Discurso durante a 118ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comentários sobre a visita de S.Exª a municípios do Estado de Mato Grosso; e outros assuntos. Considerações acerca de agenda cumprida por S. Exª em municípios do Mato Grosso (MT), com o objetivo de verificar as necessidades de cada município, apreensão pela falta de rodovias para escoamento da produção do estado, o que gera pouca competitividade e desvantagem para o mercado.

Comentários sobre o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff e sobre o momento atual da política nacional; crítica à gestão do PT no Governo Federal, e defesa da necessidade de maior respeito em debates.

Autor
José Medeiros (PSD - Partido Social Democrático/MT)
Nome completo: José Antônio Medeiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATIVIDADE POLITICA:
  • Comentários sobre a visita de S.Exª a municípios do Estado de Mato Grosso; e outros assuntos. Considerações acerca de agenda cumprida por S. Exª em municípios do Mato Grosso (MT), com o objetivo de verificar as necessidades de cada município, apreensão pela falta de rodovias para escoamento da produção do estado, o que gera pouca competitividade e desvantagem para o mercado.
GOVERNO FEDERAL:
  • Comentários sobre o processo de impeachment da Presidente Dilma Rousseff e sobre o momento atual da política nacional; crítica à gestão do PT no Governo Federal, e defesa da necessidade de maior respeito em debates.
Aparteantes
Ana Amélia, Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 02/08/2016 - Página 25
Assuntos
Outros > ATIVIDADE POLITICA
Outros > GOVERNO FEDERAL
Indexação
  • COMENTARIO, VISITA, ORADOR, LOCAL, MUNICIPIOS, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), OBJETIVO, ANALISE, NECESSIDADE, MUNICIPIO, APREENSÃO, FALTA, RODOVIA, LIGAÇÃO, ENTE FEDERADO, ESTADOS, RESULTADO, AUMENTO, INDICE, ACIDENTE DE TRANSITO, PROBLEMA, ESCOAMENTO, PRODUÇÃO AGRICOLA, AUSENCIA, COMPETITIVIDADE, INFERIORIDADE, MERCADO.
  • COMENTARIO, PROCESSO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, SITUAÇÃO, POLITICA NACIONAL, CRITICA, GESTÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), GOVERNO FEDERAL, DEFESA, NECESSIDADE, RESPEITO, DEBATE.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, todos que nos acompanham pela Rede Senado de Televisão, pela Rádio Senado e também os que nos acompanham pelas redes sociais, durante esse recesso, tal qual o Senador Paim, também andei pelo Estado de Mato Grosso. Aliás, andei pelo Brasil. Fiz também uma visita histórica à cidade de Caicó, no Rio Grande do Norte, porque nasci na década de 70 e até então não tinha voltado lá. Recebi uma homenagem da Câmara de Vereadores, à qual agradeço muito, bem como a todos os vereadores, ao Presidente da Câmara e ao Prefeito. Agradeço muito a boa acolhida e a recepção do Deputado Álvaro, do Deputado Rafael Mota, e o carinho que recebi do Senador Garibaldi.

    Senador Paim, eu o aconselho a ir ao Rio Grande do Norte, porque a recepção do Senador Garibaldi é algo extraordinário.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) - Deixe-me falar que já fui uma vez lá e foi exatamente isto: ele me recebeu e me levou para a casa dele, com um carinho enorme. Então, eu quero me somar a esse cumprimento que V. Exª faz a ele.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - Então, está confirmada realmente a boa hospitalidade dele.

    A Srª Ana Amélia (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PP - RS) - Eu também quero me associar a V. Exª, Senador José Medeiros, como fez o Senador Paim, porque também estive em Natal, num evento do meu Partido, e o Senador Garibaldi Alves teve a delicadeza de estar presente. Então, faço questão de manifestar essa fidalguia dele com os colegas. Ele age assim também nas relações com todas as pessoas, com sua forma generosa de ser e de se comportar. Portanto, o Senador Garibaldi Alves, nosso companheiro, é uma unanimidade. Todos lhe queremos muito bem e respeitamos muito esse político, que tem a integridade das pessoas que representam tão bem o Rio Grande do Norte e também o Nordeste.

