Discurso durante a 26ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Indignação por o nome de S. Exª constar em lista encaminhada pelo Procurador- Geral da República ao STF para abertura de inquérito relativo à “Operação Lava Jato”.

Autor
Gladson Cameli (PP - Progressistas/AC)
Nome completo: Gladson de Lima Cameli
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
MINISTERIO PUBLICO:
  • Indignação por o nome de S. Exª constar em lista encaminhada pelo Procurador- Geral da República ao STF para abertura de inquérito relativo à “Operação Lava Jato”.
Aparteantes
Ana Amélia, Omar Aziz, Sérgio Petecão, Zeze Perrella.
Publicação
Publicação no DSF de 11/03/2015 - Página 462
Assunto
Outros > MINISTERIO PUBLICO
Indexação
  • CRITICA, ATUAÇÃO, PROCURADOR GERAL DA REPUBLICA, MOTIVO, INCLUSÃO, NOME, ORADOR, RECOMENDAÇÃO, SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF), ABERTURA, INQUERITO JUDICIAL, RESULTADO, INVESTIGAÇÃO, OPERAÇÃO, POLICIA FEDERAL, OBJETIVO, APURAÇÃO, IRREGULARIDADE, GESTÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), DEFESA, INTEGRIDADE, SENADOR, COMENTARIO, HISTORIA, VIDA PUBLICA, POLITICA.

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, amigos que acompanham a TV e a Rádio Senado, meus amigos, hoje não quero fazer um discurso nesta tribuna, mas sim dialogar de maneira franca com o Brasil e com todas as famílias do meu querido Estado do Acre.

            Já tenho oito anos de vida pública, tendo sido por duas vezes Deputado Federal eleito pelo Estado do Acre. Chego ao Senado Federal com voto de quase 60% dos eleitores acrianos, que, em outubro do ano passado, me deram a honra e a satisfação de poder continuar a lutar por um Acre melhor.

            Por isso, resolvi, na tarde de hoje, esclarecer os fatos com relação à lista que aparece com o meu nome na Operação denominada Lava Jato. Quero, em primeiro lugar, reafirmar o meu compromisso de campanha e também o de Senador que sempre é colocar as pessoas em primeiro lugar. Sempre pautei e pauto minha vida pública pela ética. E aqui reafirmo esse meu compromisso.

            Confesso a vocês que me causou indignação ver meu nome na lista do Procurador da Justiça. Por outro lado, estou tranquilo, pois não deixarei de provar que as acusações supostamente incriminadoras não passam de devaneio do acusador, uma vez que não se encontram indícios e muito menos elementos para a abertura da peça administrativa.

            Nego, Senador Petecão, com veemência, que não recebo e nunca recebi valores do Partido Progressista que não estejam devidamente declarados e, mais, aprovados pelo Tribunal Regional Eleitoral, na sua unanimidade e sem ressalva.

            Minhas campanhas, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, contam com mais de 90% das doações de recursos oriundos do grupo empresarial da minha família, e tenho muito orgulho de afirmar que cada centavo foi ganho com muito trabalho de forma lícita.

            Não sou contra que se investiguem homens públicos. Pelo contrário, sou a favor de que homens públicos sejam, sim, investigados à luz dos princípios constitucionais da ampla defesa e do respeito ao contraditório.

            Hoje, Srªs e Srs. Senadores, estou sendo acusado sem processo e, pior, sentenciado sem defesa. A minha convicção na Justiça não será abalada. Confio na Justiça e, por meio dela, provarei minha inocência. E comprovarei que não faço parte do mar de lama em que tentam generalizar esta Casa, na qual tenho orgulho de representar o País e a minha terra amada, que é o querido Estado do Acre.

            Desta feita, irei resgatar a honra de quem escolheu o caminho da legalidade para servir o seu País. O Brasil passa por crises sem precedentes: inflação acima do teto da meta; aumento nas taxas de serviços essenciais; e, pior, os poderes fazendo disso tudo um cabo de guerra para saber quem mais coleciona atos de corrupção.

