Pela Liderança durante a 100ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre medidas adotadas pelo Governo Michel Temer para retomada do crescimento econômico.

Autor
Cidinho Santos (PR - Partido Liberal/MT)
Nome completo: José Aparecido dos Santos
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
ECONOMIA:
  • Comentários sobre medidas adotadas pelo Governo Michel Temer para retomada do crescimento econômico.
Publicação
Publicação no DSF de 22/06/2016 - Página 14
Assunto
Outros > ECONOMIA
Indexação
  • COMENTARIO, GRUPO, ATO, AUTORIA, GOVERNO FEDERAL, MICHEL TEMER, EXERCICIO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, OBJETIVO, ENCERRAMENTO, CRISE, ECONOMIA NACIONAL, ENFASE, PROPOSTA, RENEGOCIAÇÃO, DIVIDA, ESTADOS, MANUTENÇÃO, POLITICA CAMBIAL, INCENTIVO, EXPORTAÇÃO, AUMENTO, PROGRAMA DE GOVERNO, CONCESSÃO, OBRA PUBLICA, SERVIÇO PUBLICO.

    O SR. CIDINHO SANTOS (Bloco Moderador/PR - MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

    Senhoras e senhores (Fora do microfone.) telespectadores da TV Senado, ouvintes da Rádio Senado, venho hoje à tribuna para fazer uma reflexão sobre o momento que vive o nosso País.

    É certo que a crise que atravessamos possui mais pontos negativos do que positivos. O Produto Interno Bruto retrocedeu cinco anos. A taxa de investimentos é a menor em 21 anos. A produção caiu 0,3% nesse período. O consumo das famílias, o principal estimulador do crescimento, recuou 1,7%, e a taxa de investimentos, 2,7%.

    Mas, em meio a tanta queda, há também escondidos pontos positivos, nos quais devemos nos focar. As estatísticas do PIB nos mostram isto: a queda trimestral de 0,3% em relação ao trimestre anterior não foi tão ruim quanto esperávamos, visto que a previsão era de que houvesse um retrocesso de 1%.

    Em maio, os índices de confiança da indústria, do comércio e dos consumidores melhoraram. Depois de três anos, o comércio voltou a apresentar resultado positivo em abril. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do varejo cresceram 0,5% na comparação entre o mês passado e março. Com esse desempenho, os comerciantes registraram alta no faturamento, que cresceu 1,2% no mês de abril.

    Eu entendo que este é um momento importante e acredito que a nossa população tem que ser mais otimista, tem que acreditar que nós estamos em um novo momento. Estamos em fase de grandes mudanças governamentais, a política está sendo reestruturada - não só a política interna, mas também a política externa -, e os cidadãos precisam retomar a confiança no nosso País, para que possa realmente voltar a crescer, voltar a se desenvolver.

    A recessão brasileira ainda é profunda, mas começa a perder força, e isso precisa ser destacado. Algumas atitudes eu entendo que devam ser tomadas no âmbito dos Poderes para que a retomada do País seja alavancada e quero justificar alguns dos itens.

    Buscar a facilitação e a renegociação das dívidas das pessoas físicas e jurídicas usando depósitos compulsórios - ontem nós vimos o Governo do Presidente Michel Temer anunciar, junto com os governadores, uma carência para os governadores, a renegociação das dívidas estaduais, o que acredito ser de fundamental importância. Também entendo que ela deva ser estendida aos Municípios brasileiros, que são entes federados. Mas não podemos nos esquecer das pessoas físicas e das pessoas jurídicas. Quantas empresas, hoje, estão endividadas no nosso País, com débito com a Receita Federal, com o INSS, com o FGTS, e precisam de um socorro neste momento, de um Refis para refinanciar essas dívidas com prazo de 180 meses, com desconto de multas e de juros, a fim de que possam se inserir novamente no mercado e participar ativamente?

    Manter a política cambial favorável às exportações é de fundamental importância. Houve um superávit comercial de US$20 bilhões só neste ano.

    Incentivar a construção civil, setor que dá uma resposta muito rápida. Acredito que o Governo deve voltar a incentivar a construção civil.

    Avançar nos programas de concessões públicas, que vão gerar novos negócios e empregos para o nosso Brasil.

    Tenho certeza de que o Ministro Moreira Franco, que está encarregado dessa área de concessões públicas de aeroportos, de rodovias e ferrovias, está bastante ágil e com muita confiança de que neste ano teremos ainda grandes concessões, e isso será muito importante para gerar investimentos, gerar emprego e renda para o nosso País.

    Nesta semana, nós devemos votar aqui a questão do novo Supersimples, o sistema tributário simplificado para micro e pequenas empresas. Creio que representa uma medida concreta para a retomada do desenvolvimento do nosso País. O texto do projeto abre, ainda, o Refis para micro e pequenas empresas de 120 meses, o dobro do prazo atual.

    Em 2015, 150 mil empresas foram excluídas do Supersimples por dívidas tributárias. Por isso, defendo o Refis, para que essas empresas possam realmente voltar a se inserir no mercado.

    Ainda entre esses pontos, Sr. Senador e Sr. Presidente, acredito que na reforma trabalhista alguns pontos são essenciais, como os acordos coletivos entre patrões e empregados. Há alguns pontos da reforma trabalhista que hoje colocam o patrão já como inimigo instantâneo de seus funcionários. E uma reforma vai fazer com que nós possamos gerar emprego e renda aqui. Fico triste ao ver empresas brasileiras se instalando no Paraguai, se instalando na China. Em vez de gerarmos emprego e renda no nosso País, estamos perdendo emprego e renda, devido à nossa incapacidade gerencial, devido à alta carga tributária, como também às questões trabalhistas, que hoje colocam a atividade de gerador de emprego, de empregador como uma atividade de alto risco.

    Falando ainda sobre o Supersimples, outras novidades que constam no projeto são: o aumento do teto da receita anual das micro e pequenas empresas para adesão ao Supersimples, de R$3,6 milhões para R$4,8 milhões; e o limite de faturamento dos microempreendedores individuais, que salta de R$60 mil para R$72 mil. O Supersimples é uma medida instantânea, porque o Refis já passa a valer neste ano, assim que aprovado.

    E, para o segmento, apresenta outras vantagens: além de ampliar o prazo de parcelamento dos débitos de 60 para 120 meses, haverá a redução de multas e juros de pelo menos 90% para os microempreendedores individuais e de pelo menos 50% para as micro e pequenas empresas. Isso é bastante significativo!

    Não é preciso esperar nada, nem as reformas, nem a votação do impeachment e nem mesmo a redução dos juros, embora isso pudesse ajudar muito. Nós temos que ser proativos, aproveitar o bom momento em que o Governo Federal tem uma base parlamentar sólida para fazer as reformas e fazer a aprovação daquilo que realmente interessa ao País, que, a meu ver, é uma reforma tributária; uma reforma do sistema trabalhista; a questão das concessões de portos, aeroportos, rodovias; um pacto pela saúde do nosso Brasil - nós não podemos continuar da forma como estamos -; rediscutir o Pacto Federativo. Acredito que este momento é muito importante para que possamos amadurecer e pensar no Brasil como um todo

    A crise nos obriga a fazer realmente uma reflexão, e, ainda que haja consequências graves, podemos dizer que ela antecipa, em alguns anos e de uma forma favorável, ajustes que teríamos que fazer num futuro próximo com custos muito mais elevados.

    As chaves que efetivamente abrem o caminho do crescimento são a confiança, o otimismo e o desejo da sociedade. Ela precisa ser estimulada a querer e a buscar isso continuamente.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.

    Era o que eu tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 22/06/2016 - Página 14