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - Não tenha dúvida, Senadora Ana Amélia. Eu fiquei encantado com o seu fôlego, porque ele estava correndo, já que era um momento de convenção, e, mesmo assim, fez questão de me receber de forma maravilhosa.

    O Rio Grande do Norte está passando por um momento difícil, um momento de grande violência, porque o Governo do Estado resolveu, de forma correta, a meu ver, bloquear os sinais de celulares, o que é um clamor da sociedade brasileira. As pessoas não entendem como os bandidos ficam dentro das cadeias dando golpe, às vezes, nas pessoas que estão do lado de fora. Nesse momento, o Rio Grande do Norte está passando por dificuldade.

    Foi uma viagem interessante. Recebi aquele prêmio da Câmara e visitei parentes que não conhecia. Enfim, foi um momento muito agradável.

    Também viajando pelo Estado de Mato Grosso, nesse recesso, pude visitar vários Municípios. Não quero cansar aqueles que nos assistem, mas, em homenagem a todos os Municípios pelos quais passei, faço questão de citá-los: Barra do Garças, Nova Xavantina, Água Boa, São Félix do Araguaia.

    Convido os Senadores que ainda não conhecem a conhecer a região do Araguaia. Há praias lindíssimas. A todos que estão nos ouvindo e nos assistindo quero fazer a propaganda da região do Araguaia, onde há praias de água doce muito lindas, além de ser um lugar ótimo para se visitar, para ir com a família.

    Visitei também o Município de São José do Xingu, Canabrava do Norte, Confresa, Querência, Santa Cruz do Xingu, Luciara.

    Luciara é um lugar muito lindo, Senador João Capiberibe. Há uma praia maravilhosa às margens do Rio Araguaia, local onde há diversas tribos indígenas. Comentava há pouco com V. Exª, que é um defensor das causas indígenas, a situação por que os indígenas passam. Penso que talvez tenhamos que evoluir. Temos o desafio de construir uma nova Funai para que possa efetivamente funcionar em prol dos indígenas.

    Também visitei a cidade de Santa Terezinha, Canarana, Juína, Colíder, Ribeirão Cascalheira e Campinápolis.

    Em Campinápolis, Senador Capiberibe, a maioria da população é indígena. Há vereador eleito da etnia xavante. É um Município diferente. Creio que é o único do Brasil em que a maioria da população é composta por comunidade indígena.

    Também fui a Colniza, Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia, Porto Alegre do Norte, Nova Nazaré, Rondonópolis, minha cidade, e Alto Boa Vista. Encerrando as visitas, também fui a Santo Antônio do Leverger, Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço e Sinop.

    Foram dias de muito trabalho, visitando as comunidades, caminhando, vendo as necessidades e também conversando com as pessoas sobre os desafios que temos pela frente.

    Mato Grosso é um Estado que produz bastante, mas enfrenta grandes desafios, principalmente em relação às estradas e pontes, porque há poucos corredores rodoviários, e o Estado é gigantesco. Só para ter uma ideia, em Mato Grosso, cabem quase dez países do tamanho de Portugal, cabe mais de uma França, cabe quase três vezes a Inglaterra; e a nossa malha rodoviária é de apenas praticamente duas rodovias: a BR-364, que sobe para o norte, vai para Rondônia, e a BR-163. Praticamente é isso e com uma grande produção a ser escoada por essas rodovias. Com isso, aumenta-se o índice de mortalidade, os nossos produtos ficam pouco competitivos.

    É um desafio muito grande que o Brasil tem pela frente. Temos muito como produzir. O Estado hoje já produz praticamente o dobro do que todo o restante do País produz e tem capacidade de produzir o dobro sem derrubar um pé de árvore, mas temos esses desafios.