            O País não pode, Sr. Presidente, e não deve parar. Devemos apurar os fatos à luz da Justiça. Vivemos em um País que lutou para ser democrático, temos instituições consolidadas e, por tudo isso, não podemos nos furtar ao direito de fazer as reformas que o Brasil e os brasileiros esperam.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco Apoio Governo/PT - RS) - Senador Gladson, permita-me?

            Eu sei que eles estão ouvindo o Senador Gladson na tribuna. É praxe, na Casa, a gente cumprimentar os visitantes. Senão, vocês vão voltar para São Paulo e vão dizer: “Poxa, nós, do Sesi, filhos de trabalhadores e trabalhadoras... e o Paim não registrou.”

            Sejam bem-vindos, alunos do Sesi de São Paulo! Vocês estão ouvindo o discurso do Senador Gladson.

            Por favor, Senador!

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - Quero agradecer o apoio, neste momento tão difícil, da minha família, dos meus amigos, dos acrianos, de todos os brasileiros. Obrigado também pelas mensagens de solidariedade e de confiança que estou recebendo nas redes sociais.

            Assim, encerro este pronunciamento, protestando contra a fragilidade dos indícios que sustentam a abertura das investigações contra mim. Peço a compreensão e a paciência do povo acriano. Que não se fiem nas mentiras que por aí são divulgadas, até que tenha a oportunidade de defender e provar a minha inocência

            Era o que eu tinha a dizer.

            O Sr. Omar Aziz (Bloco Maioria/PSD - AM) - Senador!

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - Senador Omar!

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - Gladson, depois eu gostaria...

            O Sr. Omar Aziz (Bloco Maioria/PSD - AM) - Eu quero dizer que sou testemunha do trabalho que a sua família realiza lá no Amazonas, no Acre, e não é de hoje; ela tem uma história dentro do Estado do Amazonas. O Procurador-Geral abriu um precedente muito sério. Se aquilo que V. Exª está dizendo de que recebeu um valor do Diretório Nacional do seu Partido e que esse valor está sob suspeita, eu quero fazer um alerta a esta Casa: todos nós estamos sob suspeita. Não há ninguém aqui que não esteja sob suspeita, se recebeu recursos do seu diretório nacional. Independentemente de partido, nós temos que saber a origem do dinheiro que chegou aos diretórios nacionais para as campanhas no Brasil. Não dá para você dizer que fulano recebeu, esse dinheiro é legal, e esse aqui não foi negociado. Porque, se é depositado um dinheiro na conta do partido, do PP,...

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - E que é aprovado pelo próprio Tribunal.

