Discurso durante a 192ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário sobre a atual crise política.

Autor
Randolfe Rodrigues (REDE - Rede Sustentabilidade/AP)
Nome completo: Randolph Frederich Rodrigues Alves
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SISTEMA POLITICO:
  • Comentário sobre a atual crise política.
Publicação
Publicação no DSF de 28/10/2015 - Página 102
Assunto
Outros > SISTEMA POLITICO
Indexação
  • REGISTRO, RELEVANCIA, RESULTADO, PESQUISA, ASSUNTO, REJEIÇÃO, LIDERANÇA, CLASSE POLITICA, CRITICA, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CONTRADIÇÃO, DISCURSO, CAMPANHA ELEITORAL, MANUTENÇÃO, PARTIDO POLITICO, EDUARDO CUNHA, DEPUTADO FEDERAL, PRESIDENCIA, CAMARA DOS DEPUTADOS, REDUÇÃO, AUTORIDADE, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).

    O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco Socialismo e Democracia/REDE - AP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Senador Lindbergh fez aqui uma provocação que está correta na premissa: a rejeição da classe política. Por outro lado, façamos aqui a autocrítica geral. Nós temos feito por onde. Essa rejeição nós temos trabalhado muito para chegar aí. E aí são todos. Todos!

    Vejam, a Presidente da República é eleita com um discurso. Um discurso que mobiliza milhões em torno dele. Depois, as medidas que ela toma são no sentido contrário ao discurso do que foi pregado por ela, principalmente no segundo turno da eleição. As medidas seguidas são uma política de aumento da taxa de juros, cortes nos programas sociais, retirada de direitos dos trabalhadores.

    Por outro lado, a maioria dos partidos políticos dão sustentação, mantêm, na Presidência da Câmara dos Deputados, um notório bandido, que é o Sr. Eduardo Cunha, o maior bandido que já passou pela história da República. Esse daí, há 30 anos, comete crimes no País - há 30 anos -, desde o tempo de PC Farias. E a maioria dos partidos sustentam, não encontram razão para afastá-lo da Presidência da Câmara dos Deputados. Ele continua conduzindo a Casa do povo brasileiro sem crédito nenhum.

    Aqui, no Senado e no Congresso Nacional, há um conjunto de comissões parlamentares de inquérito, mas, Senador Telmário, há muito tempo que se perdeu o respeito pelas CPIs da Casa. Nós estamos com uma aí. Na quinta-feira, o Senador Ataídes, Presidente, vai convocar reunião dela, que á a CPI do Carf. Eu espero que não se mobilize uma outra "pizza" que alimente essas continuadas desmoralizações de comissões parlamentares de inquérito que têm ocorrido nesta Casa. No final das CPIS, acaba sendo feito um pacto entre todos. Se continuar a desmoralização das comissões parlamentares de inquérito, só se aprofundará o descrédito em relação aos políticos.

    Então, Senador Telmário, o fato é que o desgaste revela realmente o descrédito da classe política. Mas os partidos, aqui no Senado e na Câmara, o Executivo, todos têm, lamentavelmente, trabalhado por onde.

    A reforma é concreta. Essa política econômica que aí está aprofundou o abismo social no País. Essa política econômica, esse receituário está provado que não dará certo, não está dando certo e não dará certo. Aprofundou o País na recessão. Dizia-se que sairíamos da recessão em agosto deste ano. Agora, só sairemos em 2017. É necessário, é urgente que tenhamos outra política econômica e que o Governo tome consciência disso.

    Por outro lado, a crise também é moral e a crise também é política. A crise política só se se resolve com medidas razoáveis. Não é razoável se manter na Presidência da Câmara o Sr. Eduardo Cunha. Não é razoável que as Comissões Parlamentares de Inquérito aqui, todas, sejam transformadas em um acordão em torno de outro acordão, no final delas. Não é razoável! Isso só aprofundará, só levará a essas constatações.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/10/2015 - Página 102