    Os nossos produtos chegam ao mercado consumidor em muita desvantagem, porque o frete torna isso muito caro. Só para ter uma ideia, há poucos dias, ouvia o Senador Dário Berger dizer aqui que o milho de Mato Grosso chega a Santa Catarina já ao dobro. Então, uma carreta de milho, quando sai do Estado de Mato Grosso com destino a Santa Catarina, ao chegar lá, já está como se tivesse que ser produzida outra só para o frete.

    Isso nos deixa com baixa competitividade no mercado, porque os nossos produtos têm que ser exportados para a China. Os nossos competidores principais, os Estados Unidos, têm uma infraestrutura de hidrovias, rodovias, ferrovias muito bem estruturada e interligada entre si e, ao menos tempo, esses modais de transporte competem entre si. Nós temos algumas ferrovias de pé quebrado, porque não ligam nada, quase lugar nenhum - elas têm que ser integradas às rodovias -, e isso traz gargalos de toda sorte. Quanto a hidrovias, nós temos um potencial muito grande, mas não as exploramos e ficamos muito dependentes ainda dessa infraestrutura. Temos um grande desafio pela frente. Eu não tenho dúvida de que precisamos avançar.

    Tenho sido, nessas viagens, muito procurado por pessoas que querem saber qual a saída que temos para o País, o que temos, o que o Senado tem, o que o Congresso tem para o País. Bem, o que temos é o que está posto, é o que está aí nos noticiários, nas redes sociais. Temos amanhã uma reunião da Comissão do Impeachment, em que começa a leitura do relatório. Depois vem a discussão e, em seguida, essa Comissão vota. Depois vêm os prazos e vai ser votado no plenário do Senado o afastamento da Presidente.

    É um momento difícil para o País e eu creio que ninguém, em sã consciência, gostaria que isso estivesse acontecendo, mas infelizmente está. E o Brasil segue.

    Eu tenho visto muitos debates aqui. Às vezes, as pessoas pessoalizam. Não se trata da discussão menor sobre o futuro da carreira política do ex-Presidente Lula e também não se trata do futuro da Presidente afastada, Dilma Rousseff. Trata-se da construção do País e da vida política do País. Esse é o grande debate que está se norteando. Logicamente, tem sido trazido o debate para uma forma muito rasteira, uma forma de ataques pessoais, uma forma de divisão do País entre nós e eles. Eu penso que aqui, na Câmara Alta, é imprescindível elevar o debate a outro nível.

    Ouvi um debate aqui, agora há pouco, falando sobre uma agressão que teria havido contra a atriz Letícia Sabatella, cujo trabalho admiro muito. Aliás, isso me faz lembrar de outra polêmica contra Chico Buarque e me faz lembrar também as palavras de Geraldo Vandré num festival de música, na época da ditadura - a música que foi que foi premiada no festival foi a de Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque -, em que a multidão veio abaixo, porque queria Caminhando e Cantando, de Geraldo Vandré, e ele, no meio daquela vaia toda, subiu e disse: "Gente, gente, Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque merecem o nosso respeito".

    Eu quero repetir a mesma frase, mas quero acrescentar um terceiro personagem: gente, gente, Letícia Sabatella, Chico Buarque e Janaina Paschoal merecem o nosso respeito. Todos nós que estamos num debate político merecemos respeito. Não é nos agredindo que nós vamos chegar a lugar algum.

    O debate tem que ser feito aqui, o debate é importante; agora, a agressão não nos engrandece como País, ela nos apequena, porque não existe agressão boa. Agressão e ódio tendem a crescer e nós temos exemplos em alguns países que viraram fundamentalistas, por não aceitar a posição do diferente, a posição do outro, em que começam a nascer células de ódio e deságuam para movimentos como, por exemplo, o Estado Islâmico, que nós temos visto degolando padres em plena missa, destruindo repartições públicas, enfim, deságuam para a violência. Esse não é o debate que queremos.