            O Sr. Omar Aziz (Bloco Maioria/PSD- AM) - ... que é aprovado pelo Tribunal, o que é honesto, o que é desonesto? O que é que um partido está negociando na calada da noite e o que é negociado com transparência? Eu vi hoje e fico estarrecido, sabe por quê? Parece que o Brasil vai por um caminho que me preocupa, me preocupa. Preocupa porque, por meio de um depoimento dado hoje por um gerente da Petrobras, Senador Paim - e eu não estou falando de presidente, não; eu não estou falando de diretor; eu estou falando de um gerente da Petrobras -, ele admite que recebeu US$100 milhões - veja bem! - e que distribuiu os outros milhões para apaniguados políticos que o colocaram lá. A Nação está estarrecida. O que vai acontecer dia 15, que eu acabei de falar há pouco, Senador Gladson, é que não se iludam aqueles partidos que estão dizendo “isso não é nada comigo”. Não! É conosco sim. A Nação brasileira não está fazendo uma manifestação contra a Presidenta Dilma, não. Ela não está fazendo uma manifestação pró-ninguém, não. Ela está fazenda uma manifestação a favor dela própria neste momento; não é a favor de político, não. Todos nós estamos neste momento nesta mesma teia. Então, há de se separar o joio do trigo. Em relação a todos os partidos - a todos os partidos políticos, inclusive ao meu, que recebeu dinheiro de empreiteira -, há de se buscar da onde veio esse dinheiro. Se esse dinheiro é lícito ou não. Porque eu não acredito que o proprietário da empresa A, B ou C ache a gente bonito e por isso que vai botar dinheiro na nossa conta. Eu não acredito nessa história da carochinha. Não acredito que um empresário vá deixar de ter mais lucro porque gosta do partido A ou B. Não, senhor! É porque está acontecendo isso. Então, a partir do momento em que V. Exª faz um depoimento e cita que os R$100 mil que foram depositados na sua conta saíram da Direção Nacional do PP, todo o dinheiro distribuído pelo PP nacionalmente está sob suspeita, assim como está sob suspeita todo o dinheiro distribuído pelos partidos nacionalmente aos diretórios regionais. Não há: “O meu o dinheiro é honesto, e o dele é desonesto.” Ou são honestos todos ou não é honesto o de ninguém. Por isso, Gladson, quero aqui lhe dizer o seguinte: sei o sofrimento do seu pai e da sua mãe neste momento. Minha relação de amizade com eles é de há muitos anos e com a sua família toda. A minha solidariedade a você e a sua família. E espero que o Brasil possa pedir uma investigação de fato nas distribuições que foram feitas a partidos políticos. E, aí, parece que alguns partidos têm direito a mais dinheiro do que os outros. Não é? Se você for ver, o partido A tem direito a mais dinheiro do que o outro. Nós temos é que investigar isso. E acabar com este negócio: “Olha, eu não tenha nada a ver com isso ou eu tenho tudo a ver com isso.” Ninguém vai para esta tribuna dizer que é culpado. Ninguém vai assumir a tribuna e dizer: “Eu sou culpado, eu sou o responsável por isso.” Por quê? Porque, na realidade, se o diretório nacional vem, esse dinheiro não está escrito, é para “a”, é para “b” ou para “c’. É depositado no diretório nacional, e ele distribui para os diretórios regionais.É preciso que a gente tome providências em relação a essa questão, principalmente o Senado. Se a gente quiser investigar mesmo, vamos começar a investigação pelas contribuições dadas aos partidos políticos nacionalmente para saber se todo o dinheiro que foi gasto nessa eleição de 2014 teve origem decente, se ele teve origem... “Ah, eu quis fazer essa contribuição.”; ou não: “Eu fui obrigado a fazer essa contribuição!”, como a gente está ouvindo muito falar. Era isso, Paim! Era esse, Senador Gladson, o aparte que eu queria fazer a V. Exª.

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - Senador Gladson!

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - Muito obrigado Senador Omar.

            Passo a palavra para o Senador Sérgio Petecão.

