Discurso durante a 23ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Crítica às discussões entre Governo e oposição ocorridas no Plenário, e solicitação de cumprimento do Regimento Interno e respeito à ordem de chegada dos senadores.

Homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Apreensão com as manifestações marcadas para o dia 13 de março, e defesa da realização de manifestações pacíficas.

Solicitação de alteração da data da manifestação em defesa da liberação da fosfoetanolamina sintética, e defesa da edição de Medida Provisória para a liberação do medicamento.

Autor
Ivo Cassol (PP - Progressistas/RO)
Nome completo: Ivo Narciso Cassol
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO:
  • Crítica às discussões entre Governo e oposição ocorridas no Plenário, e solicitação de cumprimento do Regimento Interno e respeito à ordem de chegada dos senadores.
HOMENAGEM:
  • Homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
MOVIMENTO SOCIAL:
  • Apreensão com as manifestações marcadas para o dia 13 de março, e defesa da realização de manifestações pacíficas.
SAUDE:
  • Solicitação de alteração da data da manifestação em defesa da liberação da fosfoetanolamina sintética, e defesa da edição de Medida Provisória para a liberação do medicamento.
Publicação
Publicação no DSF de 08/03/2016 - Página 69
Assuntos
Outros > SENADO
Outros > HOMENAGEM
Outros > MOVIMENTO SOCIAL
Outros > SAUDE
Indexação
  • CRITICA, DISCUSSÃO, OPOSIÇÃO, GOVERNO, LOCAL, PLENARIO, SOLICITAÇÃO, CUMPRIMENTO, REGIMENTO INTERNO, SENADO, REFERENCIA, ORDEM, REALIZAÇÃO, DISCURSO.
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MULHER.
  • APREENSÃO, POSSIBILIDADE, VIOLENCIA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, APOIO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, DEFESA, IMPORTANCIA, PACIFICAÇÃO, MANIFESTAÇÃO.
  • SOLICITAÇÃO, ALTERAÇÃO, DIA, MANIFESTAÇÃO COLETIVA, ASSUNTO, LEGALIDADE, MEDICAMENTOS, OBJETIVO, MELHORIA, PACIENTE, PORTADOR, CANCER, PEDIDO, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, EDIÇÃO, MEDIDA PROVISORIA (MPV), LIBERAÇÃO, SUBSTANCIA MEDICINAL.

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado. Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, cumprimento com imensa alegria e satisfação e deixo aqui o meu abraço, a minha gratidão a cada um dos amigos e amigas não só do meu querido Estado de Rondônia, mas a todos aqueles que me acompanham nos quatro cantos deste rincão brasileiro.

    Fica aqui a minha gratidão para esses amigos e amigas, irmãs do círculo de oração, lideranças religiosas, que vão à igreja e sempre têm orado pelas autoridades, sempre também têm colocado na sua oração o nome do ex-prefeito, ex-governador do Estado de Rondônia e atual Senador Ivo Cassol, para que Deus continue trabalhando, operando nas nossas vidas no dia a dia.

    Mas aqui, neste instante, eu acompanhei hoje, Senador Paim, vários discursos, discurso inflamado de um lado, discurso inflamado do outro. O povo brasileiro já não aguenta mais quem está no Governo xingar a oposição, a oposição ficar xingando o Governo. Na verdade, virou uma verdadeira esculhambação, porque ninguém assume nada, está virado o nosso País de ponta-cabeça. E aí, infelizmente, se buscam os culpados disso tudo.

    Eu quero dizer para vocês que eu sou Senador e me sinto dentro desta Casa, muitas vezes, impotente, Senador Paim, para poder agir, trabalhar, fazer as coisas andarem. É tão difícil tudo isso. É complicado para a Nação.

    Eu vejo neste momento que as coisas estão se acirrando. Isso é preocupante para o nosso País. Enquanto isso, assistimos aos canais internacionais de televisão e é bomba de um lado, é guerra do outro, é outro se preparando para botar bomba atômica, não sei o quê. O que eu percebo é que, da maneira que estamos vendo essa inflamação política para tentar buscar os culpados, ou vice-versa, daqui a pouquinho a sociedade, toda ela, infelizmente, estará banhada em sangue.

    Aproveitam-se de momentos e situações que colocam em risco a nossa segurança, colocam em risco a nossa tranquilidade e a paz que nós temos no nosso Brasil. Eu fico preocupado com isso porque, no meio de tudo isso, há muitos que vêm à tribuna do Senado, ou mesmo lideranças nos quatro cantos do nosso Brasil, que buscam, na verdade, uma integração e tentam buscar o concerto disso tudo.

