Discurso durante a 85ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registro de participação na Assembleia da Organização Mundial de Saúde, ocorrido em Genebra, na Suíça, evento paralelo ao encontro da União Internacional dos Parlamentos.

Autor
Gladson Cameli (PP - Progressistas/AC)
Nome completo: Gladson de Lima Cameli
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE:
  • Registro de participação na Assembleia da Organização Mundial de Saúde, ocorrido em Genebra, na Suíça, evento paralelo ao encontro da União Internacional dos Parlamentos.
Publicação
Publicação no DSF de 02/06/2016 - Página 189
Assunto
Outros > SAUDE
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ASSEMBLEIA GERAL, ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAUDE (OMS), SEDE, REALIZAÇÃO, GENEBRA, SUIÇA, DISCUSSÃO, SAUDE PUBLICA, BRASIL, ENFASE, MORTE, RECEM NASCIDO, MATERNIDADE, RIO BRANCO (AC), ESTADO DO ACRE (AC), AUMENTO, VITIMA, ZIKA, DENGUE, DEBATE, SAUDE, CRIANÇA, COMENTARIO, RESOLUÇÃO, ASSUNTO, PREVENÇÃO, DOENÇA, COMUNIDADE, POPULAÇÃO, FOCO, PESSOA FISICA, SERVIÇO, COMBATE, QUALIDADE.

DISCURSOS ENCAMINHADOS À PUBLICAÇÃO, NA FORMA DO DISPOSTO NO ART. 203 DO REGIMENTO INTERNO.

    O SR. GLADSON CAMELI (Bloco Democracia Progressista/PP - AC. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, participei na semana passada, em Genebra, na Suíça, da sexagésima nona Assembleia da Organização Mundial de Saúde, evento paralelo ao encontro da UIP, a União Internacional dos Parlamentos. Criada no século 19, a UIP trabalha em estreita cooperação com a Organização das Nações Unidas no intuito de fazer com que os Legislativos se comprometam na identificação das demandas específicas de cada país dentro das metas globais da ONU.

    A UIP tem feito importantes contribuições para a paz e para a cooperação entre os povos e tem facilitado o diálogo e o entendimento para além das desavenças políticas mundiais. Com certeza está na vanguarda da evolução dos Parlamentos. A estratégia da UIP para o período de 2012 a2017 está traduzida no seguinte objetivo: "Parlamento melhor, democracia mais forte".

    Junto comigo, o senador Ciro Nogueira também participou das discussões e quero aqui partilhar com meus pares um pouco do que se tratou lá. Particularmente, os debates sobre a saúde pública chamam a minha atenção porque não é apenas o surto de dengue e zika vírus no Brasil que preocupa. No Acre, senhores senadores, estamos passando por uma grave situação: entre janeiro e abril desde ano pelo menos 26 bebês morreram na maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco.

    E mais, também de janeiro a 14 de maio foram notificados 1.325 casos suspeitos de zika em todo o Acre e outros 7.276 casos suspeitos de dengue. O governo do estado não deu até agora nenhuma explicação plausível, aceitável, para as mortes na maternidade e a população está extremamente preocupada, com razão. A zika, responsável pela microcefalia, assusta os acrianos e todos os brasileiros.

    As políticas de saúde materna, neonatal e infantil foram intensamente debatidas neste encontro em Genebra. A União formou um compromisso de trabalhar ao lado da Organização Mundial da Saúde (OMS) para permitir que os parlamentos possam contribuir para a cobertura de saúde universal e garantir o acesso aos cuidados de saúde para os mais vulneráveis e marginalizados. Tratamos ainda de assuntos como obesidade infantil, aleitamento materno, doenças transmissíveis, tabagismo, e em especial a epidemia de Zika e microcefalia.

    Srªs Senadoras, Srs. Senadores, o mundo todo está com os olhos voltados para o Brasil por causa das doenças transmissíveis associadas ao Aedes aegypti e a realização dos jogos Olímpicos no Rio de Janeiro em agosto. O ministro da Saúde, Ricardo Barras, que é do meu partido, esteve em Genebra na Assembleia Mundial da Saúde e levou uma mensagem de tranquilidade para os delegados dos 194 países-membros. Mais do que por medalhas de ouro nos esportes, torcemos para que o Brasil ganhe a medalha de ouro em segurança à saúde nos Jogos Olímpicos.

    Em Genebra, foram aprovadas várias resoluções importantes. Trago uma delas para reflexão e discussão aqui no Senado: a que trata do quadro da OMS para a Atenção Integrada Centrada nas Pessoas e os Serviços de Saúde, que nos obriga a pensar numa mudança fundamental na maneira como os serviços de saúde são financiados, geridos e entregues.

    O aumento da expectativa de vida pressiona os sistemas de saúde em nível mundial. E adiar uma discussão do assunto pode fazer com que esses sistemas se tornem fragmentados, ineficientes e insustentáveis. E o que significa essa atenção integrada centrada nas pessoas? Significa colocar as pessoas e as comunidades, e não doenças, no centro dos sistemas de saúde, além de capacitar as pessoas para cuidar da própria saúde ao invés de ser beneficiários passivos de serviços.

    A saúde pública de qualidade não é apenas um dever do Estado e um direito do cidadão, garantida na Carta Constitucional; é um compromisso que necessita de ações legislativas. Cabe a nós a iniciativa de traçar mecanismos de garantia da saúde como direito fundamental e como política de Estado. Saúde integral anda de mãos dadas com o desenvolvimento humano, econômico e social.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/06/2016 - Página 189