            O Sr. Sérgio Petecão (Bloco Maioria/PSD - AC) - Senador Gladson, com certeza o seu pronunciamento é um pronunciamento muito esperado lá no meu Estado, no Estado do Acre. Estive esse final de semana lá e acompanhei a mídia do Acre. Tive o prazer de, nestes dois dias aqui - na segunda-feira cheguei -, conversar com V. Exª. Almoçamos juntos hoje, e sei do seu sentimento. Vi a denúncia que foi feita contra V. Exª. Na verdade, fiz questão de pegar uma cópia dessa denúncia. E não é o “Gladson”; é o “Gladison” - é com “i”. “Gladison”! Não é o nosso Gladson lá do Acre; é o “Gladison”. Mas, como o Senador Omar Aziz disse, que o conhece e conhece a sua família, eu também o conheço, tenho o prazer de gozar da amizade da sua família, da sua mãe, dos seus primos lá em Cruzeiro do Sul e de toda a sua família. Participei diretamente da sua campanha. Você foi o meu Senador. Participei diretamente da sua campanha, uma das campanhas mais bonitas que nós já tivemos no Estado do Acre. Enfrentamos toda a estrutura do Governo, e você, com esse seu jeito, jeito de menino, mas com muita garra, com muita vontade, conseguiu ter êxito. Tentei, ajudei na articulação atrás de recursos, você sabe disso: fomos buscar juntos, tentando, batemos em algumas portas atrás de recursos. E me preocupei Gladson, do fundo do meu coração. Hoje talvez você não vai ter o prestígio que teve o Anastasia, dos apartes. Mas hoje... E eu acho que o Senador Anastasia fez uma bela defesa e tem que vir mesmo. Ora, se você não deve nada, você tem que vir à tribuna! Eu o parabenizo, Gladson. Hoje, quando conversamos, a expressão mais usada por V. Exª foi: “Eu quero que apure! Eu quero que apure, Petecão! Estou lhe falando do fundo do meu coração. Eu quero que apure porque eu não devo nada, eu não devo nada!”. Olha, Gladson, talvez você não vá ter a oportunidade de fazer o reparo que uma denúncia dessas faz na vida de um Parlamentar, na vida de um cidadão, na vida de um ser humano. Você não vai ter oportunidade mais! Mas pode ter certeza, eu confio em você, eu confio em você porque conversei com você, que, com os olhos cheios de lágrimas, disse: “Petecão, eu sou inocente.” Só o tempo vai se encarregar de lhe dar a oportunidade de - se Deus quiser, desta tribuna que V. Exª está usando hoje - voltar e mostrar que V. Exª realmente é inocente. Eu vi a denúncia: o fulano recebeu um recurso, que passou para o PP e o PP teria lhe feito uma doação. Ora, é como disse o Senador Omar, se todos os Parlamentares que receberam recursos de seus partidos tiverem que ser penalizados, vai ter que penalizar muita gente aqui. Vai ter que penalizar muita gente. Então, meu amigo, levante a cabeça! Sei que V. Exª está sofrendo, pela sua idade, não está acostumado a deparar com situações como essa; sei do sofrimento por que a sua família está passando, de Cruzeiro do Sul a Manaus, mas no momento em que tomamos decisões de homem público, a gente tem que estar preparado para qualquer situação. Essa é apenas uma situação. Você sabe! Eu, pelo menos, já respondi a um processo no meu Estado, Senador Presidente Paim: atiraram na minha casa, e, com menos de 24 horas, o diretor de polícia - o diretor de polícia! - me fez uma acusação de que eu teria dado os tiros na minha casa para tentar tirar proveito político de uma situação dessa. Fui representado aqui, no Conselho de Ética, pedindo minha cassação. O Presidente Sarney foi quem arquivou o processo, porque não tinha sentido nenhum, era um negócio sem pé e sem cabeça. V. Exª vai chegar a esse momento. Se Deus quiser, esse mesmo Ministério Público que o está acusando vai inocentá-lo, porque não há provas. O que existe aí é uma denúncia, apenas uma denúncia. Agora, infelizmente, hoje, V. Exª já paga um preço muito caro, porque jogaram todo mundo na mesma vala. Está todo mundo na mesma vala. Hoje, no nosso Estado, paga-se um preço muito caro, porque a imprensa lá é governista e não vai perdoá-lo. Neste momento, só tenho de lhe desejar boa sorte. Levante a cabeça, com firmeza, porque aqueles 60% do povo acriano, pode ter certeza, ainda continuam do seu lado. Não será uma denúncia dessas que vai manchar, que vai macular sua bonita carreira. Boa sorte, amigo!

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - Muito obrigado, Senador Petecão.

            Quero conceder um aparte à Senadora Ana Amélia.

            A Srª Ana Amélia (Bloco Apoio Governo/PP - RS) - Caro Senador Gladson Cameli, V. Exª é do meu Partido, que vive uma das suas crises internas mais difíceis. Não é o único Partido a enfrentar essas dificuldades. Na política, é como a teoria da mulher de César: não basta ser honesto, é preciso provar que é honesto e parecer honesto. Então, tenho a convicção de que essa manifestação pública de V. Exª tem sinceridade, tem compromisso, especialmente com os eleitores do Acre que o mandaram para cá. Até adversários políticos seus me deram a ideia do equívoco que havia sido feito quando da inclusão do seu nome nessa lista de investigação. Quando V. Exª abre seu sigilo fiscal, bancário e telefônico, essa é a prova muito clara da disposição de esclarecer todos esses fatos. Essa é a maneira mais correta que um homem público tem para provar sua inocência.

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - Muito obrigado, Senadora Ana Amélia.

            Ao meu colega de Minas Gerais, concedo um aparte.

