Fala da Presidência durante a 99ª Sessão Especial, no Senado Federal

Encerramento da Sessão Especial destinada a celebrar a aprovação e a importância da Lei nº 13.267, de 2016 – Lei das Empresas Juniores.

Autor
Cristovam Buarque (PPS - CIDADANIA/DF)
Nome completo: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO:
  • Encerramento da Sessão Especial destinada a celebrar a aprovação e a importância da Lei nº 13.267, de 2016 – Lei das Empresas Juniores.
Publicação
Publicação no DSF de 21/06/2016 - Página 19
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO
Indexação
  • ENCERRAMENTO, SESSÃO ESPECIAL, CELEBRAÇÃO, APROVAÇÃO, IMPORTANCIA, LEI FEDERAL, ASSUNTO, EMPRESA, GESTÃO, ESTUDANTE, ORIENTAÇÃO, UNIVERSIDADE, AGRADECIMENTO, JOSE AGRIPINO, SENADOR, COMENTARIO, LEGISLAÇÃO, RESULTADO, CRIAÇÃO, EMPREGO, MELHORIA, SERVIÇO PUBLICO, APOIO, AUMENTO, ESCOLA PARTICULAR, FINANCIAMENTO, GOVERNO.

    O SR. PRESIDENTE (Cristovam Buarque. Bloco Socialismo e Democracia/PPS - DF) - Muito obrigado, Deputado Felipe Maia.

    Meu papel aqui seria apenas de mestre de cerimônias para chamar as pessoas a virem falar e dizer que está encerrada a sessão, mas não vou dizer ainda.

    Eu não consigo resistir. Primeiro, quero fazer dois agradecimentos ao Senador Agripino Maia e depois dizer duas palavras.

    Dois agradecimentos, Senador. Em primeiro lugar, como brasileiro pela lei. O senhor está fazendo aqui o que pode vir a ser uma espécie de Lei Áurea da capacidade empresarial de jovens brasileiros que estavam inibidos e agora ficam soltos para usarem esse potencial.

    Em segundo, meus agradecimentos, como seu colega, por me dar o privilégio de estar presente nesta sessão e como Presidente da Mesa. São meus dois agradecimentos.

    As duas palavras são para mostrar a importância do que se está fazendo aqui hoje.

    Nós precisamos de empreendedorismo porque é a maneira de libertar uma energia que algumas pessoas têm dentro de si de empreender.

    Empreender é um verbo que tem a ver com usar energia dentro da gente. E o Brasil tendeu muito tempo a inibir essa energia.

    O empreendedorismo é a maneira como você liberta e traz vantagem para todos.

    Nós nos acostumamos a criar emprego em alguns lugares. A gente esquece que, através do empreendedorismo, quando se cria o emprego do empreendedor, ele cria dezenas, centenas, milhares de empregos, dependendo do resultado do seu empreendimento.

    A luta para termos emprego cada vez mais será através do empreendedor que criou o seu emprego e que cria emprego para os outros.

    Não tem outro caminho, ficou para trás o tempo em que nós tínhamos o capitalista que criava emprego em uma linha de produção. Isso aí hoje vai ser cada vez menos, e cada vez mais vai ser alguém que tem uma ideia e que começa a gerar empregos.

    O Steve Jobs talvez seja o melhor exemplo desse empreendedor que gerou, eu não sei nem se alguém tem ideia de quantos empregos, graças ao seu gesto de empreendedor. Por isso, a importância de educar para o empreendedorismo.

    Eu fico contente que o Senador Agripino Maia tenha falado de algo que eu iria colocar, não só na universidade, mas no ensino médio. Temos que colocar no ensino médio não só o gosto para empreender, como técnicas que facilitam empreender. É preciso que os nossos meninos e meninas ainda no ensino médio comecem a perceber isso.

    Nós estamos acostumados a ter um ensino médio para que se passe no concurso do vestibular ou no concurso de um emprego, muitas vezes público. E isso, cada vez mais, vai ser restrito. Nós precisamos, de fato, é dessa capacidade de empreender.

    A outra coisa, é porque através disso a gente vai resgatar e redefinir melhor uma palavra que está perdendo o sentido. É a palavra "público".

    Nós cometemos o erro de misturar, como se fossem sinônimos, público e estatal, e não são sinônimos. Um hospital estatal que não funciona bem, não é público; é estatal, mas não é público. Público é o hospital no qual não tem fila para entrar, não sai doente, nem tem que pagar. Pode ser uma entidade privada financiada pelo Estado, mas com todo o sistema particular, privado, de funcionamento.

    Nesse sentido, o empreendedorismo permitirá trazer a nós a redefinição de público como aquilo que serve ao público, independentemente de quem é o dono e do regime de contratação dos seus trabalhadores. E aí eu quero, com isso, pedir que vocês usem, de acordo com a vocação de vocês, a capacidade de empreender, mas procurem usar a capacidade de empreender em serviços públicos. Obviamente, quero repetir, funcionando com a eficiência privada, mas servindo. Por exemplo, eu gostaria de ver cada vez mais empreendedores colocando escolas, e o Governo financiando para que os alunos possam estudar nessas escolas particulares, sem ter de despender o dinheiro do próprio pai. O Prouni faz isso com as universidades particulares; por que não podemos fazer isso no ensino médio e no ensino fundamental?

    Mais entidades, e eu acho que vocês já estão de acordo, em áreas de avanço técnico, de ponta, na área da informática. Então, eu gostaria de ver, cada vez mais, empreendimentos nestas áreas que têm a ver com o futuro.

    Dito isso, eu ia encerrar a sessão, mas creio que o Senador quer usar a palavra e o Senador José Agripino não vai criar problemas, como o dono da festa.

    Então, a palavra com o Senador Wellington Fagundes.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/06/2016 - Página 19