    É importante que os agentes políticos - por isso que eu estou falando isso aqui - que sobem nesta Tribuna tenham a temperança, o domínio próprio de não pessoalizar. Nós podemos ser antagônicos, podemos nos digladiar nos debates, mas que possamos combater os argumentos. Não é possível que façamos um debate querendo destruir o dono dos argumentos.

    Eu tenho procurado fazer isso e tenho me espelhado muito em Senadores como o Senador João Capiberibe, o Senador Romero Jucá, que está aqui, a Senadora Ana Amélia, o Senador Paulo Paim, que fazem o debate aqui sempre na linha das ideias, de combater - quando não discordam - ideias, mas não discutir pessoas, isso torna o debate raso e leva para o campo do ódio.

    Agora mesmo, eu vi agressões terríveis contra o Presidente que está no cargo, o Presidente Michel Temer. Ora, gente, Michel Temer, há poucos dias, era cantado em verso e prosa por este Partido, pelo Partido dos Trabalhadores. Foi o homem que ajudou o PT a chegar ao poder, porque, sem os votos dele, o PT não chegaria ao poder. E por que eu digo voto dele? Porque, sem o PMDB, o PT não teria chegado. Agora, estão demonizando o Presidente, que é uma consequência constitucional.

    Há poucos dias, a Presidente disse: "Esse Presidente golpista". Ao mesmo tempo, ela viajava para Nova York, deixava esse Vice-Presidente golpista no cargo e, quando ela voltava, esse "golpista" - coloco aspas aqui - retornava-lhe o cargo à mão. Que argumento é esse, que golpista é esse que entrega o cargo no momento em que ela retorna?

    Então, é um debate retórico, uma peça publicitária de golpe criada ali nos porões do marketing da ex-Presidente que tenta demonizar o Presidente que está no cargo.

    Eu não vejo que isso traga benefício à defesa da ex-Presidente. Eu não vejo que isso possa ajudá-la aqui no plenário. Talvez, o que pudesse ter ajudado seria uma melhor relação com o Congresso. E que relação seria essa? Seria o toma lá, dá cá? Não. Seria a relação, por exemplo, de quando nove Senadores independentes se dispuseram, lá no início de 2015 - e posso citar alguns nomes: Senador João Capiberibe, Senador Cristovam Buarque, Senadora Ana Amélia, Senador Waldemir Moka, Senador Romário, eu estava presente, Senador Reguffe, Senador Randolfe Rodrigues -, a formar uma base, sem exigência alguma, simplesmente para ajudar nos projetos aqui no Senado. E fomos ao Planalto. Fizemos papel de ingênuos, essa é a verdade. Não me considero ingênuo, porque havia honestidade de propósito no nosso sentimento, mas fomos ali ao Palácio do Planalto.

    A Presidente não nos recebeu, o Ministro também não, e nos recebeu um rapaz lá que não era nem o chefe de gabinete do Ministro. Essa era a relação da Presidente com o Congresso.

    Ora, se eu fosse Presidente da República, sinceramente, Senador Capiberibe, se dois Senadores se propusessem a ir para me dar apoio, eu já com certeza atenderia. Se nove Senadores então, o que dizer?

    Essa relação foi desconstruída pela própria Presidente, que não quis se relacionar. Não adianta vir agora tentar demonizar, que foi Michel Temer quem engendrou esse impeachment, que foi Eduardo Cunha. Nada. A relação dela com o País, com toda a sua base, foi se degenerando ao longo do tempo. A economia foi derretendo, as pessoas que estavam acostumadas com o poder de compra começaram a se rebelar.

    Agora há pouco, conversava com o Senador Capiberibe justamente dessa dificuldade. Uma coisa é você se acostumar com um padrão de vida alto; outra coisa é você retroceder de padrão de vida. Isso traz preocupação, isso é muito preocupante.

    A situação da economia, aliada à sua relação com todos os agentes políticos, foi o que a ajudou a chegar a esse momento difícil por que ela está passando.