            O Sr. Zeze Perrella (Bloco Apoio Governo/PDT - MG) - Senador Gladson, V. Exª iniciou sua carreira política há pouco tempo e, tão jovem, já é Senador da República. O que a gente espera é que essas lições, essas injustiças sirvam para moldá-lo. Infelizmente, a gente aprende apanhando. E, na política, às vezes, dá vontade de desistir de ser político, exatamente por causa das injustiças. Para a imprensa, todo mundo é culpado até provem o contrário. Só que essa prova em contrário, às vezes, leva dois, três, quatro ou cinco anos para acontecer. Eu estava vendo hoje o depoimento do Sr. Pedro Caruso, não sei se o nome é esse. Eu fiquei estarrecido com o depoimento. Fiquei estarrecido! Ele convence qualquer um. Eu, como político, fiquei com vergonha até de ser político, até de ser político! Você imagina como é que estão se sentindo aquelas pessoas simples, lá dos rincões, quando veem uma pessoa do terceiro ou quarto escalão da Petrobras com R$300 milhões, que, como ele confessou, ele roubou da conta dele! Agora, o que acho estranho? As doações políticas feitas por partido. O PP as fez, todos os partidos as fizeram. O PT as fez. Por que a Presidente da República também não está indiciada? Ela recebeu recursos também do PT. Eu não estou aqui acusando ninguém. O que estou dizendo é que o que vale para o senhor tinha de valer para todos. Quando se bota um homem como Antonio Anastasia na lista, essa lista para mim já perdeu a credibilidade por si só, porque Antonio Anastasia - posso dizer, porque eu o conheço - é uma das pessoas mais íntegras que conheci na minha vida. Estou conhecendo-o agora. Já sofri também injustiças mil. Sou político desde 1998 e estou aqui. Há pouco tempo, como o senhor soube, um safado de um piloto enfiou 450kg de cocaína no meu helicóptero, no helicóptero dos meus filhos, meu irmão! Nem o Fernandinho Beiramar colocaria cocaína no helicóptero dos filhos dele. A gente não consta sequer como testemunha. O helicóptero já está de volta à minha família. A gente não consta sequer como testemunha nesse processo. E a mídia me massacrou durante 90 dias. Isso, agora, custou a eleição do meu filho, que era Deputado Estadual e que estava vindo para a área federal. Usaram isso de maneira torpe, como, acredito eu, estão fazendo com V. Exª. Então, fique tranquilo! V. Exª vai dar a volta por cima. V. Exª tem a confiança dos seus Pares. Se, amanhã, V. Exª estiver envolvido com isso, para mim vai ser uma decepção grande. Tenho a consciência de que não está envolvido. Nós que estamos na classe política sabemos quem é quem nisto aqui, neste jogo. Há 600 Parlamentares hoje. Se há 50 envolvidos, todos nós somos ladrões para a mídia aí fora. Hoje, eu estava vendo o depoimento de um funcionário da Petrobras. Um só levou R$300 milhões confessos. Ele é um peixinho pequeno nessa rede. Não estou aqui para acusar colegas, porque sei como é que a imprensa gosta de pegar a gente na sacanagem. Nós somos culpados até provem o contrário. Então, tenho a certeza de que V. Exª não vai ter de provar sua inocência, não! Eles é que vão ter de provar sua culpa. E, na maioria das vezes, são irresponsáveis. Quero me solidarizar também com nosso ex-Governador Antonio Anastasia, porque, se posso botar a mão no fogo por alguém, por ele eu colocaria. Estou conhecendo V. Exª agora e tive a melhor das impressões. Mas tenha a cabeça erguida, que V. Exª vai sair dessa e vai provar que nada tem com isso. É o que a gente espera. Muito boa sorte!

            O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Apoio Governo/PP - AC) - Muito obrigado, Senador.

            Antes, para concluir, Sr. Presidente, quero pedir à população brasileira, ao meu Estado, o Estado do Acre, que me dê esse crédito, para eu provar que isso tudo não passa de acusações levianas.

            Está à disposição da Justiça brasileira, do Ministério Público Federal, o meu sigilo bancário, fiscal e telefônico, porque quem não deve não teme. Vou provar minha inocência.

            Quero agradecer a todos que me apartearam, aos demais Senadores.

            Peço a esta Casa: vamos fazer as grandes reformas de que nosso País precisa.

            Meu muito obrigado.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/03/2015 - Página 462