    Agora há pouco, o Senador Blairo Maggi fez uso da palavra, discursou e colocou palavras exatamente de um professor e da maneira que está.

    Tudo aquilo que é feito ou dado ou colocado à disposição, alguém paga por isso. E quando a receita encurta, infelizmente, não é uma história melhor e menor. O nosso Presidente, Senador Paim, é do Rio Grande do Sul, e, com certeza, quando lá na serra dá um frio, se existe alguém que está dormindo com um cobertor curto, ou essa pessoa cobre os pés ou cobre o peito, mas sempre fica uma parte de fora.

    É assim com os recursos que nós temos pela frente, hoje, para os prefeitos executarem seu trabalho, para os governos de Estado executarem suas obrigações e para o Governo Federal cumprir com os deveres e as obrigações também.

    E o que me entristece muito quando falamos de lei para cá, de lei para lá, é que eu falava há pouquinho com o meu colega Senador Randolfe, e ele dizia que estava aqui desde às 14h30 - eu também cheguei junto com S. Exª -, e, aí, chega algum às 18 horas e ainda usa a tribuna aqui e bota o cartaz que chegou às 18 horas. E nós aqui, Senador Randolfe, feito bonecos. Nem o nosso Regimento Interno aqui é respeitado. Olha que situação nós estamos vivendo. É esse "pula para cá", esse "pula para lá". E não é o seu caso, porque o senhor está como Presidente, mas existem alguns que vêm aqui e assumem a Presidência só para, junto com mais alguém... E daí a pouco levamos rasteira.

    Eu estou vendo o Senador Randolfe aqui de tarde acompanhando há horas, e ele caminha para cá, sapateia para lá, e vem para cá, tanto que o tapete aqui desgastou de tanto ele passar de um lado para o outro. E, aí, quem chega por último acaba se beneficiando. Então, isso é triste, porque nós estamos aqui, dentro desta Casa, e queremos que as coisas mudem, e, muitas vezes, somos impotentes, Senador Randolfe, para poder fazer isso, mesmo buscando os direitos. Mas nós que não queremos confusão deixamos a coisa passar para a frente.

    Mas eu quero aqui aproveitar, pois nós teremos um dia especial amanhã. Amanhã é o Dia Internacional das Mulheres. Nós temos aqui nossas assessoras que trabalham conosco na Casa; quem está nos assistindo em casa; enfim, a todas as mulheres a nossa gratidão pelo tamanho do coração que vocês têm e por, sempre, com todas as tarefas e com a obrigação do dia a dia, ainda ajudar o seu esposo, seus familiares, para poder ter uma vida melhor. Então, eu quero aqui deixar o meu abraço neste dia especial, 8 de março, o Dia Internacional das Mulheres.

    E queria aqui conclamar toda a sociedade, todos os amigos e amigas, os líderes religiosos para aproveitar, a partir de hoje, e começar, nas nossas orações, a pedir que Deus possa interceder para que não aconteça nada errado nessa manifestação.

    Porque, de repente, alguns mais empolgados em querer esconder isso ou tapar aquilo, ou vice-versa, podem se aproveitar da desgraça alheia.

    Está se programando para domingo uma grande manifestação em nível nacional. Eu não estou aqui dizendo quem tem ou não tem direito de ir, eu só tenho uma preocupação, que é igual à de você ir a uma partida de futebol: você leva sua esposa, leva seus filhos, você quer paz. É isso que eu quero aqui pedir. E aqueles baderneiros, arruaceiros, que estão com o propósito de quererem botar esse exército... Quando eu falo exército, eu não estou falando das nossas Forças Armadas aqui, vou deixar bem claro, mas esse exército que de repente querem construir para se perpetuar em algum lugar, ou em algum cargo, ou em alguma situação.

    Portanto, vem aqui o meu pedido especial neste dia que se aproxima para que todas as mulheres intercedam junto a seus filhos, seus esposos, seus familiares, para que toda manifestação que se faça seja pacífica.