    Óbvio, existe a parte da base jurídica? Existe, mas o que está pesando grandemente nesse impeachment é todo o conjunto da obra.

    Aí algumas pessoas vêm e dizem: "Ah, então ela está sendo tirada só por causa da sua relação política?" Não, é um conjunto todo. Existem algumas pilastras. Todo prédio é sustentado por seu alicerce, por suas pilastras. Quando algumas pilastras se destroem, o prédio todo cai. O que aconteceu com a Presidente foi isso.

    Então, neste momento, esse discurso de que o procurador tal falou que não foi crime, assim ou assado, gente, é cortina de fumaça. Na verdade, o Tribunal de Contas da União chegou à conclusão de que tinha havido crime de responsabilidade. Chegou à conclusão de que a Presidente tinha feito operações de créditos com bancos sob a sua tutela, o que é proibido por lei. Chegou-se à conclusão também de que a Presidente emitiu decretos sem autorização da Casa. Foi isso que aconteceu.

    Então, base legal existe. E a Presidente tem que ficar muito contente de o Senado, neste momento, estar vendo só esses crimes, porque o conjunto da obra é muito maior.

    Mas não é sobre crimes que vamos ficar aqui falando. O certo é que, dentro em breve - já está marcado do dia 29 ao dia 2 de setembro -, o Senado vai votar definitivamente. É uma página que se vira.

    Havia outra saída sobre a possibilidade de eleições gerais, mas, neste momento, eu creio que o Brasil não tem tempo. Se formos para uma situação dessa, depende de votação na Câmara, depende de votação aqui no Senado, e isso demoraria muito mais. A Presidente tem defendido que ela voltaria e convocaria eleições gerais. Mas aí eu pergunto: se ela pretende voltar e convocar eleições gerais, para que ela está voltando então? Deixe o País seguir o seu curso, para encontraremos logo uma saída para toda essa situação.

    Neste momento, é difícil fazer esse debate sem o caldo partidário, sem esse ranço todo que aí está. Até porque o poder está sendo arrancado das mãos de quem o está perdendo. E é assim que acontece. Infelizmente, na história da humanidade, a gente vê que o poder não se dá: o poder é tomado.

    E neste momento, o que está acontecendo é que o partido, como não se comportou conforme diz o arcabouço jurídico do País, está perdendo por culpa própria.

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - Embora o PT tenha feito a filosofia do Homer Simpson: "A culpa é minha, eu jogo-a em quem eu quiser". Tem jogado em todo mundo a culpa, menos nos outros. Tem feito esse discurso de demonizar, de chamar de golpista o Ministério Público, de chamar de golpista o Congresso, de chamar de golpistas a todos que não lhe dão um parecer favorável.

    Mas a gente tem visto também que a coerência não cabe aí, porque, quando o Ministério Público lhes afronta, eles acusam o Ministério Público; quando um procurador aleatoriamente emite a opinião de que não houve crime, eles dizem que o impeachment tem que parar imediatamente, porque o Ministério Público concluiu de forma diferente.

    Mas esse debate tende a se encerrar, e a gente já sente uma coisa no horizonte. A gente já percebe que tanto o mercado quanto as pessoas já sentem um novo cenário econômico chegando. E a gente espera que esse cenário possa ser bom,...

(Soa a campainha.)

    O SR. JOSÉ MEDEIROS (Bloco Parlamentar Democracia Progressista/PSD - MT) - ... porque, nessas viagens que fiz, eu vi desde índio nas aldeias passando fome a cemitério de obras inacabadas por este País afora, Municípios em grande dificuldade, Estados em estado de penúria. E a gente precisa obviamente caminhar, sair dessa pauta do impeachment e passar para uma pauta positiva, uma pauta que possa tirar o Brasil deste atoleiro em que se encontra.

    Muito obrigado, Sr. Presidente. (Pausa.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/08/2016 - Página 25