respeito, e peço que seja incorporado ao meu pronunciamento.

            Aprendi, ao longo da vida, Senador Fleury, que a paciência exige muita prática, e nós temos que praticá-la a todo o momento durante todos os dias. Às vezes, a gente fica um pouco impaciente, porque queremos tudo de uma vez só, mas reconheço também que as ações do Governo Federal no meu Estado - e eu sempre tenho feito justiça, desde o governo Fernando Henrique Cardoso... O Presidente Fernando Henrique Cardoso foi presidente quando eu fui governador no meu Estado. Inauguramos obras juntos lá. Usinas hidrelétricas, o porto graneleiro de Porto Velho foi inaugurado na minha gestão de governador e na gestão do Presidente Fernando Henrique, que esteve lá inaugurando essas obras. Ele me ajudou muito e ajudou muito Rondônia, mas o Presidente Lula também fez a sua parte através de altos investimentos em Rondônia. A Presidente Dilma seguiu essa mesma trajetória de investimentos no meu Estado e ainda continua. Muitas obras já inauguradas, outras inaugurando, mas a gente não cansa de pedir, porque é um Estado novo e tem uma carência, uma demanda muito grande por investimentos.

            Então, eu vou continuar sempre com paciência, cobrando insistentemente para que as coisas possam acontecer cada vez mais, mas reconheço e agradeço os investimentos desde o governo Fernando Henrique, que foi quem começou a olhar o norte do Brasil com outros olhos, e, agora, também na gestão do Presidente Lula e da Presidente Dilma.

            Sr. Presidente, muito obrigado pela concessão do tempo, que sei que já esgotei. Vou presidir agora para que V. Exª possa fazer o seu pronunciamento.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/09/2014 - Página 14