    Mas por falar em manifestação, o próximo sábado aqui, na cidade de Brasília, é um dia especial em que estão tentando fazer uma manifestação para a liberação desse comprimido do câncer. São pacientes portadores do câncer. Eu só queria aproveitar aqui e fazer um pedido especial, porque estão fazendo essa manifestação aqui, em Brasília. Eu não sei quem está coordenando, de que maneira estão coordenando. Eu vi isso no Programa do Ratinho, na última quarta-feira, quando o Ratinho veio para essa luta - obrigado, Ratinho, você está sensibilizado e está sensibilizando o povo -, para que possam as nossas autoridades, para que o Ministério da Saúde, para que a Anvisa, porque está todo mundo aí preocupado em segurar seus cargos, seus Ministérios, ou cobrir isso, cobrir aquilo, que comecem a se preocupar em poder liberar esse comprimido do câncer, a pílula do câncer, que é a fosfoetanolamina. Porque quem sabe, amanhã, gente, são vocês que vão estar precisando desse medicamento para tratar um câncer dentro da sua própria família.

    E, aí, essa manifestação que estão programando para o sábado, no meu ponto de vista, está correta, só que o dia está impróprio.

    Mas, por que o dia está impróprio? Porque Brasília, no final de semana, fica parada; em Brasília, no final de semana, não há praticamente uma alma viva rodando por aqui; Brasília, no final de semana, só há um ou outro Senador, e alguns são de Brasília, ou alguns de muito longe, e, com os Deputados Federais, é diferente, todo mundo volta para as suas bases. A Presidente Dilma vai estar na Granja do Torto, na residência oficial, ou vai estar andando pelo Brasil afora. Então, essa manifestação está correta, precisa acontecer, mas ela não pode começar num dia errado, num sábado.

    Quero aqui conclamar todos os doentes, todos os que estão com câncer, que estão se tratando, que podem se movimentar, para fazermos um dia nacional contra o câncer, para trancarmos a Avenida Paulista, em São Paulo, num dia de ponto comercial. Vamos fazer um dia especial em Brasília, numa terça-feira, numa quarta-feira! Vamos paralisar todas as atividades! Vamos trazer os familiares de pacientes para cá, das redondezas de Brasília, de Goiás! Vamos envolver o Congresso Nacional! Vamos envolver, de mãos dadas, o Palácio, o Supremo, numa manifestação pela vida!

    Agora, vai ser feita no sábado, quando não vai haver quase ninguém para receber. Os poucos que virão vão ter despesas. Ao mesmo tempo, não teremos nem autoridades para nos atender, e, se fosse durante a semana...

    Então, se querem chamar a atenção, chamam a atenção com essas manifestações por troca de Presidente, para colocar Presidente; a manifestação para tirar Deputado, colocar Senador, e vice-versa; há a manifestação pela BR; há a manifestação dos sem-teto; há a manifestação dos nossos universitários, porque a passagem de ônibus está muito cara. E aí há a manifestação a favor da vida, mas ela precisa ser encadeada no Brasil inteiro, no mesmo dia, Senador Paim, e fazer o Brasil parar - vamos fazer este Brasil parar!

    Eu queria, neste momento, em que se discute, a todo instante, quem é o culpado disso, quem é o culpado daquilo, o que fizeram com fulano ou beltrano. Eu não estou perdendo tempo, e eu sempre digo: "Lavar cabeça de burro é perder água e sabão!" Não vamos ficar perdendo tempo com isso, com conversa fiada! Não rende o trem.

    Eu quero falar sobre o medicamento fosfoetanolamina; eu quero falar, como disse o Senador Paim, que, dentro da própria família, um familiar, parente seu, também está com problema de saúde. E, aí, muitos profissionais da saúde, Senador Paim, quando alguém pede, até orientam e falam: "Olhe, a única alternativa é a convencional, a quimioterapia, a radioterapia." E para a pessoa que já perdeu o cabelo, já perdeu tudo, não deu mais conta, dizem: "Tente, veja se consegue a 'fosfo'!", mas muitos profissionais da saúde, quando o paciente fala que vai tomar a fosfoetanolamina, a pílula do câncer, falam para que não tome.

    Eu tenho uma assessora que trabalha no meu gabinete. Ela conseguiu o medicamento para a sua avó; lá no mês de novembro, conseguiu o comprimido. E aí a sua avó foi falar com o médico, ela mora em Goiânia.

    Aí o médico falou para ela: "Minha senhora, não tome esse medicamento! Ninguém conhece. Ninguém sabe." E a senhora de 62 anos de idade - não vou falar ainda o nome dela, porque pediu para guardar - está fazendo toda a documentação, para trazer para nós, a fim de mandarmos para a Anvisa, Senador Paim. Ele falou para que não tomasse a fosfoetalonamina, que não tomasse a pílula do câncer, Senador Randolfe, e ela foi quietinha para casa, a vovó, e, junto com os seus filhos e com os seus netos, ela começou a tomar a fosfoetanolamina, dia após dia.

    Passaram-se dias e meses, e ela não voltou mais ao hospital, ao médico. Há 20 dias, ela voltou. E o médico a viu disposta, animada, com saúde e vendendo saúde para os vizinhos e os amigos.

    Daí o médico falou: "Fico feliz. O que é que aconteceu? Foi um milagre na sua vida!" E ela falou: "É um milagre! Deus operou na minha vida, graças ao remédio que o senhor não quis que eu tomasse, graças à fosfoetaonamina, que o senhor foi contra, e eu tomei, e hoje estou aqui, e estou curada!"

    E o médico virou para ela e falou: "Olhe, você não tem mais nada, nem no pulmão, nem no pâncreas." Não sei qual era o outro lugar onde havia. A metástase já havia tomado de conta. E ela não tinha mais nada.

    E eu não consigo entender, quando, neste momento, as pessoas só se preocupam com quem fica e com quem sai. Eu quero dizer a vocês, que estão me assistindo em casa: governo entra, governo sai; Ministro entra, Ministro sai; Deputado vem, Deputado vai; Senador vem, Senador vai embora. Na vida, se nós não tomarmos cuidado e não tratarmos da nossa saúde, nós iremos, e não voltaremos, porque Senador, político, vai e volta, mas, quando a saúde nos leva a vida, não há retorno.

    Mais uma vez aqui, nesse dia especial, amanhã é o Dia Internacional da Mulher, quero conclamar todas as mulheres, que é quem paga o preço mais caro - porque elas, pelos índices que tenho, têm mais problema de câncer, por causa do câncer de mama e de útero, e acabam sofrendo mais -, vamos juntos nessa campanha! Onde estão nossas autoridades? Onde está o grupo de trabalho, criado pelo Ministério da Saúde? Onde está o Inca, que diz que ainda não pode liberar?

    Temos a nossa lei, gente! A Anvisa, o Governo, o Ministério da Saúde têm a lei, que afirma que pode liberar em casos compassivos já. A Anvisa, há poucos dias, liberou um medicamento em seu nome que custa R$38 mil a ampola, que tem um pouquinho de fosfoetalonamina, mal e mal, um pouquinho que não faz nada, não refresca, mas a nossa, que é descoberta do País, com que o Governo - Senador Paim, nosso Presidente, e Senador Randolfe - poderia economizar milhões e milhões com recurso que se gasta e que se paga, mas alguém diz: "Não vamos acabar com o sistema tradicional, não!"

    Esse sistema tradicional internacional de saúde, infelizmente, é um círculo vicioso. É por isso que há dificuldade em se colocar dentro. E o que precisamos é que, se tivermos uma oportunidade, se houver um medicamento ou dez medicamentos, seja liberado, porque é o direito à vida.

    Senador Paim, assisti, quarta-feira à noite, no Ratinho, a uma paciente de câncer que disse que, lá nos Estados Unidos, Senador Randolfe, quando alguém está condenado à morte, está no corredor da morte, tem direito a fazer um pedido, e é atendido. E aqui os pacientes de câncer fizeram o pedido: "Liberem a fosfoetanolamina! Liberem a pílula do câncer!" E pergunto: o que a nossa Casa está fazendo? Quase nada. O que a Câmara e o Senado estão fazendo? Quase nada. É discurso em cima de discurso, e sou mais um aqui tentando convencer.

    Mas aqui há declaração, há relato, como disse hoje uma pessoa: "Não, mas há vários relatos de paciente!" Não conheço relato de nenhum paciente; conheço depoimento de paciente que estava com câncer, tratou-se ou curou-se, ou melhorou, e, pelo menos, teve uma morte digna, porque, com a fosfoetanolamina, sequer dor ele teve.

    Precisamos dar oportunidade para quem quer se tratar. E o risco dessas pessoas? Cada paciente que já está com câncer já está carimbado; já sabe que, felizmente, alguns até conseguem se curar, mas são muito poucos casos que conseguem se curar; então, ele já está carimbado.

    Portanto, se houver uma chance, se houver uma oportunidade, tem que ser aproveitada, e ele assina um termo de responsabilidade. Acabam-se as pesquisas, faz-se o que se precisa fazer,...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) - ... fazendo as pesquisas complementares, se a dose é maior, se é melhor, quem tem que tomar a vida inteira um suplemento. Ele só marca as células cancerosas, e é próprio organismo que vai lá e elimina as células mortas.

    No dia em que este Congresso, que esta tribuna, a maioria só se preocupou em fazer discurso de impeachment, contra impeachment, de caça esse, prende aquele, faz aquilo, eu não perdi tempo com isso. O povo já está com conversa demais. Eu estou defendendo a vida, porque esta vida não tem volta.

    Enquanto o restante vai e vem; tudo o que está acontecendo na política vai e volta; mas a vida de quem está com câncer e de quem vai para o cemitério, eu não conheço ninguém que voltou lá debaixo, de sete palmos de terra ou de concreto. Nenhum, Senadores - nenhum! Então, é isso que tenho defendido o tempo inteiro.

    Sr. Presidente, portanto, só um mais um minutinho, para eu concluir, porque vai dar o tempo. Só mais um minutinho, para poder concluir.

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) - Portanto, quero aqui fazer esse pedido especial.

    Nós estamos começando uma semana em que a coisa está tumultuada em nível nacional, está pegando fogo nos quatro cantos do Estado brasileiro. E todo mundo sabe que a gente não pode generalizar, porque há muita gente boa, muita gente séria, muita gente honesta, mas o País, nós, este Congresso aqui, o Senado, precisamos dar resposta. Da mesma maneira que há resposta de um lado, o restante ainda se pode segurar, mas, na saúde, não se pode segurar, porque quem está doente precisa do medicamento para ontem.

    E, Senador Paim, desculpe-me a maneira de dizer, pela amizade que a gente tem, mas ainda há muita gente que está com câncer, mesmo, às vezes, tendo acesso a medicamento, porque o médico não falou: "Tome!" Se o médico falar: "Tome ácido sulfúrico!", a pessoa toma, mesmo fazendo mal. E quero aqui falar para os bons médicos, os bons profissionais que conhecem, sabem, já têm prova e testemunha: vamos aproveitar toda oportunidade de tratamento que tivermos não só para o câncer, mas para todas as outras doenças, quando for necessário.

    Quero, aqui, portanto, de coração, deixar meu abraço e minha gratidão. E gostaria de agradecer ao meu colega, Senador Randolfe. No seu Estado, assisti, esses dias, à matéria do Jornal Nacional, no Fantástico, afirmando que lá não havia nem como fazer quimioterapia, não havia nem como fazer cirurgia, e havia aquelas senhoras, aqueles ribeirinhos, lá no meio da mata, com a maior dificuldade para poder se tratar, para poder ter o acesso.

    Imagine, Senador Randolfe, amanhã, lá dentro, aquele pessoal indo à farmácia, comprando o medicamento da fosfoetanolamina, tomando e tendo um resultado positivo ou na cura ou no tratamento contra o câncer! Quanto sofrimento os seus amigos, as suas amigas, os seus eleitores, do seu Estado, porque eu assisti à dificuldade que têm de chegar, marcada a consulta, não há médico...

(Soa a campainha.)

    O SR. IVO CASSOL (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RO) - ... não há quimioterapia, não há isso, não há aquilo; nós acompanhamos...

    Portanto, eu quero aqui mais uma vez conclamar o Ministro da Saúde, a Presidente Dilma - por favor, Presidente Dilma, deixe um pouquinho só esse impeachment para um lado, deixe esse negócio de prisão, de Lava Jato para um lado! Já roubaram a Petrobras, já assaltaram a Petrobras, já saquearam o nosso Brasil! Deixe isso aí um pouquinho de lado!

    Faz a medida provisória, Presidente Dilma! Libera o uso compassivo do medicamento da fosfoetanolamina! Traz esse povo para o seu lado! Traz esses pacientes para o seu lado! Traz esses familiares para o seu lado, para a senhora ser carregada por eles! Porque, quanto aos adversários, esquece, eles não vão carregar a senhora, não.

    Então, por isso eu quero aqui fazer o último pedido de coração, agradecer o carinho especial e que continuem indo à Igreja ou mesmo em casa, nas suas orações, orando e pedindo a Deus que me ilumine e dê proteção, e continuem sempre advogando para que eu consiga defender vocês, consiga continuar defendendo o povo do Brasil e do meu Estado de Rondônia!

    Um abraço e obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/03/2016 - Página 69